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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10636 Mensagem por Grep » Sáb Jun 20, 2015 10:18 am

Tentem botar a venda da ideologia um pouquinho de lado e ler o conteúdo antes do veiculador.

Se o que essa senhora fala tem um minimo de verdade a corrupção é institucionalizada na base de todo ou quase todo o mundo ocidental.

Entrevista - Maria Lucia Fattorelli

“A dívida pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”

por Renan Truffi — publicado 09/06/2015 04h34, última modificação 09/06/2015 17h32
Para ex-auditora da Receita, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega, sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro


Nilson Bastian / Câmara dos Deputados
Maria Lucia Fattorelli
Maria Lucia Fattorelli já auditou a dívida pública do Equador e agora faz o mesmo pela Grécia


Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições, para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A dívida pública é a espinha dorsal”.

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Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli.

Esta não é a primeira vez que a auditora é acionada para esse tipo de missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana.

Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira, atualmente em 334,6 bilhões de reais, e provoca a necessidade do tal ajuste.

Leia a entrevista:

CartaCapital: O que é a dívida pública?

Maria Lucia Fattorelli: A dívida pública, de forma técnica, como aprendemos nos livros de Economia, é uma forma de complementar o financiamento do Estado. Em princípio, não há nada errado no fato de um país, de um estado ou de um município se endividar, porque o que está acima de tudo é o atendimento do interesse público. Se o Estado não arrecada o suficiente, em princípio, ele poderia se endividar para o ingresso de recursos para financiar todo o conjunto de obrigações que o Estado tem. Teoricamente, a dívida é isso. É para complementar os recursos necessários para o Estado cumprir com as suas obrigações. Isso em principio.

CC: E onde começa o problema?

MLF: O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real. Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa dívida? Onde é aplicado esse dinheiro? E esse é o problema. Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. O que é isso? É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.

CC: E quem, normalmente, são os beneficiados por esse esquema? Em 2014, por exemplo, os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para 334,6 bilhões de reais no Brasil. Para onde está indo esse dinheiro de fato?

MLF: Nós sabemos quem compra esses títulos da dívida porque essa compra direta é feita por meio dos leilões. O processo é o seguinte: o Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende. Como o Banco Central vende? Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas. São os chamados dealers. A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo. De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda. Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC...é por isso que a gente fala que, hoje em dia, falar em dívida externa e interna não faz nem mais sentido. Os bancos estrangeiros estão aí comprando diretamente da boca do caixa. Nós sabemos quem compra e, muito provavelmente, eles são os credores porque não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação mais rentável do mundo. E só eles compram diretamente. Então, muito provavelmente, eles são os credores.

CC: Por quê provavelmente?

MLF: Por que nem mesmo na CPI da Dívida Pública, entre 2009 e 2010, e olha que a CPI tem poder de intimação judicial, o Banco Central informou quem são os detentores da dívida brasileira. Eles chegaram a responder que não sabiam porque esses títulos são vendidos nos leilões. O que a gente sabe que é mentira. Porque, se eles não sabem quem são os detentores dos títulos, para quem eles estão pagando os juros? Claro que eles sabem. Se você tem uma dívida e não sabe quem é o credor, para quem você vai pagar? Em outro momento chegaram a falar que essa informação era sigilosa. Seria uma questão de sigilo bancário. O que é uma mentira também. A dívida é pública, a sociedade é que está pagando. O salário do servidor público não está na internet? Por que os detentores da dívida não estão? Nós temos que criar uma campanha nacional para saber quem é que está levando vantagem em cima do Brasil e provocando tudo isso.

CC: Qual é a relação entre os juros da dívida pública e o ajuste fiscal, em curso hoje no Brasil?

MLF: Todo mundo fala no corte, no ajuste, na austeridade e tal. Desde o Plano Real, o Brasil produz superávit primário todo ano. Tem ano que produz mais alto, tem ano que produz mais baixo. Mas todo ano tem superávit primário. O que quer dizer isso, superávit primário? Que os gastos primários estão abaixo das receitas primárias. Gasto primários são todos os gastos, com exceção da dívida. É o que o Brasil gasta: saúde, educação...exceto juros. Tudo isso são gastos primários. Se você olhar a receita, o que alimenta o orçamento? Basicamente a receita de tributos. Então superávit primário significa que o que nós estamos arrecadando com tributos está acima do que estamos gastando, estão está sobrando uma parte.

CC: E esse dinheiro que sobra é para pagar os juros dívida pública?

MLF: Isso, e essa parte do superávit paga uma pequena parte dos juros porque, no Brasil, nós estamos emitindo nova dívida para pagar grande parte dos juros. Isso é escândalo, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe o que se chama de anatocismo. Quando você contrata dívida para pagar juros, o que você está fazendo? Você está transformando juros em uma nova divida sobre a qual vai incidir juros. É o tal de juros sobre juros. Isso cria uma bola de neve que gera uma despesa em uma escala exponencial, sem contrapartida, e o Estado não pode fazer isso. Quando nós investigamos qual é a contrapartida da dívida interna, percebemos que é uma dívida de juros sobre juros. A divida brasileira assumiu um ciclo automático. Ela tem vida própria e se retroalimenta. Quando isso acontece, aquele juros vai virar capital. E, sobre aquele capital, vai incidir novos juros. E os juros seguintes, de novo vão se transformados em capital. É, por isso, que quando você olha a curva da dívida pública, a reta resultante é exponencial. Está crescendo e está quase na vertical. O problema é que vai explodir a qualquer momento.

CC: Explodir por quê?

MLF: Por que o mercado – quando eu falo em mercado, estou me referindo aos dealers – está aceitando novos títulos da dívida como pagamento em vez de receber dinheiro moeda? Eles não querem receber dinheiro moeda, eles querem novos títulos, por dois motivos. Por um lado, o mercado sabe que o juros vão virar novo título e ele vai ter um volume cada vez maior de dívidas para receber. Segundo: dívida elevada tem justificado um continuo processo de privatização. Como tem sido esse processo? Entrega de patrimônio cada vez mais estratégico, cada vez mais lucrativo. Nós vimos há pouco tempo a privatização de aeroportos. Não é pouca coisa os aeroportos de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro estarem em mãos privadas. O que no fundo esse poder econômico mundial deseja é patrimônio e controle. A estratégia do sistema da dívida é a seguinte: você cria uma dívida e essa dívida torna o pais submisso. O país vai entregar patrimônio atrás de patrimônio. Assim nós já perdemos as telefônicas, as empresas de energia elétrica, as hidrelétricas, as siderúrgicas. Tudo isso passou para propriedade desse grande poder econômico mundial. E como é que eles [dealers] conseguem esse poder todo? Aí entra o financiamento privado de campanha. É só você entrar no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e dar uma olhada em quem financiou a campanha desses caras. Ou foi grande empresa ou foi banco. O nosso ataque em relação à dívida é porque a dívida é o ponto central, é a espinha dorsal do esquema.

CC: Como funcionaria a auditoria da dívida na prática? Como diferenciar o que é dívida legítima e o que não é?

MLF: A auditoria é para identificar o esquema de geração de dívida sem contrapartida. Por exemplo, só deveria ser paga aquela dívida que preenche o requisito da definição de dívida. O que é uma dívida? Se eu disser para você: ‘Me paga os 100 reais que você me deve’. Você vai falar: “Que dia você me entregou esses 100 reais?’ Só existe dívida se há uma entrega. Aconteceu isso aqui na Grécia. Mecanismos financeiros, coisas que não tinham nada ver com dívida, tudo foi empurrado para as estatísticas da dívida. Tudo quanto é derivativo, tudo quanto é garantia do Estado, os tais CDS [Credit Default Swap - espécie de seguro contra calotes], essa parafernália toda desse mundo capitalista 'financeirizado'. Tudo isso, de uma hora para outra, pode virar dívida pública. O que é a auditoria? É desmascarar o esquema. É mostrar o que realmente é dívida e o que é essa farra do mercado financeiro, utilizando um instrumento de endividamento público para desviar recursos e submeter o País ao poder financeiro, impedindo o desenvolvimento socioeconômico equilibrado. Junto com esses bancos estão as grandes corporações e eles não têm escrúpulos. Nós temos que dar um basta nessa situação. E esse basta virá da cidadania. Esse basta não virá da classe politica porque eles são financiados por esse setor. Da elite, muito menos porque eles estão usufruindo desse mecanismo. A solução só virá a partir de uma consciência generalizada da sociedade, da maioria. É a maioria, os 99%, que está pagando essa conta. O Armínio Fraga [ex-presidente do Banco Central] disse isso em depoimento na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] da Dívida, em 2009, quando perguntado sobre a influência das decisões do Banco Central na vida do povo. Ele respondeu: “Olha, o Brasil foi desenhado para isso”.

CC: Quanto aproximadamente da dívida pública está na mão dos bancos e de grandes empresas? O Tesouro Direto, que todos os brasileiros podem ter acesso, corresponde a que parcela do montante?

MLF: Essa história do Tesouro Direto é para criar a impressão que a dívida pública é um negócio correto, que qualquer um pode entrar lá e comprar. E, realmente, se eu ou você comprarmos é uma parte legítima. Agora, se a gente entrar lá e comprar, não é direto. É só para criar essa ilusão. Tenta entrar lá para comprar um título que seja. Você vai chegar numa tela em que vai ter que escolher uma instituição financeira. E essa instituição financeira vai te cobrar uma comissão que não é barata. Ela não vai te pagar o juros todo do título, ela vai ficar com um pedaço. O banco, o dealer, que compra o título da dívida é quem estabelece os juros. Ele estabelece os juros que ele quer porque o governo lança o título e faz uma proposta de juros. Se, na hora do leilão, o dealer não está contente com aquele patamar de juros, ele não compra. Ele só compra quando o juros chega no patamar que ele quer. Invariavelmente, os títulos vêm sendo vendidos muito acima da Selic [taxa básica de juros]. Em 2012, quando a Selic deu uma abaixada e chegou a 7,25%, nós estávamos acompanhando e os títulos estavam sendo vendidos a mais de 10% de juros. E eles sempre compram com deságio. Se o título vale 1000 reais, ele compra por 960 reais ou 970 reais, depende da pressão que ele quer impor no governo aquele dia. Olha a diferença. Se você compra no Tesouro Direto, você não vai ter desconto. Pelo contrário, você vai ter que pagar uma comissão. E você também não vai mandar nos juros. É uma operação totalmente distinta da operação direta de verdade que acontece lá no leilão.

CC: Por que é tão difícil colocar a auditoria em prática? Como o mercado financeiro costuma reagir a uma auditoria?

MLF: O mercado late muito, mas na hora ele é covarde. Lá no Equador, quando estávamos na reta final e vários relatórios preliminares já tinham sido divulgados, eles sabiam que tínhamos descoberto o mecanismo de geração de dívida, várias fraudes. Eles fizeram uma proposta para o governo de renegociação. Só que o Rafael Correa [atual presidente do Equador] não queria negociar. Ele queria recomprar e botar um ponto final. Porque quando você negocia, você dá uma vida nova para a dívida. Você dá uma repaginada na dívida. Ele não queria isso. Ele queria que o governo dele fosse um governo que marcasse a história do Equador. Ele sabia que, se aceitasse, ficaria subjugado à dívida. Ele foi até o fim, fez uma proposta e o que os bancos fizeram? 95% dos detentores dos títulos entregaram. Aceitaram a oferta de recompra de no máximo 30% e o Equador eliminou 70% de sua dívida externa em títulos. No Brasil, durante os dez meses da CPI da Dívida, a Selic não subiu. Foi incrível esse movimento. Nós estamos diante de um monstro mundial que controla o poder financeiro e o poder político com esquemas fraudulentos. É muito grave isso. Eu diria que é um mega esquema de corrupção institucionalizado.

CC: O mercado financeiro e parte da imprensa costumam classificar a auditoria da dívida de calote. Por que a auditoria da dívida não é calote?

MLF: A auditoria vai investigar e não tem poder de decisão do que vai ser feito. A auditoria só vai mostrar. No Equador, a auditoria só investigou e mostrou as fraudes, mecanismos que não eram dívidas, renúncias à prescrição de dívidas. O que é isso? É um ato nulo. Dívidas que já estavam prescritas. Uma dívida prescrita é morta. E isso aconteceu no Brasil também na época do Plano Brady, que transformou dívidas vencidas em títulos da dívida externa. Depois, esses títulos da dívida externa foram usados para comprar nossas empresas que foram privatizadas na década de 1990: Vale, Usiminas...tudo comprado com título da dívida em grande parte. Você está vendo como recicla? Aqui, na Grécia, o país está sendo pressionado para pagar uma dívida ilegítima. E qual foi a renegociação feita pelo [Geórgios] Papandréu [ex-primeiro-ministro da Grécia]? Ele conseguiu um adiamento em troca de um processo de privatização de 50 bilhões de euros. Esse é o esquema. Deixar de pagar esse tipo de dívida é calote? A gente mostra, simplesmente, a parte da dívida que não existe, que é nula, que é fraude. No dia em que a gente conseguir uma compreensão maior do que é uma auditoria da dívida e a fragilidade que lado está do lado de lá, a gente muda o mundo e o curso da história mundial.

CC: Em comparação com o ajuste fiscal, que vai cortar 70 bilhões de reais de gastos, tem alguma estimativa de quanto a auditoria da dívida pública poderia economizar de despesas para o Brasil?

MLF: Essa estimativa é difícil de ser feita antes da auditoria, porém, pelo que já investigamos em termos de origem da dívida brasileira e desse impacto de juros sobre juros, você chega a estimativas assustadoras. Essa questão de juros sobre juros eu abordei no meu último livro. Nos últimos anos, metade do crescimento da divida é nulo. Eu só tive condição de fazer o cálculo de maneira aritmética. Ficou faltando fazer os cálculos de 1995 a 2005 porque o Banco Central não nos deu os dados. E mesmo assim, você chega a 50% de nulidade da dívida, metade dela. Consequentemente para os juros seria o mesmo [montante]. Essa foi a grande jogada do mercado financeiro no Plano Real porque eles conseguiram gerar uma dívida maluca. No início do Plano Real os juros brasileiros chegaram a mais de 40% ao ano. Imagina uma divida com juros de 40% ao ano? Você faz ela crescer quase 50% de um ano para o outro. E temos que considerar que esses juros são mensais. O juro mensal, no mês seguinte, o capital já corrige sobre o capital corrigido no mês anterior. Você inicia um processo exponencial que não tem limite, como aconteceu na explosão da dívida a partir do Plano Real. Quando o Plano Real começou, nossa dívida estava em quase 80 bilhões de reais. Hoje ela está em mais de três trilhões de reais. Mais de 90% da divida é de juros sobre juros.

CC: E isso é algo que seria considerado ilegal na auditoria da dívida pública?

MLF: É mais do que ilegal, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe juros sobre juros para o setor público. Tem uma súmula do Supremo Tribunal Federal, súmula 121, que diz que ainda que tenha se estabelecido em contrato, não pode. É inconstitucional. Tudo isso é porque tem muita gente envolvida, favorecida e mal informada. Esses tabus, essa questão do calote, muita gente fala isso. Eles tentam desqualificar. Falamos em auditoria e eles falam em calote. Mas estou falando em investigar. Se você não tem o que temer, vamos abrir os livros. Vamos mostrar tudo. Se a dívida é tão honrada, vamos olhar a origem dessa dívida, a contrapartida dela.

CC: Ao longo da entrevista, a senhora citou diversos momentos da história recente do Brasil, o que mostra que esse problema vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso, e passou pelas gestões Lula e Dilma. Mas como a questão da dívida se agravou nos últimos anos? A dívida externa dos anos 1990 se transformou nessa dívida interna de hoje?

MLF: Houve essa transformação várias vezes na nossa história. Esses movimentos foram feitos de acordo com o interesse do mercado. Tanto de interna para externa, como de externa para interna, de acordo com o valor do dólar. Esses movimentos são feitos pelo Banco Central do Brasil em favor do mercado financeiro, invariavelmente. Quando o dólar está baixo, e seria interessante o Brasil quitar a dívida externa, por precisar de menos reais, se faz o contrário. Ele contrai mais dívida em dólar. Esses movimentos são sempre feitos contra nós e a favor do mercado financeiro.

CC: E o pagamento da dívida externa, em 2005?

MLF: O que a gente critica no governo Lula é que, para pagar a dívida externa em 2005, na época de 15 bilhões de dólares, ele emitiu reais. Ele emitiu dívida interna em reais. A dívida com o FMI [Fundo Monetário Internacional] era 4% ao ano de juros. A dívida interna que foi emitida na época estava em média 19,13% de juros ao ano. Houve uma troca de uma dívida de 4% ao ano para uma de 19% ao ano. Foi uma operação que provocou danos financeiros ao País. E a nossa dívida externa com o FMI não era uma dívida elevada, correspondia a menos de 2% da dívida total. E por que ele pagou uma dívida externa para o FMI que tinha juros baixo? Porque, no inconsciente coletivo, divida externa é com o FMI. Todo mundo acha que o FMI é o grande credor. Isso, realmente, gerou um ganho político para o Lula e uma tranquilidade para o mercado. Quantos debates a gente chama sobre a dívida e as pessoas falam: “Esse debate já não está resolvido? Já não pagamos a dívida toda?’. Não são poucas as pessoas que falam isso por conta dessa propaganda feita de que o Lula resolveu o problema da dívida. E o mercado ajuda a criar essas coisas. Eu falo o mercado porque, na época, eles também exigiram que a Argentina pagasse o FMI. E eles também pagaram de forma antecipada. Você vê as coisas aconteceram em vários lugares, de forma simultânea. Tudo bem armado, de fora para dentro, na mesma época.

CC: O que a experiência grega de auditoria da dívida poderia ensinar ao Brasil, na sua opinião?

MLF: São muitas lições. A primeira é a que ponto pode chegar esse plano de austeridade fiscal. Os casos aqui da Grécia são alarmantes. Em termos de desemprego, mais de 100 mil jovens formados deixaram o país nos últimos anos porque não têm emprego. Foram para o Canadá, Alemanha, vários outros países. A queda salarial, em média, é de 50%. E quem está trabalhando está feliz porque normalmente não tem emprego. Jornalista, por exemplo, não tem emprego. Tem até um jornalista que está colaborando com a nossa comissão e disse que só não está passando fome por conta da ajuda da família. A maioria dos empregos foram flexibilizados, as pessoas não têm direitos. Serviços de saúde fechados, escolas fechadas, não tem vacina em posto de saúde. Uma calamidade terrível. Trabalhadores virando mendigos de um dia para o outro. Tem ruas aqui em que todas as lojas estão fechadas. Todos esses pequenos comerciantes ou se tornaram dependentes da família ou foram para a rua ou, pior, se suicidaram. O número de suicídios aqui, reconhecidamente por esse problema econômico, passa de 5 mil. Tem vários casos de suicídio em praça pública para denunciar. Nesses dias em que estou aqui, houve uma homenagem em frente ao Parlamento para um homem que se suicidou e deixou uma carta na qual dizia que estava entregando a vida para que esse plano de austeridade fosse denunciado.

http://www.cartacapital.com.br/economia ... -9552.html
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10637 Mensagem por Wingate » Sáb Jun 20, 2015 10:36 am

O próprio Lula admite a ruindade do atual governo:

Em encontro com religiosos, Lula faz duras críticas a Dilma e a sua gestão: ‘ela está no volume morto’

Ex-presidente admitiu ainda que é ‘um sacrifício’ convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão

SITE O GLOBO
POR TATIANA FARAH E JULIANNA GRANJEIA
20/06/2015 6:00 / ATUALIZADO 20/06/2015 8:36

SÃO PAULO - Como se estivesse em um confessionário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o coração a um seleto grupo de padres e dirigentes de entidades religiosas no auditório de seu instituto, anteontem, em São Paulo. Em tom de desabafo, criticou duramente a presidente Dilma Rousseff e creditou ao governo dela, sobretudo no segundo mandato, a crise vivida pelos petistas. Para Lula, a taxa de aprovação da companheira está no “volume morto”, numa referência à situação hídrica paulista, e, com o silêncio do Planalto, o “governo parece um governo de mudos”. O ex-presidente admitiu ainda que é “um sacrifício” convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão.

— Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos — disse Lula.

Para ilustrar a profundidade do poço em que se meteu o PT, Lula citou uma pesquisa interna do partido, que revela que a crise se instalou no coração da legenda, o ABC Paulista. Muito rouco, o ex-presidente dizia coisas como “o momento não está bom” e “o momento é difícil”.

— Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo — disse Lula aos religiosos.

Ele afirmou ter dito à presidente: “Isso não é para você desanimar, não. Isso é para você saber que a gente tem de mudar, que a gente pode se recuperar. E entre o PT, entre eu e você, quem tem mais capacidade de se recuperar é o governo, porque tem iniciativa, tem recurso, tem uma máquina poderosa para poder falar, executar, inaugurar”.

Na mesa, os mais de 30 participantes do encontro, entre eles o bispo dom Pedro Luiz Stringhini, não deram trégua ao ex-presidente. Sobraram críticas para o PT, o governo, o próprio Lula e seu pupilo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Os religiosos defenderam que o partido volte à antiga liturgia e se aproxime mais dos trabalhadores.

Lula concordou com a tese, dizendo que os petistas trocaram a discussão da política pela do mandato.

A reunião faz parte da estratégia do partido de tentar se reaproximar de sua base social. O interlocutor da ala religiosa é o ex-ministro Gilberto Carvalho, mencionado diversas vezes por Lula, em seu discurso de mais de 50 minutos, para exemplificar como o governo Dilma perdeu o contato com os movimentos sociais. Lula cobrou da presidente, e tem feito isso em outras reuniões reservadas, uma agenda positiva e mais exposição pública. Para o petista, Dilma deixou o governo mais distante dos mais pobres.

— Na falta de dinheiro, tem de entrar a política. Nesses últimos cinco anos, fizemos muito menos atividade política com o povo do que fizemos no outro período — disse ele, citando as conferências nacionais com grupos sociais:

— Isso acabou, Gilberto!

Lula reclamou que Dilma tem dificuldade de ouvir até mesmo os conselhos dados por ele:

— Gilberto sabe do sacrifício que é a gente pedir para a companheira Dilma viajar e falar. Porque na hora que a gente abraça, pega na mão, é outra coisa. Política é isso, o olhar no olho, o passar a mão na cabeça, o beijo.

Nesse ponto da conversa, o ex-presidente fez questão de ressaltar: falar com a população não é “agendar para falar na televisão”.

Durante a reunião, Gilberto Carvalho, que saiu do núcleo central do governo Dilma depois de muitas críticas à atuação da equipe da presidente, concordava com Lula, completava frases e assentia com a cabeça enquanto o ex-presidente subia o tom:

— Aquele gabinete (presidencial) é uma desgraça. Não entra ninguém para dar notícia boa. Os caras só entram para pedir alguma coisa. E como a maioria que vai lá é gente grã-fina... Só entrou hanseniano porque eu tava no governo, só entrou catador de papel porque eu tava no governo — disse Lula, que completou:

— Essa coisa se perdeu.

Lula revelou o quem tem conversado com Dilma nos encontros privados. Os dois têm feito reuniões em São Paulo, e a presidente só as informa na agenda oficial depois que são realizadas. Ele disse que fala para a presidente que a hora é de “ ir para a rua, viajar por esse país, botar o pé na estrada”. Diz ainda que os petistas não podem temer as vaias. Uma das armas para recuperar a combalida gestão, segundo ele, é investir na execução do Plano Nacional de Educação. O problema seria, de acordo com ele mesmo, que o próprio PT desconhece o conteúdo do plano.

“OS MINISTRO TÊM DE FALAR”

O petista, que não falou com os padres sobre uma possível candidatura à Presidência em 2018, mas não esconde que pode concorrer ao terceiro mandato, disparou fortemente contra os ministros, sobretudo os do PT.

— Os ministros têm de falar. Parece um governo de mudos. Os ministros que viajam são os que não são do PT. Kassab já visitou 23 estados, não sei quem já visitou 40 estados —exagerou.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, preside o PSD e quer recriar o Partido Liberal. Foi citado mais uma vez, para criticar o desânimo dos líderes petistas:

— Aí não dá. Kassab já tá criando outro partido e a gente não tá defendendo nem o da gente!

Lula disse que também tem chamado a atenção do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, dizendo que ele deveria fazer mais discursos públicos.

— Pelo amor de Deus, Aloizio, você é um tremendo orador — disse ele, que emendou, arrancando risos dos religiosos: — É certo que é pouco simpático.

O ex-presidente ressaltou ainda que “inaugura-se (obra do) Minha Casa Minha Vida todos os dias”, mas que os políticos locais não destacam o papel do governo nas obras.

Para criticar o empenho de Dilma na aprovação do ajuste fiscal, Lula afirmou:

— Falar é uma arma sagrada. Estamos há seis meses discutindo ajuste. Ajuste não é programa de governo. Em vez de falar de ajuste... Depois de ajuste vem o quê? — criticou Lula, apontando que é preciso “fazer as pessoas acreditarem que o que vem pela frente é muito bom”. Segundo o petista, “agora parece que acabou o (assunto) do ajuste”.

Lula disse que o governo não dá boas notícias ao país.

— Nós tivemos as eleições no dia 26 de outubro. De lá pra cá, Gilberto, nós temos que dizer para vocês, porque vocês são companheiros, depois de nossa vitória, qual é a noticia boa que nós demos para este país? Essa pergunta eu fiz para a companheira Dilma no dia 16 de março, na casa dela.

Segundo Lula, nesse encontro estavam os ministros Mercadante, Jacques Wagner (Defesa) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), além de Rui Falcão, presidente nacional do PT.

—Eu fiz essa pergunta para Dilma: “Companheira, você lembra qual foi a última notícia boa que demos ao Brasil?” E ela não lembrava. Como nenhum ministro lembrava. Como eu tinha estado com seis senadores, e eles não lembravam. Como eu tinha estado com 16 deputados federais, e eles não lembravam. Como eu estive com a CUT, e ninguém lembrava.

Para os religiosos — que foram recebidos no Instituto Lula com café, refrigerantes, sanduíches e docinhos como brigadeiro e olho de sogra — Lula continuou a “confissão”, elencando as más notícias dadas pelo governo:

— Primeiro: inflação. Segundo: aumento da conta de água, que dobrou. Terceiro: aumento da conta de luz, que para algumas pessoas triplicou. Quarto: aumento da gasolina, do diesel, aumento do dólar, aumento das denúncias de corrupção da Lava-Jato, aquela confusão desgraçada que nós fizemos com o Fies (Financiamento Estudantil), que era uma coisa tranquila e que foram mexer e virou uma desgraceira que não tem precedente. E o anúncio do que ia mexer na pensão, na aposentadoria dos trabalhadores.

Nesse momento, Lula resgatou as promessas não cumpridas por Dilma durante a última campanha eleitoral.

— Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: “Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa”. E mexeu. Tem outra frase, Gilberto, que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: “Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano”. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso (no programa de TV do partido) e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado.

O ex-presidente ainda disse aos religiosos — entre eles o padre Julio Lancelotti, dirigentes de pastorais católicas e um pastor evangélico — não acreditar na existência do mensalão.

— Não acredito que tenha havido mensalão. Não acredito. Pode ter havido qualquer outra coisa, mas eu duvido que tenha havido compra de voto — disse ele, mencionando que o ex-deputado Luizinho, do PT de Santo André, não poderia ter voto comprado no mensalão porque era, na época do escândalo, em 2005, líder do governo.

Lula repetiu a crítica que tem feito desde o início do ano nas reuniões do partido: a de que os petistas saíram derrotados do caso do mensalão porque trataram do caso “juridicamente”, quando a discussão, segundo ele, é política. Os petistas têm se desdobrado para defender, desta vez, o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, acusado de integrar o esquema descoberto pela Operação Lava-Jato, numa mudança em relação à postura adotada sobre o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

Durante as investigações do mensalão, a direção do PT expulsou Delúbio, que só voltou a ser defendido pelos principais nomes da legenda quando começou o julgamento no Supremo.

— Nós começamos a quebrar a cara ao tratar do mensalão juridicamente. Então, cada um contratou um advogado. Advogado muito sabido, esperto, famoso, desfilando por aí, falando que a gente ia ganhar na Justiça. E a imprensa condenando. Todo dia tinha uma sentença. Quando chegou o dia do julgamento, o pessoal já estava condenado — disse Lula.


Para ele, o atual momento vivido pelo PT é ainda mais dramático. Ele diz que há um “mau humor na sociedade”. E que até o ministro do STF Ricardo Lewandowski, “que votou contra (o mensalão)”, sofreu ofensas.

Hoje, segundo Lula, quem é hostilizado na rua são os próprios petistas.

— Jamais vi o ódio que está na sociedade. Família brigando dentro de família, companheiro do PT que não pode entrar em restaurante...

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/em-encon ... z3dboLG8W3

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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10638 Mensagem por Clermont » Sáb Jun 20, 2015 10:54 am

A batata deste sujeitinho está começando a fazer fumacinha.

Se algum dos grandões dessas empreiteiras que foram presos abrir o bico e denunciar o Inácio da Silva, ele vai ficar totalmente desmoralizado.

Ex-presidente não tem imunidades e ele bem pode acabar numa cela da Polícia Federal.
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#10639 Mensagem por Grep » Sáb Jun 20, 2015 11:32 am

VEJA ANUNCIA A PRÓXIMA PRISÃO DE MORO: LULA
:
Revista da Editora Abril, que tem feito campanha sistemática contra o ex-presidente Lula nas últimas décadas, afirma que a prisão dos empreiteiros Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, foi o "penúltimo degrau" da Operação Lava Jato; na reportagem deste fim de semana, Veja praticamente pede que o juiz Sergio Moro prenda, na fase derradeira, o ex-presidente Lula, apontado pela população brasileira como o melhor presidente da história e tido como eventual candidato do PT em 2018; de acordo com Veja, que também acusa os filhos do ex-presidente, a Polícia Federal agora está "a um passo do ex-presidente Lula"; guerra política praticamente quebrou o setor de engenharia no Brasil
20 DE JUNHO DE 2015 ÀS 10:21


247 – A reportagem de capa deste fim de semana da revista Veja, principal ponta de lança da guerra política que praticamente quebrou o setor de engenharia no Brasil, faz um pedido à força tarefa conduzida pelo juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato: prendam o ex-presidente Lula, reconhecido internacionalmente como o maior embaixador contra a fome no mundo e apontado por 50% da população brasileira como o melhor governante da história do País.

Segundo Veja, a prisão dos empreiteiros Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, representa o "penúltimo degrau" da Operação Lava Jato. O último seria a prisão de Lula, assim como daqueles que foram seus dois principais ministros em sua primeira gestão: José Dirceu e Antonio Palocci. Ambos se tornaram consultores após deixarem o governo e estão sendo investigados na Lava Jato.

"Resta pegar a estrela principal no firmamento governista", diz Veja, que também aponta Lula como "o ponto de convergência entre corruptos e corruptores". Potencial candidato à presidência da República em 2018, Lula corre o risco de ser abatido, antes disso, pela Lava Jato. Além de Veja, por exemplo, o grupo Globo, que defende a abertura do pré-sal a petroleiras internacionais e a vinda de empreiteiras estrangeiras ao País, também já defende a prisão de Lula em algumas de suas principais trincheiras, como a coluna de Merval Pereira.

Na reportagem deste fim de semana, Veja também acusa a Andrade Gutierrez de ter beneficiado dois filhos de Lula, Fábio Luis e Lurian, e a Odebrecht de ter favorecido um de seus sobrinhos, chamado Taiguara Rodrigues. Nenhuma palavra sobre as notórias ligações da Odebrecht com o PSDB e da Andrade Gutierrez com Aécio Neves, que, na última campanha presidencial, teve a empreiteira mineira como sua maior doadora de campanha.

http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... o-Lula.htm
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10640 Mensagem por Matheus » Sáb Jun 20, 2015 4:32 pm

O que quebrou o setor de engenharia foi o juiz Moro, kkkk, como escrevem merdas esses petistas....por favor...governo afundado até o pescoço na lama da corrupção, aliado à irresponsável distribuição de crédito imobiliário é que fez o setor quebrar. Qualquer punhado de tijolos tão pedindo 500 mil como se fosse troco de pinga pra um país com renda média de 2500 reais...tem que quebrar e estes preços voltar a realidade. Ah, e estes que se achavam intocáveis, tem que pagar o preço de ser corrupto.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10641 Mensagem por Grep » Sáb Jun 20, 2015 5:59 pm

O juizinho de primeira instancia mandou prender os donos da CC e Odebrecht, alegando que o governo não impediu que elas participarem de licitações.

É obvio que esse sujeito está trabalhando para quebrar o país.

E o pais está mesmo quebrando, e o melhor, vão jogar essa historia junto com as cagadas da Dilma e do PT e esses vão levar a culpa sozinhos.


Ou não...Essa historia está cada vez mais tensa.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10642 Mensagem por Bourne » Sáb Jun 20, 2015 6:36 pm

Prisão e punição, agora. Encampação, estatização, privatização e pulverização das ações das empreiteiras depois. É hora de se livrar das "bad institutions" e romper com essa estrutura de poder e loteamento do estado por grupos privados. [004]
Imprensa internacional: Prisão de 'magnatas' tenta combater cultura de impunidade entre ricos

A prisão de dois dos principais executivos do país, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e o da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, ganhou destaque na imprensa internacional.

Publicações como os americanos The Wall Street Journal e The New York Times, o britânico Financial Times, o francês Le Monde, o espanhol El País e o argentino Clarín, entre outros, repercutiram as detenções, feitas na manhã de sexta-feira.

O jornal The Wall Street Journal chamou os executivos de "magnatas" brasileiros acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
Leia mais: Presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez são presos na Lava Jato; relembre principais prisões

O periódico, assim como o New York Times e britânico Financial Times, chamou atenção para o nome dado a esta fase da operação - Erga Omnes, "para todos" em latim -, que, de acordo com a polícia, indica um esforço para acabar com a cultura de impunidade entre as classes mais ricas do país.

O WSJ disse que, apesar dos efeitos negativos, o escândalo revelado pela operação Lava Jato fez com que "polícia e órgãos judiciais emergissem como instituições independentes em uma nação onde ricos e poderosos escaparam de punições por muito tempo."

"[O nome da operação] foi aparentemente uma mensagem de que o país está tentando acabar com sua autodenominada cultura de impunidade, em que ricos e poderosos quebram a lei sem medo de punição", escreve o New York Times.

Já o britânico Financial Times destacou a fala do policial federal Igor Romário de Paula, que disse que o nome da operação tem o objetivo de passar uma mensagem de que a lei se aplica a todos, independentemente de sua "posição social, poder de influência ou poder econômico".

O francês Le Monde deu destaque para o fato de que foram presos os presidentes de "duas das maiores empresas de construção do país que trabalham notoriamente nas obras de infraestrutura destinadas aos Jogos Olímpicos Rio 2016".

Jornais afirmaram que operação seria tentativa de acabar com cultura de impunidade entre ricos no país
Já o argentino Clarín destacou os investimentos da Odebrecht na Argentina e outras ligações internacioais do suposto esquema - afirmando, por exemplo, que as investigações recolheram indícios na Suíça, Panamá e Mônaco.

Lula

O WSJ, o FT e o Clarín também mencionaram que as prisões desta sexta-feira aproximam o escândalo do ex-presidente Lula.
O Financial Times viu a abertura de investigações preliminares sobre um suposto tráfico de influência por parte de Lula para beneficiar a Odebrecht como um "sinal de que os promotores estão tentando ligar as atividades da Odebrecht a Lula".

"No mês passado, promotores abriram uma investigação preliminar sobre 'tráfico de influência', um crime no Brasil. Eles investigam suspeitas de que ele teria ajudado a Odebrecht a ganhar contratos em Cuba e Angola, entre outros, enquanto a Odebrecht contribuía para uma fundação que ele gere", escreve o Wall Street Journal.

Para o Clarín, a prisão de Odebrecht "transcende a investigação das causas de corrupção na Petrobras" porque também toca na investigação sobre Lula.
Já o espanhol El País mencionou que "a suposta rede (de corrupção na Petrobras) operou desde 2002 e abarcou o mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT".

Lava Jato
As prisões dos executivos fizeram parte da 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras.
A nova fase da operação incluiu 59 mandados judiciais a serem cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Em comunicado, a Odebrecht diz acreditar que "a prisão é desnecessária pois a empresa tem colaborado com as investigações policiais."

A Andrade Gutierrez também negou envolvimento no escândalo.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/ ... w_facebook
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#10643 Mensagem por mmatuso » Sáb Jun 20, 2015 6:53 pm

Se cavarem tudo vão chegar até o Itaquerão. [003]
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#10644 Mensagem por Túlio » Sáb Jun 20, 2015 7:00 pm

Verdade, PT über alles, kamerad...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10645 Mensagem por Grep » Sáb Jun 20, 2015 7:18 pm

Primeiro quebra todas as empresas, para todas as obras do Brasil, gera um colapso na economia e nos empregos, industria naval já dão como morta e tudo bem(até parecem torcer por isso, é coisa do barba!), Belo Monte para também e deixa apodrecer?...depois estatiza e depois vende barato o que restar?
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10646 Mensagem por Clermont » Sáb Jun 20, 2015 7:29 pm

Que pais é este?

Merval Pereira - O Globo, 20.06.15.

Para se ter uma idéia do que representa a prisão de Marcelo Odebrecht, basta saber que ele mandava ir para sua casa todo diretor da empreiteira que fosse alvo de boatos de prisão. Queria com isso dar garantias ao funcionário de que ninguém o molestaria. Ver policiais em sua casa ontem pela manhã em São Paulo deve ter irritado muito o dirigente da maior empresa brasileira.

Momentos como esse marcam a reviravolta de um país. “Quando vão pegar a Odebrecht?” era a pergunta que não calava, como se dependesse da resposta a credibilidade de toda a Operação Lava-Jato.

O fato de ter demorado tanto demonstra bem os perigos que corriam os Procuradores do Ministério Público, a Polícia Federal e o próprio juiz Sérgio Moro para dar este passo decisivo. Não foi à toa que investigaram por quase um ano as duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierez, antes de prender seus principais dirigentes.

A prisão dos dois prova que o país está mudando. É sintomático de um novo momento que o Brasil vive, tentando controlar a corrupção, completamente disseminada. A prisão icônica de Marcelo Odebrecht, com base numa investigação extensa, é um indício de provas da atuação dele nos desvios da Petrobras e em outras estatais também.

Se tivesse havido a delação premiada na ação penal do mensalão, o resultado teria sido bem mais aprofundado. O publicitário Marcos Valério só está preso, condenado a mais de 40 anos, por que até o último momento acreditava que seus cúmplices no PT, especialmente Lula, tivessem força política para evitar o julgamento.

Bem que o ex-presidente tentou, mas já ali não tinha mais a capacidade de interferir, embora tenha sido poupado da denúncia pelo receio do Procurador-Geral da República à época de que, incluindo-o entre os denunciados, o processo não andasse. Sobrou para o seu chefe do Gabinete Civil e notório homem forte José Dirceu a carga de ser o comandante da trama.

Assim como o juiz Sérgio Moro diz hoje que “é inviável” que os presidentes das empreiteiras não soubessem do que acontecia, devido ao tamanho da operação criminosa, já não é um bicho de sete cabeças dizer que as relações de Lula com as empreiteiras eram tão próximas que é “inviável” que o ex-presidente nada soubesse do que andavam tramando os políticos e empreiteiros na Petrobras e em outras estatais pelo país afora.

Além do mais, o PT é um dos partidos mais beneficiados pelos desvios das estatais. É uma questão de tempo as investigações chegarem ao Instituto Lula e a sua empresa de palestras, juntando dois mais dois. A relação do ex-presidente com as empreiteiras, notadamente a Odebrecht, é do conhecimento público, e o que há de menos grave nelas é o conflito de interesses.

Lula não é um ex-presidente qualquer que passou a fazer parte do circuito internacional de palestras, o que é muito natural. Ele continua sendo a eminência parda dos governos petistas, influindo decisivamente nos rumos do país, para o bem e para o mal.

Por isso, não poderia ter esse relacionamento comercial com empresas que prestam serviços ao governo que comanda dos bastidores. Se nos áureos tempos do mensalão Dirceu já disse que “um telefonema meu é um telefonema”, imaginem um telefonema de Lula.

Se o ex-presidente Lula tiver algum tipo de participação nos desvios, certamente a informação vai aparecer. É preciso investigar a ligação entre as palestras e as viagens internacionais do ex-presidente, financiadas pela Odebrecht, e a interferência dele para beneficiar a empresa.

Para chegar até aqui, tivemos que passar pelo mensalão. O que está sendo desvendado nesses dez anos é simplesmente uma maneira de fazer negócios (e política) que predomina no país não é de agora, mas que o PT exacerbou ao máximo, provavelmente escudado na popularidade de Lula.

“Que país é este?”, perguntou, genuinamente surpreso, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, indicado pelo PT, ao ser preso em sua casa. É o que veremos ao fim da Operação Lava-Jato.
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#10647 Mensagem por Bourne » Sáb Jun 20, 2015 8:34 pm

Grep escreveu:Primeiro quebra todas as empresas, para todas as obras do Brasil, gera um colapso na economia e nos empregos, industria naval já dão como morta e tudo bem(até parecem torcer por isso, é coisa do barba!), Belo Monte para também e deixa apodrecer?...depois estatiza e depois vende barato o que restar?
Não.

O funcionamento da empresa não pode estar ligada a propriedade. primeiro puno, depois estatiza e pulveriza as ações no mercado. Impondo um novo tipo de governança baseado na transparência e impessoalidade. O país não pode ser subjugado pelos barões ladrões.

Uma opção é pulverizar as ações com foco nos trabalhadores e pequenas empresas, inclusive podendo usar o fundo de garantia como parte da operação de compra. No fim iria bombar o mercado de ações e impor transparência e melhor gestão as mega-empresas. Assim romper o crony capitalismo.

É claro que os donos das empreiteiras e beneficiados pelo sistema não querem pensar na hipótese. Vendem sim a ideia do apocalipse e que as empresas morrem com eles. Hoje estão fragilizados e acuados. Amanhã mexem os pauzinhos para se recuperar e manter o sistema como está.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10648 Mensagem por nveras » Sáb Jun 20, 2015 10:22 pm

Nunca vi ninguém botar a culpa no juiz quando ele prende traficantes. Afinal de contas, eles também dão empregos.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10649 Mensagem por cassiosemasas » Dom Jun 21, 2015 1:31 am

Bourne escreveu:
Grep escreveu:Primeiro quebra todas as empresas, para todas as obras do Brasil, gera um colapso na economia e nos empregos, industria naval já dão como morta e tudo bem(até parecem torcer por isso, é coisa do barba!), Belo Monte para também e deixa apodrecer?...depois estatiza e depois vende barato o que restar?
Não.

O funcionamento da empresa não pode estar ligada a propriedade. primeiro puno, depois estatiza e pulveriza as ações no mercado. Impondo um novo tipo de governança baseado na transparência e impessoalidade.
O país não pode ser subjugado pelos barões ladrões.

Uma opção é pulverizar as ações com foco nos trabalhadores e pequenas empresas, inclusive podendo usar o fundo de garantia como parte da operação de compra. No fim iria bombar o mercado de ações e impor transparência e melhor gestão as mega-empresas. Assim romper o crony capitalismo.

É claro que os donos das empreiteiras e beneficiados pelo sistema não querem pensar na hipótese. Vendem sim a ideia do apocalipse e que as empresas morrem com eles. Hoje estão fragilizados e acuados. Amanhã mexem os pauzinhos para se recuperar e manter o sistema como está.
isso seria lindo!!!!
...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#10650 Mensagem por Bourne » Dom Jun 21, 2015 6:34 am

Quase todos os países desenvolvidos de uma forma ou outra tiveram que enfrentar os grandes conglomerados e impor limites em relação a sociedade e estado.

Nos EUA foi com a caçada aos barões ladrões do século XIX e começo do XX. Literalmente a justiça e congresso perseguiam as grandes empresas que abusavam do poder, junto veio uma nova estrutura jurídica contra deslizes, golpes e prevê cadeia para crimes de sonegação e desvios de conduta. A legislação bate pesado. Enquanto na Europa e Japão as guerras mundiais e necessidade de reconstrução foram o rompimento com o poder dos grandes grupos. A maioria teve a estrutura preservada e foram fundamentais na reconstrução dos países, mas foi imposta a responsabilidade social e necessidade de também servir a sociedade. Nesse ponto é a diferença brutal da empresa norte-americana em relação a europeia e japonesa.

Hoje é o drama da Coreia em que as chaebols, apesar de enfraquecidos, ainda pensam que podem tratar os coreanos como seus operários dentro de uma grande fábrica. O primeiro rompimento foi nos anos 1990s em que os chebols perderam posições de prestigio no estado, especialmente pelos vastos de corrupção e desvio de conduta. Dificilmente irá achar uma empresa coreana que algum dia já não teve favores do estado e foi acusada de desviar recursos.

No Brasil é hora de discutir isso. Quais são os limites legais? Qual o grau de transparências que as mega empreiteiras e outras devem ter para vencer licitações e receber subsídios de crédito e tributários? Até que ponto a ligação com as famílias e cultura administrativa presente nessas empresas desde sua origem e crescimento na ditadura militar é saudável?

Sou favorável a maior transparência e quebrar essas instituições ruins que os proprietários desenvolveram para lucrar em cima da sociedade e ineficiência do estado. Ou melhor, criando mecanismos para que as ineficiências se mantenham. Por que assim como as coreanas, sempre estiveram envolvidas em corrupção e relações carnais com o poder. Assim romper o laço entre fundadores e cultura administrativa seja o primeiro passo para repensar o papel social dessas empresas no país. O segundo passo de transformar o senhorzinho do FGTS em acionista e dono da empresa, exigindo que a empresa tenha um novo nível de transparência e prestação de contas do que faz. Mais o menos o que a França fez com as grandes empresas após a segunda guerra.

Não se enganem. Atrás do discurso ufanista dessas empresas, escondem a cultura de se apropriar do estado e ganhar vantagens. Assim como fizeram durante a ditadura militar. E agora prosseguem financiando todo tipo de político. Tanto que a lei de licitações que extremamente protecionista e que permite a elas cobrarem duas, três vezes mais do que o contrato é fruto do lobbie pesado para não deixar nenhuma construtora estrangeira entrar no Brasil e, menos ainda, nacionais fora do esquema ganharem obras relevantes.

Antes de declarar o caos econômico, lembrem quantas centenas de bilhões ou trilhões já desapareceram com o patrocínio dessas empreiteiras nas últimas décadas. Ou melhor, quando poderia ter sido feito a mais se elas tivessem trabalhado corretamente, competindo entre si e entregando os contratos com preço "justo" no prazo e custos acordados. Olhem como o exercito consegue executar as obras até abaixo do custo orçado. Não é milagre. Alguma coisa de muito errado tem nas grandes obras do brasil e, a parte errada, está enchendo os bolsos.

É fundamental por elas na linhas e criar mecanismos institucionais em que elas não o façam mais. deixando bem claro que existe uma ordem jurídica e punição dura. Esse é o problema de hoje do Brasil. Não gargantear em cima da dívida pública sem saber como funciona a administração, mas dessa má administração e regulação que fazem sumir centenas de bilhões por ano e manda a conta para a sociedade, sem reverter em benefícios.
Trancado