Programa de Reaparelhamento da Marinha

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 37496
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3217 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11566 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 06, 2015 1:07 pm

Paisano escreveu:Bom, Guarda Costeira, Guarda Nacional e Polícia Aeroportuária são bem mais baratos de se manter do que uma MB, um EB e uma FAB. :?
Mais barata e, por consequência, mais dentro da realidade da "doutrina mulambo". [001]
Mesmo porque não existe nada mais perigoso do que brincar de se ter FAAs.
Carlos, pensando de forma sensata e responsável. De quem é realmente essa "doutrina mulambo"? Das ffaa's? Do poder civil? Ou da sociedade? Ou seria de todos nós?

Não existe uma doutrina militar feita por e para os militares. O que há é doutrina de defesa. Porque ela começa e termina, onde menos nós esperamos aqui: no Congresso.

abs.




Carpe Diem
Avatar do usuário
Paisano
Sênior
Sênior
Mensagens: 16163
Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
Agradeceram: 285 vezes
Contato:

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11567 Mensagem por Paisano » Sex Mar 06, 2015 2:06 pm

FCarvalho escreveu:
Paisano escreveu:Bom, Guarda Costeira, Guarda Nacional e Polícia Aeroportuária são bem mais baratos de se manter do que uma MB, um EB e uma FAB. :?
Mais barata e, por consequência, mais dentro da realidade da "doutrina mulambo". [001]
Mesmo porque não existe nada mais perigoso do que brincar de se ter FAAs.
Carlos, pensando de forma sensata e responsável. De quem é realmente essa "doutrina mulambo"? Das ffaa's? Do poder civil? Ou da sociedade? Ou seria de todos nós?

Não existe uma doutrina militar feita por e para os militares. O que há é doutrina de defesa. Porque ela começa e termina, onde menos nós esperamos aqui: no Congresso.

abs.
Prezado,

Doutrina mulambo é a doutrina do bonzinho, bonitinho e baratinho de se comprar e de se manter.

E isso não existe quando o assunto é Marinha, Exército e Força Aérea.

Não existe e é perigoso, pois acaba sendo o preludio de problemas sérios em matéria de soberania.

A história está sempre ensinando isso.

Um abraço,




Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 37496
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3217 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11568 Mensagem por FCarvalho » Sex Mar 06, 2015 2:14 pm

Olá Paisano, concordo plenamente.
Mas volto a perguntar: de quem é essa doutrina? Quem é o responsável por mantê-la? As ffaa's, o governo, a sociedade ou todos nós?
Alguém é responsável por ela e por suas nefastas consequências.
Já vivemos com ela há anos, quiçá décadas.
Vamos continuar assim mesmo apesar dos avisos da história?
Eu ainda consigo torcer que não.

abs




Carpe Diem
Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceram: 631 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11569 Mensagem por Carlos Lima » Sex Mar 06, 2015 6:25 pm

FCarvalho escreveu:Olá Paisano, concordo plenamente.
Mas volto a perguntar: de quem é essa doutrina? Quem é o responsável por mantê-la? As ffaa's, o governo, a sociedade ou todos nós?
Alguém é responsável por ela e por suas nefastas consequências.
Já vivemos com ela há anos, quiçá décadas.
Vamos continuar assim mesmo apesar dos avisos da história?
Eu ainda consigo torcer que não.

abs
Pois é,

A diferença é que anos atrás nós tínhamos um papel "bem definido" em termos de capacho dos nossos irmãos do Norte e teríamos assistência deles em caso de necessidade. Hoje em dia, nem isso acho que teríamos.

Seria um papel de todos, mas como as nossas lideranças políticas e nas ffaa's estão mais interessadas em manter os seus cargos e terem 'emprego' garantido ao ir para a aposentadoria (em alguns casos até antes disso), as prioridades são tortas para facilitar isso ao invés de fato constituir forças armadas de verdade... com um caso ou outro fugindo a essa 'regra'.

A consequência é o que vemos aí, aliada aos próprios problemas de (des)governabilidade do Brasil.

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
juarez castro
Sênior
Sênior
Mensagens: 3632
Registrado em: Seg Jun 27, 2005 9:16 pm
Agradeceram: 4 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11570 Mensagem por juarez castro » Sex Mar 06, 2015 8:02 pm

FCarvalho escreveu:
Lord Nauta escreveu: Prezado Colega,
Desnecessario o pedido de desculpas. Sempre considerei importante o programa de construção de SSK's. Entretanto o SNA apesar de ser estratégicamente importante de forma alguma poderia exaurir os recursos necessários a renovação da Esquadra. Hoje infelizmente e o que vemos. Fica dificil para o GF liberar mais recursos para a MB uma vez que já foram destinados a mesma cerca de R$ 27 bilhões para o PROSUB. A minha visão e que a MB nos proxímos anos tera que editar a estratégia da ''Jeune école'' e se tornar uma Força Naval semelhante a sovietica dos anos de 1950. Nesta época os SSK, SNA e aviação de longo alcance era a base da estratégia naval sovietica. Nos falta a aviação de longo alcance.
Sds
Lord Nauta
Apenas saliento aos colegas que, toda a previsibilidade econômico-financeira para todos os planos de reequipamento das ffaa's para os próximos 20 anos, inclusive chegando a descer ao nível de detalhamento anual, estão todos muito bem descritos no PAED e nos próprios planos de reequipamento de cada força.

Não foi, e não é por falta de informação que estamos vendo hoje esta situação. A previsão orçamentária de custeio e manutenção também foi devidamente informada e detalhada junto ao congresso, ao MD e ao Palácio do Planalto, para a necessária sustentabilidade operacional das respectivas forças. Mesmo o aumento dos quantitativos autorizados dos efetivos da mesma forma foram informados, discutidos e aprovados em todas as instâncias do poder civil.

Então, não penso ser justo e menos ainda lícito dizer-se que a culpa pelo fato do PROSUB estar sugando grande parte das verbas destinadas a MB ser o responsável para sua quase falência e pela inopinada suspensão dos demais investimentos na força naval. Muito pelo contrário. A MB fez o seu papel e deu a conhecer ao poder público e à sociedade as suas reais necessidades. Tudo de acordo com o que manda a constituição do país e demais legislações vigente. Ponto.

Se a MB hoje não tem como sustentar o pouco do que se dispõe, e seus meios de superfície e aéreos não tem a qualidade, a capacidade e nem oferecem as condições necessárias para dar à MB a possibilidade de exercer suas funções constitucionais de acordo, então, mais do que a ela, deve ser creditada sim à irresponsabilidade e inépcia do poder civil eleito, e à própria ignorância e sofreguidão nacional a atual situação em que se encontra o nosso poder naval.

Vamos ser honestos senhores. As forças armadas do Brasil não mandam em seus orçamentos. E não são elas que assinam o cheque. Esta responsabilidade é de outros que todos nós sabemos aqui nunca foram capazes de entender a relevância da temática defesa, e muito menos algum dia tiveram comprometimento real e concreto com a defesa deste país, a não ser com os próprios interesses.

Os militares tem muitas responsabilidades. Mas não destas, não lhes pode ser imputada de forma alguma a de não ter cumprido com as suas obrigações na propositura de uma defesa nacional à altura de um país como o Brasil. Como de fato manda a lei. E não suas meras expectativas ou megalomanias.

Se os governantes, e o povo, do país não estão à altura deste empreendimento, então cabe a eles, e a somente eles, assumirem o ônus de sua estupidez e alienação sobre a falta de entendimento e compreensão sobre como melhor assegurar-se de seu patrimônio.

A história mostrará, de novo, quem é/foram de fato e de direito, os grandes responsáveis por não sermos o que pensávamos ou queríamos ser, quando o tal do país do futuro chegasse ao presente.

Aliás, diga-se de passagem, este país anda eternamente com as costas voltadas para o passado. E isto ainda lhe trará, mais uma vez, a desagradável sensação de um míope que de não consegue caminhar , mesmo penando que sabe para onde vai.

abs.
Carvalho, me permita uma reparar uma confusão aqui. O que o Nauta e o Santiago citaram é que apesar de todos os avisos de que as coisas poderiam "apertar" e acabou acontecendo, a marinha tinha uma bala de ouro para gastar forte, que no nosso entender dada a idade da força de superfície deveria ter siso ela a privilegiada com um grande contrato e não os Subs que após a modernização iriam mais longe, talvez construindo mais um ou dois, no problem, deixando o Nuc para um pouco mias adiante, ou seja uma questão de prioridade e planejamento, mas infelizmente optaram pelo contrário, agora a coisa vai se complicar.

Grande abraço




Lord Nauta
Sênior
Sênior
Mensagens: 4579
Registrado em: Dom Jul 15, 2007 4:29 pm
Agradeceram: 455 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11571 Mensagem por Lord Nauta » Sáb Mar 07, 2015 2:35 pm

juarez castro escreveu:
FCarvalho escreveu: Apenas saliento aos colegas que, toda a previsibilidade econômico-financeira para todos os planos de reequipamento das ffaa's para os próximos 20 anos, inclusive chegando a descer ao nível de detalhamento anual, estão todos muito bem descritos no PAED e nos próprios planos de reequipamento de cada força.

Não foi, e não é por falta de informação que estamos vendo hoje esta situação. A previsão orçamentária de custeio e manutenção também foi devidamente informada e detalhada junto ao congresso, ao MD e ao Palácio do Planalto, para a necessária sustentabilidade operacional das respectivas forças. Mesmo o aumento dos quantitativos autorizados dos efetivos da mesma forma foram informados, discutidos e aprovados em todas as instâncias do poder civil.

Então, não penso ser justo e menos ainda lícito dizer-se que a culpa pelo fato do PROSUB estar sugando grande parte das verbas destinadas a MB ser o responsável para sua quase falência e pela inopinada suspensão dos demais investimentos na força naval. Muito pelo contrário. A MB fez o seu papel e deu a conhecer ao poder público e à sociedade as suas reais necessidades. Tudo de acordo com o que manda a constituição do país e demais legislações vigente. Ponto.

Se a MB hoje não tem como sustentar o pouco do que se dispõe, e seus meios de superfície e aéreos não tem a qualidade, a capacidade e nem oferecem as condições necessárias para dar à MB a possibilidade de exercer suas funções constitucionais de acordo, então, mais do que a ela, deve ser creditada sim à irresponsabilidade e inépcia do poder civil eleito, e à própria ignorância e sofreguidão nacional a atual situação em que se encontra o nosso poder naval.

Vamos ser honestos senhores. As forças armadas do Brasil não mandam em seus orçamentos. E não são elas que assinam o cheque. Esta responsabilidade é de outros que todos nós sabemos aqui nunca foram capazes de entender a relevância da temática defesa, e muito menos algum dia tiveram comprometimento real e concreto com a defesa deste país, a não ser com os próprios interesses.

Os militares tem muitas responsabilidades. Mas não destas, não lhes pode ser imputada de forma alguma a de não ter cumprido com as suas obrigações na propositura de uma defesa nacional à altura de um país como o Brasil. Como de fato manda a lei. E não suas meras expectativas ou megalomanias.

Se os governantes, e o povo, do país não estão à altura deste empreendimento, então cabe a eles, e a somente eles, assumirem o ônus de sua estupidez e alienação sobre a falta de entendimento e compreensão sobre como melhor assegurar-se de seu patrimônio.

A história mostrará, de novo, quem é/foram de fato e de direito, os grandes responsáveis por não sermos o que pensávamos ou queríamos ser, quando o tal do país do futuro chegasse ao presente.

Aliás, diga-se de passagem, este país anda eternamente com as costas voltadas para o passado. E isto ainda lhe trará, mais uma vez, a desagradável sensação de um míope que de não consegue caminhar , mesmo penando que sabe para onde vai.

abs.
Carvalho, me permita uma reparar uma confusão aqui. O que o Nauta e o Santiago citaram é que apesar de todos os avisos de que as coisas poderiam "apertar" e acabou acontecendo, a marinha tinha uma bala de ouro para gastar forte, que no nosso entender dada a idade da força de superfície deveria ter siso ela a privilegiada com um grande contrato e não os Subs que após a modernização iriam mais longe, talvez construindo mais um ou dois, no problem, deixando o Nuc para um pouco mias adiante, ou seja uma questão de prioridade e planejamento, mas infelizmente optaram pelo contrário, agora a coisa vai se complicar.

Grande abraço


Perfeito.Todos nos sabemos que apesar do trabalho primoroso realizado por nossos profissionais militares, inclusive com o esmerado detalhamento de recursos necessarios para realização dos programas propostos quem assina o cheque são os politicos que são muito preocupados com os próprios umbigos. Diante desta realizade histórica os planejadores navais deveriam ter dividido os ovos em varias cestas. Uma destas cestas seria a substituição 1 x1 das 10 fragatas Niterói/Greenhalgh que incluiria a modernização do AMRJ e a construção de navios no exterior e no país. A outra seria o PROSUB que incluiria etapas a curto, médio e longo prazos (o que diluiria o investimento a ser realizado e possibilitaria a realização do PROSUPER). As etapas seriam em minha opinião: a) modernização/extensão de vida útil dos atuais SSK; b) construção da nova base e de novos SSK; e c) projeto e construção do SNA. As outras cestas seriam os navios distritais (Rebocadores, NaPa, NaPaOc, NapaFlu, guerra de minas...etc) e os auxiliares (NDD, NaApLo, NDCC, Navio Tanque).

Sds

Lord Nauta




ciclope
Sênior
Sênior
Mensagens: 1328
Registrado em: Qua Set 10, 2008 9:51 pm
Agradeceram: 1 vez

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11572 Mensagem por ciclope » Sáb Mar 07, 2015 5:09 pm

Megalomania. E o nome do problema da marinha.




Avatar do usuário
Paisano
Sênior
Sênior
Mensagens: 16163
Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
Agradeceram: 285 vezes
Contato:

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11573 Mensagem por Paisano » Dom Mar 08, 2015 12:45 pm

Bom, eu conheço, sei o que é e já tinha ouvido falar em xenofobia e em homofobia. [001]

Mas admito que MBfobia é uma novidade, pelo menos para mim. :shock:

Novidade péssima, diga-se de passagem. :?




Avatar do usuário
saullo
Sênior
Sênior
Mensagens: 2924
Registrado em: Qui Jun 21, 2007 6:09 pm
Agradeceram: 181 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11574 Mensagem por saullo » Dom Mar 08, 2015 5:09 pm

Os oficiais da MB, ou parte deles, se iludiu com aquele papo de putânphia, e o resultado nós já tínhamos previsto.
Me espanta como puderam crer cegamente no governante anterior e achar que ia ter grana para tudo.
Beira à mais besta ingenuidade, mas bordeia à irresponsabilidade, pois estamos com uma esquadra quase sem navios e pouco operante.
Eu que nem sou da MB nem nada já tinha dois pés atrás com aqueles discursos do vamos isso, aquilo e também mais isso...

Abraços




juarez castro
Sênior
Sênior
Mensagens: 3632
Registrado em: Seg Jun 27, 2005 9:16 pm
Agradeceram: 4 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11575 Mensagem por juarez castro » Dom Mar 08, 2015 7:14 pm

saullo escreveu:Os oficiais da MB, ou parte deles, se iludiu com aquele papo de putânphia, e o resultado nós já tínhamos previsto.
Me espanta como puderam crer cegamente no governante anterior e achar que ia ter grana para tudo.
Beira à mais besta ingenuidade, mas bordeia à irresponsabilidade, pois estamos com uma esquadra quase sem navios e pouco operante.
Eu que nem sou da MB nem nada já tinha dois pés atrás com aqueles discursos do vamos isso, aquilo e também mais isso...



Abraços
Pois é, mas não faltou que alertasse sobre isto a algum tempo atrás, mas, infelizmente, era ostensivamente taxado vários adjetivos e desclassificado, mas o tempo é senhor de todas as verdades, então deixemos correr a fita um pouco mais para ver como vai ficar.

Grande abraço




Avatar do usuário
EduClau
Sênior
Sênior
Mensagens: 2523
Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 9:04 pm
Agradeceram: 743 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11576 Mensagem por EduClau » Dom Mar 08, 2015 9:00 pm

Com o pré sal venderam a idéia de que ia ser quase um modelo saudita e ia até sobrar algum $$ para a força, mas no fim parece que está sendo só um tipo de modelo venezoelano de PDVSA de financiamento político do grupo que está no poder.

Mais do mesmo.




juarez castro
Sênior
Sênior
Mensagens: 3632
Registrado em: Seg Jun 27, 2005 9:16 pm
Agradeceram: 4 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11577 Mensagem por juarez castro » Dom Mar 08, 2015 9:05 pm

Eu posso estar falando uma asneira, mas me parece que aquele modelo aonde a marinha recebia um pequeno percentual por conta do royaltes do petróleo funcionava direitinho até onde eu sei.
Será que o GF não poderia ter mantido algo similar com uma alícota pequena mas que repassasse estes recursos para por exemplo serem utilizados na aquisição de Navios patrulha e sua manutenção???

Grande abraço




Avatar do usuário
Carlos Lima
Sênior
Sênior
Mensagens: 18932
Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
Agradeceram: 631 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11578 Mensagem por Carlos Lima » Dom Mar 08, 2015 10:36 pm

juarez castro escreveu:Eu posso estar falando uma asneira, mas me parece que aquele modelo aonde a marinha recebia um pequeno percentual por conta do royaltes do petróleo funcionava direitinho até onde eu sei.
Será que o GF não poderia ter mantido algo similar com uma alícota pequena mas que repassasse estes recursos para por exemplo serem utilizados na aquisição de Navios patrulha e sua manutenção???

Grande abraço
Não. Não funcionava. Sofria bloqueios o tempo todo.

[]s
CB_Lima




CB_Lima = Carlos Lima :)
Avatar do usuário
Túlio
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 61265
Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
Localização: Tramandaí, RS, Brasil
Agradeceram: 6572 vezes
Contato:

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11579 Mensagem por Túlio » Dom Mar 08, 2015 10:47 pm

Até onde sei, só existia no papel, a MB ficava literalmente a ver navios...




Be fearful when others are greedy and be greedy when others are fearful.

Warren Buffett
Avatar do usuário
FCarvalho
Sênior
Sênior
Mensagens: 37496
Registrado em: Sex Mai 02, 2003 6:55 pm
Localização: Manaus
Agradeceram: 3217 vezes

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

#11580 Mensagem por FCarvalho » Seg Mar 09, 2015 1:15 pm

Vendo essa situação toda de descalabro mais que recorrente na MB quanto ao seu processo de modernização e atualização, e tendo em vista a irresponsabilidade governamental e a ignorância nacional sobre o tema defesa, deixo aqui então uma proposta um tanto que radical para a efetiva implementação do PAEMB, bem á altura da indignidade tupiniquim em relação à marinha que tem, e que nunca virá a ter.
Primeiro passo, aposentar compulsoriamente todos os meios navais mais antigos, no caso a classe Nitérói e F-22, deixando apenas as 4 corvetas Inhaúma e a Barroso;

Segundo passo, aposentar compulsoriamente todos os meios de transporte anfíbio e distribuição dos 3 btls da Bgda Anf nas seguintes bases sob o comando dos respectivos DN’s: 1º Btl – Rio de Janeiro; 2º Btl – Belém; 3º Btl – Florianópolis. Cada btl será desdobrado em termos de meios e efetivos nas regiões geográficas nas quais se encontrarem, de forma a oferecer tropa especializada para as operações marítimas e/ou fluviais dos DN’s, para efeito de patrulha e polícia naval.

Terceiro passo, modificar os indicativos de tipos e quantidades de meios navais do PAEMB para o que segue:
1 Navios de Patrulha 250 ton Classe Grajaú Block 2/3/4 – 36
Navios de Patrulha 500 ton Classe Macaé Block 2/3 – 40
Navios de Patrulha 900 ton Classe Combatente Block 1/2/3 – 36*
Navios de Patrulha Oceânica 1800 ton Classe Imperial Marinheiro Block 1/2/3 – 36

2. Navios de Esquadra
2.1 Corvetas Classe Barroso Block 1/2/3 – 36

(*modelo a ser inserido na revisão do programa de reequipamento.)

Este novo planejamento permitirá, entre meios existentes e previstos, a partir da capacidade da indústria naval instalada no país, projetar e produzir uma força naval de:
72 NaPaCo 250 ton
54 NaPaCo 500 ton
48 NaPaCo 900 ton
36 NaPaOc 1800 ton
36 Corveta 2000 a 3500 ton

As corvetas antigas devem ser retiradas tão logo as novas comecem a ser incorporadas. O planejamento deve prever a assinatura de um contrato para cada block de construção, no fator de um contrato a cada ano por block para cada tipo de navio. Empresas vencedoras de um block não podem concorrer em outros blocks de construção, a fim de favorecer o máximo possível de empresas envolvidas no processo produtivo.
O CPN e a Engeprom deverão ser os responsáveis diretos sobre a gestão, implementação, avaliação e revisão de cada projeto e block dos navios, a fim de garantir continuidade e qualidade de cada um, de acordo com os requisitos da MB.

O Quarto passo é retificar a organização, tipos e os indicativos de aeronaves da AN para o que segue:
1. Aeronave Vigilância e Esclarecimento Marítimo Leve – 36
2. Aeronave Transporte Leve – 18
3. Aeronave Busca e Salvamento – 12
4. Aeronave Patrulha Marítima – 16
5. Helo Emprego Geral Leve – 108
6. Helo Emprego Geral Médio – 42
7. Helo Busca e Salvamento – 36

No quinto passo, os meios dos Distritos Navais devem ser reforçados e aquinhoados com material novo e produzido no Brasil, em termos de lanchas, botes e demais meios flutuantes necessários ao melhor desempenho de suas atividades. Neste aspecto a classe Marlin de Aviso, e derivados, assim como lanchas XXX colombiana e a sueca RB-90, dentre outras semelhantes devem ter sua produção adquirida por licença e/ou projetadas no país. Da mesma forma, é preciso verificar a comunalidade de meios utilizados junto ao CECMA do exército, para uso das forças navais. Os veículos sobre colchão de ar são de especial interesse em relação a este potencial de produção nacional.

Por último, e sexto passo, os meios dedicados as operações fluviais devem buscar nos projetos autóctones a resposta para suas demandas. Há projeto do CPN de embarcação na classe de 200 a 300 tons para patrulha fluvial, transporte e apoio. Tais projetos devem ser reforçados e ampliados de modo a fazer com que as bases navais da Amazônia e pantanal tenham a sua disposição os meios necessários e adequados a sua missão. O EB já tem exemplos de meios possíveis de aquisição, além dos citados no parágrafo anterior, bem como o projeto do próprio CPN, que pode dotar os DN’s destas regiões, se adquiridas minimamente de 24 a 32 undes deste navio.

Acredito que se isto for feito, será mais fácil convencer tanto GF como congresso, de que a produção e indústria naval nacional podem ajudar a melhorar os índices econômicos do país sem necessariamente tolher os cofres públicos, já que a maior parte dos gastos será efetuada em real, e não em dólar, bem como a manutenção e desenvolvimento de know how e tecnologias que interessam também à sustentação do aporte sócio-econômico necessário ao alcance dos objetivos do planejamento militar, dentro de uma realidade financeira totalmente contradita ao mesmo. Fato que é reforçado continuamente pelo destrato do poder público e sociedade em relação à importância e urgência que estas forças merecem ser tratadas.

Fim do momento leseira baré... :roll:

abs.




Carpe Diem
Responder