Existe realmente uma chance bem concreta de os poloneses fecharem com o avião da Embraer. Mas isso como bem disseste é uma tarefa para o médio/longo prazo. A melhor chance que temos por agora, aparentemente é a própria força aérea sueca, que já disse com todas as letras - para bom entendedor meia palavra basta - que quer o KC-390, caso ele mantenha o seu cronograma original.
Se Portugal e República Checa fecharem os seus contratos, o que deve acontecer até 2016, presumo, os suecos também devem seguir este caminho, apenas aguardando os resultados das avaliações finais para a introdução operacional do modelo. E como diz-se que a FAB deve começar a receber os seus já no final do ano que vem, vamos ter que pensar de que forma a Embraer vai ter de organizar a sua linha de produção caso algum destes países queira os seus também já no ano que vem. Ou mais tardar ainda no primeiro semestre de 2017. É um cronograma bastante apertado, mas factível.
Ademais, os outros países do leste europeu devem tomar suas decisões ainda em 2016/2017 a fim de poderem começar a receber os seus aviões no biênio 2018-2020. Aliás, isto claro, se a atual turbulência econômica, política e militar no leste com os russos não fizer com que as coisas se adiantem.
Mas claro, temos de contar neste meio todo com a participação não menos que proativa do tio sam, que obviamente não vai ficar simplesmente olhando a Embraer tomar um mercado que eles crêem cativo e como seu por natureza.
A bem da verdade, estou mais interessado em que a Embraer consiga fechar as opções de venda com os parceiros de risco do projeto, no caso argentinos, chilenos, colombianos, portugueses e checos. Se conseguirmos isso, sem termos de incorrer em novas encomendas pela FAB no curtíssimo prazo - o que obviamente não irá acontecer - a fim de atingir o break even de produção para projeto justificar-se econômicamente e prover o necessário retorno financeiro do investimento, já vou achar bom demais. Serão afinal cerca de 60 aeronaves. E se os sul-afrincanos entrarem no negócio como se aventava alguns anos atrás, não vamos precisar depender de vendas na europa para garantir o negócio do ponto de vista financeiro-econõmico. O que vier de lá, já vai ser lucro.
Se eu fosse a Embraer, não falo nem do GF por que esse mais atrapalha do que ajuda, estaria me esforçando para convencer Peru e Equador a conseguir umas 2 a 4 undes para si, também. E quem sabe até o México. E olharia com mais atenção o oriente médio, que até onde se sabe, já existem bem mais de um país interessado, firmemente, em comprar o modelo.
Estamos bem sem os europeus em termos de mercado. Mas eles quiserem entrar na lista de clientes, ótimo. Se não, ótimo também. Não é por isso que vamos deixar a peteca cair.
abs.