FCarvalho escreveu:
A saber, na última edição em banca da revisa T&D, foi noticiado que já há previsão no planejamento da TORC-30 para versão equipada com mísseis aae de curto alcance. Isto complementa de fato, o que já se discutia no fórum algum tempo atrás sobre a dualidade desta torre, e sobre o quê o EB pensaria a despeito da questão da proteção aae de suas undes mec's, e talvez, até mesmo blda.
Agora é preciso há de se saber até onde irá o desenvolvimento e a complexidade desta idéia, posto que ainda existe, ainda que não firmado, um compromisso com as torres do Pantyr.
A ver.
A foto é de minha autoria, feita na BID Brasil 2014, em Brasília. E a matéria que eu escrevi, com essa foto, EM MOMENTO ALGUM fala de mísseis na torre TORCH 30. Falamos sobre mísseis IGLA-S em uma possível update dos Guepard 35mm, pois tal já foi feito na Alemanha mas com mísseis Stinger. NUNCA SEQUER aventou-se a possibilidade de colocar mísseis na torre TORCH 30. Quem te passou isso mentiu ou é bem confuso das idéias, ou foi de má-fé mesmo, visando prejudicar a compreensão do artigo para quem não leu a revista.
Segue a transcrição COMPLETA do texto do artigo.
3ª Mostra BID Brasil
Exportar para crescer!
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Promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) e pela Associação Brasileira das Indústrias de Defesa e Segurança (ABIMDE), a 3ª Mostra BID Brasil, realizada no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF) exibiu durante cinco dias (02 a 06 de setembro) os produtos e serviços da Base Industrial de Defesa brasileira (BID). A mostra contou com o apoio do Ministério da Defesa e do governo do Distrito Federal. 84 empresas apresentaram as principais soluções e equipamentos produzidos localmente, demonstrando, de forma institucional, a qualidade e tecnologia dos produtos nacionais para o público profissional das Forças Armadas, potenciais compradores internacionais e adidos militares. De fato, delegações de compradores governamentais da França, Angola e África do Sul também estiveram em Brasília visitando a mostra. Foi registrada, inclusive, a presença de militares das Forças Armadas da Ucrânia no evento.
A terceira edição da BID Brasil apresentou várias ações inéditas como a realização do Seminário Nacional de Segurança da Informação e Criptografia, promovido pelo Centro de Defesa Cibernética do Exército (CD Ciber), e palestras voltadas para temas de exportações como "Vender para as Nações Unidas (UN), proferida pelo diretor da Divisão de Compras da ONU, Dmitri Dovgopoly; "Apresentação da Indústria de Defesa da França", pelo Groupement des Industries Françaises Aeronautiques et Spaciales (GIFAS, congênere da ABIMDE), e a palestra "Brasil e África do Sul - Oportunidades de parcerias de desenvolvimento tecnológico". O evento ainda debateu assuntos como "A Importância da Catalogação no Contexto da BID"; "O Processo de Catalogação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)", referência no tema; "A Responsabilidade do Centro de Catalogação das Forças Armadas (CECAFA) no Processo de Credenciamento e Classificação da BID"; "Projetos Estratégicos das Forças Armadas: Terra, Mar e Ar"; e, por fim, "Transferência de Tecnologia, Nacionalização e Offsets do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)".
Paralelamente, representantes de ministérios da Defesa de países membros da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) estiveram reunidos, entre os dias 02 a 04 de setembro, para fechar os requisitos operacionais do veículo aéreo não tripulado (VANT) regional a ser desenvolvido no âmbito do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS). A produção conjunta do VANT tem o objetivo de integrar e fortalecer o desenvolvimento científico e tecnológico da base industrial de defesa dos 12 países que compõem o CDS. Para tanto, as nações estão debatendo sobre a viabilidade de desempenho e produção da aeronave e também que cada país aponte itens considerados importantes para compor o veículo que será usado, inicialmente, em missões de vigilância. Este é o terceiro encontro realizado para estabelecer os detalhes técnicos da aeronave, chamada de “VANT UNASUL”. É necessário que a composição desse equipamento contemple os interesses de todos os países, ou da maioria deles. Além do VANT, os integrantes do CDS também trabalham conjuntamente no avião de treinamento básico dos países da União das Nações Sulamericanas, o UNASUL 1, que encontra-se na fase de prospecção de financiamento. Até o momento, o projeto existe apenas na forma de um mock-up em escala 1:1 apresentado recentemente nas instalações da Fábrica Argentina de Aviones “Brigadier San Martín” (FAdeA), não devendo voar antes do final de 2016, segundo planos divulgados pela CDS.
Destaques da BID
As empresas nacionais expuseram produtos e serviços de alta tecnologia. A Embraer Defesa & Segurança (EDS) está trabalhando intensamente para que o jato de transporte militar KC-390, decole pela primeira vez no final do mês de outubro. As entregas de sistemas e a integração dos subconjuntos seguem em ritmo acelerado. A EDS também exibiu o Vant Falcão, que será fabricado pela subsidiária Harpia, uma associação entre a EDS, a AEL Sistemas e a Avibras Aeroespacial. O Falcão é um sistema de vigilância e reconhecimento médium altitude/long endurance (MALE), capaz de permanecer em voo por mais de 40 horas com uma carga paga de sensores (payload) muito sofisticados e homologados para serem utilizados em qualquer condição climática.
A Odebrecht Defesa & Segurança, através da sua subsidiária Mectron, destacou os avanços no projeto A-Darter de míssil de 4ª geração (em conjunto com a África do Sul), que entrou em uma nova fase de desenvolvimento no Brasil, a última prevista antes do início da sua produção em escala industrial. O radar SC-01 Scipio, instalado nos jatos de ataque A1-M estão sendo entregues dentro do cronograma; a terceira aeronave do programa, um biplace de conversão operacional, deverá ser entregue em outubro à Força Aérea Brasileira. O míssil antirradiação MAR-1 é outro armamento high tech fabricado pela Mectron, e já obteve vendas ao exterior recentemente.
O fuzil IA2, carro chefe da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), vem registrando importantes avanços na preparação para fabricação em larga escala e início das entregas às Forças Armadas brasileiras, após o período de avaliação do lote piloto com 1.500 armas. Comentou-se o interesse de algumas forças de segurança pública estaduais em adquirirem versões da arma adaptada para uso policial, e o fuzil deverá registrar em breve sua primeira exportação. Outro progresso é a possibilidade de novos acessórios táticos destinados ao IA2 serem fabricados no Brasil. A Night Laser Technologies está se estabelecendo em Indaiatuba (SP), com a intenção de produzir apontadores laser e miras holográficas red dot, lanternas táticas e uma série de outros implementos customizados para uso no novo fuzil. A IMBEL também enfatizou sua divisão de material de comunicações e eletrônica. Na abertura da mostra, ocorreu a cerimônia de entrega do primeiro lote de transceptores portáteis pessoais TPP 1400, um rádio digital definido por software, criptografado e capaz de transmissão simultânea de voz e dados, mais o informe automático da posição geográfica dos usuários (GPS integrado). Com alcance de 3 km, o aparelho já vem customizado para emprego com o IA2, e oferece acessórios como headsets do tipo Osteofone (combinado por condução óssea), menos suscetível ao ruído ambiente e altamente indicados para uso por forças de operações especiais ou tropas em ambiente urbano.
A revitalização e recuperação de equipamentos militares é outro importante mercado existente no Brasil, e a Technicae atua nesse segmento. Baseada em Brasília, já trabalhou em programas de revitalização de viaturas EE-9 Cascavel, EE-11 Urutu e M-113, além de prestar serviços de manutenção, integração e desenvolvimento de projetos para veículos militares e especializados das forças de segurança. Como subsidiária da Singapore Technologies no Brasil, a empresa também pode importar e customizar componentes diversos para veículos militares, e na atualidade, está com negociações em aberto junto à fabricante da torreta Allan Platt MR-550, destinada ao blindado 6X6 Guarani, de modo a conferir ao equipamento capacidade de giro e elevação por atuadores elétricos e comando por meio de joystick. Um pacote de integração de optrônicos também pode ser adicionado, o que permitiria a operação remota da torre ampliando a proteção do artilheiro em ambientes severos.
No setor aeroespacial, o sucesso do lançamento do VSB-30 movido a combustível líquido no dia 1º de setembro foi muito comentado no estande da Orbital Engenharia, já que a empresa, especialista em tecnologia aeroespacial, é responsável pelo Sistema de Alimentação Motor Foguete (SAMF) e pela integração das redes elétricas. O décimo terceiro voo do VSB-30 tornou-se um marco importante para a indústria aeroespacial nacional, pois pela primeira vez foi testado no Brasil um foguete com combustível líquido embarcado, fruto de anos de pesquisas no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Uma réplica em tamanho real do foguete ficou exposta na área externa da mostra. Outro registro da Orbital, a sua participação no Programa Sistema Espacial para Realização de Pesquisas e Experimentos com Nanossatélites comemorou a recente entrega de painéis solares destinados ao Cube Sat Serpens, empreendimento coordenado pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
O blindado Guarani chegará à 100ª unidade fabricada no final de setembro. O carro deverá receber para testes em breve a torreta TORC 30, armada com canhão de 30mm, em desenvolvimento pela ARES Aeroespacial, que exibiu um mock-up detalhado do projeto em seu estande. Pela Avibras Aeroespacial, a presença dos veículos do Sistema Astros 2020 , exibidos na mostra externa, e da maquete do míssil de cruzeiro AV TM 300, compensaram a ausência do protótipo do blindado 4X4 Tupi, que ainda encontra-se passando por avaliações competindo com mais três veículos dentro da concorrência Viatura Blindada Multitarefa Leve de Rodas (VBM-LR), aberta pelo Exército Brasileiro para a aquisição de um lote inicial de pouco mais de 30 unidades.
A Fundação Ezute participou da 3ª Mostra BID Brasil evidenciando a parceria que mantém com a Marinha do Brasil no projeto de concepção e fabricação do primeiro míssil antinavio de superfície (MAN-SUP). A equipe multidisciplinar da Ezute atua tanto nas atividades técnicas de engenharia de sistemas, como gerenciais, implementando a gestão complementar em apoio à Marinha e também na realização das atividades de engenharia de sistemas correspondentes. O desenvolvimento do MAN-SUP está a cargo de três empresas brasileiras, sendo que a Ezute provê apoio técnico-gerencial ao desenvolvimento e à integração das partes componentes fabricadas pelos diferentes fornecedores, zelando também pela sua qualificação. A Fundação também foi selecionada e aprovada para trabalhar junto à Directions de Construction Navales et Services (DCNS) no sistema de combate dos submarinos convencionais do PROSUB. Segundo o acordo entre a DCNS e a Marinha do Brasil, a empresa francesa deverá fornecer este sistema para as quatro unidades convencionais (propulsão diesel-elétrica SBR) e também para o submarino de propulsão nuclear (SN BR), e a Ezute irá participar de atividades de integração do sistema de combate para o primeiro SBR e, posteriormente, apoiará a Marinha na sua manutenção e evolução.
O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), sistema de defesa cuja missão é monitorar, de forma integrada, as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB) e as áreas internacionais de responsabilidade para operações SAR, é outro importante projeto com a participação da Fundação Ezute, que presta consultoria técnica à Marinha apoiando a contratação do desenvolvimento do SisGAAz.
A RustCon, empresa nacional especializada em consultoria em engenharia voltada para o desenvolvimento de sistemas e gestão de projetos de alta complexidade para o setor de defesa, marcou presença com projetos como o Combater – um sistema de simulação construtiva, com utilização de inteligência artificial, voltado para ações de combate, apoio e de não guerra. O sistema proporciona visualização de situações complexas envolvendo comportamento humano coletivo, tais como guerrilha, operações humanitárias e controle de multidões. A mesma tecnologia pode ser aplicada às entidades do jogo, permitindo controle automático de nível tático, incluindo toda a gama de fatores humanos na simulação como, por exemplo, moral e fatiga, proporcionando resultados não determinístico e realismo. O Combater é voltado para treinar comandantes e estados-maiores nos escalões batalhão, brigada, divisão de exército e força terrestre componente para aplicações em cenários simulados de Defesa Externa e Segurança Integrada no Território Nacional Brasileiro. A RustCon, atuando como integradora, gerencia e adéqua o simulador para as doutrinas do Exército Brasileiro. Nesse sentido, a empresa realizou o mapeamento de toda estrutura do Exército e da doutrina militar (comportamento), para a programação do Combater. Em um segundo momento, foram realizados exercícios de validação no Centro de Aplicação de Exercícios de Simulação de Combate (CAESC), coordenado pelo Comando de Operações Terrestres (COTER).
O primeiro radar oceânico brasileiro (ROB), estará apto para monitorar mares durante provas olímpicas no Brasil em 2016, segundo afirmou a IACIT, seu fabricante. Trata-se de um projeto que já consumiu investimentos na ordem de R$ 4,5 milhões, sendo 50% com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP. O ROB foi desenvolvido com a mais alta tecnologia existente no mercado mundial e tem aplicações civis, científicas e segurança nacional. O equipamento permite o mapeamento das correntes marítimas, detecta perigos ambientais como tornados e tsunamis e pode ser usado na vigilância costeira. É composto por subsistemas responsáveis pela transmissão e recepção em HF, processamento de sinais e armazenamento de dados. Devido à alta tecnologia empregada, o radar oceânico IACIT necessita de pequenas áreas para a instalação do sistema. A tecnologia desenvolvida permitirá a evolução da plataforma para outras soluções, como para rádio de comunicação em HF e radares além-do-horizonte, para a detecção de alvos a longas distâncias, utilizando a superfície do mar para a propagação do sinal. Esse sistema permite vigilância marítima para controle e gerenciamento de embarcações, combate a ações ilícitas, busca e resgate no caso de acidentes, sensoriamento meteorológico e muito mais.