TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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kirk
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76111 Mensagem por kirk » Qua Set 02, 2015 2:34 am

Luís Henrique escreveu:
Alcantara escreveu:Mudando o foco do debate para algo referente, de fato, à aeronave escolhida.

Dados interessantes sobre a futura F-414 EPE. Conseguirá fornecer 20% a mais de empuxo, consumindo 1% menos combustível. Eu sempre achei que o aumento no desempenho seria acompanhado de uma piora no consumo e/ou na vida útil da turbina.

Outro ponto interessante é que a interface com a aeronave permanecerá exatamente a mesma da F-414 atual. Excelente notícia. Seria excepcional contar com essa versão nos batches seguintes do Gripen E/F. Como mantém a mesma interface da turbina atual, poderia ser usada nesse primeiro lote da FAB em um futuro MLU.

Imagem

Já que o Gripen E só será entregue em 2019, já poderiam vir com esta turbina. :twisted:
Seria MUITO bom.

O Gripen NG mesmo com a melhora em relação ao C, não conseguiu igualar aos twin engine de 4a geração em relação potência/peso.
Podem notar que tanto Rafale, como Eurofighter, MiG-35 e Su-35 possuem relação potência/peso superior ao Gripen NG. E a diferença não é pouca.
Com a F-414EPE o Gripen NG ficaria muito próximo ao Rafale, que é o último neste quesito entre os citados.
Seria uma notícia excelente. Eu acredito que até a capacidade supercruise do Gripen NG seria ampliada com a adoção deste motor.
LH,

Não sei como fez tal cálculo ... mas gostaria de lembrá-lo que dos citados acima somente Gripen NG e Eurofighter operam em supercruise ... devem estar fazendo "alguma" coisa certa nesses projetos não ?




[] kirk

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76112 Mensagem por Carlos Lima » Qua Set 02, 2015 2:42 am

Vir com essa turbina = $$$$$ além do US$ 1 Bi a mais que estamos pagando pelo "Br".

Não seria impossível, só tem que $$$.

Outro desafio é que se os suecos não toparem ficaremos mais e mais distantes das aeronaves deles e com isso os custos de produção/manutenção vão aumentando mais e mais...

[]s
CB_Lima




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76113 Mensagem por kirk » Qua Set 02, 2015 3:18 am

Carlos Lima escreveu:Vir com essa turbina = $$$$$ além do US$ 1 Bi a mais que estamos pagando pelo "Br".

Não seria impossível, só tem que $$$.

Outro desafio é que se os suecos não toparem ficaremos mais e mais distantes das aeronaves deles e com isso os custos de produção/manutenção vão aumentando mais e mais...

[]s
CB_Lima
É uma questão que sem dúvida tem que ser levada em consideração ... o problema é que os fabricantes não aceitam arriscar nada em relação a motores e com razão, claro, mas acredito que os preços não sejam tão diferentes ... porém será exigido exaustivos testes até que se adote algo novo nesse campo ...

Assim acho muito improvável que os primeiros 12 aviões venham com tal modificação ... depois ... podemos torcer ...

Não vamos esquecer que tais motores já são navalizados ... assim, o que me vem à mente para esse novo motor é o Sea Gripen ...




[] kirk

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76114 Mensagem por Carlos Lima » Qua Set 02, 2015 4:30 am

Tudo passa por muito $$$$ e motores diferentes na mesma aeronave... pesadelo logístico.

Sei não... Não vamos complicar mais ainda o óbvio.

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76115 Mensagem por knigh7 » Qua Set 02, 2015 7:19 am

Marechal-do-ar escreveu:
knigh7 escreveu:O APG 77 tem 20 KW de potência. Entretanto é AESA com 1.956 módulos. Aliás, nem esse radar chega a 400km.
Me corrija se eu estiver errado mas, essa não é a potência de pico que esse radar consome? Existe uma diferença entre o consumo e a emissão, o AESA, pela forma que gera o sinal, consome mais para gerar um sinal com a mesma intensidade.

E quanto aos 400km do Irbis-E, tenho minhas ressalvas quanto a esse valor, mas até agora, ninguém apresentou bons contra-argumentos...
Há uma apresentação do MIT sobre a evolução dos aviônicos que mostra que os módulos do APG-77 são de 10w de saída:
link da apresentação:
http://www.ll.mit.edu/HPEC/agendas/proc ... ation.pptx

A capacidade de 20kw deve ser referente a potência de pico.

Nos radares PESA existem perdas de sinal nos módulos de ferrite. E essas antenas PESA são menos sensíveis do que seus antecessores mecânicos, exigiu mais potência adicional para um mesmo alcance. A alta potência no tubo transmissor permaneceu, gerando problema de confiabilidade. Uma vez que as perdas de sinal nesses módulos de ferrite, estas antenas PESA são menos sensíveis do que as mecânicas, exigindo mais potência na emissão.
No radar AESA ocorre uma melhora importante na relação sinal-ruído (melhora entre 2 a 4 vezes com relação aos radares PESA. Isso gera uma melhor sensibilidade no radar e, portanto, alcance de detecção frente aos PESA.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76116 Mensagem por Penguin » Qua Set 02, 2015 7:26 am

knigh7 escreveu:
Marechal-do-ar escreveu: Me corrija se eu estiver errado mas, essa não é a potência de pico que esse radar consome? Existe uma diferença entre o consumo e a emissão, o AESA, pela forma que gera o sinal, consome mais para gerar um sinal com a mesma intensidade.

E quanto aos 400km do Irbis-E, tenho minhas ressalvas quanto a esse valor, mas até agora, ninguém apresentou bons contra-argumentos...
Há uma apresentação do MIT sobre a evolução dos aviônicos que mostra que os módulos do APG-77 são de 10w de saída:
link da apresentação:
http://www.ll.mit.edu/HPEC/agendas/proc ... ation.pptx

A capacidade de 20kw deve ser referente a potência de pico.

Nos radares PESA existem perdas de sinal nos módulos de ferrite. E essas antenas PESA são menos sensíveis do que seus antecessores mecânicos, exigiu mais potência adicional para um mesmo alcance. A alta potência no tubo transmissor permaneceu, gerando problema de confiabilidade. Uma vez que as perdas de sinal nesses módulos de ferrite, estas antenas PESA são menos sensíveis do que as mecânicas, exigindo mais potência na emissão.
No radar AESA ocorre uma melhora importante na relação sinal-ruído (melhora entre 2 a 4 vezes com relação aos radares PESA. Isso gera uma melhor sensibilidade no radar e, portanto, alcance de detecção frente aos PESA.
Os franceses alegam um ganho extraordinário de alcance e desempenho na troca da antena PESA por AESA no RBE2.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76117 Mensagem por Galina » Qua Set 02, 2015 8:53 am

Thor escreveu:Interessantes os debates sobre combates BVR, e não existe uma ciência exata em todas as missões.
Em linhas gerais, aeronaves de mesma classe, com mísseis semelhantes, vence quem está melhor preparado e que tenha melhor consciência situacional (que pode advir do preparo e do sistema de defesa interligado).
Se a aeronave não for realmente Stealth, com os radares de hoje, serão "trackeadas" antes de chegar na distância ideal de lançamento do míssil. Na minha opinião, pouca diferença fará se o alvo for um Gripen, Rafale, Su-35 ou A-380, no tocante a distância de lock para lançamento.
Para um míssil, um fator que influencia é a No Escape Zone. Essas distancias que os fabricantes lançam normalmente são distancias máximas de um alvo frente a frente. Imaginem a situação ideal de um caça voando a Mach 0,95 a 35000 pés, aproximando diretamente de uma aeronave B-52 na direção oposta a Mach 0,8 e que não tenha consciência de que será abatida. Quando o caça detectar o B-52, digamos a 150 km, esperará até a LLX (aquela do folder do fabricante, tipo 100 km) e lançará o míssil. Ele queimará o combustível inicial, acelerando e subindo, e depois prossegue vários segundos na inercia até explodir no alvo que estava com movimento constante. Sucesso! (folder do fabricante). Agora imagine que esse avião, mesmo sendo o B-52, com piloto esperto, depois que foi realizado o lançamento do míssil a 100 km, realizou uma curva de 30º para a direita. Nessa hora o míssil já estava no "embalo", e foi forçado a realizar um curva rápida para se ajustar a nova rota de interceptação, e perdeu energia nessa manobra. Infelizmente, a LLX inicial foi obedecida, o piloto lançou a 100 Nm, mas com essa curva nomeio do caminho, ele deveria ter utilizado a LL1, que era de 85 km (exemplo). Que azar!
Agora imagine que o alvo é um caça manobrável, com bom radar e com boa doutrina e treinamento, consciente dos parâmetros do inimigo, do modus operandi do adversário, quando estava a 100 km do inimigo iniciou uma curva de 35º, quando estava a 85km realizou uma de 60º e depois voltou-se 30º, forçando um possível míssil em voo fazer 2 ajustes (LL2), e quando este chegou a 55km (NEZ do míssil inimigo, por ex.) fez meia volta e gerou separação (acelerou supersônico) para voltar a arena... Bem, em linhas gerais assim é um combate BVR, e podemos perceber que o treinamento e o conhecimento das capacidades do inimigo, aliados a consciência situacional é tudo no combate.
Tem um estudo da USAF sobre o uso de datalink entre aeronaves e sistema de defesa aérea em combate, e as conclusões é que a taxa de sucesso aumentou umas 4 vezes com o datalink, considerando cenários semelhantes contras aeronaves e equipagens semelhantes.
Podemos perceber que a NEZ é o principal fator de um míssil BVR, e é exatamente nesse fator que o Meteor é o bambambam dos mísseis BVR atualmente. Às vezes temos mísseis com grande alcance (LLX), mas com NEZ menor que mísseis com metade do alcance da propaganda. Exemplo disso eram os Phoenix, excelentes para grandes bombardeiros russos, não manobráveis e sem consciência situacional... perdem na NEZ até para o Derby, se bobear. :lol:
Abraços
Que um post como esse, vindo de alguém da FAB que trabalha (C4, EW) com isso (pelo pouco que conheço, um brilhante currículo, com muitos cursos de combate e guerra eletrônica realizados em várias partes de referência pelo mundo inteiro; currículo ocultado pela modéstia do titular...), possa servir de norte para debates reais, embasados em parâmetros reais.
Como disse para alguns, vejo um grande problema por aqui: um clima de "torcidas" (como se fosse para Flamengo, Corinthians, Gremio, Cruzeiro etc), que faz com que alguns inclusive sintam-se ofendidos quando o aviaozinhu predileto seja ofendido... Parece que são sócios da empresa fabricante !! Quem saber pela falta de algo mais útil a fazer na vida, sentem-se ofendidos tal como o pai que vê o filho sendo injustamente agredido... E esse tipo de "debate", quando volta como voltou ao DB, afugenta bons debates e bons debatedores. Garanto a vcs que muita gente boa não se sente a vontade para compartilhar o conhecimento que tem, num ambiente dominado por dogmas.
Desculpem pelo desabafo...
Como se vê, os mísseis BVR tem alcance real, prático, muito menor do que se diz. A RCS pouco influi no BVR entre aeronaves convencionais (não stealth). Aliás, sobre a questão da RCS, eu havia conversado exatamente sobre essa questão, quando sobreveio o post. Ainda tinha algumas dúvidas.
E, pelo amor de Deus, parem com esse negócio de que radar de caça teria mais de 400 km de alcance... Pode até ser que tenham esse alcance (em situações para lá de otimistas, mas tudo bem) com feixe direcionado de radar. Não precisaríamos disso (dado o absurdo do dado), mas uma revista Combat Aircraft de 2009, que trouxe a primeira reportagem sobre o SU-35BM, mencionou um alcance real de 150 km. Perguntei a um lobista russo e ele confirmou a informação.
Espero que o post do Thor seja um marco.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76118 Mensagem por FIGHTERCOM » Qua Set 02, 2015 9:14 am

Esse debate entorno da potência máxima do radar do Su-35 e, consequentemente, um alcance de 400km lembra muito a confusão causada no mercado nacional com os equipamentos de áudio, quando passaram a divulgar uma tal de "Potência de Saída de Pico Musical" (PMPO). Rendeu tanta polêmica que ganhou um novo significado "Potência Medida Para Otários". Hoje, assim como naquela época, tem muita gente inocente embarcando nesse papo furado de marketing.
[003] [003] [003] [003] [003] [003]

Resumindo, a potência do Su-35 deve ser algo do tipo PMPO (Peak Marketing Power Output).

:twisted: :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:


Abraços,

Wesley




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76119 Mensagem por Penguin » Qua Set 02, 2015 10:01 am

Galina escreveu:
Thor escreveu:Interessantes os debates sobre combates BVR, e não existe uma ciência exata em todas as missões.
Em linhas gerais, aeronaves de mesma classe, com mísseis semelhantes, vence quem está melhor preparado e que tenha melhor consciência situacional (que pode advir do preparo e do sistema de defesa interligado).
Se a aeronave não for realmente Stealth, com os radares de hoje, serão "trackeadas" antes de chegar na distância ideal de lançamento do míssil. Na minha opinião, pouca diferença fará se o alvo for um Gripen, Rafale, Su-35 ou A-380, no tocante a distância de lock para lançamento.
Para um míssil, um fator que influencia é a No Escape Zone. Essas distancias que os fabricantes lançam normalmente são distancias máximas de um alvo frente a frente. Imaginem a situação ideal de um caça voando a Mach 0,95 a 35000 pés, aproximando diretamente de uma aeronave B-52 na direção oposta a Mach 0,8 e que não tenha consciência de que será abatida. Quando o caça detectar o B-52, digamos a 150 km, esperará até a LLX (aquela do folder do fabricante, tipo 100 km) e lançará o míssil. Ele queimará o combustível inicial, acelerando e subindo, e depois prossegue vários segundos na inercia até explodir no alvo que estava com movimento constante. Sucesso! (folder do fabricante). Agora imagine que esse avião, mesmo sendo o B-52, com piloto esperto, depois que foi realizado o lançamento do míssil a 100 km, realizou uma curva de 30º para a direita. Nessa hora o míssil já estava no "embalo", e foi forçado a realizar um curva rápida para se ajustar a nova rota de interceptação, e perdeu energia nessa manobra. Infelizmente, a LLX inicial foi obedecida, o piloto lançou a 100 Nm, mas com essa curva nomeio do caminho, ele deveria ter utilizado a LL1, que era de 85 km (exemplo). Que azar!
Agora imagine que o alvo é um caça manobrável, com bom radar e com boa doutrina e treinamento, consciente dos parâmetros do inimigo, do modus operandi do adversário, quando estava a 100 km do inimigo iniciou uma curva de 35º, quando estava a 85km realizou uma de 60º e depois voltou-se 30º, forçando um possível míssil em voo fazer 2 ajustes (LL2), e quando este chegou a 55km (NEZ do míssil inimigo, por ex.) fez meia volta e gerou separação (acelerou supersônico) para voltar a arena... Bem, em linhas gerais assim é um combate BVR, e podemos perceber que o treinamento e o conhecimento das capacidades do inimigo, aliados a consciência situacional é tudo no combate.
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Podemos perceber que a NEZ é o principal fator de um míssil BVR, e é exatamente nesse fator que o Meteor é o bambambam dos mísseis BVR atualmente. Às vezes temos mísseis com grande alcance (LLX), mas com NEZ menor que mísseis com metade do alcance da propaganda. Exemplo disso eram os Phoenix, excelentes para grandes bombardeiros russos, não manobráveis e sem consciência situacional... perdem na NEZ até para o Derby, se bobear. :lol:
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Como se vê, os mísseis BVR tem alcance real, prático, muito menor do que se diz. A RCS pouco influi no BVR entre aeronaves convencionais (não stealth). Aliás, sobre a questão da RCS, eu havia conversado exatamente sobre essa questão, quando sobreveio o post. Ainda tinha algumas dúvidas.
E, pelo amor de Deus, parem com esse negócio de que radar de caça teria mais de 400 km de alcance... Pode até ser que tenham esse alcance (em situações para lá de otimistas, mas tudo bem) com feixe direcionado de radar. Não precisaríamos disso (dado o absurdo do dado), mas uma revista Combat Aircraft de 2009, que trouxe a primeira reportagem sobre o SU-35BM, mencionou um alcance real de 150 km. Perguntei a um lobista russo e ele confirmou a informação.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76120 Mensagem por LeandroGCard » Qua Set 02, 2015 11:11 am

kirk escreveu:Não sei como fez tal cálculo ... mas gostaria de lembrá-lo que dos citados acima somente Gripen NG e Eurofighter operam em supercruise ... devem estar fazendo "alguma" coisa certa nesses projetos não ?
Capacidade de supercruise não depende da relação peso/potência, mas da relação empuxo seco/arrasto supersônico. A relação peso/potência afeta outras coisas, como a aceleração e a taxa de subida.

Mesmo uma aeronave com relação peso/potência relativamente ruim, como o F-104 Starfigther (peso vazio = 6300 Kg, empuxo seco = 5400kg) podia voar em supercruise.


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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76121 Mensagem por Penguin » Qua Set 02, 2015 11:18 am

Valor, 02/09

Contrato do Gripen dá novo fôlego ao fabricante nacional

Virgínia Silveira

A assinatura do contrato de financiamento da compra de 36 caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 25, deu novo fôlego para as empresas brasileiras que atuam na área de defesa e de projetos aeronáuticos. A partir de outubro, 48 técnicos brasileiros de seis empresas embarcam para a Suécia para iniciar os trabalhos de transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto da aeronave.

O Ministério da Fazenda autorizou a operação de crédito externo no valor de até US$ 245,3 milhões para a aquisição dos armamentos e de 39,882 bilhões de coroas suecas (US$ 4,7 bilhões) para as aeronaves e suporte logístico.

A Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) informou que os demais programas sob sua responsabilidade, entre eles o do cargueiro militar KC-390, os helicópteros HXBR e a modernização das aeronaves AMX e F-5, poderão sofrer readequações em função da liberação de recursos orçamentários feitos pelo governo federal.

Segundo a Copac, o projeto de desenvolvimento do KC-390 vem sendo priorizado pelo governo, mesmo com os ajustes orçamentários em curso. Quanto à aquisição das aeronaves, a Copac declarou que o cronograma de entregas também poderá ser alterado devido aos ajustes.

Com relação ao programa dos caças, a Copac disse que 350 técnicos e engenheiros da Embraer, Akaer, Inbra, Atech, AEL, Samal e Mectron, assim como do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) farão o intercâmbio para a absorção de tecnologia. A participação das empresas e instituições brasileiras no projeto, de acordo com a FAB, está prevista no acordo de compensação tecnológica e industrial (offset) assinado entre a Saab e o governo brasileiro.

A Embraer, selecionada para fazer a gestão conjunta do projeto, vai enviar 200 técnicos e engenheiros para a Suécia. A empresa também terá um papel relevante na execução do programa realizando grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoposto (para um piloto) e biposto (dois lugares) do Gripen NG. Esta última será desenvolvida do zero no Brasil sob a coordenação da Embraer.

A montagem final dos caças será feita na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto. A aeronave possui mais de 23 mil peças e componentes. A Mectron, do grupo Odebrecht Defesa & Tecnologia ficou responsável pela integração de armamentos e pelo sistema de datalink e a Atech, controlada pela Embraer, participará do simulador. A Inbra Aerospace vai produzir a fuselagem e a AEL desenvolverá a parte dos sistema aviônicos.

A Akaer está na liderança do desenvolvimento de engenharia da parte estrutural. O engenheiro Lister Guillaumon Pereira da Silva foi designado pela Saab como chefe mundial de engenharia da fuselagem traseira do Gripen e a única pessoa autorizada pela empresa para aprovar qualquer modificação no projeto no Brasil ou Suécia.

A Akaer foi a primeira brasileira a participar do desenvolvimento da estrutura de um caça supersônico. Em abril a Saab concluiu a aquisição de 15% da empresa. Há seis anos trabalhando nesse projeto com a Saab, a Akaer vai assumir uma nova responsabilidade no programa, com o desenvolvimento da fuselagem central.

A estrutura de um caça supersônico, segundo Lister Silva, é extremamente complexa, pois precisa estar preparada para resistir aos efeitos das temperaturas extremas que a aeronave enfrenta ao romper a barreira do som.

"Aprendemos a quantificar os efeitos desses fenômenos trabalhando no projeto. Não é possível assimilar algo tão complexo de outra forma", afirmou. Na Akaer, 35 profissionais estão envolvidos com o projeto da estrutura. A experiência da Akaer nessa área, segundo Silva, foi adquirida por meio da participação no desenvolvimento de outros programas com a Embraer, Boeing e Airbus.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76122 Mensagem por Luís Henrique » Qua Set 02, 2015 11:35 am

Alcantara escreveu:
Luís Henrique escreveu:Agora, você acredita que um Gripen E ARMADO tenha RCS inferior a 1m²?
Quanto seria o RCS do Gripen E armado em sua opinião???
Não sei. Ainda. 8-]
De qualquer forma, de uma maneira geral, é menor do que o RCS de um Su-3X.
Eu também acredito que seja menor.

A questão é se é baixo o suficiente para escapar de um radar poderoso como o Irbis-E até que seja possível chegar no alcance de detecção do IRST e do disparo do Meteor???

Eu li que o IRST do Gripen NG será um dos melhores do mundo e pode detectar um caça vindo de encontro a cerca de 100 km. Mas só terá condições de disparar um míssil a 65% deste alcance máximo. Ou seja, só terá solução de tiro para disparar o Meteor a 65 km de distância.




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76123 Mensagem por Luís Henrique » Qua Set 02, 2015 11:56 am

Penguin escreveu:
Luís Henrique escreveu:
O alcance máximo do IRBIS-E para um alvo com RCS de 3m² é de 350 à 400 km

Portanto, utilizando esta fórmula: R1/R2 = (RCS1/RCS2)^(1/4)

Temos que para um alvo com RCS de 1m² o alcance de detecção do IRBIS-E seria de 265 à 303 km

O Mathias ter dito 300 km ou este gráfico ter demonstrado 278 km, não muda quase nada.
Esta dentro do esperado.

Agora, você acredita que um Gripen E ARMADO tenha RCS inferior a 1m²?
Quanto seria o RCS do Gripen E armado em sua opinião???
Leia com atenção o trecho abaixo...
One part of the Wiscom concept is the idea of a “flexible antenna pool” in which all aircraft in a flight share sensor and target data automatically. Another is “silent swarm ingress” where a flight enters combat in a widely dispersed pattern, with primary sensors being infrared search and track (IRST), active, electronically scanned array (AESA) radars operating in passive mode, and electronic surveillance measures (ESM).

Under Wiscom, AESA transmissions are restricted and “random”—that is, the aircraft in a flight will transmit at different times, making it difficult to track them by emissions. Swedish engineers have noted that data-linked radars can share plots—not just tracks—and take simultaneous range-rate measurements, allowing two radars to determine a target's velocity almost instantly. Finally, Saab envisages the use of the high-energy MBDA Meteor air-to-air missile to engage from side and rear aspects where targets are less likely to detect the threat.
Se a Saab está certa, a emissão do Irbis-E será captada bem de longe pelas antenas no radar AESA de pelo menos 2 Gripen E em modo passivo e determinarão muito rápido uma solução de fogo para os Meteor (posição e velocidade). Logo, emitir descontroladamente pode ser muito perigoso, para o Su-35.
Não é isso que diz o texto.

Eu entendo que dois Gripen podem usar seus radares AESA TRANSMITINDO e recebendo o retorno das ondas eletromagnéticas JUNTOS através de datalink, e realizando as medidas de alcance de forma simultânea conseguem determinar a VELOCIDADE do alvo quase instantaneamente.

O que entendo é que, além de saber a localização (que já é possível empregando apenas UM radar), colocando DOIS radares para trabalhar em rede, eles conseguem determinar a VELOCIDADE do alvo.

Mas isto não está dizendo nada sobre emissão do radar inimigo (do IRBIS como exemplo), o RAVEN estaria EMITINDO para conseguir isto. Estaria emitindo de uma forma que DIFICULTA SUA DETECÇÃO. Ou seja, não estaria totalmente passivo. O texto diz que as transmissões são restritas e aleatórias e que ocorrem em momentos diferentes. Ou seja, não seria uma transmissão total e todo o tempo, seria uma transmissão restrita e por curtos períodos de tempo. Seria como ligar e desligar o radar várias vezes para dificultar sua detecção.

O piloto de Su-35 operando o IRBIS-E não pode ter uma estratégia semelhante? Fica difícil saber ao certo.




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Luís Henrique
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76124 Mensagem por Luís Henrique » Qua Set 02, 2015 12:06 pm

Penguin escreveu:
Mathias escreveu:Cara, digamos que detectou, fez solução de tiro, tudo certo, perfeito.
Vai ter que esperar chegar a 100Km para lançar o Meteor, e se fizer isso já vai estar plotado no radar do SU-35S desde os 300Km.
Detecta, sim, todos se detectam porque sistemas de EW assim são comuns em caça sde 4ºG, não é nenhuma vantagem, assim como datalink com troca de informação entre aviões, navios e forças em terra.

Essa capacidade para ser útil precisa de um míssil com mais de 300Km de alcance real contra um alvo supermanobrável.

E por favor, esqueçam essa coisa de caça cheio de coisas penduradas com RCS de 1m2.
O míssil ativo do Su-35 (R-77) possui um alcance máximo de 60km contra um alvo tipo caça.
Quem detecta o inimigo primeiro, monobrará para tirar proveito e atacar primeiro.
Um caça com Meteor, poderá atacar o Su-35 a distâncias maiores que as possibilidades dos misseis do Su.
Adicione ao cenário ECM e ECCM.

O alcance máximo do Irbis-E divulgado em folheto de propaganda, ocorre apenas em potência de pico (20KW), em ambiente controlado, limitado ao modo de busca e com limites de rastreio. Concentra potência em uma área menor e leva mais tempo para varrer um setor.
Quando o Gripen NG ficar pronto e possuir o Meteor operacional, muito provavelmente o Su-35 estará equipado com mísseis de MUITO LONGO alcance, como o R-37M ou R-172.
Mísseis com alcance de 300 à 400 km de distância. Algo que até hoje não existe nos caças ocidentais.

Mas HOJE, nem o Gripen NG, nem o Meteor estão prontos.

E a Rússia já oferece HOJE o míssil RVV-SD com alcance de 110 km (equivalente ao Meteor), além do RVV-AE (R-77) que você citou.
E tem há muito tempo várias versões do R-27 que algumas versões mais recentes superam 130 km de alcance.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#76125 Mensagem por Luís Henrique » Qua Set 02, 2015 12:14 pm

Penguin escreveu:
Mathias escreveu:Mas tem o R-27-ER/P/T, com uns 100Km de alcance. E isso vai mudar em breve com o RVV-SD, que está quase pronto.
HOJE o que temos é AIM-120C5 no Gripen e R-77 no SU-35S em termos de BVR ARH.

Mas como eu disse e mostrei com minhas contas de padaria, para manobrar e escapar da detecção a manobra seria longa demais e demandaria muito tempo de voo e e combustível, tudo que um caça leve não tem.

E outra coisa que eu também já escrevi, só os russos bisonhamente escrevem o alcance dos seus mísseis de acordo com o alvo.
Os fabricantes ocidentais são melhores de marqueing e só divulgam o alcance máximo possível, nas melhores condições.
R-27 é semi-ativo na classe do AIM-7 que tb possui um alcance de 100km. Quase um suicídio contra caças avançados com mísseis ativos e modernos sistemas de guerra eletrônica.
Existem versões do R-27 com radar semi-ativo, com busca por infravermelho (assim como o MICA IR), com buscador anti-radiação (estilo MAR) e até com radar ativo.




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