O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8476 Mensagem por LeandroGCard » Ter Set 15, 2015 12:50 pm

henriquejr escreveu:Obsoleto nem sempre quer dizer que seja ultrapassado ou antigo, muitas vezes um equipamento é moderno, mas se torna obsoleto quando não atende a um determinado requisito.
Bem,

Neste caso o termo não seria exatamente "obsoleto", e sim "mal empregado". Obsoleto é o que não atende mais o objetivo para o qual foi projetado, por estar defasado tecnológica ou taticamente frente às possíveis ameaças. E isso o Pantsir não é de jeito nenhum.

Resumindo, ele é muito caro e complexo, para ser comprado em grandes quantidades para o EB e FN equipar suas unidades, e não é o ideal para desempenhar as funções que se espera para a FAB, que precisa de um sistema mais complexo, de maior alcance, para proteger nosso espaço aéreo.

Na minha opinião de leigo, o mínimo que deveria ser adquirido para a FAB, seria algo como o BUK. Para as unidades de artilharia do EB, os meios necessários já vem sendo adquiridos (Guepards, RBS-70NG, Igla-S), embora não se possa dizer que são os melhores sistemas disponíveis no.mercado, mas é o que o EB pôde adquirir e manter.
A FAB (supondo que ela assumisse a defesa AAe territorial do país) na verdade precisaria adquirir não apenas um mas vários sistemas. Lembre-se que uma boa defesa AAe é feita em camadas, e se apenas um sistema estiver disponível você estará somente dizendo ao inimigo que ele deve atuar de outro jeito, mas não poderá impedir que ele atue.

Mas esta já é uma outra discussão.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8477 Mensagem por Túlio » Ter Set 15, 2015 1:50 pm

Tópico trancado. Forista PRP denunciado por ofensa a colega (art 7.1.2 do Regulamento).




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8478 Mensagem por Túlio » Sex Set 18, 2015 1:23 pm

O Forista PRP recebe uma Advertência por desrespeito ao Forista Paulo Bastos. Antecedência favorável contou na decisão.

Tópico destrancado.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8479 Mensagem por ABULDOG74 » Sex Set 18, 2015 1:30 pm

OFF-TOPIC:

18 de Setembro, 2015 - 11:30 ( Brasília )
Brasil oficializa escolha do PANTSIR S1
Em discussão há vários anos a quisição do Sistema de Defesa Aérea PANTSI S1 é oficializado pelo Brasil.

Imagem

Pedro Paulo Rezende
Especial para o DefesaNet



Agora é oficial: o PANTSIR S1 será o míssil de média altitude das Forças Armadas Brasileiras. A decisão foi comunicada pelo vice-presidente Michel Temer ao primeiro-ministro da Rússia, Dimitri Medvedev durante a VII Reunião da Comissão Russo-Brasileira de Alto Nível de Cooperação, realizada em Moscou nesta quarta-feira (16SET15). A compra, no entanto, depende da existência de recursos e só deve ser realizada em 2016 ou 2017. (Ver Comunicado Conjunto VII CAN BR-RU)


A questão foi decidida em julho, pouco depois da participação da presidente Dilma Rousseff na Cúpula do BRICS, em Ufa. Na última semana daquele mês, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Alvaristo Nagem Dair Junior, adido de Defesa na capital russa, entregou o Pedido de Proposta (Requirement for Proposal — RFP) oficial na sede da Rosoboronexport, estatal responsável pela exportação de material militar.

O documento, com 200 páginas, preparado pela Comissão Permanente de Avaliação do Avião de Combate (COPAC), solicita preços, condições de financiamento, offsets e transferência diretas de tecnologia para o fornecimento de três baterias formadas por quatro veículos lançadores, oito remuniciadores, três unidades de controle e três radares de aquisição, além de um total superior a 240 mísseis 57E6-E.

As negociações, por enquanto, incluem total transferência de tecnologia, permitindo a fabricação de sistemas 100% nacionais em um prazo de até seis anos depois da assinatura do contrato. Espera-se um custo de US$ 1 bilhão por todo o pacote. Se for do interesse brasileiro, a Federação Russa pode oferecer pacotes mais econômicos, com menor transferência de tecnologia, mas mais adequados à crise financeira vivida pelo Brasil.

O pagamento das baterias será por meio de compensações comerciais. Desta forma, a fabricante do PANTSIR S1, a empresa Tula, receberia em rublos. Por sua vez, o Brasil pagaria em reais aos exportadores interessados em fazer negócio com a Rússia. O Brasil tem um grande superávit com o parceiro, que se ampliou em 2014, quando a União Europeia e os Estados Unidos impuseram sanções financeiras contra Moscou, em represália à ocupação da Crimeia, território ucraniano, pela Federação Russa.

A resposta do presidente Vladimir Putin foi impor embargo às importações de produtos agrícolas e industriais da União Europeia, o que criou uma crise no setor rural do Velho Continente e abriu uma janela de oportunidade para colocar produtos brasileiros no mercado russo.

O Sistema PANTSIR S1

O PANTSIR S1, não tem equivalente no mercado ocidental. Ele pode ser disparado em movimento enquanto protege colunas em deslocamento. Neste modo, as viaturas empregam seus radares de gestão de tiro, com alcance superior a 30 km, para detectar possíveis ameaças. Em posição defensiva, a bateria pode ser instalada em terreno em menos de dez minutos.

Os lançadores são controlados remotamente por uma unidade de tiro alimentada por dois radares de aquisição com alcance superior a 80 km. O sistema é capaz de acompanhar 40 alvos e cada lançador pode adquirir e acoplar quatro alvos por vez. A guiagem é feita por feixe laser emitido pelo lançador. O míssil recebe os dados por um sensor colocado na cauda, o que o torna imune a contramedidas eletrônicas ou infravermelho.

Cada lançador dispõe de 12 mísseis com 12 recargas, suplementados por dois canhões de 30 mm, com capacidade para engajar aviões, mísseis de cruzeiro, munições guiadas e VANTs . O baixo custo e a simplicidade do míssil é uma das vantagens do sistema, permitindo seu armazenamento por longos períodos sem cuidados especiais. Todos os sistemas ocidentais empregam mísseis concebidos para combate aéreo ou para uso naval, caros e com grandes exigências de armazenamento.

A escolha do PANTSIR S1 abre caminho para uma maior cooperação entre Brasil e Rússia para o desenvolvimento de novos produtos adequados à América Latina e países do Terceiro Mundo em geral. Já existem conversas entre a MECTRON, empresa da Odebrecht Defesa e Tecnologia (ODT), que deve coordenar a implantação do sistema no Brasil, e a ROSTEC neste sentido.

Outras empresas nacionais, inclusive a AVIBRAS, devem se beneficiar desta parceria, que pode resultar na criação de um substituto para o míssil S-125 NEVA-M (SA-3 GOA).

http://www.defesanet.com.br/br_ru/notic ... ANTSIR-S1/

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8480 Mensagem por Túlio » Sex Set 18, 2015 1:42 pm

É, parece que finalmente a novela da AAAe começa a chegar aos capítulos finais...




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8481 Mensagem por LeandroGCard » Sex Set 18, 2015 2:31 pm

Túlio escreveu:É, parece que finalmente a novela da AAAe começa a chegar aos capítulos finais...
Novela?

Nem isso, nem mesmo um simples conto (do vigário?), no máximo uma crônica bem curtinha com os já conhecidos lances político/econômicos nacionais e a conclusão já esperada de que vamos apenas continuar fingindo que temos alguma coisa neste sentido, agora com pelo menos um equipamento moderno, mas como sempre empregado para quebrar o galho em uma aplicação que não é a dele e em números muito abaixo do mínimo necessário para serem considerados irrisórios.

A questão nem é mais a defesa AAe, mas o comércio bilateral :roll: .


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8482 Mensagem por Túlio » Sex Set 18, 2015 2:43 pm

LeandroGCard escreveu:
Túlio escreveu:É, parece que finalmente a novela da AAAe começa a chegar aos capítulos finais...
Novela?

Nem isso, nem mesmo um simples conto (do vigário?), no máximo uma crônica bem curtinha com os já conhecidos lances político/econômicos nacionais e a conclusão já esperada de que vamos apenas continuar fingindo que temos alguma coisa neste sentido, agora com pelo menos um equipamento moderno, mas como sempre empregado para quebrar o galho em uma aplicação que não é a dele e em números muito abaixo do mínimo necessário para serem considerados irrisórios.

A questão nem é mais a defesa AAe, mas o comércio bilateral :roll: .


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Mas aí fico em desvantagem para debater, cupincha: minha visão sobre a Filosofia de Defesa do Brasil é conhecida (se não me engano te quotei no post em que a expus) por todo mundo, já a tua eu desconheço. O que quero dizer? Bueno, esta provável (ainda não foi assinado o contrato, pelo que li) compra bate certinho com o que eu disse lá; já tu eu não sei como vês...




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8483 Mensagem por LeandroGCard » Sex Set 18, 2015 3:13 pm

Túlio escreveu:Mas aí fico em desvantagem para debater, cupincha: minha visão sobre a Filosofia de Defesa do Brasil é conhecida (se não me engano te quotei no post em que a expus) por todo mundo, já a tua eu desconheço. O que quero dizer? Bueno, esta provável (ainda não foi assinado o contrato, pelo que li) compra bate certinho com o que eu disse lá; já tu eu não sei como vês...
Túlio, neste caso específico do Pantsir minha posição é a seguinte:

- O sistema é muito bom, o melhor disponível no mundo para o fim a que se destina. PARA O FIM A QUE SE DESTINA.
- Sendo o melhor, é também relativamente caro de adquirir, grande e pesado.
- O EB não acha que precisa de um sistema destes, pois não tem nada tão importante a proteger nem contempla lutar contra inimigos que exigissem tamanha capacidade (nem vou falar de eventuais preconceitos contra produtos russos).
- A pequena quantidade que o preço do sistema permitirá adquirir não será suficiente para dar cobertura às unidades do EB que ele gostaria de proteger, e sua mobilidade provavelmente acabará sendo criticada (ele não é aerotransportável por nossos vetores e por questões de custo e manutenção provavelmente virá instalado sobre caminhões mais simples, e não poderá acompanhar nem veículos sobre lagarta nem as unidades equipadas com o Guarani, ficando restrito às estradas.
- Para defesa estratégica o sistema é praticamente inútil sem a complementação por mísseis de maior alcance, que sequer estão sendo considerados.

Ou seja, o principal responsável por operar o sistema não o quer e provavelmente fará muito pouco uso dele. O mesmo vale para os FN's. E ele tem pouca utilidade para a defesa estratégica do que quer que seja. As únicas aplicações úteis que vejo para ele seria escolta AAe dos sistemas ASTROS (também existentes em quantidades mínimas) e na defesa das bases aéreas da FAB (se vale à pena protegê-las dada a força aérea pífia que temos e teremos até pelo menos 2030 é outra história).

Portanto a meu ver esta compra é somente uma decisão do GF visando basicamente incrementar o comércio bilateral com a Rússia, uma medida justificável mas que não acrescenta praticamente nada e termos militares ou tecnológicos/industriais ao país. Ou seja, mais uma aquisição inócua, como foi a dos Roland anos atrás.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8484 Mensagem por Túlio » Sex Set 18, 2015 3:18 pm

LeandroGCard escreveu:Túlio, neste caso específico do Pantsir minha posição é a seguinte:

- O sistema é muito bom, o melhor disponível no mundo para o fim a que se destina. PARA O FIM A QUE SE DESTINA.
- Sendo o melhor, é também relativamente caro de adquirir, grande e pesado.
- O EB não acha que precisa de um sistema destes, pois não tem nada tão importante a proteger nem contempla lutar contra inimigos que exigissem tamanha capacidade (nem vou falar de eventuais preconceitos contra produtos russos).
- A pequena quantidade que o preço do sistema permitirá adquirir não será suficiente para dar cobertura às unidades do EB que ele gostaria de proteger, e sua mobilidade provavelmente acabará sendo criticada (ele não é aerotransportável por nossos vetores e por questões de custo e manutenção provavelmente virá instalado sobre caminhões mais simples, e não poderá acompanhar nem veículos sobre lagarta nem as unidades equipadas com o Guarani, ficando restrito às estradas.
- Para defesa estratégica o sistema é praticamente inútil sem a complementação por mísseis de maior alcance, que sequer estão sendo considerados.

Ou seja, o principal responsável por operar o sistema não o quer e provavelmente fará muito pouco uso dele. O mesmo vale para os FN's. E ele tem pouca utilidade para a defesa estratégica do que quer que seja. As únicas aplicações úteis que vejo para ele seria escolta AAe dos sistemas ASTROS (também existentes em quantidades mínimas) e na defesa das bases aéreas da FAB (se vale à pena protegê-las dada a força aérea pífia que temos e teremos até pelo menos 2030 é outra história).

Portanto a meu ver esta compra é somente uma decisão do GF visando basicamente incrementar o comércio bilateral com a Rússia, uma medida justificável mas que não acrescenta praticamente nada e termos militares ou tecnológicos/industriais ao país. Ou seja, mais uma aquisição inócua, como foi a dos Roland anos atrás.


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Cupincha véio, essa parte eu já tinha entendido. Me refiro à tua posição pessoal sobre o que, nos mais altos níveis da República, se espera das FFAA em geral e da AAAe em especial. Foi à minha neste assunto que me referi antes... :wink: 8-]

PS.: não é uma pergunta capciosa, apenas gostaria de aferir a compatibilidade (ou não) de nossas opiniões neste quesito, tri? É uma forma de melhor direcionar a minha participação no debate...




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8485 Mensagem por LeandroGCard » Sex Set 18, 2015 5:19 pm

Túlio escreveu:Cupincha véio, essa parte eu já tinha entendido. Me refiro à tua posição pessoal sobre o que, nos mais altos níveis da República, se espera das FFAA em geral e da AAAe em especial. Foi à minha neste assunto que me referi antes... :wink: 8-]

PS.: não é uma pergunta capciosa, apenas gostaria de aferir a compatibilidade (ou não) de nossas opiniões neste quesito, tri? É uma forma de melhor direcionar a minha participação no debate...
Achei que esta parte já estivesse clara dados os meus posts anteriores. Mas vamos lá ponto por ponto, um resumo não faz mal a ninguém:

1) Eu considero hoje que a defesa contra ataques aéreos simplesmente é A MAIS IMPORTANTE ATRIBUIÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS DE QUALQUER PAÍS, no que concerne a ameaças militares convencionais externas. É claro que existem também as ameaças não convencionais (guerrilha, terrorismo) e eventualmente ameaças internas (também deste tipo), mas este é outro assunto. O fato é que já desde a época do Vietnã estamos na era da "diplomacia do bombardeiro", a versão atual da conhecida "diplomacia das canhoneiras", e o uso do poder aéreo já é há décadas a primeira escolha dos países mais agressivos quando querem impor sua vontade aos demais, seja por ameaças ou ações de ataques aéreos "puros" (vide Sérvia, Líbia, Irã, etc...), seja como prelúdio para ações em terra (Vietnã, Iraque, etc...).

2) Obviamente a proteção contra ataques aéreos não é atribuição exclusiva dos sistemas AAe, ela envolve também as aeronaves de caça e eventualmente até meios navais (no caso da negação do uso do mar por parte de NAe's). Mas os sistemas AAe eficazes potencializam a ação das defesas sobre o próprio território, além de desviar o foco dos atacantes do que deveriam ser seus reais objetivos minimizando assim em muito a eficácia do poder aéreo adversário. Há casos em que a presença de pode por si só de defesas AAe consideradas poderosas pode ser fator dissuasivo suficiente para evitar um ataque (vide Israel x Irã). Por isso a posse de sistemas AAe poderosos deveria ser prioridade para qualquer país que não tenha como garantir a superioridade/supremacia aérea contra potenciais inimigos (ou seja, o mundo inteiro menos os EUA).

3) Com vistas a isso a importância da organização da defesa AAe dentro das FAA's deveria ter prioridade, eventualmente até contando com uma estrutura própria dedicada a ela (nos moldes da PVO soviética) no caso da defesa estratégica (dos pontos importantes do país que não sejam diretamente relacionados às FA's). Em casos onde isto não é adequado devido a restrições de qualquer ordem (no nosso caso as restrições são de TODAS as ordens possíveis e imagináveis), penso que o ideal seria colocar a responsabilidade da defesa AAe estratégica sob a coordenação da FORÇA AÉREA, dando a ela os recursos necessários para isto, ficando a defesa das unidades do EB e da MB sob a responsabilidades delas próprias.

4) O MD precisa necessariamente coordenar as atividades e recursos necessários para garantir as capacidades da defesa AAe tanto das FA's quanto estratégica. Isto inclui a definição dos objetivos, a padronização dos sistemas, o desenvolvimento/aquisição conjuntos e a disseminação entre as forças, principalmente a responsável pela defesa estratégica, da importância do tema.

5) Outro ponto importantíssimo também da alçada do MD seria a criação de uma BID voltada para a área, pois alguns itens como mísseis de curto e médio alcance, armamento de tubo, sensores, sistemas de comunicação seguros e etc... são necessários em quantidades e atualização tal que a simples aquisição jamais será uma solução viável para um país como o nosso, que não está disposto a gastar fortunas em defesa, e portanto o desenvolvimento e a produção local destes itens é indispensável.


Acho que isto resume o geral. Os detalhes específicos como escolha de sistemas, estrutura organizacional, empresas a serem envolvidas na BID e etc... dariam cada um motivo para uma discussão separada.

Um grande abraço,


Leandro G. Card




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8486 Mensagem por wilsonjsjr » Sex Set 18, 2015 5:22 pm

Compra fechada pelo GF sem a concordância das FFAAs....Será que tem Pixulekoviski??????




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8487 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Set 18, 2015 6:42 pm

O documento, com 200 páginas, preparado pela Comissão Permanente de Avaliação do Avião de Combate (COPAC), solicita preços, condições de financiamento, offsets e transferência diretas de tecnologia para o fornecimento de três baterias formadas por quatro veículos lançadores, oito remuniciadores, três unidades de controle e três radares de aquisição, além de um total superior a 240 mísseis 57E6-E.
Entendo que o Pantsyr seja um sistema para proteção contra ataques de saturação, quer dizer, se o inimigo mandar uma porrada de mísseis o Pantsyr deve ser capaz de disparar uma porrada de mísseis para abater todos, o que exige uma grande quantidade de mísseis disponíveis, mas os números não fecham.

São 3 baterias, e 3 radares por bateria ou 1 radar para cada? 3 unidades de controle?

240 mísseis, 4 lançadores por bateria da 12 lançadores, 12 mísseis cada ficam 144 mísseis, então, para que 2 remuniciadores para cada lançador se mal vão completar um? Ou são 240 mísseis por bateria?




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8488 Mensagem por FCarvalho » Sex Set 18, 2015 7:59 pm

Eu na minha santa ignorância gostaria de antes de sairmos por aí comprando qualquer coisa, que antes fizessemos o dever de casa e o mais simples e óbvio: que doutrina temos para a AAe, em termos de ffaa's brasileiras? É atual? Suficiente? Presta-se a que se pretende?

Creio que hoje para todas essas perguntas a resposta seria a mesma: Não.

Mas se é assim, porque então não estamos hoje debruçados sobre tal questão em nível, senão de MD, de estados maiores e escolas de formação? Porque eu não vejo nada disso ser discutido. Apenas lamentações e reclamações.

Mesmo não gostando do Pantsyr, ele deveria ao menos para o EB servir para formação de doutrina e estabelecimento de direções na formação de uma AAe realmente que sirva âs nossas necessidades. Mas parece que nem isso está sendo feito.

A Avibrás outro dia disparou que estava desenvolvendo um sistema baseado no CAMM e ninguém fez conta disso nas ffaa's. Temos propostas de vários sistema e países para desenvolver vários projetos de material nesta área, e também, nada vemos evoluir sobre isso.

Ou seja, a artilharia no EB continua sendo o que ela é: um perdulicário caro e meio que desajustado.

abs.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8489 Mensagem por Viktor Reznov » Sex Set 18, 2015 11:10 pm

Será que dá pra Russia mandar umas PKMs com cada veículo lançador dop Pantsir? Podíamos botar os engenheiros da Imbel pra estudar.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8490 Mensagem por JL » Sex Set 18, 2015 11:59 pm

Sabe Leandro concordo com você em tudo, tenho a mesma opinião a qual formei a partir de 1991 na Primeira Guerra do Golfo e consolidei depois das ações da OTAN contra a Sérvia em 1999. Mas as vezes penso que ou sou lunático, louco ou gênio ou então um idiota completo, pois aqui no Brasil ninguém, mas ninguém pensa nisso. Não estou falando do vendedor de pipoca da esquina, estou falando de militares, inclusive de altas patentes. Já formulei a questão muitas vezes o que fariam se uma esquadra norte americana viesse passear no nosso litoral. A defesa aérea brasileira não tem os mínimos recursos para fechar um espaço imenso que é o território brasileiro, os alvos estratégicos são inúmeros e os caças e bases aéreas mínimos a AAA é toda de baixa altitude, sem coordenação e somente útil para defender unidades do EB em campanha, sem nenhum enfoque estratégico. Aliás em pleno século 21, em 2015 o maior SAM do Exército brasileiro é o portátil RBS 70 e a Marinha, com muito mais experiência e visão, mesmo assim ainda esta limitada ao Aspide. O que esperar?
Vou além, pois infelizmente acredito que ainda existam unidades do Exército que tem como armas AA metralhadoras . 50 com reparos adaptados para o tiro AA e canhões Bofors 40 mm L/60, não L/70 disse os antigos L/60. Mesmo com as aquisições dos Igla, RBS 70 etc. Sabe qual é a realidade a defesa brasileira é um faz de conta, pois ninguém acredita que será usada e se consideram todos os outros países sul americanos como inferiores. Deus nos ajude.




Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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