EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

[gitanoba]

Clermont, exatamente.

Não entendi o comentário do gitanoba (não que ele não tenha sido claro).

Desde o inicio das discussões sobre o Guarani (à 3 anos - ou mais?) leio que a tripulação do carro é de 2 pessoas (motorista e atirador) transportando um GC de 9 soldados.

Aliás, podemos dizer que este é o consenso mundial >>> tripulação do carro + GC.

Pelo que sei, o que pode variar entre os vários países, é a possibilidade do chefe do GC desembarcar com o grupo, ou não.

Bacchi

Prezado Bacchi,

agora eu é que não entendi...rs

O comentário é exatamente o mesmo conteúdo de sua observação...

Isto é: no GC (somente no GC): 9 fuzileiros + 10a posição (possível no Guarani)

A tripulação é de 2 componentes.

Ok ?

[Reginaldo Bacchi]

OK.

Li os dois artigos mencionados por gitanoba (do Cap Edson e do TC Alexandre).

Os dois comentam o fato da necessidade do atirador ter maior graduação devido a importância e complexidade da função: cabo em vez de soldado.

O segundo artigo assinado pelo TC Alexandre, comenta a possibilidade de se adotar além do comandante de grupo de combate, um comandante de carro. Neste caso, se bem entendi, a guarnição do VBTP Guarani 6X6 seria: motorista, comandante do carro, atirador e GC de 9 homens.

Ou seja com a introdução do comandante do carro, haveria mais uma pessoa, totalizando: 3 (veiculo) + 9 (GC).

Bacchi

[Clermont]

O segundo artigo assinado pelo TC Alexandre, comenta a possibilidade de se adotar além do comandante de grupo de combate, um comandante de carro. Neste caso, se bem entendi, a guarnição do VBTP Guarani 6X6 seria: motorista, comandante do carro, atirador e GC de 9 homens.

No texto, o referido oficial do Exército escreveu:

"Um debate muito comum a respeito do GC, que ainda persiste, é o fato de uma VBTP dotada de armamento complexo e de alta performance, necessitar de mais um sargento na guarnição, para comandar a viatura e um atirador especialista no sistema de armas, impondo a redução do GC, por falta de espaço na VBTP.

Ou seja, ele comenta sobre propostas de outros militares a respeito da adoção de um atirador especialista, porém, o oficial chama a atenção para que tal acréscimo implicaria na redução do GC para, subentende-se, "oito homens". Ou seja, 3 tripulantes + 8 fuzileiros.

À propósito, nos Estados Unidos, o pelotão de fuzileiros mecanizados com viaturas "Stryker" tem um graduado como chefe de viatura (um sargento E-5) que também é atirador, mais o motorista (um soldado de 1ª Classe E-3). Ocorre que no sistema americano, esse sargento E-5 na verdade, equivale a um cabo brasileiro, pois ambos comandam esquadras de fuzileiros.

Então, seguindo-se essa lógica, uma VBTP "Guarani" teria quatro praças graduados: um 3º Sargento comandante do GC; dois cabos comandantes de esquadras e um cabo chefe da viatura. Eu suponho que ficaria desequilibrado se o chefe da viatura fosse mais outro 3º Sargento.

[Reginaldo Bacchi]

Clermont, já foi dito alto e bom som, por uma pessoa conhecedora, que há espaço para mais 1 pessoa equipada no VBTP Guarani 6X6.

Eu não vou comentar mais este assunto, pois acredito que no EB haja gente habilitada para resolver esta questão de chefe de grupo de combate e chefe de viatura.

Bacchi

[Clermont]

Clermont, já foi dito alto e bom som, por uma pessoa conhecedora, que há espaço para mais 1 pessoa equipada no VBTP Guarani 6X6.

Mas, esse é o ponto.

O tenente-coronel do texto não trabalha com essa idéia de dez soldados mais dois tripulantes. Apenas com a número convencional de componentes de um GC padrão: nove homens.

Por quê? isso eu não sei. Posso apenas conjecturar. Talvez o texto tenha sido escrito antes das viaturas terem sido, realmente, apresentadas aos quartéis. Desta forma, talvez alguns oficiais não tenham a plena consciência de que o "Guarani" pode transportar, além do GC de nove homens, mais um "sobressalente".

Não é curioso que, em lugar algum da internet se encontrasse a informação do espaço para um décimo soldado de desembarque? Tanto quanto eu sei, foi o Túlio quem falou isso, pela primeira vez.

[Reginaldo Bacchi]

E eu acredito no Tulio!

Bacchi

[Reginaldo Bacchi]

Tentando entender esta questão de ter um chefe de carro e um chefe de grupo de combate, li o artigo "Understanding Why a Ground Combat
Vehicle That Carries Nine Dismounts Is Important to the Army" mencionado pelo TC Alexandre no seu artigo.

O artigo não esclarece sobre este ponto. Está mais preocupado com o fato de que o VCI Bradley M2 não é capaz de transportar um grupo de combate completo.

Todavia pelo artigo PARECE que o VCI Bradley M2 tem um chefe de carro distinto do chefe do GC.

Pode ser que o exército dos EUA tenha sentido a necessidade de um chefe de carro devido a complexidade do armamento do Bradley na torre: 1 canhão de 25 mm, 1 metralhadora co-axial de 7,62 mm e 2 misseis guiados anti carro TOW.

É muito claro pelo artigo que os VBTP Piranhas M1126 não tem chefe de carro: são 2 homens de tripulação e 9 de GC.

Bacchi

[Reginaldo Bacchi]

Lembrar que os VBTP Piranha M1126 são dotação dos Batalhões de Infantaria mecanizados das Brigadas de Infantaria Mecanizadas Stryker do exercito dos EUA.

Bacchi

[Marechal-do-ar]

O artigo não esclarece sobre este ponto. Está mais preocupado com o fato de que o VCI Bradley M2 não é capaz de transportar um grupo de combate completo.

Todavia pelo artigo PARECE que o VCI Bradley M2 tem um chefe de carro distinto do chefe do GC.

Pode ser que o exército dos EUA tenha sentido a necessidade de um chefe de carro devido a complexidade do armamento do Bradley na torre: 1 canhão de 25 mm, 1 metralhadora co-axial de 7,62 mm e 2 misseis guiados anti carro TOW.

Talvez, porque como o Bradley não carrega um GC completo é preciso de mais Bradleys do que GCs, dependendo da versão do documento são 4 Bradley para 3 GC ou 5 Bradley para 4 GC, coordenar esse transporte assim deve ser duro, por isso o chefe de carro.

[Reginaldo Bacchi]

Outra teoria.

Bacchi

[Reginaldo Bacchi]

Inteiramente off-topic: esta historia do chefe de carro e chefe do GC me fez lembrar a origem do nome Capitão de Mar e Guerra.

Na marinha portuguesa no século XVI e talvez XVII os navios tinham dois capitães: o capitão de mar e o capitão de guerra.

O capitão de mar era encarregado de navegar o navio e a tripulação marinheira, e o capitão de guerra comandava o pessoal dos canhões e os armados com bacamartes em combate.

Com o tempo chegaram a conclusão que a dualidade de comando causava problemas, e foi criado o comandante geral do navio: o Capitão de Mar e Guerra.

Bacchi

[Lucas Lasota]

Interessantíssimo off-topic. Muito obrigado.

[Glauber Prestes]

Também achei que esse Off Topic foi muito bom... Eu (e com certeza todo o resto da moderação) adoraríamos que todo OT tivesse esse teor...


Maaaaaaaaaaas, já foi, já passou, toca o barco!

[Reginaldo Bacchi]

Na verdade, caro Glauber, este off topic não foi tão off topic assim.

Foi escrito mais para que todos pensem sobre o problema de 2 chefes no mesmo carro!!!

Eu vou fazer todo o possível para obter o manual de operações do pelotão de infantaria blindado do exercito dos EUA, para tentar obter dados sobre o relacionamento do chefe do carro com o chefe do GC.

Bacchi

[jauro]

Excelente contribuição, gitanoba. Muito obrigado.

Aproveito para fazer uma pergunta de cunho epistemológico. Como se realiza na prática a experimentação doutrinária (Expr Dout) de uma determinada teoria organizacional no Exército Brasileiro?

Temos um exemplo eminente com o Projeto Guarani das possibilidades e fronteiras do conhecimento da doutrina militar. Estas diversas e interessantes propostas doutrinárias organizacionais são experimentadas a que nível? Elas são processadas em exercícios?

Acredito que o Mestre Jauro poderá explicar melhor essa questão, pela experiência própria.

Porém adiantando a resposta, trata-se de efetuar ensaios e simulações virtuais ( o que tem sido feito no âmbito do projeto Guarani) e reais (com frações de tropa). No caso da incorporação dessa família de blindados às Bda Inf Mec, a etapa de experimentação doutrinária nível pelotão já está concluída, estando em curso aquela em nível companhia de fuzileiros.

Maiores informações em:

1. quanto à Expr Dout em operações ofensivas [Ataque Coordenado (Atq Coor) e Marcha para o Combate (M Cmb)], em operações defensivas (Def) e de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

http://www.defesanet.com.br/guarani/not ... rasileiro/

2. quanto à orientação do uso de VBTP-MR em Apoio Científico-Tecnológico à Experimentação Doutrinária de
Infantaria Mecanizada (Inf Mec)

http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/c ... clnk&gl=br

3. quanto à transformação dos BIMtz em BIMec, e a Expr Dout associada, sugiro o recente trabalho (2015) do Ten Cel Inf WILSON ROGÉRIO PINHEIRO

http://redebie.decex.ensino.eb.br/vincu ... 000b24.pdf

4. e com relação à estrutura orgânica dos Pel Fuz Mec, como resultado da Expr Dout efetuada, o trabalho do Ten Cel Alex Mesquita, disponível em

http://www.defesanet.com.br/doutrina/no ... ecanizada/

Fico contente em ver que todos entenderam esses conceitos básicos de Modernização e Transformação. Para se discutir e aprofundar num assunto há que se entender os fundamentos da matéria discutida.
Estudos cobre adoção de RCC SR na Inf e na Cav existem. Estudos sobre adotar-se um RCC com Fuz, tipo RCB de rodas , também há. Só o que não há é o bendito do CC/MR-8x8. E então tudo fica embasado em CC adotados nos USA, na França, na Alemanha que são projetados para combater fora do solo pátrio, ou seja, no terreiro dos outros. Na falta deste protótipo 8x8, os estudos perdem consistência, esvoaçam-se e volatizam-se , dando a impressão que há um certo descaso, mas não, é um assunto de suma importância e deverá ser a próxima Transformação, a da Cavalaria.