TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação

Qual o caça ideal para o FX?

F/A-18 Super Hornet
284
22%
Rafale
619
47%
Gripen NG
417
32%
 
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73156 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 28, 2014 2:13 pm

Paisano escreveu:
FCarvalho escreveu: Meu caro Paisano, aí é que penso reside o problema todo. Moderação nunca foi necessariamente uma das melhores qualidades dos nossos hermanos argentinos. Vide as caneladas que trocamos com eles em várias áreas até hoje por causa de governos desmedidos e politicagens afins.
Ademais, a velha cultura de insubmissão que eles, ainda, tem em relação a nós, continua latente, mesmo que diminuta na sociedade argentina. Eles são orgulhosos demais para admitir qualquer tipo de dependência em relação ao Brasil.
E mesmo que consigamos atrelar o seu desenvolvimento ao nosso, dificilmente podermos contar com a simpatia argentina em relação aos nossos interesses, quando for necessário. Já deram prova disso mais de uma vez.
Aliás, é bom que se diga aqui, que não estou me referindo ao povo argentino em geral, mas às suas instituições, governo e políticos, que ao fim e ao cabo são com quem nos relacionamos efetivamente.
Esperar moderação dos argentinos em seus negócios é, no mínimo, ato falho. Esperar que consigamos moderá-los por quaisquer meios que sejam, também é, no mínimo, ingenuidade.
abs.
O ser humano só é imoderado quando não tem algo a perder.
Com essa aliança estratégica a Argentina passará a ter algo a perder.
Logo...
PS: O que estou escrevendo não é uma visão otimista dos fatos, mas sim o que ocorre na vida real, de forma fria, nua e crua.
Da mesma forma Paisano, também este mesmo ser humano toma por relativo o que tem em conta ou não a perder dependendo de uma enormidade de variantes.
O que para uns é algo insubstituível enquanto perda, e portanto inaceitável, para outros pode ser compensado por outros ganhos, e relativizado em seu valor intrínseco.
Países não costumam agir muito diferente disso.

abs.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73157 Mensagem por andrelemos » Sex Nov 28, 2014 2:25 pm

J.Ricardo escreveu:As discussões aqui estão deixando de focar no principal, não é o Brasil que não quer vender, meu Deus, seria fantástico vendermos 100 aviões para a Argentina, a questão é que a "dona rainha véia" não vai deixar vender nada com as pecinhas do lego dela!
E se for pra gastar mais 2 bilhões para nos vermos livres de material inglês, melhor seria então comprar o Rafale ou F-35, mas não compramos!

Com Rafale ou F-35 a problema seria o mesmo. Mesmo se comprássemos um avião Russo ou Chinês poderíamos acabar tendo problema, pois estes países poderiam muito bem julgar não ser "conveniente" autorizar a exportação para um país que pudesse querer arrumar encrenca usando seu material, ou talvez negociar este "não" com Ingleses e Americanos em troca de concessões do lado deles (não venda de material americano para para Taiwan, por exemplo), ou se quiséssemos ter aviônicos ocidentais na nossa versão "BR".

Muito se fala que os materiais Russos ou Chineses viriam "sem coleira", mas frequentemente nesses casos países vendem o material justamente pra vender a coleira, ou para usar os desdobramentos políticos e estratégicos como barganha para ganhar em outros "tabuleiros". No final das contas, quem não tem domínio tecnológico nenhum sobre o material bélico que opera sempre fica à mercê da vontade de quem vende o armamento. E mesmo tendo um domínio parcial, as tecnologias chave (as caras e difíceis de desenvolver) sempre acabam falando mais alto...

No máximo, estes países podem tentar comprar um pouco de cada lugar, como a Índia e Paquistão, por exemplo. Mas mesmo esta é uma solução apenas parcial...




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73158 Mensagem por J.Ricardo » Sex Nov 28, 2014 3:05 pm

Exatamente, este é o cerne da questão e que esta sendo desfocado na discussão, a questão não é querer, a questão é poder!

Nem AMX nós temos condição de vender sem o aval dos EUA, também não teremos condições de vende o Gripen sem o aval da Suécia/EUA/RU, é ingenuidade pensar diferente! Não tem nada haver com ranço ou implicação com a Argentina, o problema é outro!




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73159 Mensagem por Energys » Sex Nov 28, 2014 3:20 pm

AndreLemos, muito bom seus posts! Obrigado.

----

Voltando ao assunto dos potenciais clientes do Gripen, existe a Fuerza Aerea Mexicana também.

Att.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73160 Mensagem por andrelemos » Sex Nov 28, 2014 3:31 pm

Energys escreveu:AndreLemos, muito bom seus posts! Obrigado.

----

Voltando ao assunto dos potenciais clientes do Gripen, existe a Fuerza Aerea Mexicana também.

Att.
Muito obrigado! Gosto do assunto. :mrgreen:




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73161 Mensagem por Carlos Lima » Sex Nov 28, 2014 3:55 pm

A muitos anos atrás os mexicanos 'pensaram' no Gripen C e os Americanos fizeram beicinho e convenceram eles que o investimento tinha que ser em plataformas que dessem uma ajuda no combate ao tráfico de drogas, mas se eles realmente queriam caças... F-16 com preço/financiamento/camarada.

O que saiu disso foi a compra de mais plataformas (helis/lanchas, etc) e o sonho de ver os F-5 deles substituídos (ou mesmo atualizados) foi para a gaveta.


Não acho exatamente improvável, mas que sem dúvida seria algo díficil por conta da pressão do vizinho, isso seria.

[]s
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73162 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 28, 2014 6:38 pm

andrelemos escreveu:
FCarvalho escreveu: Meu caro Paisano, aí é que penso reside o problema todo. Moderação nunca foi necessariamente uma das melhores qualidades dos nossos hermanos argentinos. Vide as caneladas que trocamos com eles em várias áreas até hoje por causa de governos desmedidos e politicagens afins.
Mas aí é que está o jogo. Muitos diriam a mesma coisa sobre França e Alemanha, quando começaram a se integrar economicamente nos anos 50 (com uma história muito mais extensa e sangrenta de conflitos entre si).
No final das contas, como certa vez ouvi de um diplomata Argentino, "A questão é se a Argentina deseja ser o Canadá do Brasil"
Eles sabem perfeitamente que juntos conosco serão muito mais fortes do que conseguirão ser sozinhos, e terão mais facilidade para se desenvolver, tendo acesso ao nosso grande mercado interno. Paraguai, Uruguai e agora a Venezuela estão entrando também neste raciocínio.
Não só a negociação comercial com o resto do mundo aumenta o poder de barganha desses países, mas a integração econômica conosco é muito interessante do ponto de vista econômico para estes países.
O Brasil está desenvolvendo sua indústria bélica a olhos vistos, com diversos projetos que visam a incorporar tecnologias dominadas por poucas outras potências. Tecnologias estas que estes países não tem a menor condição de desenvolverem sozinhos, ou de arrumar algum parceiro extrarregional que se disponha a tê-los como parceiros. Sob o nosso "guarda-chuva" econômico, político e militar, poderão ter participação nos nossos projetos e entrar em um acordo de defesa mútuo da região que seria muito, mas muito mais efetivo do ponto de vista dissuasório que qualquer investimento individual dos países citados, inclusive nós.
Cabe a nós termos o "jogo de cintura" para acomodar as demandas deles, de apoiar suas ambições, etc. A questão das Malvinas é um tema sensível, como também é o atual clima de extremo antiamericanismo e ruptura política na Venezuela e a fragilidade das instituições democráticas no Paraguai. Ninguém disse que seria fácil. Vamos ter que conceder em alguns pontos, e "puxar a coleira" em outros. Mas assim caminha o mundo, e os países que desejam ser líderes de suas respectivas regiões e participar da "briga de cachorro grande" na arena internacional todos têm projetos nesse sentido, de integração regional, obtenção de "esferas de influência", ou de defesa das que eles já tem, contra possíveis usurpadores (EUA vs. China na Ásia).
Enfim, peço desculpas pelo longo post, mas temos que colocar os pingos nos "i"s nesta discussão, para não descambarmos para uma discussão de preferências políticas e ideológicas que seria muito pouco produtivo.
Olá André.

Concordo consigo na teoria. É certo que temos de nos adaptar e equilibrar às exigências e intempéries das questões internacionais, e isto com certeza não pode ser deixado para depois, e muito menos nas mãos de uns poucos incautos que a partir de ideologismo e pré-conceitos tendem a nos levar a situações bem complicadas.

Mas é como eu tenho dito. Podemos escolher entre a realidade e o sonho. A realidade nos diz que os argentinos não são facilmente moderáveis, e menos ainda submissos a qualquer espécie de "controle" nosso. Ou continuar sonhando e achar que o fato de a economia deles estar ligada a nossa, de tal e qual forma, os fará pensar duas vezes, no que cabe saber o que estariam perdendo caso optassem por ações que não fosses de encontro aos nossos interesses.

Brasileiros e argentinos tem séculos de disputas e concorrência. E elas simplesmente não irão desaparecer do dia para a noite só porque algum prosélito em Brasília acha que tem um chegado ideológico seu na Casa Rosada, e que por isso, e somente isso, tudo o mais se desanuviará.

É só olhar o noticiário econômico, do qual o noticiário político, nem de longe lembra em sua parcimônia e aparente tranquilidade a realidade daquele cenário. Mas quem sabe um pouco de pragmatismo, tempo, outras visões e outros governos possam nos ajudar a adequar-nos da melhor maneira possível a este novo quadro que se nos abre.

Oportunidades existem, como eu exemplifiquei no caso do J-31 chinês. Se vamos fazer as escolhas certas, para nós, isso só o tempo dirá.

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73163 Mensagem por Olinda » Sex Nov 28, 2014 7:22 pm

Se houvesse vontade política e recursos $, poderia-se fazer um acordo (com total liberdade para venda na America latina) com a Russia pelo MIG-35 ou Su-35 aos moldes do Gripen-NG. A pressão seria grande, se não liberar a venda do Gripen, agente vende o modelo russo.




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73164 Mensagem por ABULDOG74 » Sex Nov 28, 2014 7:29 pm

Olinda escreveu:Se houvesse vontade política e recursos $, poderia-se fazer um acordo (com total liberdade para venda na America latina) com a Russia pelo MIG-35 ou Su-35 aos moldes do Gripen-NG. A pressão seria grande, se não liberar a venda do Gripen, agente vende o modelo russo.
Olá camarada, o problema é que os russos não fazem transferência de tecnologia.


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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73165 Mensagem por Carlos Lima » Sex Nov 28, 2014 7:32 pm

ABULDOG74 escreveu:
Olinda escreveu:Se houvesse vontade política e recursos $, poderia-se fazer um acordo (com total liberdade para venda na America latina) com a Russia pelo MIG-35 ou Su-35 aos moldes do Gripen-NG. A pressão seria grande, se não liberar a venda do Gripen, agente vende o modelo russo.
Olá camarada, o problema é que os russos não fazem transferência de tecnologia.

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Não é bem assim...

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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73166 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 28, 2014 8:04 pm

Transferência de tecnologia não é coisa que acontece quando se compra míseros 36 caças e depois se fica pensando "será que eu vou, será que eu não vou..." :?

Quem quiser tot's de verdade tem de botar a mão na massa, e no bolso, e investir pesado e por muito tempo, como a Índia faz com a Russia, a China cansou de fazer em termos de engenharia reversa e europeus, americanos e aliados já fazem há tempos.

E pior de tudo, tem de se tomar/assumir uma posição. Ficar em cima do muro não gera tot's, nem off set's, nem investimentos e nem nada.

Na verdade, é uma boa incubadora de compras de prateleira... bem o nosso caso. :roll:

abs




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73167 Mensagem por kirk » Sex Nov 28, 2014 8:12 pm

andrelemos escreveu:Senhores, somente um adendo.

Estamos esquecendo que a parceria é de cunho estratégico. Países como Argentina, Bolívia, Venezuela são vizinhos nossos, e portanto, sempre serão de enorme relevância para o planejamento estratégico brasileiro, em todos os aspectos. Governos de esquerda, como os atuais, vão e vem. A Cristina Kirchner daqui a pouco será substituída por outro governante, talvez de linha ideológica completamente diferente. O mesmo vale até para o Maduro, não sabemos se em dez anos ainda estará agarrado ao poder.

Nossas relações com estes países, necessariamente, são relações de longo prazo. Eu diria justamente o contrário, que não podemos abandonar um projeto estratégico de integração política e econômica regional, fundamental para nossas atuais e futuras ambições de projeção internacional, por conta de um ou outro contrato de desenvolvimento de armamento, ou de comércio, ou por (des)afinidades ideológicas com um ou outro governo passageiro.

Claro que temos de ter cuidado, e sobretudo moderação nestas questões que são certamente delicadas. Agora, não podemos permitir uma aproximação político-estratégica ou econômica entre a Argentina e qualquer outra potência, ou uma guerra e completo isolamento do nosso vizinho.

Temos, sim, de agir de forma a moderar quaisquer excessos que eles queiram cometer, enquanto apoiamos seu desenvolvimento econômico e militar, desde que seja atrelado ao nosso, e que sirva nossos objetivos estratégicos de longo prazo. Temos que agir da mesma forma que outros países com profundas relações político-estratégicas e econômicas fazem mundo afora como os EUA com seus aliados mais próximos (Canadá, Grã-Bretanha e Japão, por exemplo), os países da UE fazem entre si, etc. A Rússia está se metendo numa confusão danada justamente por não saber "gerenciar" as ambições de seus vizinhos e oferecer-lhes uma alternativa mais atraente que a UE, no caso, a Geórgia e agora a Ucrânia. Está pagando um alto preço em termos econômicos e diplomáticos.

Não podemos cometer o mesmo erro.
andrelemos escreveu:
FCarvalho escreveu:
Meu caro Paisano, aí é que penso reside o problema todo. Moderação nunca foi necessariamente uma das melhores qualidades dos nossos hermanos argentinos. Vide as caneladas que trocamos com eles em várias áreas até hoje por causa de governos desmedidos e politicagens afins.

Ademais, a velha cultura de insubmissão que eles, ainda, tem em relação a nós, continua latente, mesmo que diminuta na sociedade argentina. Eles são orgulhosos demais para admitir qualquer tipo de dependência em relação ao Brasil.

E mesmo que consigamos atrelar o seu desenvolvimento ao nosso, dificilmente podermos contar com a simpatia argentina em relação aos nossos interesses, quando for necessário. Já deram prova disso mais de uma vez.

Aliás, é bom que se diga aqui, que não estou me referindo ao povo argentino em geral, mas às suas instituições, governo e políticos, que ao fim e ao cabo são com quem nos relacionamos efetivamente.

Esperar moderação dos argentinos em seus negócios é, no mínimo, ato falho. Esperar que consigamos moderá-los por quaisquer meios que sejam, também é, no mínimo, ingenuidade.

abs.
Mas aí é que está o jogo. Muitos diriam a mesma coisa sobre França e Alemanha, quando começaram a se integrar economicamente nos anos 50 (com uma história muito mais extensa e sangrenta de conflitos entre si).

No final das contas, como certa vez ouvi de um diplomata Argentino, "A questão é se a Argentina deseja ser o Canadá do Brasil"

Eles sabem perfeitamente que juntos conosco serão muito mais fortes do que conseguirão ser sozinhos, e terão mais facilidade para se desenvolver, tendo acesso ao nosso grande mercado interno. Paraguai, Uruguai e agora a Venezuela estão entrando também neste raciocínio.

Não só a negociação comercial com o resto do mundo aumenta o poder de barganha desses países, mas a integração econômica conosco é muito interessante do ponto de vista econômico para estes países.

O Brasil está desenvolvendo sua indústria bélica a olhos vistos, com diversos projetos que visam a incorporar tecnologias dominadas por poucas outras potências. Tecnologias estas que estes países não tem a menor condição de desenvolverem sozinhos, ou de arrumar algum parceiro extrarregional que se disponha a tê-los como parceiros. Sob o nosso "guarda-chuva" econômico, político e militar, poderão ter participação nos nossos projetos e entrar em um acordo de defesa mútuo da região que seria muito, mas muito mais efetivo do ponto de vista dissuasório que qualquer investimento individual dos países citados, inclusive nós.

Cabe a nós termos o "jogo de cintura" para acomodar as demandas deles, de apoiar suas ambições, etc. A questão das Malvinas é um tema sensível, como também é o atual clima de extremo antiamericanismo e ruptura política na Venezuela e a fragilidade das instituições democráticas no Paraguai. Ninguém disse que seria fácil. Vamos ter que conceder em alguns pontos, e "puxar a coleira" em outros. Mas assim caminha o mundo, e os países que desejam ser líderes de suas respectivas regiões e participar da "briga de cachorro grande" na arena internacional todos têm projetos nesse sentido, de integração regional, obtenção de "esferas de influência", ou de defesa das que eles já tem, contra possíveis usurpadores (EUA vs. China na Ásia).

Enfim, peço desculpas pelo longo post, mas temos que colocar os pingos nos "i"s nesta discussão, para não descambarmos para uma discussão de preferências políticas e ideológicas que seria muito pouco produtivo.
Boa Noite andrelemos !

Tomei a liberdade de juntar estes dois posts que envolvem o mesmo assunto !

Em primeiro lugar, se me permite uma observação, muito interessante sua linha de raciocínio!

Porém parte de uma premissa de que nosso GF atua na América do Sul, com uma linha de conduta bem definida e fortemente ancorada numa estratégia nobre de liderança regional e de autoridade moral para "contermos" os ânimos de alguns, bem como, apoiadores do crescimento econômico e social de outros ... coisa que sinceramente não é o que eu vejo no Itamaraty, absolutamente.

Aliás isso é o que queríamos que fosse o Itamaraty ...

Na minha opinião, o que acontece é exatamente o contrário, vejo um MRE absolutamente impregnado e ancorado numa ideologia ultrapassada, com valores morais, abaixo de ZERO a esquerda ... tendencioso, fraco, sem nenhuma autoridade internacional, de caráter duvidoso, titubeante, enfim, UMA VERGONHA PARA O NOSSO PAÍS.

Vejo uma instituição que coloca seus valores ideológicos acima dos interesses nacionais, sob uma "lógica socialista" em que os amigos "tudo pode" aos demais ... às regras !

Não vou me alongar nos exemplos, mas podemos citar alguns:

- Nunca condenou as atrocidades cubanas, pela opressão ao seu povo, o cerceamento da liberdades individuais, na comissão dos direitos humanos, quando o faz sem cerimônia aos chamados "demais".

- Apoiou a assunção ao poder do Maduro (eleito por Chaves), mesmo quando seu governo massacrou as manifestações populares na Venezuela com milícias armadas ... matando indivíduos que protestavam contra o governo ... o Brasil se CALOU ... fechou os olhos de forma covarde e parcial e amoral.

- Excluiu o Paraguai do Mercosul para burlar o regimento interno daquela instituição internacional porque o Congresso daquele País não referendava a entrada da Venezuela (aliás aqui vai um adendo a seu comentário: Que falta de democracia é esta que o amigo viu no Paraguai ???? ... conhece bem suas leis ??? )

- Contrata médicos cubanos e lhes paga salário de fome, passando 80% de seus salários para o "regime" ... em apoio explícito à Cuba e em detrimento dos direitos TRABALHISTAS dos médicos.

QUE AUTORIDADE MORAL TEM ESSE ITAMARATY ???? ... Que liderança é essa que amigo de forma lúdica educada e inteligente e até Romântica quer nos convencer que o Brasil exerce ou exercerá ????

É digno de nota, que não se vê "parceria estratégica" com Colômbia, México, Chile, Peru, né ??? ... porque será ???

Pelos posts inteligentes GOSTARIA DE SUAS OBSERVAÇÕES !




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73168 Mensagem por kirk » Sex Nov 28, 2014 8:25 pm

joao fernando escreveu:
kirk escreveu:Pelo pouco que sei a Embraer não deve estar feliz, SAAB também não, FAB também não. :?
Se ninguém esta feliz, que se desfaça o negócio, minha opinião...
Juan,

Essa sua "PASIÓN POR LA ARGENTINA" nació antes o después de la dinastía Kischner ??? 8-]

Saludos !




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73169 Mensagem por kirk » Sex Nov 28, 2014 8:27 pm

Marino escreveu:A propriedade intelectual/industrial era brasileira. :roll:
AMBAS ! ... Lembra ?




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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2: GRIPEN NG

#73170 Mensagem por kirk » Sex Nov 28, 2014 8:34 pm

J.Ricardo escreveu:As discussões aqui estão deixando de focar no principal, não é o Brasil que não quer vender, meu Deus, seria fantástico vendermos 100 aviões para a Argentina, a questão é que a "dona rainha véia" não vai deixar vender nada com as pecinhas do lego dela!
E se for pra gastar mais 2 bilhões para nos vermos livres de material inglês, melhor seria então comprar o Rafale ou Su-35, mas não compramos!
J.Ricardo,

E a falta de foco não está somente nessa questão ... eu, vc e qualquer um aqui gostaríamos de vender caças para a Argentina ... e que nós não estamos compreendendo é essa "parceria estratégica" com seção de ToT (que inclusive não é nossa) ... que papo mais sem pé nem cabeça ... Argentina não é Brasil ... não queremos "toda essa amizade com Argentina" em detrimento das relações que DE FATO trazem benefícios à nossa indústria aeroespacial e fortalecimento de nossa Defesa.

Esse é o problema !

Nada haver com vender caças pra Argentina, do qual eu acho que valeria até uma peitada do Brasil ... mas NUNCA ToT ... "parceria estratégica no setor aeronáutico" e coisas do gênero ... se quiser comprem ... nós vendemos ... e ponto final.




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