Clermont escreveu:Sobre essa suposta dualidade "comandante de viatura" e "comandante de GC", também seria interessante citar o modelo da Rifle Section do Exército canadense (equivalente ao GC brasileiro).
A viatura LAV-III canadense, de certa forma, é similar à "Bradley" americana. O LAV-III também é armado com canhão 25 mm, e é guarnecido por três homens: chefe de viatura (graduação equivalente a um cabo brasileiro) que é o subcomandante da seção de fuzileiros/GC (Second-In-Command ou 2IC); o atirador e o motorista (soldados especializados). A viatura transporta sete fuzileiros: o sargento (que é o comandante da seção) e mais seis soldados. Mas isto tudo pelo manual, a prática do combate real encontrava cabos canadenses comandando a seção, e soldados na chefia da viatura. E, em vez de sete combatentes desmontados, às vezes a seção só possuía quatro homens para lutarem à pé.
O que deve ser enfatizado é que a seção é uma TOTALIDADE, composta pela viatura e pelos soldados desmontados, e é comandada pelo sargento, ou seja, não existe nenhuma dualidade. Na teoria, o sargento poderia atuar na viatura ou desembarcado, mas tem quem diga que é fundamental que ele SEMPRE desembarque, já que a missão da infantaria é o combate desmontado, a viatura é só um meio e um apoio para a finalidade última.
Creio que concordo. O fato de uma determinada VTR ser capaz de conduzir "x" tripulantes não significa necessariamente que é obrigada a fazer isso; depende da visão do Cmt sobre a natureza da Missão, que em muitos casos exige o desembarque de menos homens. Não obstante e, claro,
apenas a meu ver, a limitação de um Bldo qualquer em poder levar um GC completo já é uma fraqueza.
Por exemplo, os citados LAV e Bradley têm de fato suas similaridades, considerando-se que o segundo
é um IFV e o primeiro não (sua blindagem é incapaz de deter um disparo de sua própria arma principal e esta é uma definição-chave de IFV; para isso teria de cumprir com a Norma STANAG 4569 em seu Nível V), é um APC com peça 25 (*), do mesmo modo que o Guarani é um APC com peça 30. Ambos (Bradley e LAV) são limitados em sua capacidade de transporte pela sua torre tripulada e penetrante do casco (o que já "rouba" pelo menos quatro assentos, o equivalente a uma Esq Tir completa). Isto, é claro, fez com que o que destaquei em itálico no post do amigo Clermont se tornasse não exatamente uma
opção mas sim uma
limitação.
Para ilustrar, volto ao Guarani: notemos que o assento do Cmt é em tandem em relação ao do Mot e mais ou menos paralelo ao do Atdr (que fica atrás do motor e ao lado do radiador), ficando o resto do GC em duas fileiras de quatro militares em assentos frente a frente. A primeira conclusão é que, seja qual for a torre, o GC pode embarcar, ser transportado, protegido e desembarcado completo, sem limitações impostas pelo Bldo. A diferença é que o Cmt (que tem visores que lhe permitem acesso a todos os dados do Mot e do Atdr) tem sempre a
OPÇÃO de desembarcar com a tropa ou não, de levá-la completa ou não, o que resulta em muito maior flexibilidade operacional. Que, aliás, falta aos outros citados, QED.
Para ser
perfeito, bastava ser 8x8...
(*) - A GDLS-Canadá está pondo em prática uma modernização (550 unidades) chamada LAV UP / 6.0 que supostamente dará ao LAV III a capacidade IFV mas elevará seu peso de cerca de 20 para 25 toneladas ou mais).