01 Maio de 2015 | 11h12 - Actualizado em 01 Maio de 2015 | 11h12
Ex-comandantes dos EUA e Rússia advertem para risco de alerta nuclear preventivo
Washington - Ex-comandantes militares dos Estados Unidos e Rússia defenderam nesta quinta-feira o fim do estado de "alerta preventivo" nos mísseis nucleares, advertindo para o grave risco de desastre atómico que a medida representa, especialmente na era dos ciberataques.
Oficiais reformados dos Estados Unidos, Rússia e de outras potências nucleares emitiram um relatório sobre os riscos crescentes dos mecanismos de resposta rápida que permitem lançar centenas de armas nucleares em minutos.
O nível de alerta preventivo é um legado "anacrónico" da Guerra Fria, quando EUA e Rússia temiam um devastador primeiro golpe para "decapitar" uma força nuclear completa do país inimigo, destaca o relatório do Global Zero, grupo que defende o desarmamento.
"Centenas de mísseis, com quase 1.800 ogivas nucleares, estão prontos para voar em um instante. Estas posturas herdadas da Guerra Fria são anacronismos, mas permanecem completamente operacionais."
O estado de alerta preventivo, aplicado à metade dos arsenais americanos e russos, é particularmente perigoso numa era na qual "os tempos de aviso e de decisão são curtos, com a possibilidade cada vez maior de um potencial erro humano fatídico nos sistemas de controle nuclear".
A crescente ameaça de um ciberataque também aumenta os riscos, abrindo caminho para falsos alarmes e até para o "sequestro" dos sistemas de controlo de armas, adverte o
relatório.
O texto apela à Estados Unidos e Rússia para que renunciem aos acordos de alerta preventivo e estabeleçam um prazo antes do lançamento de uma bomba nuclear.
“Estes sistemas foram construídos nos anos 50, 60, 70 e 80, são antigos e sujeitos a alarmes falsos", disse o general James Cartwright, responsável no passado pelo arsenal nuclear americano.
http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_ ... 177dd.html