Túlio escreveu:Mas aí é que está, cupincha véio: que eu saiba há um esforço institucional do GF para usar software livre, por que isso não se aplica às FFAA (se é que não, não vou discorrer sobre o que não sei, apenas vi aquela vez)?
De fato, o Lula assinou um papel, dai a virar realidade são outros quinhentos e mais bilhões de investimento.
Existem muitos equipamentos que, internamente, rodam o Windows, são chamados de "black box" onde não interessa o que tem dentro, ele é um produto fechado, faz o que se propõe a fazer e pronto, as vezes o cliente até sabe o que tem dentro, ai vira "White box", mas não se mexe dentro da caixa, muitas controladoras de storage usam Windows, como seria uma concorrência em que o uso de software livre fosse obrigatório? As vezes nem existe opção...
A menos que o governo desembolsasse para desenvolver as alternativas abertas... E ai vem o segundo problema, nessa onda de software livre todos os software governamentais e sites de órgãos teriam que atender a nova ordem, criaram o Serpro para atender a demanda, fizeram, e alguns tiveram que voltar atrás, o Serpro não deu conta ou não prestou um serviço satisfatório.
Enfim, faltou investimento para a iniciativa funcionar, faltou... Alguns bilhões de reais e muita paciência.
Então, voltando ao Guarani, por que tem Windows nele e por que tantas "caixas" tem Windows? E a resposta é simples, porque já existe praticamente tudo para Windows, muitas vezes usar algum outro sistema significa ter que desenvolver algum pedacinho que já tem pronto para Windows, esse desenvolvimento chega fácil na casa dos milhões, para 2000 unidades? Mais fácil, barato e rápido gastar alguns poucos mil reais em licenças do Windows.
Túlio escreveu:PUTZ Windows é ímã de malware
O Windows usado nesses casos tem o mínimo possível, apenas os componentes necessários para o sistema funcionar, nada de outlook, internet explorer e o usuário (peça fundamental para que 99% desses malware funcionem) tem acesso muito restrito as configurações do sistema.
E claro, eles não estão ligados na internet (quer dizer, alguns modens que vem com o Windows estão, mas não é o caso do Guarani).
Túlio escreveu:milhões de pessoas passam um tempão tentando hackear.
O que é uma vantagem, é o sistema mais testado da história, dizer que o Linux é melhor porque tem menos malware é o mesmo que dizer que o Tamoyo III é melhor que o M1 Abrams porque o primeiro nunca foi destruído em combate.
O Windows já teve muitas falhas, e que foram corrigidas, de tempos em tempos hackers descobrem falhas novas (e há empresas empenhadas nessa tarefa, a MS paga por cada falha descoberta), o esforço na descoberta de novas falhas supera o esforço nos testes de muitos sistemas militares.
Túlio escreveu:Já o Linux - que, ao contrário do Windows, tem código aberto, podendo ser customizado em níveis que creio impossíveis nos OSs proprietários - por exemplo, é de graça e, até onde eu saiba, há muito menos malware apontado para ele.
Há se fosse fácil assim de customizar o código do Linux... Um sistema operacional é algo bem complexo, supera em muito o código no F-35 e olha o que a Lockheed está sofrendo para programar aquele aviãozinho... Customizar um SO para 2000 unidades de um blindado é algo fora de cogitação, SE o governo tivesse um programa SÉRIO de gerenciamento de propriedade intelectual ai TALVEZ desse para usar um SO específico de propriedade do governo, mas estamos muito longe disso.
Túlio escreveu:Conectando isso com o FATO de que o Guarani foi projetado para operar em ambiente NCW, me parece haver muito mais espaço para "bugar" esquadrões inteiros com Windows do que com Linux (apenas um exemplo).
A superfície de ataque do sistema é bem reduzida, ele não está conectado na internet e nem no Wifi, a rede NCW que ele se conecta é proprietária (propriedade da Iveco ou do EB, não da MS), assim, o código que opera ela não tem nada a ver com o sistema operacional e é esse código que teria que ser atacado para alguém "hackear" o Guarani.
E talvez, o fato dessa rede ser proprietária seja o maior problema, a falha que permitiu os Iranianos capturarem um drone americano não teve nada a ver com o Windows ou Linux...