O futuro da AAAe no Brasil

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Paulo Bastos
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8176 Mensagem por Paulo Bastos » Qui Dez 11, 2014 3:21 pm

Marino escreveu:Eu só gostaria de manifestar minha satisfação pelo debate em alto nível com o Paulo, igual ao que ocorria nos bons tempos do DB.
Claro que meu interlocutor é de alto padrão, mas que fique de exemplo aos mais novos que discordar nao significa abrir guerra, agredir o interlocutor.
Meus respeitos Paulo.
Marino, nem precisa se manifestar, seu caráter já é conhecido não somente aqui em nossas discussões, mas também em seus diversos trabalhos no DAN, que é parceiro da T&D, e nela própria.

O debate de idéias é muito salutar até para que as pessoas que não tem o mesmo nível de acesso a informação saber que não existe unanimidade nem na aquisição de equipamentos tidos como top de linha.

Em momento nenhum falei que a opinião sore a questão do EB era minha, mas que participei de conversas e entrevistas com militares, muitos dos quais citei nominalmente, ou através de relatos de colegas da T&D ou de outras mídias que tamebm são de confiança. Veja que sempre quando o assunto era a MB ou a FAB eu dizia não ter o mesmo nível de acesso a informação. E para não dizer que não fui totalmente sincero ao afirmar que não expus o que penso em relação ao tema, eu coloquei minha opinião em como a FAB deveria compor sua defesa AAe, mas fui claro se tratar de uma opinião.

No caso dos questionamentos políticos e econômicos (e olha que a palavra Lobby esta na moda nos textos de alguns :D ) sobre a aquisição de determinados equipamentos (não só o Pantsir) , também foi embasada em diversas conversas, formais e informais com militares, empresários e políticos. É interessante dizer também que não basta uma unica conversa para se formar uma opinião, mas um conjunto delas e, sempre que possível, munidos de documentos que comprovam o que dizem. E você sabe também que, infelizmente, nem sempre podemos apresenta-los como gostaríamos, assim como não podemos falar tudo que ouvimos ou vemos.

É interessante frisar que um debate de ideias firmes, não quer dizer desdem ou falte de respeito, muito antes pelo contrario, mas um enfrentamento de quem a gente realmente acha que tem algo a argumentar e contra-argumentar, por que, se não considerássemos isso, porque o desgaste? É muito mais fácil ler, rir, discordar e "ficar na sua", não é mesmo :wink:

E gostaria de agradecer-lhe por propiciar desse debate, que considero de excelente nível.


Abraços,
Paulo Bastos




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8177 Mensagem por eligioep » Qui Dez 11, 2014 3:34 pm

Marino escreveu:
Sobre opiniao de General de Brigada, ele pode guardar para si, pois vai cumprir a ordem que receber de seu 4 estrelas.
Sobre os 242 M-109, eu VI, sou TESTEMUNHA OCULAR que ocorreu.
E mais, os carros foram inspecionados pelo EB e o relatório dizia que 99 dos mesmos foram modernizados para o padrão A-5 e que todos os outros estavam em perfeitas condições de uso.
Foram parar na Grécia, nao lembra?
Se a história "sumiu", desapareceu, desvaneceu, ninguém sabe, ninguém viu, sinto muito.
Se nao acredita, pergunte ao Jauro aqui mesmo no DB, pois ele entrou em contato com o Gen. Mayer, o artilheiro mais antigo do EB, e um dos que se posicionou contra a compra. Ele vai lhe confirmar o que disse.
Gostaria de parabenizar o Paulo Bastos e o Marino pelo alto nível do debate.
E corroborando o Marino, participei da inspeção dos M 109, e realmente houve recusa de compra. Os carros estavam em excelentes condições, prontos para o uso. Depois houve arrependimento, mas aí já estavam indo para a Grécia.
O sonho era o PzH 2000......




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FABIO
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8178 Mensagem por FABIO » Qui Dez 11, 2014 4:02 pm

Eligio o EB tem a intenção de comprar mais M-109 para substituir os M-108?salvo engano na europa tem M-109 disponivel para venda.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8179 Mensagem por LeandroGCard » Qui Dez 11, 2014 5:42 pm

Marino escreveu:Como escrevi em meu post anterior:
DEFESA AÉREA é responsabilidade da FAB e de mais ninguém;
DEFESA ANTIAÉREA nao é de responsabilidade da FAB.
Isto é doutrina mundial, e se alguns Generais do EB nao aceitam isso, estão desatualizados, ultrapassados, múmias fardadas e deveriam passar para a reserva e abrir vaga para Oficiais mais atualizados, como fez o Alte Marques de Leão quando os encouraçados Sao Paulo e Minas Gerais chegaram ao Brasil.
Isso me parece tão lógico e evidente que nem estou entendendo o motivo da discussão.

Simplesmente NÃO EXISTEM instalações e pessoal da FAB suficientes para cobrir todas as regiões de interesse, enquanto o EB está muito mais distribuído e tem muito mais pessoal. E custaria muito para mudar isso. Então ou o EB assume e ponto (independente dos "gostos" de quaisquer oficiais) ou a FAB vai ter que crescer muito mesmo sem que nenhuma base ou avião a mais sejam incorporados, só para cobrir as necessidades da defesa AAe. Esta última alternativa me parece totalmente sem lógica.

Clermont escreveu:Mas, existiria assim tanto problema se a 1ª Bateria de Brasília (Exército); a 2ª Bateria de S.J. dos Campos (Força Aérea) e a 3ª Bateria do Rio de Janeiro (Marinha) fossem todas integrantes de um hipotético "Grupo de Artilharia de Defesa Antiaérea" pertencente à Força Aérea Brasileira? Já que esta corporação cuida da DEFESA AÉREA, com todo seu aparato tecnológico de detecção por radar, de transmissão e de proteção de dados, e todas essas "macumbas" de alta-tecnologia, também podia cuidar igualmente da DEFESA ANTIAÉREA de área, aproveitando os já existentes sistemas.
Esta seria uma das opções, como mencionei acima, mas implicaria na necessidade de um enorme crescimento da estrutura da FAB em áreas onde o EB já possui toda a infra-estrutura e a cadeia de comando montadas, bastando para ele agregar a defesa antiaérea (de verdade, e não apenas autodefesa de suas próprias unidades) às suas atribuições. E isso torna-se ainda mais importante se considerarmos que as unidades AAe existentes hoje estão muito longe de ser suficientes sequer para a própria proteção das unidades e instalações de cada força, imagine para a defesa do país.

Na minha opinião com o crescimento que teve a ameaça aérea nas últimas décadas (hoje o ataque aéreo é a primeira opção militar para os políticos dos países desenvolvidos, e uma que eles se sentem à vontade para aplicar com muito mais desembaraço) se justificaria até a idéia de uma arma de defesa aérea autônoma, como a antiga PVO da extinta URSS. Isso eliminaria também um problema que já nos afeta hoje e afetará ainda mais no futuro, que é o de pessoal (principalmente oficiais) de todas as forças verem os postos na estrutura da AAe como "punição", já que eles e seus superiores não gostam do setor. Eles até cumprirão as ordens e farão seu trabalho a contento, mas sempre sonhando com o dia em que voltariam para alguma unidade que teria mais a ver com o desenvolvimento de suas carreiras, e não haveria as necessárias preocupações com aprestamento para condições reais atuais ou aperfeiçoamento para o futuro. Mas não acredito que o país tenha condições sequer políticas de criar esta nova força nem agora nem em qualquer futuro previsível, infelizmente.

Na Alemanha da Segunda Guerra Mundial funcionava assim, o problema foi que eles passaram da conta e desta forma, até os canhões antiaéreos protegendo as divisões panzer pertenciam à Luftwaffe, o que era um despropósito. Mas, para proteger um centro industrial, político ou energético, não me parece assim, tão absurdo que a Força Aérea controle esse tipo de armamento.
Na Alemanha nazista o problema era bem outro, que passava longe de quaisquer considerações táticas ou estratégicas. Era o EGO de Hermann Goering :wink: .
Realmente, qual o grande problema se o mesmo fuzileiro naval brasileiro que guarnece as peças de artilharia do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais da Divisão Anfíbia, fosse transferido para um hipotético "Batalhão de Artilharia de Costa de Fuzileiros Navais" para dar proteção à áreas costeiras críticas?
Mesmo problema, um batalhão não daria nem para o começo além de desfalcar os FN's (na verdade hoje não se utilizariam mais canhões e sim mísseis como uma versão dedicada do AV-MT, que novamente é o exército e não a MB que está bancando). Além disso os fuzileiros não pretendem ter a mobilidade em terra que o EB já busca de forma deliberada, e que é necessária para esta função de defesa de costa em um país como o nosso. Ou seja, mais uma vez daria para outra força cobrir o setor, mas com um esforço e um custo muito maior do que o EB precisaria empregar.

E não entendo porque alguém do EB acharia isso ruim (embora entenda perfeitamente o fato de oficiais não gostarem de trabalhar em uma área que sempre foi estranha à força e na qual ela praticamente não tem tradição) :roll: .


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8180 Mensagem por Marino » Qui Dez 11, 2014 6:09 pm

Clermont escreveu:
Marino escreveu:Da matéria publicada pelo Arcanjo, acima: O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais.

A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.

Já a terceira bateria, pertencente à Marinha, será posicionada no Rio de Janeiro, para defender os submarinos nucleares, que estão sendo fabricados no estado, e também o pré-sal.

(...)

Nao é pq a MB vai ser responsável pela defesa AAe do complexo de Itaguaí que vai poder sair dando tiro em tudo que voa na área. Esta coordenação foi, é e será do COMDABRA. Mas o armamento AAe é da MB, dotado nos Fuzileiros Navais, e por isso a defesa de Itaguaí será de responsabilidade da MB, coordenada pelo COMDABRA, que é um COMANDO CONJUNTO.
Marino escreveu:Deixando claro:

DEFESA AÉREA - a feita pela FORÇA AÉREA com seus caças, interceptando as aeronaves inimigas no ar;

DEFESA ANTIAÉREA - a feita por meios de superfície, como canhões e mísseis, pelas 3 Forças, contra aeronaves inimigas atacantes.

Dizer que a FAB é responsável pela Defesa AAE é o mesmo que dizer que a MB é responsável pela Defesa de Costa.

Me admira muito esta posição de alguns Generais. É mesmo inconcebível para mim.
Mas, existiria assim tanto problema se a 1ª Bateria de Brasília (Exército); a 2ª Bateria de S.J. dos Campos (Força Aérea) e a 3ª Bateria do Rio de Janeiro (Marinha) fossem todas integrantes de um hipotético "Grupo de Artilharia de Defesa Antiaérea" pertencente à Força Aérea Brasileira? Já que esta corporação cuida da DEFESA AÉREA, com todo seu aparato tecnológico de detecção por radar, de transmissão e de proteção de dados, e todas essas "macumbas" de alta-tecnologia, também podia cuidar igualmente da DEFESA ANTIAÉREA de área, aproveitando os já existentes sistemas. Na Alemanha da Segunda Guerra Mundial funcionava assim, o problema foi que eles passaram da conta e desta forma, até os canhões antiaéreos protegendo as divisões panzer pertenciam à Luftwaffe, o que era um despropósito. Mas, para proteger um centro industrial, político ou energético, não me parece assim, tão absurdo que a Força Aérea controle esse tipo de armamento.

Da mesma forma, não acho um despropósito que coubesse à Marinha defender áreas costeiras. Na Grã-Bretanha da Segunda Guerra, eram os Reais Fuzileiros Navais que guarneciam os canhões de costa no Canal da Mancha; na Alemanha era a mesma coisa. Hoje em dia, na Suécia, cabe à Marinha o papel de artilharia costeira.

Realmente, qual o grande problema se o mesmo fuzileiro naval brasileiro que guarnece as peças de artilharia do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais da Divisão Anfíbia, fosse transferido para um hipotético "Batalhão de Artilharia de Costa de Fuzileiros Navais" para dar proteção à áreas costeiras críticas?
Veja como é estruturada a Defesa Aérea e Defesa AAe no Brasil.
O COMDABRA, que é um Comando Conjunto e o único ativado desde o tempo de paz, coordena as duas tarefas.
Lá, o Comando é de um Brigadeiro da FAB.
As outras Forças enviam pessoal para guarnecer a estrutura e estado-maior do mesmo.
Então a FAB, se tomarmos ao pé da letra, é a "responsável" pelos dois.
Mas por falta absoluta de gente para guarnecer todo o país, ela COORDENA, SUPERVISIONA, DELEGA RESPONSABILIDADE para as Forças.
As tropas de defesa AAe sao alocadas ao COMDABRA pelas Forças.
Assim, este Grande Comando "manobra" com as tropas.
Dizemos, em linguagem mais correta, que o COMDABRA assume o CONTROLE TÁTICO das tropas alocadas pelas 3 Forças, que vao cumprir suas diretivas.
O CFN possui somente um batalhão de artilharia, que deve apoiar os batalhões de infantaria em um desembarque anfíbio.
Convenhamos que é muito pouco para assumir a gigantesca tarefa da defesa de costa.
De novo, o EB é o único que consegue estar presente em toda a costa e ter possibilidade de ter material para cumprir a tarefa.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8181 Mensagem por FCarvalho » Qui Dez 11, 2014 11:23 pm

Pergunta de leigo. A mesma artilharia de costa, que foi extinta pelo próprio EB não seria capaz de, também, cumprir este papel de defesa AAe da costa, se instrumentalizada adequadamente?

Aliás, como é que se explica um exército passar mais de 350 anos guarnecendo a costa brasileira com seus quase 8 mil kms e do nada achar que a artilharia de costa é algo anacrônico e fora de contexto para a nossa realidade de defesa? :roll:

abs




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8182 Mensagem por Marino » Sex Dez 12, 2014 9:37 am

Eu imagino que com o Astros 2020 e mísseis, a artilharia de costa vai renascer, assim como está ocorrendo com a AAe.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8183 Mensagem por prp » Sex Dez 12, 2014 9:51 am

Marino escreveu:Eu imagino que com o Astros 2020 e mísseis, a artilharia de costa vai renascer, assim como está ocorrendo com a AAe.
Tem uma imagem do EB sobre o programa do Astros 2020 que mostra ele exatamente nesta função, artilharia de costa.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8184 Mensagem por Marino » Sex Dez 12, 2014 9:59 am

Brasil deve fechar em 2015 compra de bateria antiaérea russa por R$ 2,5 bi
Militares brasileiros acompanharam testes em Moscou. Mísseis capazes de atingir alvo a 15 km seriam colocados em RJ, DF e SP.

Tahiane Stochero Do G1, Em São Paulo



Técnicos militares brasileiros visitaram a Rússia recentemente para estudar a forma de integrar baterias antiaéreas que podem abater aviões ao modelo de defesa aeroespacial brasileiro. O armamento também pode derrubar mísseis e drones a até 15 km de altitude. O objetivo da visita foi de finalizar os requisitos logísticos e industriais das necessidades do Brasil para adquirir o armamento, segundo o Ministério da Defesa.

O contrato para a compra de três baterias do armamento de média altura Pantsir-S1, usado até por países em conflito como Síria e Iraque, deve ser assinado até julho de 2015, diz o ministério. Na América Latina, apenas a Venezuela possui um sistema de artilharia de média altura que atinge alvos entre 3 km e 15 km de altitude, segundo o general João Chalella Júnior, comandante da Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro.

Além das três baterias de Pantsir, o Brasil está comprando dos russos duas baterias do modelo Igla, de baixa altura (atingem alvos a até 3 km), que as forças militares brasileiras já possuem e que serão renovadas por aproximadamente R$ 42 milhões.

O total da transação, envolvendo as cinco baterias e a logística para implementação, ficará em R$ 2,562 bilhões, informa o Ministério da Defesa. Só as três Pantsir-S1 custam R$ 1,8 bilhão.

A proposta final da fabricante do Pantsir deverá ser apresentada ao governo brasileiro formalmente até fevereiro de 2015. A previsão é de que os equipamentos não cheguem a tempo das Olimpíadas de 2016, segundo a pasta.

O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais. A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.

Já a terceira bateria, pertencente à Marinha, será posicionada no Rio de Janeiro, para defender os submarinos nucleares, que estão sendo fabricados no estado, e também o pré-sal.

Projeto similar

Uma empresa nacional, a Avibras, anunciou recentemente um projeto com um consórcio europeu para o desenvolvimento conjunto de uma artilharia semelhante e de fabricação nacional.

Ao G1, o brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, chefe de logística do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, respondeu que "o processo de negociação do sistema de defesa antiaérea de média altura russo é consequência de um acordo" com a Rússia em que haverá "transferência irrestrita de tecnologias agregadas de conteúdo nacional" e que o sistema brasileiro que será produzido pela Avibras "não se trata de um concorrente", mas que poderá ser "complementar".

O presidente da Avibras, Sami Hassuani, informou que a parceria com o consórcio europeu é para um produto destinado à Marinha e que poderá apoiar o governo federal industrialmente caso seja escolhida para fornecer outros equipamentos.

Visita russa ao Brasil

O comandante das tropas de misseis antiaéreos da Força Aérea da Rússia, general Serguei Babakov, esteve recentemente no Brasil para conhecer a forma de controle e defesa aérea brasileira e atuar no planejamento da efetiva “compatibilidade” das armas russas com o cenário de artilharia local.

“A visita dos russos era para que conhecessem a estrutura de artilharia antiaérea das Forças Armadas do Brasil, desde seu mais alto nível de comando e controle até as unidades táticas que executam a missão. Foram demonstradas as reais necessidades para que seja efetuada a integração do sistema russo ao sistema brasileiro”, disse ao G1 o brigadeiro Gérson Machado, titular da Chefia de Logística (Chelog) do Ministério da Defesa e que coordena o processo de aquisição do Pantsir.

“A vinda de um oficial general com vasta experiência operacional tornou a visita bastante efetiva. Foi quando se pode correlacionar, em todos entendimentos, a parte operacional com as possibilidades técnicas do equipamento”, afirmou o brigadeiro Gérson Machado.

O general Babakov conheceu o 11º Grupo de Artilhara Antiaérea do Exército, no Distrito Federal, e também o comando de defesa aérea do país, recebendo informações técnicas de como a Aeronáutica controla o espaço aéreo brasileiro.

Testes em Moscou

Em agosto, em meio à crise do conflito russo com a Ucrânia, após a anexação da península da Crimeia pelos russos, um grupo de militares brasileiros acompanhou testes de lançamentos de mísseis do Pantsir em Moscou. Em um dos casos simulados, um míssil acertou hipoteticamente uma aeronave a cerca de 11 km de altitude.

Segundo o brigadeiro Gérson Machado, foram apresentadas aos militares brasileiros “todas as funcionalidades do equipamento em campo de provas” e também planejados dois cenários de operações: no primeiro caso foi lançado um míssil real para atingir um alvo a cerca de 20 km de distância.

Em outro, foi realizado um lançamento eletrônico contra um caça de combate russo MIG-29 a 36 mil pés (11km de altitude).

“Nos dois lançamentos o sistema atendeu aos requisitos exigidos pela parte brasileira. A impressão que ficou, após os testes, é que o Pantisir-S1 é um sistema confiável”, disse o brigadeiro.

O pedido para que os brasileiros pudessem acompanhar um exercício de campo real foi feito pela presidente Dilma Rousseff ao colega russo, Vladimir Putin, no Ceará em julho, durante a Cúpula do Brics.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8185 Mensagem por LeandroGCard » Sex Dez 12, 2014 10:04 am

FCarvalho escreveu:Pergunta de leigo. A mesma artilharia de costa, que foi extinta pelo próprio EB não seria capaz de, também, cumprir este papel de defesa AAe da costa, se instrumentalizada adequadamente?
Os equipamentos, táticas, procedimentos e as necessidades de integração com as demais forças são muito diferentes no caso da defesa AAe e da de costa. Não sei se uma única unidade conseguiria estar preparada para ambos os papéis, ou em caso de necessidade real se poderia até mesmo encontrar posições onde pudesse cumprir os dois. Eu imagino que não, então melhor manter as tarefas separadas.
Aliás, como é que se explica um exército passar mais de 350 anos guarnecendo a costa brasileira com seus quase 8 mil kms e do nada achar que a artilharia de costa é algo anacrônico e fora de contexto para a nossa realidade de defesa? :roll:

abs
Fácil.

Durante 350 anos as forças navais tinham que se aproximar da costa até a areia (para desembarques) ou no mínimo até o alcance dos seus canhões para exercer seu poder sobre terra. Mas nas últimas décadas isso não é mais verdade, a natureza da defesa de costa mudou e o EB simplesmente não teve como acompanhar a mudança e de repente se viu completamente ultrapassado nesta questão. Hoje defesa de costa se faz com satélites, drones e mísseis de alcance muito longo (as unidades de defesa de costa nem mesmo ficam mais realmente "na costa"), tudo isso altamente integrado com a aviação e a marinha.

Mais do que novos equipamentos, seria necessária toda uma nova mentalidade. Uma defesa de costa atual realmente eficiente não precisa apenas impedir desembarques pontuais ou ataques de navios à alvos terrestres. Ela deve ser capaz de criar zonas de exclusão que impedirão a liberdade de navegação da esquadra inimiga em amplas áreas do mar em frente ao litoral, não só dificultando os ataques e desembarques mas também criando "santuários" onde nossos próprios navios poderiam se refugiar após atacar a frota inimiga mais além, ou escoltas menores poderiam caçar submarinos sem a preocupação de serem por sua vez atacados por navios mais poderosos do inimigo. Seria todo um outro mundo que duvido alguém do EB (ou na MB e na FAB) esteja hoje sequer imaginando.


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8186 Mensagem por Paulo Bastos » Sex Dez 12, 2014 10:14 am

Marino escreveu:Eu imagino que com o Astros 2020 e mísseis, a artilharia de costa vai renascer, assim como está ocorrendo com a AAe.
Na verdade a Artilharia de Costa não acabou. O que ocorreu foi que o EB tinha 5 Bias disribuidas em 5 OM's diferentes, sendo 3 Artilharia de Costa (6º, 8º e 10º GAcosM) e 2 de Campanha (1º e 3º Bia LMF), que foram centralizados no 6º GLMF, localizado em Formosa.

Pelo que fui informado, mesmo no interior essa unidade possui, dentre as suas atribuições, a defesa de Costa, sendo que suas Bias podem ser transportadas para qualquer parte de nosso território.


Abraços,
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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8187 Mensagem por Marino » Sex Dez 12, 2014 10:20 am

Paulo, tem toda a razão.
Eu nao me expliquei direito. O "renascer" foi quanto a sistemas de armas modernos.
Por isso citei a AAe.
Falha minha.




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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8188 Mensagem por LeandroGCard » Sex Dez 12, 2014 10:39 am

Marino escreveu:Brasil deve fechar em 2015 compra de bateria antiaérea russa por R$ 2,5 bi
Militares brasileiros acompanharam testes em Moscou. Mísseis capazes de atingir alvo a 15 km seriam colocados em RJ, DF e SP.
.
.
.
O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais. A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.
.
.
.
Cada vez que vejo notícias como esta me dá até um arrepio.

Dizer que o país vai comprar 3 baterias de um sistema de curto alcance para proteger alvos estratégicos é uma grande bobagem, e alguém das forças armadas deveria se manifestar corrigindo este ponto. Mas talvez isso seja mais um resultado da forma idiota como o país classifica os sistemas de AAe, por altura ao invés de alcance. Como poucas missões de ataque voam acima dos 15Km considera-se que chegar a esta altura é uma condição suficiente para a defesa, mas se esquece que ao tentar atingir alvos mais altos os sistemas de mísseis perdem muito em alcance, e que mesmo para alturas menores do que seu limite máximo o alcance do Pantsyr já cai para menos do que o de qualquer bomba burra lançada em modo CCIP/CCLP pode alcançar :? .

Ou seja, neste este tipo de situação para a qual ele está sendo proposto o Pantsir vale pouco mais do que nada. Poderia ter até alguma eficiência contra mísseis de cruzeiro (se forem concentrados em volta dos próprios prédios que deverão proteger) mas seria uma nulidade contra aeronaves, e não vai dissuadir ninguém de atacar. O que é perfeitamente natural, já que ele nunca foi imaginado para esta missão :roll: .


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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8189 Mensagem por MAJOR FRAGUAS » Sex Dez 12, 2014 11:58 am

Se realmente quiser uma defesa aérea estratégica, só com um sistema equivalente ao S-300.
Da classe do Pantsir é defesa pontual, que também carecemos. Alias, ainda bem que estamos na America Latina.

Sds Coloradas!

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Re: O futuro da AAAe no Brasil

#8190 Mensagem por talharim » Sex Dez 12, 2014 3:48 pm

Eu quero saber se a FAB principalmente e o EB depois ... tem planos de contingencia para as Refinarias RPBC e REDUQ em Cubatao e Duque de Caxias as 2 unicas refinarias do Brasil que produzem querosene para aviaçao .

Pelo menos a historia desde a 2 guerra mundial mostra que seriam alvos de maior importancia a Luftawaffer :mrgreen: ficou no chao depois que as refinarias da alemanha e Romenia viraram po esse foi o inicio do fim para o Reich .

Agora se nao acham isso importante quem sou eu para falar 8-] vamos enterrar nossos avioes e helis que nem fizeram os Iraquianos sem combustivel nao se consegue nem um armisticio hoje em dia .




"I would rather have a German division in front of me than a French

one behind me."

General George S. Patton.
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