ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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eligioep
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2956 Mensagem por eligioep » Qui Abr 09, 2015 11:59 am

FCarvalho escreveu:
.............................................................................
Primeiro que este vídeo mostra algo que eu pensava não haver até então no EB, que é um pel de morteiros pesados atrelado a um btl inf.
.............................................................................
ps: eu tinha me esquecido de dizer. no vídeo mostra que mesmo uma peça de morteiro pesada como o 120 pode ser tracionada por simples uma viatura 3/4 ton como os Defender 110, ou como eu pessoalmente gostaria de ver, uma viatura AM-31 de 1 1/2 ton a qual poderia tranquilamente em um único veículo transportar o morteiro, sua equipe e respectiva munição, poupando recursos e meios materiais.
.............................................................................
Carvalho,
desde que foi recebido, o Mrt 120 foi previsto para ser tracionado por Land Rover 130, cabine dupla, onde a munição e a guarnição vão embarcados na mesma viatura.
No caso da 6ª Bda Inf Bld, os BIB e os RCC tem 4 morteiros e suas viaturas tratoras. Isso já fazem talvez uns 6 ou 7 anos.
No CMA, usam a pick-up Marruá para essa função.

Best regard's.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2957 Mensagem por FCarvalho » Qui Abr 09, 2015 12:05 pm

Olá eligioep, grato pela informação.

As land não são um tanto que "fraquinhas" para este tipo de missão? Um veículo maior e mais robusto como o AM31, ou mesmo uma AM23, não seria mais indicado, até pelas sobras que teria em relação ao peso/material levado?

abs




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2958 Mensagem por Lywis » Qua Abr 22, 2015 11:51 am

Pessoal dêem uma olhada na matéria do Plano Brasil no link abaixo, tentei mas não consegui publicar a matéria toda, ficou dando erro.

http://www.planobrazil.com/brasil-bae-l ... a-militar/

Fiquei confuso, a BAE já está fazendo a atualização dos M109? O negócio já foi fechado mesmo?

E esse "lote de 40 unidades doadas pelos EUA e equipadas com sistemas embarcados de última geração" a serem revitalizadas pela BAE, alguém já tinha ouvido falar sobre isso?




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2959 Mensagem por juarez castro » Qua Abr 22, 2015 4:31 pm

FCarvalho escreveu:Olá eligioep, grato pela informação.

As land não são um tanto que "fraquinhas" para este tipo de missão? Um veículo maior e mais robusto como o AM31, ou mesmo uma AM23, não seria mais indicado, até pelas sobras que teria em relação ao peso/material levado?

abs
Carvalho, este tipo de afirmação só é valida se analizar o CMT e o PBT da viatura, se estiverem dentro da curva de tração e massa não há problema algum.

Grande abraço




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2960 Mensagem por FCarvalho » Qua Abr 22, 2015 7:14 pm

juarez, o que significa a sigla CMT?

abs




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2961 Mensagem por general-lee » Qua Abr 22, 2015 10:17 pm

FCarvalho escreveu:juarez, o que significa a sigla CMT?

abs
CMT- capacidade maxima de tracao-PBT peso bruto total...........se ajudei....sds




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2962 Mensagem por juarez castro » Qua Abr 22, 2015 10:22 pm

Perfeito, o CMT que consta no manual da viatura definirá real capacidade de tração dela, que inclusive pode variar em função da tração 4x4 e da caixa de redução que esta viatura possui.

Grande abraço




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2963 Mensagem por FCarvalho » Qui Abr 23, 2015 11:32 am

obrigado pelo esclarecimento aos colegas.

abs,




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2964 Mensagem por FCarvalho » Qui Mai 21, 2015 6:54 pm

Na minha desimportante opinião, a melhor opção em termos de parceria para o desenvolvimento de nossa arma de artilharia. Dentre outros sistemas que eles podem nos oferecer.
Quanto a questão da indefectível aero-transportabilidade, nada que um Y-20 não possa responder. 8-]
Será que fomos convidados?

11 de maio de 2015
Alcance: Denel T5-52 atira granadas a quase 55 km de distância

Imagem

A sul-africana Denel Land Systems teve a oportunidade de testar, mês passado, o seu sistema de artilharia de longo alcance T5-52, que consiste em uma peça de 155 mm montada sobre um caminhão.

Os deslocamentos da viatura e os disparos foram realizados em um evento fechado para convidados, que teve lugar no Campo de Testes de Overberg, no litoral sul da África do Sul, perto da cidade de Arniston.

Dotado de munição especial, de impulso assistido, o sistema T5-52 provou ter alcance confiável de 54,8 km, ao nível do mar. A cadência de fogo no primeiro minuto alcançou seis projetis, e o ritmo sustentado (por tripulação da fábrica) foi de dois disparos por minuto.

Apenas como dado de comparação: o obuseiro autopropulsado de origem americana M-109 A5, adotado pelos exércitos do Brasil e do Chile, possui alcance 23,5 km com munição desassistida, e de 30 km com projetis de impulso especial.

O canhão sul-africano pode ser elevado de 3° até um ângulo superior a 72º (o dado exato é confidencial). Os predicados da arma já despertaram o interesse dos generais indianos (e certo alarma no Paquistão…).

http://www.forte.jor.br/2015/05/11/alca ... distancia/




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2965 Mensagem por jauro » Sex Mai 22, 2015 4:45 pm

Com certeza fomos convidados, afinal a Denel do Brasil é uma empresa brasileira que é uma divisão da Denel Dynamics, África do Sul.
Agora como tudo neste mundo dos PRODE, enquanto o maior interessado, o Ex da AS, não aprovar o obus, comprando pelo menos uma mísera Bia, dificilmente sai negócio com estrangeiros. Afinal quem testou o T5-52?




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2966 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 25, 2015 11:08 am

jauro escreveu:Com certeza fomos convidados, afinal a Denel do Brasil é uma empresa brasileira que é uma divisão da Denel Dynamics, África do Sul.
Agora como tudo neste mundo dos PRODE, enquanto o maior interessado, o Ex da AS, não aprovar o obus, comprando pelo menos uma mísera Bia, dificilmente sai negócio com estrangeiros. Afinal quem testou o T5-52?
Isto poderia ser resolvido, facilmente até, com uma encomenda de 2 bia's. Uma para nós e outra para eles.

Mas aí é como eu sempre digo Jauro. Artilharia no Brasil, ainda, não sobe morro... :roll:

abs.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2967 Mensagem por FCarvalho » Seg Mai 25, 2015 11:09 am

Falando em artilharia de campanha, revendo uma das minhas ‘Revista Operacional’, de 2013, em uma matéria sobre o tema na América do Sul, nota-se que esse mercado tanto para os obuseiros de calibre 155mm, como os calibre de 105mm, é bastante expressivo, considerando que apenas Chile, Colômbia e, em partes, a Venezuela dispõe de peças realmente novas, e/ou mais recentes, em seus inventários. Mesmo assim, a necessidade de substituição e/ou modernização da artilharia de campanha na região oferece oportunidade impar para projetos de desenvolvimento conjunto e/ou parcerias comerciais deles advindas para estes países.

No caso da artilharia AP, a questão é mais problemática por se tratar de peças bem mais caras de se operar e manter, além de, obviamente, existirem poucos modelos novos disponíveis no mercado, e principalmente, com preços acessíveis para a maioria dos orçamentos militares da região. O modelo básico de obuseiro AP usado na região é o já bem conhecido americano M-109, em várias versões, e que oferece uma boa solução tanto em termos de modernização, como financiamento via FMS para a compra de “novas” undes pelos exércitos que decidirem-se pela manutenção, e/ou adoção do mesmo, em suas baterias.

Uma opção que se avizinha, e talvez tão possível quanto acessível para a substituição deste modelo é o conceito do obuseiro de campanha de 155mm Caesar, francês, sobre rodas, com tração 6x6 e até 8x8, dependendo das necessidades e particularidades do cliente. Neste campo existem hoje diversos países oferecendo soluções homólogas, e com diferentes níveis tecnológicos e de desempenho, com opções européias, israelenses, sul-africanas e chinesas. Há variedade e oportunidade de oferta no mercado internacional para quem resolver se aventurar a testar a eficácia e eficiência deste conceito.

Para os obuseiros AR de 155mm existem várias opções também no mercado, desde as usadas, principalmente vindas dos USA e Rússia, assim como chinesas, no caso destes últimos para aqueles países acostumados a material de origem soviética, bem como material novo, que encontra hoje na África do Sul e Israel dois dos principais fornecedores, e desenvolvedores, de obuseiros pesados, e que concorrem ombro a ombro com material europeu de diversas origens, e americanos. Estes últimos na verdade tem apenas o M-777 fabricado sob licença como material novo para oferecer, já bastante testado/provado em TO’s operacionais, além do M-198, que ainda resiste em muitas unidades de artilharia americanas, mas que vem pouco a pouco cedendo espaço para aquele obuseiro inglês.

De qualquer forma, hoje em dia, novas opções de obuseiros 155 AR são, via de regra, caras de se obter, e manter, tendo em vista a modernidade e complexidade de seus sistemas de mira e visada que os acompanha. Poucos seriam os países sul-americanos em condições de dispor de recursos financeiros suficientes para a sua aquisição e operação.

Quanto aos obuseiros de campanha de 105mm, a coisa se reveste de dois aspectos, no que concerne ao Brasil, e à sua base industria de defesa. Hoje, segundo dados informados na matéria, descontando-se o material deste calibre em operação no EB, existem entre 194 e 270 obuseiros italianos M-56 em operação e/ou em estoque nos exércitos sul-americanos. Da mesma forma, também neste calibre, existe entre 430 e 452 obuseiros M-101 americanos, em diversas condições e estado. E todos eles, em algum grau de necessidade, deverão/precisarão ser substituídos nos próximos 10/15 anos.

Se juntarmos os números, temos um mercado potencial para um obuseiro leve de campanha de 105mm com 624 a 722 undes comercializáveis. Isto apenas para os exércitos sul-americanos. Podemos também acrescer a este número, em todo caso, cerca de 70 a 72 obuseiros Yugoimport M-56 de105mm do exército peruano, que deverão ser também substituídos no curto/médio prazo, obtendo-se assim um mercado potencial de 694 a 794 undes.

Ou seja, temos uma base de possível exportação para quase 800 obuseiros AR de 105mm que pode ser explorada por, como dissemos acima, parcerias industrias e comerciais entre países da própria região, ou por nós e algum país extra-região que disponha de material de emprego nesta categoria. Para enxergarmos melhor o potencial econômico da questão, vamos aos números brasileiros.

O EB possui hoje, e possuirá no médio/longo prazo, cerca de 3 GACLev, cerca de 8 GACSlv e em torno de 5/6 GAC para as futuras BgdaInfLv. Não se considera aqui os GAC das futuras Bgdas de Inf e Cav Mecanizada, que deverão, como hoje se observa a tendência entre os artilheiros do EB, e do próprio EME, optar talvez, pela adoção de um produto no conceito do Caesar, tendo o calibre 155 como quase certo para estas OM’s. Assim, em termos genéricos, podemos apontar uma demanda para cerca de 16/17 GAC’s-105 que devem dispor de 288 a 306 undes de obuseiros leves. Neste caso, acrescidos as possíveis exportações para a região, podemos chegar a uma demanda potencial para o mercado sul-americano de cerca de 982 a 1.100 obuseiros de campanha leve de 105mm.

Se o mercado sul-americano apresenta tais números, não podemos esquecer, e nem deixar de considerar também, a África como um mercado potencial para este tipo de material, além de outros países da América Latina, ainda que com menor grau de necessidade neste campo, mas com certeza, não menos importante enquanto mercado de exportação para nós. A Ásia e Oriente Médio concorrem também como mercados óbvios para este tipo de obuseiro de campanha, com os diversos países da região dispondo de diferentes níveis de necessidade/oportunidade para a substituição/modernização de sua arma de artilharia, mas com certeza, também. sendo um mercado mais que considerável.


Se estes números genéricos são de conhecimento da nossa BID, ou de empresas que possuem produtos desta categoria, caberia nos perguntar: será que seria não somente interessante, mas importante, e quiçá, talvez, até mesmo necessário, que desenvolvêssemos um produto próprio, com qualidades suficientes para abastecer o mercado interno, e ser exportável, ou ainda, entendendo que as alianças políticas no âmbito da Unasul poderiam nos render dividendos neste campo, por exemplo, na cooperação para o desenvolvimento e apronto final do projeto CALIV 105 argentino, e tornar este obuseiro leve portenho material padrão sul-americano neste calibre, ou ainda, por proximidade de interesses e condições político-econômicas, angariarmos o desenvolvimento da versão leve do G-7 da Denel, que está ainda em projeto?

As opções que beneficiem objetivamente a BID neste campo realmente não são muitas, mas as que se apresentam, se feitas as conexões tecnológicas, industriais, comerciais e políticas necessárias, e precisas, poderiam nos assegurar, no mínimo, os aportes necessários para a manutenção de uma linha logística própria suficientemente longeva, e tão ou mais importante quanto, a modernização da nossa artilharia de campanha com material novo, e tecnologicamente provado com suporte nacional.

A outra opção que nos cabe seria a de sempre: importar pouco, depender muito e operar quase nada.

Com a palavra o MD.

Abs.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2968 Mensagem por juarez castro » Seg Mai 25, 2015 8:24 pm

FCarvalho escreveu:Falando em artilharia de campanha, revendo uma das minhas ‘Revista Operacional’, de 2013, em uma matéria sobre o tema na América do Sul, nota-se que esse mercado tanto para os obuseiros de calibre 155mm, como os calibre de 105mm, é bastante expressivo, considerando que apenas Chile, Colômbia e, em partes, a Venezuela dispõe de peças realmente novas, e/ou mais recentes, em seus inventários. Mesmo assim, a necessidade de substituição e/ou modernização da artilharia de campanha na região oferece oportunidade impar para projetos de desenvolvimento conjunto e/ou parcerias comerciais deles advindas para estes países.

No caso da artilharia AP, a questão é mais problemática por se tratar de peças bem mais caras de se operar e manter, além de, obviamente, existirem poucos modelos novos disponíveis no mercado, e principalmente, com preços acessíveis para a maioria dos orçamentos militares da região. O modelo básico de obuseiro AP usado na região é o já bem conhecido americano M-109, em várias versões, e que oferece uma boa solução tanto em termos de modernização, como financiamento via FMS para a compra de “novas” undes pelos exércitos que decidirem-se pela manutenção, e/ou adoção do mesmo, em suas baterias.

Uma opção que se avizinha, e talvez tão possível quanto acessível para a substituição deste modelo é o conceito do obuseiro de campanha de 155mm Caesar, francês, sobre rodas, com tração 6x6 e até 8x8, dependendo das necessidades e particularidades do cliente. Neste campo existem hoje diversos países oferecendo soluções homólogas, e com diferentes níveis tecnológicos e de desempenho, com opções européias, israelenses, sul-africanas e chinesas. Há variedade e oportunidade de oferta no mercado internacional para quem resolver se aventurar a testar a eficácia e eficiência deste conceito.

Para os obuseiros AR de 155mm existem várias opções também no mercado, desde as usadas, principalmente vindas dos USA e Rússia, assim como chinesas, no caso destes últimos para aqueles países acostumados a material de origem soviética, bem como material novo, que encontra hoje na África do Sul e Israel dois dos principais fornecedores, e desenvolvedores, de obuseiros pesados, e que concorrem ombro a ombro com material europeu de diversas origens, e americanos. Estes últimos na verdade tem apenas o M-777 fabricado sob licença como material novo para oferecer, já bastante testado/provado em TO’s operacionais, além do M-198, que ainda resiste em muitas unidades de artilharia americanas, mas que vem pouco a pouco cedendo espaço para aquele obuseiro inglês.

De qualquer forma, hoje em dia, novas opções de obuseiros 155 AR são, via de regra, caras de se obter, e manter, tendo em vista a modernidade e complexidade de seus sistemas de mira e visada que os acompanha. Poucos seriam os países sul-americanos em condições de dispor de recursos financeiros suficientes para a sua aquisição e operação.

Quanto aos obuseiros de campanha de 105mm, a coisa se reveste de dois aspectos, no que concerne ao Brasil, e à sua base industria de defesa. Hoje, segundo dados informados na matéria, descontando-se o material deste calibre em operação no EB, existem entre 194 e 270 obuseiros italianos M-56 em operação e/ou em estoque nos exércitos sul-americanos. Da mesma forma, também neste calibre, existe entre 430 e 452 obuseiros M-101 americanos, em diversas condições e estado. E todos eles, em algum grau de necessidade, deverão/precisarão ser substituídos nos próximos 10/15 anos.

Se juntarmos os números, temos um mercado potencial para um obuseiro leve de campanha de 105mm com 624 a 722 undes comercializáveis. Isto apenas para os exércitos sul-americanos. Podemos também acrescer a este número, em todo caso, cerca de 70 a 72 obuseiros Yugoimport M-56 de105mm do exército peruano, que deverão ser também substituídos no curto/médio prazo, obtendo-se assim um mercado potencial de 694 a 794 undes.

Ou seja, temos uma base de possível exportação para quase 800 obuseiros AR de 105mm que pode ser explorada por, como dissemos acima, parcerias industrias e comerciais entre países da própria região, ou por nós e algum país extra-região que disponha de material de emprego nesta categoria. Para enxergarmos melhor o potencial econômico da questão, vamos aos números brasileiros.

O EB possui hoje, e possuirá no médio/longo prazo, cerca de 3 GACLev, cerca de 8 GACSlv e em torno de 5/6 GAC para as futuras BgdaInfLv. Não se considera aqui os GAC das futuras Bgdas de Inf e Cav Mecanizada, que deverão, como hoje se observa a tendência entre os artilheiros do EB, e do próprio EME, optar talvez, pela adoção de um produto no conceito do Caesar, tendo o calibre 155 como quase certo para estas OM’s. Assim, em termos genéricos, podemos apontar uma demanda para cerca de 16/17 GAC’s-105 que devem dispor de 288 a 306 undes de obuseiros leves. Neste caso, acrescidos as possíveis exportações para a região, podemos chegar a uma demanda potencial para o mercado sul-americano de cerca de 982 a 1.100 obuseiros de campanha leve de 105mm.

Se o mercado sul-americano apresenta tais números, não podemos esquecer, e nem deixar de considerar também, a África como um mercado potencial para este tipo de material, além de outros países da América Latina, ainda que com menor grau de necessidade neste campo, mas com certeza, não menos importante enquanto mercado de exportação para nós. A Ásia e Oriente Médio concorrem também como mercados óbvios para este tipo de obuseiro de campanha, com os diversos países da região dispondo de diferentes níveis de necessidade/oportunidade para a substituição/modernização de sua arma de artilharia, mas com certeza, também. sendo um mercado mais que considerável.


Se estes números genéricos são de conhecimento da nossa BID, ou de empresas que possuem produtos desta categoria, caberia nos perguntar: será que seria não somente interessante, mas importante, e quiçá, talvez, até mesmo necessário, que desenvolvêssemos um produto próprio, com qualidades suficientes para abastecer o mercado interno, e ser exportável, ou ainda, entendendo que as alianças políticas no âmbito da Unasul poderiam nos render dividendos neste campo, por exemplo, na cooperação para o desenvolvimento e apronto final do projeto CALIV 105 argentino, e tornar este obuseiro leve portenho material padrão sul-americano neste calibre, ou ainda, por proximidade de interesses e condições político-econômicas, angariarmos o desenvolvimento da versão leve do G-7 da Denel, que está ainda em projeto?

As opções que beneficiem objetivamente a BID neste campo realmente não são muitas, mas as que se apresentam, se feitas as conexões tecnológicas, industriais, comerciais e políticas necessárias, e precisas, poderiam nos assegurar, no mínimo, os aportes necessários para a manutenção de uma linha logística própria suficientemente longeva, e tão ou mais importante quanto, a modernização da nossa artilharia de campanha com material novo, e tecnologicamente provado com suporte nacional.

A outra opção que nos cabe seria a de sempre: importar pouco, depender muito e operar quase nada.

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Só para lembrar que os Argies estão fazendo uma modernização em suas peças Citefa 155mm, nas torres Palmaria que equipam seus chassis Marder,e estão adiqurindo mais Oto 105mm ou seja, em auto rebocados calibre 155mm estamos um pouco abaixo do c................u do cachorro com nossos vetustos M 114 by II GG.

Grande abraço




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2969 Mensagem por Bolovo » Seg Mai 25, 2015 10:10 pm

Salvo engano, o EB tem 92 M114 na sua AD e o CFN tem 6 M114 no seu BTLARTFUZNAV. Eu substituiria todos pelo M777, que os indianos estão para adquirir (145 unidades). É o melhor, o mais leve, pode ser transportado por helicópteros. Simplesmente não consigo mais enxergar outro, é o ideal. O problema para mim são os M101 e Oto Melara M56, que deveriam ser substituídos pelo Light Gun (que já temos uns 50, salvo engano), o problema é que são muitos, acho que precisaria de umas 300 peças. E toda a artilharia está muito velha, meu irmão fez instrução num M101 que foi pra 2ªGM!




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#2970 Mensagem por FCarvalho » Ter Mai 26, 2015 1:11 pm

No que compete a artilharia pesada, tanto AP como a AR, o EB e o CFN estão realmente muito atrasados.

A compra/modernização dos M-109A3/A5 dará um pequeno alento na questão, mas mesmo assim, não em números suficientes para resolver o problema de insolvência em que se encontra a artilharia de campanha do EB.

As peças M-114 não tem qualquer previsão e nem qualquer planejamento de substituição/modernização, assim como as M-101. Nada no PEEx até 2019.

Talvez o grande problema seja que tenhamos de esperar para ver no que vai dar este projeto da mecanização das bgdas do EB. E somente após isso, veremos o que se poderá, ou não, fazer em termos de artilharia, efetivamente.

E como todos os prazos são muito longos, e dependem intempestivamente de investimento público no orçamento do EB, muito provavelmente ainda iremos ver estas vestutas peças adentrar o séc XXI em suas duas ou três primeiras décadas. E já que artilharia no EB nunca foi prioridade...

Bolovo, como indiquei no texto acima, temos uma demanda real e efetiva para mais de 300 undes de peças de artilharia de campanha de 105mm. No entanto, mesmo havendo um mercado potencial muito grande no nosso entorno estratégico para este tipo de material, junto ao nosso próprio mercado, infelizmente não temos vontade, e menos ainda intencionalidade, para resolver esta questão de forma a beneficiar-nos sob qualquer aspecto.

Fazer o quê... :roll:

abs.




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