É interessante a capacidade de alguns deste fórum de tentar manipular uma situação e reescrever a história. Saem pinçando notícias à procura de “fatos” que justifiquem suas convicções só por não concordarem com a escolha pelo Gripen NG.
É tanta barbaridade escrita, para não dizer outra coisa, que ao final eu penso: o que esse pessoal sabe sobre desenvolvimento? Escrevem com tanto romantismo e colocam as coisas com tanta facilidade e em nenhum momento questionam: bem, se é tão fácil, por que outros ainda não fizeram o que estou propondo? O nível de discussão aqui no fórum DB está tão baixo, que até ventoinha virou motivo para inviabilizar um projeto. Só rindo mesmo. Deve ser a falta de argumentação mais consistente.
Não acho que o Gripen NG seja o melhor dos caças disponíveis atualmente e tão pouco acredito que será futuramente um “F-35”. Mas em relação aos concorrentes e pelo que ofertado por cada uma das empresas (levando em consideração o que foi anunciado), pode ser considerado a melhor proposta. O que muitos ainda relutam em aceitar é que compramos um pacote e não um caça em isolado. Aí, ficam discutindo sobre alcance e capacidade de carga e relegam todo o restante a um segundo plano.
Existem riscos? Claro, afinal trata-se do desenvolvimento de um projeto. Agora pensem, se não temos amadurecimento suficiente para entrar num projeto que está meio caminho andando, então o que dizer de projetos como o F-35 e PAK-FA?
Operacionalidade? Eu, com toda a minha ignorância, pensei que operacionalidade era pensada em aspecto mais amplo e em todas as situações possíveis. Agora, se é para fazer bonito nas paradas de Sete de Setembro e em alguns exercícios, bem, aí até F-16 tá de bom tamanho. Agora, não venham reclamar quando, por algum motivo, não pudermos deslocar esses vetores para além das nossas fronteiras só porque existe uma cláusula que proíbe. Operacionalidade de verdade só se consegue quando a indústria nacional consegue suprir em grande parte as necessidades das demandas da Forças Armadas, do contrário, você se torna uma marionete.
O Brasil sofre com a qualidade dos engenheiros formados no país? Com certeza, o que não falta é especialista de verdade para confirmar isso. Mas aí, o problema é do MEC e não da FAB. Enquanto o MEC não mudar as regras de avaliação dos cursos superiores e criar mecanismos de avaliação e punição das escolas do ensino fundamental e médio, vai continuar esta bagunça. Pasmem, instituições que outrora eram sinônimos de qualidade, hoje estão sentindo na pele os efeitos deste descaso (Ex: ITA).
Abraços,
Wesley