Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similares...
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Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similares...
CINQÜENTA E UMA DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS E RUSSOS.
Sasha Yakovleva (jornalista russa, crescida na Ucrânia e que vive no Brasil) - http://feijoadatchaikovsky.com.br - 12.06.13.
01) Reparei que no Brasil tem várias classes sociais. Classe média, classe baixa, classe alta, classe média baixa, classe média alta, classe média acima da média, classe de várias letras (a “C” é a mais famosa!) e por aí vai…. Na Rússia praticamente só tem uma classe. A maioria das pessoas, minha família inclusive, é classe média (o que aqui seria classe média-baixa). Lá também tem alguns ricos muitos ricos e pobres bem pobres, mas quase todo mundo é mais ou menos do mesmo nível social. No Brasil, os mais ricos parecem ser muito mais ricos que os riquíssimos russos. E os pobres brasileiros também parecem bem mais pobres do que os pobres na Rússia. O Brasil é muito desigual! E essa talvez seja a única coisa que realmente não gosto aqui.
02) A Rússia tem 10 milhões mulheres a mais do que homens. Como eu já falei, os homens morrem mais cedo devido ao álcool, acidentes e fumo. Justamente por isso, existe uma concorrência absurda entre mulheres para conseguir os homens que sobraram. Aquelas que não querem ‘as sobras’, procuram namorado/marido no exterior. Por causa dessa ‘desigualdade’ tão grande, algumas mulheres até têm mania de não confiar umas nas outras e não apresentar seus namorados/maridos para suas amigas solteiras. No Brasil, temos quase seis milhões mulheres a mais que homens e pelas minhas próprias percepções, posso dizer que a situação não chega ser tão desesperadora quanto na Rússia.
03) Percebi que no Brasil pouca gente tira o sapato quando entra na casa de alguém. Na Rússia, se você chamar 20 convidados para sua casa, todo mundo terá que tirar o sapato e colocar o tapochki, chinelinho feito para usar em casa. Normalmente os russos costumam ter vários pares de tapochki escondidos dentro do armário, para nenhum convidado ficar sem. Essa ‘tradição’ existe porque ter faxineira não é comum por lá. Muitas pessoas limpam a casa sozinhas e, por isso, não têm paciência de limpar a sujeira que vem da rua pelos pés dos outros.
04) Aqui no Brasil, eu vejo que muitas pessoas colocam nas árvores pedaços de frutas para os passarinhos comerem. Na Rússia, já que não tem tanta variedade de frutas, o que as pessoas penduram nas árvores para os pássaros comerem é… bacon!!! Acreditam nisso?
05) Russos vivem menos que os brasileiros. A expectativa de vida para homens no Brasil é mais ou menos 70 anos e para mulheres 76. Na Rússia, os homens vivem apenas 63 anos e mulheres raramente ultrapassam os 74. As razões que ajudam diminuir anos de vida no meu país são muito óbvias: bebida alcoólica e cigarro em excesso. Mesmo com a situação tão grave, o governo continua permitindo propaganda enganosa (na TV e nas revistas) que mostra pessoas bonitas e felizes fumando e bebendo.
06) Brasileiros sabem trabalhar em equipe e os russos, são mais individualistas. Observei isso pela quantidade de trabalho em grupo que estou fazendo na faculdade aqui no Brasil e também, pela importância de falar na entrevista de emprego sobre sua capacidade de trabalhar bem em equipe. Nos esportes é a mesma coisa. Os melhores jogadores de esportes de time (vôlei ou futebol) costumam ser brasileiros e os bons tenistas, nadadores, jogadores de xadrez na maioria das vezes são russos.
07) Tenho a impressão de que os brasileiros valorizam mais o amor romântico. Pelo menos é o que eu percebo conversando com minhas amigas de lá e daqui. No Brasil, a gente vive ouvindo: ‘o amor é essencial! Se você não gosta mais do cara, termine!’. Já na Rússia, minhas amigas, admitem que não amam os namorados. Dizem assim: ‘ah, eu me sinto segura ao lado dele’. Mas quando eu – brasileiramente – pergunto: ‘mas você o ama?’ elas ficam superconfusas, e eu chocada com o comodismo delas. Confesso que me identifico muito com os brasileiros, acredito no amor.
08) Percebi que aqui no Brasil tem muita gente tatuada. Tatuagem aqui tem a ver com estilo pessoal de cada um. Já na Rússia, tattoo é muito ligada a cultura das prisões. Ser tatuado lá muitas vezes significa ser ex-detento. Mesmo uma tatuagem bem fofinha pode ter uma interpretação ligada às prisões. O desenho de um gato com um laço, por exemplo, mostra que o cara é um prisioneiro experiente (passou várias vezes pela cadeia), já tatuar um tigre quer dizer que a pessoa tem ódio contra a polícia. Existe um código imenso e cada figura tem um sentido diferente. Pra não se arriscar a dizer o que não quer, a maioria dos russos evita tatuagens.
09) No Brasil, para chamar atenção de alguém na rua ou em restaurante, algumas pessoas fazem um barulho horrível – “psiu psiu”. Não tente repetir isso na Rússia, já que lá isso é um sinal de má educação e pode ser MUITO ofensivo mesmo (a ponto de gerar uma briga!). Os russos chamam os cachorros desse jeito, NUNCA as pessoas. Nem sei porque alguns brasileiros ainda usam essa tática extremamente deselegante.
10) O casamento russo também é MUITO diferente de um casamento brasileiro. Nós, russos, gostamos de festejar por dois dias (antigamente essa tradição se estendia por até uma semana) com vários jogos e brincadeiras organizadas pelo tamada (animador da festa). Percebi que num casório brasileiro, cada um se diverte por conta própria… O presente para os noivos na maioria das vezes, ou quase sempre, é dinheiro num envelope (e não é uma lista de presentes online como é aqui no Brasil). Uma vez, amiga minha me contou que depois da comemoração, ao invés de aproveitar a noite de núpcias ficou contando o dinheiro que ganhou dos convidados com o marido! Não consigo imaginar isso acontecendo no Brasil!
11) Russos amam gatos e os brasileiros preferem cachorros. Quase toda casa russa tem um gato, símbolo de aconchego e paz. O gato é tão admirado na Rússia que existe até uma tradição: na hora de se mudar para uma casa nova, você deixa um gatinho pisar no chão primeiro para ‘abençoar’ o lugar. Algumas pessoas que não têm gato e estão de mudança podem tranquilamente alugar um gato por algumas horas nas agências especializadas.
12) Brasileiro adora beijar e abraçar amigos e os estranhos também. Aprendi aqui este costume e, quando me apresentam alguém desconhecido, eu dou um beijo no rosto, e na hora de falar tchau – outro beijo (e às vezes abraço). Os russos não fazem isso. Amigas muito próximas até se cumprimentam com um beijo na bochecha de vez em quando, mas quem se conhece mais ou menos ou acabou de se conhecer, nunca. Alias, você jamais deve beijar o rosto do namorado da sua amiga! Uma vez, quando fui passear em Moscou, uma amiga me apresentou o namorado e eu “com meu jeito brasileiro” dei um beijo na bochecha dele. Ela ficou chocada com a minha “liberdade”. A justificativa que eu dei foi: “Desculpa… É que no Brasil isso é normal!” Ai, que chatice desses gringos, né?
13) No Brasil as pessoas com deficiência estão em todo lugar, nas escolas e nos mais diferentes empregos. Na Russa eu só vi cadeirante pedindo esmola. É que lá crianças que usam cadeira de rodas não pode frequentar as escolas regulares e adultos cadeirantes dificilmente têm permissão pra trabalhar. As coisas estão mudando por lá, tem muitos protestos sobre isso. Mas sinto que no Brasil a inclusão de pessoas com alguma deficiência é infinitamente maior. Na Rússia eles nem saem direito às ruas, têm pais que até são contra que crianças cadeirantes estudem com seus filhos ”normais”. Um absurdo! Foi aqui no Brasil que fiz, pela primeira vez, uma amiga cadeirante. É a Fabi, que trabalha comigo na GLOSS – e que me ensinou muita coisa sobre como é viver sob rodas.
14) Os russos são muito emocionais, os brasileiros não. Sei que a lenda diz bem o oposto, mas pelo que observo não é assim. Os russos não são frios e tranquilos como os brasileiros pensam. Pelo contrário, são muito emotivos, principalmente no que envolve emoções negativas. Eles choram, gritam, batem portas, quebram louças por qualquer motivo. Já os brasileiros, que tem fama de serem emocionais, eu penso que não são tanto assim. Brasileiro demonstra muita emoção boa (carinho, amor, saudade) mas reprimem as emoções ruins (raiva, revolta, ódio). Eu acho que os brasileiros são, na verdade, muito controlados emocionalmente. Nunca vi um brasileiro dar um piti histérico como um russo dá num restaurante porque o prato não veio como esperado.
15) Uma vez, no Brasil, recebi um buque de flores e ao contá-las tomei um susto. Era um número par! Na Rússia, duas, quatro ou oito flores você só entrega nos velórios. E uma quantidade ímpar, você leva aos aniversários, casamentos ou encontros românticos. Isso vem da antiga tradição russa de associar números par com tranquilidade, paz e morte e números ímpar com agitação, movimento e vida. Antigamente, na Rússia, também se colocava apenas duas flores nos túmulos de soldados. Uma para o falecido e outra para Deus. Essa tradição permaneceu até os dias modernos.
16) Algumas pessoas no Brasil são supersticiosas mas isso não é nada quando comparamos com os russos. Na Rússia, você não pode colocar chave ou dinheiro na mesa, jogar lixo fora depois do pôr do sol e andar com um sapato só dentro de casa. Não pode também cortar cabelo sozinho – alguém vai morrer -, não pode balançar o pé embaixo da mesa – isso atrai maldição -, e nem assobiar no ambiente fechado – significa que vai perder dinheiro. Ah, algumas pessoas russas também praticam a magia do dia a dia – simoron. A ideia é fazer pedidos para o universo através de rituais bobos, como, por exemplo, jogar calcinha vermelha no lustre.
17) Juro, a primeira vez que eu vi algo chamado ‘pizza doce’ foi no Brasil. Me surpreendi com a variedade de pizzas de chocolate, doce de leite e frutas. Quando morava na Rússia pensava que pizza era sempre uma comida salgada, mas estou vendo que no Brasil as pessoas gostam de inovar. Hoje, também acho que não existe melhor sobremesa do que uma fatia de pizza de chocolate com morango!
18) Na Rússia, todo mundo admira o tão criticado, no Brasil, Paulo Coelho. Lembro que uma vez a minha amiga russa falou que mencionou na entrevista de emprego que é fã do Paulo Coelho e isso foi o ponto positivo para ela ser contratada. Os russos, o consideram um filósofo de pensamentos profundos. Percebi que no Brasil já é meio vergonha admitir que você leu algum um livro dele.
19) Mulheres russas se vestem de uma maneira muito sexy (saias curtas, calças justíssimas, decotões, salto alto) não só para sair a noite, mas também para ir a faculdade ou ao trabalho. Isso na Rússia é considerado normal, até meio chique. No Brasil, eu percebi que também têm muitas mulheres que se vestem desse jeito, mas parece que o julgamento é bem maior. Uma mulher de vestido curtinho e salto alto aqui é chamada de piriguete. Acredito que os russos são mais tranquilos com isso, ninguém fica olhando ou comentando. Cada um cuida da sua vida, se veste do jeito que quiser. Já os brasileiros são meio hipócritas neste sentido.
20) Na Rússia TODOS os filmes que passam na TV ou no cinema são dublados. Eu fico impressionada com a habilidade dos brasileiros de assistir com toda a concentração do mundo o filme em uma língua estrangeira e, ao mesmo tempo, conseguir prestar atenção na legenda. Mesmo com minha experiência de quatro anos no Brasil, ainda não me acostumei com isso. Vivo perdendo o contexto porque ou eu leio os diálogos e perco as imagens ou presto atenção nas cenas, mas não sei o que eles estão falando.
21) Os russos (homens!) sempre pagam a conta, mesmo quando são só amigos das mulheres da mesa. Minhas amigas russas chamam isso de cavalheirismo, mas pra mim soa muito mais como machismo. Lá a mulher se oferecer para dividir é considerado uma ofensa pelo cara. Se ele propor rachar a conta, elas também acham absurdo. Inclusive existem restaurantes que entregam cardápio sem preço pras mulheres e com preço pros homens. Sei que no Brasil tem lugares que é meio assim. Mas com as pessoas que eu convivo aqui todas consideram super normal a mulher pagar sua própria comida. E eu também acho muito mais justo assim.
22) Brasileiros não são pontuais, nem um pouco. Percebo isso quando chamo alguém para uma festa. Muitos convidados furam e atrasam horrores. Na Rússia, isso não acontece. Se você confirmou a presença, você CONFIRMOU MESMO. Atraso de mais de 20 minutos pode magoar a pessoa que te convidou. Ah, e na Rússia, se você está esperando alguém na rua ou num café, cinco minutos também é um atraso, tá?
23) Acho muito curioso que os nomes brasileiros podem ser escritos de vários jeitos diferentes. Aqui conheci "Felipes" e "Fillippes", "Anas" e "Annas", "Veronicas" e "Veronykas"… Na Rússia, só existe uma versão para cada nome e seria impossível registrar seu filho de maneira diferente (substituindo ou acrescentando algumas letras).
24) Quando cheguei no Brasil me surpreendi com o quanto os insetos daqui são diferentes dos seus “irmãos” russos. A traça, não sabe voar, vive dentro de uma casca estranha e fica grudada na parede ou num livro. Já a barata brasileira é um monstro que voa! Na Rússia é ao contrário: a traça sabe voar e a barata (que é beem pequenininha) e só fica no chão. Quando eu era criança meu pai meu levou numa feira de bichos exóticos e lá eu conheci (e peguei!) numa baratona brasileira. E nem tive nojo, achei um bicho bem curioso. Hoje tenho pavor! Pavor!
25) Percebi que os brasileiros colocam cinto de segurança SEMPRE, mesmo quando a distancia é curta. Na Rússia, raramente vi alguém usando cinto. Uma vez, quando voltei a Rússia de férias, fui fazer uma viagem de mini-van de Moscou para uma outra cidade. Sentei do lado do motorista e logo coloquei o cinto. Mas ele mandou eu tirar na hora. Falou que se a polícia me visse de cinto, ia mandar parar a van achando que algo estava errado – não acreditando que alguém estaria sendo tão correto assim apenas por boa vontade.
26) Aqui no Brasil é muito difícil comprar uma arma de brinquedo. Parece que nenhuma loja de brinquedos pode vender. Mas dizem que é bem fácil comprar uma arma de VERDADE. Na Rússia é muito comum as crianças brincarem com armas bem parecidas com as reais. Só que é MUITO difícil um russo ter uma arma de verdade em casa, pois lá é proibido e ninguém consegue mesmo comprar.
27) Os brasileiros tratam animais domésticos como filhos. E existe um mercado gigante de roupinhas, chuquinhas, gravatinhas, sapatinhos… Na Rússia, tudo isso é bobagem. Animal continua sendo apenas um animal. Outra coisa que me surpreende aqui é que você pode entrar com cachorro em muitos lugares e até em shopping. Na Rússia você não entra com cachorro em lugar nenhum!
28) Nas feiras do Brasil, você pode apertar e até provar as frutas. Fico impressionada com a gentileza dos feirantes brasileiros que estão sempre oferecendo um pedaço. Na Rússia, tenho medo de ser xingada quando tento escolher alguma fruta como se faz aqui. A última vez que estive em Moscou a vendedora me mandou pegar o primeiro cacho de uva que estava na frente, ficou muito irritada porque eu estava escolhendo. Pode?
29) É bom ser aniversariante no Brasil! Você sai com seus amigos e cada um paga a própria conta. Ou você chama para comemorar em casa e pode falar pra cada um levar bebida. Na Rússia, o aniversariante PAGA TUDO, entrada para balada e a comanda de todos os convidados. Imagina o desespero de ver seus amigos pedindo os drinks mais chiques pra você pagar no final. Por outro lado, em troca, você recebe presentes caros lá, como joias e perfumes. Mesmo assim, eu acho sem graça e meio forçado. Prefiro o jeito brasileiro de dividir os custos da diversão.
30) Sempre que me vê pelo skype, minha mãe me diz que eu estou gorda. Tento explicar pra ela que, no Brasil, sou magra, muuuito magra (tenho 1,63 e 52kg). As mulheres que fazem mais sucesso aqui são do tipo “filé”, como vocês dizem. Mas na Rússia é ao contrário… Lembro uma vez que o namorado da minha irmã me mostrou numa revista masculina uma menina magrelíssima com costelas pra fora e falou: “Isso que é sexy!”. Acho que nenhum homem brasileiro falaria isso.
31) No Brasil tem rodizio de tudo, carne, pizza, comida japonesa – já vi até rodizio de escondidinho! Rodizio é uma coisa muito louca, você vai lá e COME, COME até passar mal. Eu já fui a vários! Na Rússia não existe isso. Lá tem uma coisa chamada buffet – um tipo de self-service em que você paga valor único – mesmo assim é muito raro de encontrar.
32) Brasileiro quando come algo quer dividir com todo mundo que está por perto. Já aconteceu de eu estar num ponto de ônibus e uma mulher abrir um chocolate e virar pra mim e oferecer. Eu fico espantada com isso! Quando é um biscoito que você pode tirar um do pacote até que tudo bem, mas uma maçã babada eu ACHO DEMAIS. Percebo que isso é mais um traço da “cordialidade” do brasileiro, mas às vezes é engraçado. Hoje em dia eu aprendi a oferecer também tudo o que estou comendo.
33) No Brasil, por causa dos impostos, os carros são muito caros. Mesmo assim, quase todo brasileiro FAZ DE TUDO para comprar um automóvel – ou mais de um, por família. Fico imaginando como seria se os carros fossem mais baratos aqui, como são na Rússia…
34) Brasileiro adora parcelar as dívidas. Compram coisas em muitas e muitas prestações. Na Rússia, quase não existe cartão de crédito. E quem tem, só pode comprar a vista com ele. Por isso as pessoas lá andam com pacotes imensos de dinheiro na bolsa. Minha mãe comprou um apartamento a vista – com malas de notas guardadas durante anos embaixo do colchão.
35) Para o brasileiro “FAMÍLIA é tudo”, e é bem assim que dizem. Mesmo quando a pessoa se casa – ou seja, forma uma nova família – ela continua considerando este “tudo” como o seu pai e a sua mãe. Isso é muito diferente dos russos. Fico impressionada com a quantidade de amigos brasileiros que eu vejo terminarem seus relacionamentos porque a família não aprovou o parceiro e se intrometeu.
36) No Brasil, os adultos se comportam meio como crianças quando estão perto dos pais. No início eu estranhava muito, parecia algo exagerado. A primeira vez que vi minha sogra chamando meu namorado de “filhote” (ele tem 30 anos!) e ele chamando o pai de “papai” levei um susto. Pensei: “nossa, mas ele parecia um cara tão maduro…”. Depois descobri que este CARINHO entre pais e filhos, no Brasil, é supernormal. E eu acabei me influenciando. Quando fui visitar a minha mãe a primeira vez, depois que já morava aqui, eu dei um abraço bem apertado nela. Ela se emocionou e disse que nunca tinha sido abraçada daquele jeito por ninguém.
37) Percebi que os brasileiros (as brasileiras, principalmente) adoram ir ao médico. Aqui no Brasil quem tem plano de saúde vai ao médico até sem estar doente. Nunca imaginei que existiria uma coisa chamada check-up. Mesmo a faxineira que vai lá em casa e que usa o SUS está sempre fazendo consultas e exames. Os russos não acreditam nos médicos, e com certa razão, já que muitos compraram seus diplomas.
38) O brasileiro pensa que mora no país mais CORRUPTO do mundo. Mas, na Rússia, acontecem coisas piores. Lá é comum um estudante universitário oferecer propina para o professor lhe dar uma nota alta. Eu estudo numa faculdade brasileira e ralo bastante e fico noites sem dormir para conseguir boas notas. Não imagino um aluno brasileiro tirando da carteira 100 reais para conseguir uma nota 10 na prova.
39) No Brasil, o chá preto é uma água colorida e sem gosto. Lá na Rússia, ele tem um sabor bem forte e delicioso. Os russos tem todo um ritual para tomar chá. Você convida as pessoas para sua casa, coloca na mesa um samovar (um bule de chá gigante de metal), xícaras lindas e docinhos. Para os brasileiros, tomar um chá é uma coisa qualquer.
40) No Brasil, “vamos tomar um café?” significa um convite para uma pausa no trabalho mesmo que ninguém tome um café. Na Rússia, nessa situação, todo mundo fala “vamos fumar?” mesmo que ninguém acenda um cigarro. Acho que o hábito de fumar é tão comum entre os russos quanto tomar um CAFEZINHO entre os brasileiros.
41) Quando me mudei pro Brasil comecei logo a planejar visitar todos os estados, mas quando sai pedindo dicas para os brasileiros, não deu muito certo. Conheci muitos brasileiros que já foram pra Argentina, Miami, Paris e até um que conheceu a Sibéria. Mas me parece que poucos conhecem os principais pontos turísticos do próprio país – que é cheio de lugares que são como o paraíso.
42) No Brasil, todo mundo se chama por apelido. Tenho três chefes: Silvinha, Rafa e Tati e jamais imaginaria chamá-los pelo nome completo. Isso aqui soaria até meio agressivo. Na Rússia, por questão de respeito e extrema hierarquia, é preciso dizer o nome da pessoa seguido pelo primeiro sobrenome (que é o nome do pai + o final ovna/evna, para mulher ou ovitch/evitch, pra homem). Sempre!
43) Suco e salada de frutas, no Brasil, são sempre naturais. Quando mudei pra cá eu ainda pedia “uma salada de frutas natural, por favor”. Até que me toquei de que não precisava falar a palavra “natural”. Na Rússia é importante destacar a palavra “natural” para não receber suco de caixinha e salada de frutas em CONSERVA (eca!).
44) O Brasil tem a maior parada gay do mundo. Na Rússia, a parada gay foi proibida por 100 anos (que número medieval é esse?). Em todas as grandes cidades do Brasil têm baladas gays conhecidas. Na Rússia, elas existem, mas são bem clandestinas, já que a repressão aos gays é muito forte no país. Um russo gay pode ter que se manter socialmente no armário a vida inteira – sob o risco de não arrumar emprego.
45) Violência contra a mulher existe na Rússia e existe no Brasil. Mas aqui tem a Lei "Maria da Penha" e uma maior consciência sobre a importância de proteger as mulheres contra a violência doméstica. Já na Rússia, não adianta nada uma mulher ligar para a polícia pra dizer que é espancada e ameaçada pelo marido. Isso simplesmente não é considerado crime lá.
46) No Brasil as pessoas dão abraço em qualquer um e por qualquer motivo. Semana passada teve um dia em que eu estava muito sensível (sou de peixes gente! rs) e comecei a chorar no elevador da minha faculdade. Uma mulher do meu lado, que eu não conheço, virou perguntando o que tinha acontecido. Respondi que não era nada e pensei que ela ia me ignorar como qualquer um na Rússia faria. Mas não, ela me abraçou muito forte e me desejou boa sorte. Outras vezes, quando sai chorando na rua (adoro!), no Brasil, sempre apareceu alguém perguntando como poderia me ajudar. Na Rússia, o povo normalmente finge que não vê.
47) Os brasileiros dizem constantemente “põe na conta”. Mesmo quando você não conhece o vendedor é normal ouvir dele um “depois você me paga” quando você não tem todo o valor de um produto na hora da compra. Amo como aqui as pessoas confiam uma nas outras!
48) Brasileiro ama contar que pagou baratinho por uma coisa que era caríssima. Na Rússia é o contrário – todo mundo gosta de gabar que pagou muito por algo qualquer! Acho bizarro, prefiro o jeito brasileiro.
49) No Brasil as pessoas ADORAM gato e cachorro vira-lata. Eu mesma aqui adotei dois gatos vira-latinhas. Na Rússia o destino de um gato ou cachorro sem raça é a rua. Lá as pessoas compram animais caros e na raça da moda. Não faz sentido para os russos adotar animais abandonados e sem grife.
50) O dinheiro no Brasil tem imagens de animais invés de líderes políticos. Fiquei encantada! Tem tartaruga, onça, peixinho garoupa, arara, beija flor, garça e até mico leão dourado!
51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental.
Sasha Yakovleva (jornalista russa, crescida na Ucrânia e que vive no Brasil) - http://feijoadatchaikovsky.com.br - 12.06.13.
01) Reparei que no Brasil tem várias classes sociais. Classe média, classe baixa, classe alta, classe média baixa, classe média alta, classe média acima da média, classe de várias letras (a “C” é a mais famosa!) e por aí vai…. Na Rússia praticamente só tem uma classe. A maioria das pessoas, minha família inclusive, é classe média (o que aqui seria classe média-baixa). Lá também tem alguns ricos muitos ricos e pobres bem pobres, mas quase todo mundo é mais ou menos do mesmo nível social. No Brasil, os mais ricos parecem ser muito mais ricos que os riquíssimos russos. E os pobres brasileiros também parecem bem mais pobres do que os pobres na Rússia. O Brasil é muito desigual! E essa talvez seja a única coisa que realmente não gosto aqui.
02) A Rússia tem 10 milhões mulheres a mais do que homens. Como eu já falei, os homens morrem mais cedo devido ao álcool, acidentes e fumo. Justamente por isso, existe uma concorrência absurda entre mulheres para conseguir os homens que sobraram. Aquelas que não querem ‘as sobras’, procuram namorado/marido no exterior. Por causa dessa ‘desigualdade’ tão grande, algumas mulheres até têm mania de não confiar umas nas outras e não apresentar seus namorados/maridos para suas amigas solteiras. No Brasil, temos quase seis milhões mulheres a mais que homens e pelas minhas próprias percepções, posso dizer que a situação não chega ser tão desesperadora quanto na Rússia.
03) Percebi que no Brasil pouca gente tira o sapato quando entra na casa de alguém. Na Rússia, se você chamar 20 convidados para sua casa, todo mundo terá que tirar o sapato e colocar o tapochki, chinelinho feito para usar em casa. Normalmente os russos costumam ter vários pares de tapochki escondidos dentro do armário, para nenhum convidado ficar sem. Essa ‘tradição’ existe porque ter faxineira não é comum por lá. Muitas pessoas limpam a casa sozinhas e, por isso, não têm paciência de limpar a sujeira que vem da rua pelos pés dos outros.
04) Aqui no Brasil, eu vejo que muitas pessoas colocam nas árvores pedaços de frutas para os passarinhos comerem. Na Rússia, já que não tem tanta variedade de frutas, o que as pessoas penduram nas árvores para os pássaros comerem é… bacon!!! Acreditam nisso?
05) Russos vivem menos que os brasileiros. A expectativa de vida para homens no Brasil é mais ou menos 70 anos e para mulheres 76. Na Rússia, os homens vivem apenas 63 anos e mulheres raramente ultrapassam os 74. As razões que ajudam diminuir anos de vida no meu país são muito óbvias: bebida alcoólica e cigarro em excesso. Mesmo com a situação tão grave, o governo continua permitindo propaganda enganosa (na TV e nas revistas) que mostra pessoas bonitas e felizes fumando e bebendo.
06) Brasileiros sabem trabalhar em equipe e os russos, são mais individualistas. Observei isso pela quantidade de trabalho em grupo que estou fazendo na faculdade aqui no Brasil e também, pela importância de falar na entrevista de emprego sobre sua capacidade de trabalhar bem em equipe. Nos esportes é a mesma coisa. Os melhores jogadores de esportes de time (vôlei ou futebol) costumam ser brasileiros e os bons tenistas, nadadores, jogadores de xadrez na maioria das vezes são russos.
07) Tenho a impressão de que os brasileiros valorizam mais o amor romântico. Pelo menos é o que eu percebo conversando com minhas amigas de lá e daqui. No Brasil, a gente vive ouvindo: ‘o amor é essencial! Se você não gosta mais do cara, termine!’. Já na Rússia, minhas amigas, admitem que não amam os namorados. Dizem assim: ‘ah, eu me sinto segura ao lado dele’. Mas quando eu – brasileiramente – pergunto: ‘mas você o ama?’ elas ficam superconfusas, e eu chocada com o comodismo delas. Confesso que me identifico muito com os brasileiros, acredito no amor.
08) Percebi que aqui no Brasil tem muita gente tatuada. Tatuagem aqui tem a ver com estilo pessoal de cada um. Já na Rússia, tattoo é muito ligada a cultura das prisões. Ser tatuado lá muitas vezes significa ser ex-detento. Mesmo uma tatuagem bem fofinha pode ter uma interpretação ligada às prisões. O desenho de um gato com um laço, por exemplo, mostra que o cara é um prisioneiro experiente (passou várias vezes pela cadeia), já tatuar um tigre quer dizer que a pessoa tem ódio contra a polícia. Existe um código imenso e cada figura tem um sentido diferente. Pra não se arriscar a dizer o que não quer, a maioria dos russos evita tatuagens.
09) No Brasil, para chamar atenção de alguém na rua ou em restaurante, algumas pessoas fazem um barulho horrível – “psiu psiu”. Não tente repetir isso na Rússia, já que lá isso é um sinal de má educação e pode ser MUITO ofensivo mesmo (a ponto de gerar uma briga!). Os russos chamam os cachorros desse jeito, NUNCA as pessoas. Nem sei porque alguns brasileiros ainda usam essa tática extremamente deselegante.
10) O casamento russo também é MUITO diferente de um casamento brasileiro. Nós, russos, gostamos de festejar por dois dias (antigamente essa tradição se estendia por até uma semana) com vários jogos e brincadeiras organizadas pelo tamada (animador da festa). Percebi que num casório brasileiro, cada um se diverte por conta própria… O presente para os noivos na maioria das vezes, ou quase sempre, é dinheiro num envelope (e não é uma lista de presentes online como é aqui no Brasil). Uma vez, amiga minha me contou que depois da comemoração, ao invés de aproveitar a noite de núpcias ficou contando o dinheiro que ganhou dos convidados com o marido! Não consigo imaginar isso acontecendo no Brasil!
11) Russos amam gatos e os brasileiros preferem cachorros. Quase toda casa russa tem um gato, símbolo de aconchego e paz. O gato é tão admirado na Rússia que existe até uma tradição: na hora de se mudar para uma casa nova, você deixa um gatinho pisar no chão primeiro para ‘abençoar’ o lugar. Algumas pessoas que não têm gato e estão de mudança podem tranquilamente alugar um gato por algumas horas nas agências especializadas.
12) Brasileiro adora beijar e abraçar amigos e os estranhos também. Aprendi aqui este costume e, quando me apresentam alguém desconhecido, eu dou um beijo no rosto, e na hora de falar tchau – outro beijo (e às vezes abraço). Os russos não fazem isso. Amigas muito próximas até se cumprimentam com um beijo na bochecha de vez em quando, mas quem se conhece mais ou menos ou acabou de se conhecer, nunca. Alias, você jamais deve beijar o rosto do namorado da sua amiga! Uma vez, quando fui passear em Moscou, uma amiga me apresentou o namorado e eu “com meu jeito brasileiro” dei um beijo na bochecha dele. Ela ficou chocada com a minha “liberdade”. A justificativa que eu dei foi: “Desculpa… É que no Brasil isso é normal!” Ai, que chatice desses gringos, né?
13) No Brasil as pessoas com deficiência estão em todo lugar, nas escolas e nos mais diferentes empregos. Na Russa eu só vi cadeirante pedindo esmola. É que lá crianças que usam cadeira de rodas não pode frequentar as escolas regulares e adultos cadeirantes dificilmente têm permissão pra trabalhar. As coisas estão mudando por lá, tem muitos protestos sobre isso. Mas sinto que no Brasil a inclusão de pessoas com alguma deficiência é infinitamente maior. Na Rússia eles nem saem direito às ruas, têm pais que até são contra que crianças cadeirantes estudem com seus filhos ”normais”. Um absurdo! Foi aqui no Brasil que fiz, pela primeira vez, uma amiga cadeirante. É a Fabi, que trabalha comigo na GLOSS – e que me ensinou muita coisa sobre como é viver sob rodas.
14) Os russos são muito emocionais, os brasileiros não. Sei que a lenda diz bem o oposto, mas pelo que observo não é assim. Os russos não são frios e tranquilos como os brasileiros pensam. Pelo contrário, são muito emotivos, principalmente no que envolve emoções negativas. Eles choram, gritam, batem portas, quebram louças por qualquer motivo. Já os brasileiros, que tem fama de serem emocionais, eu penso que não são tanto assim. Brasileiro demonstra muita emoção boa (carinho, amor, saudade) mas reprimem as emoções ruins (raiva, revolta, ódio). Eu acho que os brasileiros são, na verdade, muito controlados emocionalmente. Nunca vi um brasileiro dar um piti histérico como um russo dá num restaurante porque o prato não veio como esperado.
15) Uma vez, no Brasil, recebi um buque de flores e ao contá-las tomei um susto. Era um número par! Na Rússia, duas, quatro ou oito flores você só entrega nos velórios. E uma quantidade ímpar, você leva aos aniversários, casamentos ou encontros românticos. Isso vem da antiga tradição russa de associar números par com tranquilidade, paz e morte e números ímpar com agitação, movimento e vida. Antigamente, na Rússia, também se colocava apenas duas flores nos túmulos de soldados. Uma para o falecido e outra para Deus. Essa tradição permaneceu até os dias modernos.
16) Algumas pessoas no Brasil são supersticiosas mas isso não é nada quando comparamos com os russos. Na Rússia, você não pode colocar chave ou dinheiro na mesa, jogar lixo fora depois do pôr do sol e andar com um sapato só dentro de casa. Não pode também cortar cabelo sozinho – alguém vai morrer -, não pode balançar o pé embaixo da mesa – isso atrai maldição -, e nem assobiar no ambiente fechado – significa que vai perder dinheiro. Ah, algumas pessoas russas também praticam a magia do dia a dia – simoron. A ideia é fazer pedidos para o universo através de rituais bobos, como, por exemplo, jogar calcinha vermelha no lustre.
17) Juro, a primeira vez que eu vi algo chamado ‘pizza doce’ foi no Brasil. Me surpreendi com a variedade de pizzas de chocolate, doce de leite e frutas. Quando morava na Rússia pensava que pizza era sempre uma comida salgada, mas estou vendo que no Brasil as pessoas gostam de inovar. Hoje, também acho que não existe melhor sobremesa do que uma fatia de pizza de chocolate com morango!
18) Na Rússia, todo mundo admira o tão criticado, no Brasil, Paulo Coelho. Lembro que uma vez a minha amiga russa falou que mencionou na entrevista de emprego que é fã do Paulo Coelho e isso foi o ponto positivo para ela ser contratada. Os russos, o consideram um filósofo de pensamentos profundos. Percebi que no Brasil já é meio vergonha admitir que você leu algum um livro dele.
19) Mulheres russas se vestem de uma maneira muito sexy (saias curtas, calças justíssimas, decotões, salto alto) não só para sair a noite, mas também para ir a faculdade ou ao trabalho. Isso na Rússia é considerado normal, até meio chique. No Brasil, eu percebi que também têm muitas mulheres que se vestem desse jeito, mas parece que o julgamento é bem maior. Uma mulher de vestido curtinho e salto alto aqui é chamada de piriguete. Acredito que os russos são mais tranquilos com isso, ninguém fica olhando ou comentando. Cada um cuida da sua vida, se veste do jeito que quiser. Já os brasileiros são meio hipócritas neste sentido.
20) Na Rússia TODOS os filmes que passam na TV ou no cinema são dublados. Eu fico impressionada com a habilidade dos brasileiros de assistir com toda a concentração do mundo o filme em uma língua estrangeira e, ao mesmo tempo, conseguir prestar atenção na legenda. Mesmo com minha experiência de quatro anos no Brasil, ainda não me acostumei com isso. Vivo perdendo o contexto porque ou eu leio os diálogos e perco as imagens ou presto atenção nas cenas, mas não sei o que eles estão falando.
21) Os russos (homens!) sempre pagam a conta, mesmo quando são só amigos das mulheres da mesa. Minhas amigas russas chamam isso de cavalheirismo, mas pra mim soa muito mais como machismo. Lá a mulher se oferecer para dividir é considerado uma ofensa pelo cara. Se ele propor rachar a conta, elas também acham absurdo. Inclusive existem restaurantes que entregam cardápio sem preço pras mulheres e com preço pros homens. Sei que no Brasil tem lugares que é meio assim. Mas com as pessoas que eu convivo aqui todas consideram super normal a mulher pagar sua própria comida. E eu também acho muito mais justo assim.
22) Brasileiros não são pontuais, nem um pouco. Percebo isso quando chamo alguém para uma festa. Muitos convidados furam e atrasam horrores. Na Rússia, isso não acontece. Se você confirmou a presença, você CONFIRMOU MESMO. Atraso de mais de 20 minutos pode magoar a pessoa que te convidou. Ah, e na Rússia, se você está esperando alguém na rua ou num café, cinco minutos também é um atraso, tá?
23) Acho muito curioso que os nomes brasileiros podem ser escritos de vários jeitos diferentes. Aqui conheci "Felipes" e "Fillippes", "Anas" e "Annas", "Veronicas" e "Veronykas"… Na Rússia, só existe uma versão para cada nome e seria impossível registrar seu filho de maneira diferente (substituindo ou acrescentando algumas letras).
24) Quando cheguei no Brasil me surpreendi com o quanto os insetos daqui são diferentes dos seus “irmãos” russos. A traça, não sabe voar, vive dentro de uma casca estranha e fica grudada na parede ou num livro. Já a barata brasileira é um monstro que voa! Na Rússia é ao contrário: a traça sabe voar e a barata (que é beem pequenininha) e só fica no chão. Quando eu era criança meu pai meu levou numa feira de bichos exóticos e lá eu conheci (e peguei!) numa baratona brasileira. E nem tive nojo, achei um bicho bem curioso. Hoje tenho pavor! Pavor!
25) Percebi que os brasileiros colocam cinto de segurança SEMPRE, mesmo quando a distancia é curta. Na Rússia, raramente vi alguém usando cinto. Uma vez, quando voltei a Rússia de férias, fui fazer uma viagem de mini-van de Moscou para uma outra cidade. Sentei do lado do motorista e logo coloquei o cinto. Mas ele mandou eu tirar na hora. Falou que se a polícia me visse de cinto, ia mandar parar a van achando que algo estava errado – não acreditando que alguém estaria sendo tão correto assim apenas por boa vontade.
26) Aqui no Brasil é muito difícil comprar uma arma de brinquedo. Parece que nenhuma loja de brinquedos pode vender. Mas dizem que é bem fácil comprar uma arma de VERDADE. Na Rússia é muito comum as crianças brincarem com armas bem parecidas com as reais. Só que é MUITO difícil um russo ter uma arma de verdade em casa, pois lá é proibido e ninguém consegue mesmo comprar.
27) Os brasileiros tratam animais domésticos como filhos. E existe um mercado gigante de roupinhas, chuquinhas, gravatinhas, sapatinhos… Na Rússia, tudo isso é bobagem. Animal continua sendo apenas um animal. Outra coisa que me surpreende aqui é que você pode entrar com cachorro em muitos lugares e até em shopping. Na Rússia você não entra com cachorro em lugar nenhum!
28) Nas feiras do Brasil, você pode apertar e até provar as frutas. Fico impressionada com a gentileza dos feirantes brasileiros que estão sempre oferecendo um pedaço. Na Rússia, tenho medo de ser xingada quando tento escolher alguma fruta como se faz aqui. A última vez que estive em Moscou a vendedora me mandou pegar o primeiro cacho de uva que estava na frente, ficou muito irritada porque eu estava escolhendo. Pode?
29) É bom ser aniversariante no Brasil! Você sai com seus amigos e cada um paga a própria conta. Ou você chama para comemorar em casa e pode falar pra cada um levar bebida. Na Rússia, o aniversariante PAGA TUDO, entrada para balada e a comanda de todos os convidados. Imagina o desespero de ver seus amigos pedindo os drinks mais chiques pra você pagar no final. Por outro lado, em troca, você recebe presentes caros lá, como joias e perfumes. Mesmo assim, eu acho sem graça e meio forçado. Prefiro o jeito brasileiro de dividir os custos da diversão.
30) Sempre que me vê pelo skype, minha mãe me diz que eu estou gorda. Tento explicar pra ela que, no Brasil, sou magra, muuuito magra (tenho 1,63 e 52kg). As mulheres que fazem mais sucesso aqui são do tipo “filé”, como vocês dizem. Mas na Rússia é ao contrário… Lembro uma vez que o namorado da minha irmã me mostrou numa revista masculina uma menina magrelíssima com costelas pra fora e falou: “Isso que é sexy!”. Acho que nenhum homem brasileiro falaria isso.
31) No Brasil tem rodizio de tudo, carne, pizza, comida japonesa – já vi até rodizio de escondidinho! Rodizio é uma coisa muito louca, você vai lá e COME, COME até passar mal. Eu já fui a vários! Na Rússia não existe isso. Lá tem uma coisa chamada buffet – um tipo de self-service em que você paga valor único – mesmo assim é muito raro de encontrar.
32) Brasileiro quando come algo quer dividir com todo mundo que está por perto. Já aconteceu de eu estar num ponto de ônibus e uma mulher abrir um chocolate e virar pra mim e oferecer. Eu fico espantada com isso! Quando é um biscoito que você pode tirar um do pacote até que tudo bem, mas uma maçã babada eu ACHO DEMAIS. Percebo que isso é mais um traço da “cordialidade” do brasileiro, mas às vezes é engraçado. Hoje em dia eu aprendi a oferecer também tudo o que estou comendo.
33) No Brasil, por causa dos impostos, os carros são muito caros. Mesmo assim, quase todo brasileiro FAZ DE TUDO para comprar um automóvel – ou mais de um, por família. Fico imaginando como seria se os carros fossem mais baratos aqui, como são na Rússia…
34) Brasileiro adora parcelar as dívidas. Compram coisas em muitas e muitas prestações. Na Rússia, quase não existe cartão de crédito. E quem tem, só pode comprar a vista com ele. Por isso as pessoas lá andam com pacotes imensos de dinheiro na bolsa. Minha mãe comprou um apartamento a vista – com malas de notas guardadas durante anos embaixo do colchão.
35) Para o brasileiro “FAMÍLIA é tudo”, e é bem assim que dizem. Mesmo quando a pessoa se casa – ou seja, forma uma nova família – ela continua considerando este “tudo” como o seu pai e a sua mãe. Isso é muito diferente dos russos. Fico impressionada com a quantidade de amigos brasileiros que eu vejo terminarem seus relacionamentos porque a família não aprovou o parceiro e se intrometeu.
36) No Brasil, os adultos se comportam meio como crianças quando estão perto dos pais. No início eu estranhava muito, parecia algo exagerado. A primeira vez que vi minha sogra chamando meu namorado de “filhote” (ele tem 30 anos!) e ele chamando o pai de “papai” levei um susto. Pensei: “nossa, mas ele parecia um cara tão maduro…”. Depois descobri que este CARINHO entre pais e filhos, no Brasil, é supernormal. E eu acabei me influenciando. Quando fui visitar a minha mãe a primeira vez, depois que já morava aqui, eu dei um abraço bem apertado nela. Ela se emocionou e disse que nunca tinha sido abraçada daquele jeito por ninguém.
37) Percebi que os brasileiros (as brasileiras, principalmente) adoram ir ao médico. Aqui no Brasil quem tem plano de saúde vai ao médico até sem estar doente. Nunca imaginei que existiria uma coisa chamada check-up. Mesmo a faxineira que vai lá em casa e que usa o SUS está sempre fazendo consultas e exames. Os russos não acreditam nos médicos, e com certa razão, já que muitos compraram seus diplomas.
38) O brasileiro pensa que mora no país mais CORRUPTO do mundo. Mas, na Rússia, acontecem coisas piores. Lá é comum um estudante universitário oferecer propina para o professor lhe dar uma nota alta. Eu estudo numa faculdade brasileira e ralo bastante e fico noites sem dormir para conseguir boas notas. Não imagino um aluno brasileiro tirando da carteira 100 reais para conseguir uma nota 10 na prova.
39) No Brasil, o chá preto é uma água colorida e sem gosto. Lá na Rússia, ele tem um sabor bem forte e delicioso. Os russos tem todo um ritual para tomar chá. Você convida as pessoas para sua casa, coloca na mesa um samovar (um bule de chá gigante de metal), xícaras lindas e docinhos. Para os brasileiros, tomar um chá é uma coisa qualquer.
40) No Brasil, “vamos tomar um café?” significa um convite para uma pausa no trabalho mesmo que ninguém tome um café. Na Rússia, nessa situação, todo mundo fala “vamos fumar?” mesmo que ninguém acenda um cigarro. Acho que o hábito de fumar é tão comum entre os russos quanto tomar um CAFEZINHO entre os brasileiros.
41) Quando me mudei pro Brasil comecei logo a planejar visitar todos os estados, mas quando sai pedindo dicas para os brasileiros, não deu muito certo. Conheci muitos brasileiros que já foram pra Argentina, Miami, Paris e até um que conheceu a Sibéria. Mas me parece que poucos conhecem os principais pontos turísticos do próprio país – que é cheio de lugares que são como o paraíso.
42) No Brasil, todo mundo se chama por apelido. Tenho três chefes: Silvinha, Rafa e Tati e jamais imaginaria chamá-los pelo nome completo. Isso aqui soaria até meio agressivo. Na Rússia, por questão de respeito e extrema hierarquia, é preciso dizer o nome da pessoa seguido pelo primeiro sobrenome (que é o nome do pai + o final ovna/evna, para mulher ou ovitch/evitch, pra homem). Sempre!
43) Suco e salada de frutas, no Brasil, são sempre naturais. Quando mudei pra cá eu ainda pedia “uma salada de frutas natural, por favor”. Até que me toquei de que não precisava falar a palavra “natural”. Na Rússia é importante destacar a palavra “natural” para não receber suco de caixinha e salada de frutas em CONSERVA (eca!).
44) O Brasil tem a maior parada gay do mundo. Na Rússia, a parada gay foi proibida por 100 anos (que número medieval é esse?). Em todas as grandes cidades do Brasil têm baladas gays conhecidas. Na Rússia, elas existem, mas são bem clandestinas, já que a repressão aos gays é muito forte no país. Um russo gay pode ter que se manter socialmente no armário a vida inteira – sob o risco de não arrumar emprego.
45) Violência contra a mulher existe na Rússia e existe no Brasil. Mas aqui tem a Lei "Maria da Penha" e uma maior consciência sobre a importância de proteger as mulheres contra a violência doméstica. Já na Rússia, não adianta nada uma mulher ligar para a polícia pra dizer que é espancada e ameaçada pelo marido. Isso simplesmente não é considerado crime lá.
46) No Brasil as pessoas dão abraço em qualquer um e por qualquer motivo. Semana passada teve um dia em que eu estava muito sensível (sou de peixes gente! rs) e comecei a chorar no elevador da minha faculdade. Uma mulher do meu lado, que eu não conheço, virou perguntando o que tinha acontecido. Respondi que não era nada e pensei que ela ia me ignorar como qualquer um na Rússia faria. Mas não, ela me abraçou muito forte e me desejou boa sorte. Outras vezes, quando sai chorando na rua (adoro!), no Brasil, sempre apareceu alguém perguntando como poderia me ajudar. Na Rússia, o povo normalmente finge que não vê.
47) Os brasileiros dizem constantemente “põe na conta”. Mesmo quando você não conhece o vendedor é normal ouvir dele um “depois você me paga” quando você não tem todo o valor de um produto na hora da compra. Amo como aqui as pessoas confiam uma nas outras!
48) Brasileiro ama contar que pagou baratinho por uma coisa que era caríssima. Na Rússia é o contrário – todo mundo gosta de gabar que pagou muito por algo qualquer! Acho bizarro, prefiro o jeito brasileiro.
49) No Brasil as pessoas ADORAM gato e cachorro vira-lata. Eu mesma aqui adotei dois gatos vira-latinhas. Na Rússia o destino de um gato ou cachorro sem raça é a rua. Lá as pessoas compram animais caros e na raça da moda. Não faz sentido para os russos adotar animais abandonados e sem grife.
50) O dinheiro no Brasil tem imagens de animais invés de líderes políticos. Fiquei encantada! Tem tartaruga, onça, peixinho garoupa, arara, beija flor, garça e até mico leão dourado!
51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental.
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
CURIOSIDADES BRASILEIRAS SEGUNDO UM FRANCÊS.
Olivier Teboul - (O outro) diario do Olivier - http://olivierdobrasil.blogspot.com.br/
Aqui são umas das minhas observações, as vezes um pouco exageradas, sobre o Brasil. Nada serio.
01. Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas ja bastam para constituir uma fila.
02. Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
03. Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hamburger se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plastico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
04. Aqui no Brasil tudo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: é gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar vólei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo é gay : também é gay.
05. Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma maquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem consertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo...
06. Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujos cotas atingem valores estratosféricas.
07. Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
08. Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camisetas qualquer e comum. Comum também é sair de roupas de esportes mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.
09. Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garção, o garção traz a cerveja de qualquer jeito.
10. Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.
11. Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na radio.
12. Aqui no Brasil, a vida vai devagar. E normal estar preso no transito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Ai tem que ser rápido e sair ate antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Ai demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa da caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de credito, ai tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.
13. Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.
14. Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem musica ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão embora que não consideram que toquem se perguntar pra eles. Tem músicos talentosos, mas não tantos tocam as musicas deles. Bares estão cheios de bandas de cover.
15. Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda - direita. Brasil é um pais de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferencia enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salario minimo é bastante comum, e ganhar o salario minimo ainda mais. As crianças de classe media ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões politicas. E de outro lado, existe um sistema de saúde publico, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.
16. Aqui no Brasil, e comum de conhecer alguem, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, ta?”, e nem trocar telefone.
17. Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na pratica “não vou não”.
18. Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não esta frio, todas as condicões estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porem, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão as moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.
19. Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.
20. Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o pais tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tiver tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?
21. Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até a comida é muita comida.
22. Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.
23. Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porem, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.
24. Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time uma capela.
25. Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter transito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num pais onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem transito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!
26. Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.
27. Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender por quê...
28. Aqui no Brasil, não se assuste se estiver convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. E ‘normal’.
29. Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Dai sempre acaba comer uma mistura de todo.
30. Aqui no Brasil, o Deus esta muito presente... pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.
31. Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa...
32. Aqui no Brasil, pais com muita ascendência italiana, tem uma lei que se chama ‘lei do silencio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que la na Itália, a lei do silencio (também chamada de “omerta”) se refere a uma pratica da mafia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.
33. Aqui no Brasil, se acha tudo tipo de nomes, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.
34. Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.
35. Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.
36. Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo : “Tá bom?”, “obrigado”, “desculpa”.
37. Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi "Hitch" umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.
38. Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e ai?”. E ai o quê? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” é “imagina”. Imagina o quê? Talvez à mim é que falte imaginação.
39. Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.
40. Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouve muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.
41. Aqui no Brasil, as lojas, o negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em em vários ‘melhor bufe da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘o maior da América latina’. Não custa nada e ninguém vai ir conferir.
42. Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta pra lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de ferias na América latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil as vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.
43. Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher...). Amor com rótulos.
44. Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.
45. Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. E natural acolher alguem novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferencia do mundo. Obrigado brasileiros.
46. Aqui no Brasil, o brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Tô esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.
47. Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido mas não deixa de ser esquisito.
48. Aqui no Brasil, tem um organismo chamado o DETRAN. Nem quero falar disso não, não saberia por onde começar...
49. Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido no alavanca de mudança pra colocar o lixo.
50. Aqui no Brasil, os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço.
51. Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.
52. Aqui no Brasil, a versão digital de 'fazer fila' e 'digitar codigos'. No banco, pra tirar dinheiro tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos pra pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre tem que errar um pelo menos. Demora.
53. Aqui no Brasil, o sistema sempre ta “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de credito.
54. Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direto e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), ou conferir que sua firma é sua firma.
55. Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tem a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.
56. Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.
57. Aqui no Brasil, no tem agua quente nas casas. Dai tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a agua. Só tem um porem. Ou tem agua quente ou tem um vazão bom. Tem que escolher porque não da para ter os dois.
58. Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastante pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.
59. Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. La na França nem existe mandioca.
60. Aqui no Brasil, tem o numero de telefone tem um DDD e também um numero de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.
61. Aqui, no Brasil, quando se encontra uma pessoa, se fala:
- Beleza?
e a resposta pode ser:
- Jóia.
Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um diálogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo, em inglês:
- The Beauty?
- The Joy.
Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.
62. Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.
63. Aqui no Brasil, no taxi, nunca se paga o que esta escrito. Ou se aproxima pra cima ou pra baixo.
64. Aqui no Brasil, marcar um encontro as 20:00 significa as 21:00 ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
65. Aqui em Belo Horizonte, e a menor cidade grande do mundo. Cinco milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo. Por isso que se fala que BH é um ovo. Eu diria que é um ovo frito. Assim fica mais mineiro.
Olivier Teboul - (O outro) diario do Olivier - http://olivierdobrasil.blogspot.com.br/
Aqui são umas das minhas observações, as vezes um pouco exageradas, sobre o Brasil. Nada serio.
01. Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas ja bastam para constituir uma fila.
02. Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
03. Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hamburger se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plastico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
04. Aqui no Brasil tudo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: é gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar vólei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo é gay : também é gay.
05. Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma maquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem consertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo...
06. Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujos cotas atingem valores estratosféricas.
07. Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
08. Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camisetas qualquer e comum. Comum também é sair de roupas de esportes mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.
09. Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garção, o garção traz a cerveja de qualquer jeito.
10. Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.
11. Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na radio.
12. Aqui no Brasil, a vida vai devagar. E normal estar preso no transito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Ai tem que ser rápido e sair ate antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Ai demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa da caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de credito, ai tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.
13. Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.
14. Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem musica ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão embora que não consideram que toquem se perguntar pra eles. Tem músicos talentosos, mas não tantos tocam as musicas deles. Bares estão cheios de bandas de cover.
15. Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda - direita. Brasil é um pais de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferencia enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salario minimo é bastante comum, e ganhar o salario minimo ainda mais. As crianças de classe media ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões politicas. E de outro lado, existe um sistema de saúde publico, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.
16. Aqui no Brasil, e comum de conhecer alguem, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, ta?”, e nem trocar telefone.
17. Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na pratica “não vou não”.
18. Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não esta frio, todas as condicões estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porem, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão as moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.
19. Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.
20. Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o pais tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tiver tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?
21. Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até a comida é muita comida.
22. Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.
23. Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porem, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.
24. Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time uma capela.
25. Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter transito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num pais onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem transito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem educado!
26. Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.
27. Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender por quê...
28. Aqui no Brasil, não se assuste se estiver convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. E ‘normal’.
29. Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Dai sempre acaba comer uma mistura de todo.
30. Aqui no Brasil, o Deus esta muito presente... pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.
31. Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa...
32. Aqui no Brasil, pais com muita ascendência italiana, tem uma lei que se chama ‘lei do silencio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que la na Itália, a lei do silencio (também chamada de “omerta”) se refere a uma pratica da mafia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.
33. Aqui no Brasil, se acha tudo tipo de nomes, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.
34. Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.
35. Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.
36. Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo : “Tá bom?”, “obrigado”, “desculpa”.
37. Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi "Hitch" umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.
38. Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e ai?”. E ai o quê? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” é “imagina”. Imagina o quê? Talvez à mim é que falte imaginação.
39. Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.
40. Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouve muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.
41. Aqui no Brasil, as lojas, o negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em em vários ‘melhor bufe da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘o maior da América latina’. Não custa nada e ninguém vai ir conferir.
42. Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta pra lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de ferias na América latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil as vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.
43. Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher...). Amor com rótulos.
44. Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.
45. Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. E natural acolher alguem novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferencia do mundo. Obrigado brasileiros.
46. Aqui no Brasil, o brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Tô esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.
47. Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido mas não deixa de ser esquisito.
48. Aqui no Brasil, tem um organismo chamado o DETRAN. Nem quero falar disso não, não saberia por onde começar...
49. Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido no alavanca de mudança pra colocar o lixo.
50. Aqui no Brasil, os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço.
51. Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.
52. Aqui no Brasil, a versão digital de 'fazer fila' e 'digitar codigos'. No banco, pra tirar dinheiro tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos pra pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre tem que errar um pelo menos. Demora.
53. Aqui no Brasil, o sistema sempre ta “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de credito.
54. Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direto e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), ou conferir que sua firma é sua firma.
55. Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tem a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.
56. Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.
57. Aqui no Brasil, no tem agua quente nas casas. Dai tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a agua. Só tem um porem. Ou tem agua quente ou tem um vazão bom. Tem que escolher porque não da para ter os dois.
58. Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastante pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.
59. Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. La na França nem existe mandioca.
60. Aqui no Brasil, tem o numero de telefone tem um DDD e também um numero de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.
61. Aqui, no Brasil, quando se encontra uma pessoa, se fala:
- Beleza?
e a resposta pode ser:
- Jóia.
Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um diálogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo, em inglês:
- The Beauty?
- The Joy.
Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.
62. Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.
63. Aqui no Brasil, no taxi, nunca se paga o que esta escrito. Ou se aproxima pra cima ou pra baixo.
64. Aqui no Brasil, marcar um encontro as 20:00 significa as 21:00 ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
65. Aqui em Belo Horizonte, e a menor cidade grande do mundo. Cinco milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo. Por isso que se fala que BH é um ovo. Eu diria que é um ovo frito. Assim fica mais mineiro.
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
QUAIS SÃO AS TREZE COISAS NO BRASIL QUE OS JAPONESES JAMAIS ACREDITARIAM?
Yukipoa - Japonês em Porto Alegre - http://traducao-japones.blogspot.com.br/ - 14.02.13.
Ao caro leitor:
Hoje eu gostaria de lhe apresentar treze coisas no Brasil que os japoneses jamais acreditariam. Talvez o ponto de vista de um estrangeiro faça você refletir mais sobre sua cultura, seu costume e seu pensamento, além de conhecer a cultura japonesa e o pensamento japonês.
1. Todos os brasileiros podem ser atendidos no hospital gratuitamente.
Infelizmente isso é uma coisa que não vai acontecer de jeito nenhum no Japão. No Japão, para você ser atendido no hospital, precisa-se de carteira nacional de saúde. Quem tem essa carteira paga só 20 % do custo real na consulta, apesar de precisar pagar mensalidade conforme a sua renda. É claro que os pacientes brasileiros também precisam esperar na fila de espera há meses dependendo da cirurgia, até que vão ser atendidos pelo SUS. Portanto, dependendo da gravidade da doença do paciente, poderá não vai dar tempo.
No entanto, no Japão, quem não tem dinheiro precisará morrer, já que não tem jeito de realizar cirurgia sem dinheiro.
Pensando nisso, o sistema de saúde no Brasil é bem mais generoso apesar de ter muitos problemas.
2. No Brasil, até funcionários públicos fazem greves.
Uma das coisas que eu me surpreendi aqui no Brasil é número de greves realizado ao longo do ano.
Cada vez que os funcionários dos bancos entram em greve, os cidadãos comuns sofrem com consequência. E greve dos professores das escolas públicas prejudicam os estudos dos alunos. Eu entendo que grevistas lutam para proteger seus direitos dignos. No entanto, eu não compreendo como é que as grevistas ousam fazer isso prejudicando os outros.
No Japão, a lei não permite funcionários públicos fizerem greves, pensando nos danos grandes para sociedade. Aliás, dificilmente acontece greve até nas empresas privadas, principalmente depois do anos 1980.
3. No Brasil, não se pode se jogar papel higênico no vaso.
Quando eu vim ao Brasil pela primeira vez, eu fui orientado para não jogar papel higênico no vaso mesmo que eu pouse no hotel de cinco estrelas. Como eu nunca tinha usado um banheiro assim no Japão até então, eu fiquei muito chocado. Ainda por cima, eu precisava jogar o papel higênico usado numa caixa ao lado do vaso, o que eu não achei nada higiênico.
4. Os brasileiros costumam emendar feriadão.
Quando cair um feriado na terça ou na quinta, os brasileiros costumam fazer segunda ou sexta como dia de folga e criar um feriadão juntando com dias de folga do fim de semana.
Como eu nunca tinha visto este esquema de fazer feriadão no Japão, eu fiquei indignado com isso quando eu passei por isso pela primeira vez. Eu pensei assim porque eu sempre frequentava à escola conforme o cronograma escolar, mesmo que feriados caíssem na terça ou na quinta.
No entanto, hoje eu sou totalmente o favor do sistema brasileiro!! Como as pessoas mudam, né!?
Pesquisando a respeito, eu descobri que o governo japonês mudou a legislação e definiu alguns feriados como terceira segunda- feira de determinado mês em vez de determinar a data específica daquele mês, com o objetivo de fazer feriadão.
Eu acho ótima ideia. Assim, os feriados prejudicam menos a economia e o povo japonês pode aproveitar mais a vida, né?
5. No Brasil, não dá troco certo ao cliente nos estabelecimentos comerciais.
Por incrível que pareça, não se dá troco inferior a 5 centavos no Brasil. Há até caso em que dá bala em vez de troco no supermercado. Quando eu recebi bala pela primeira vez, eu senti que fui tratado como uma criança e nem conseguia acreditar nisso.
É uma coisa que jamais aconteceria no Japão, já que os japoneses sempre dão trocos certinhos.
6. Quando há show fora, você vai encontrar monte de lixos no chão após o show.
Quando eu fui a um show realizado fora ou até um show num boate, a quantidade dos lixos que eu vi após o show foi surpreendente. Foi difícil dançar e se divertir sem pisar lata de cerveja jogado no chão durante o show. Como é que as pessoas jogam tudo aquilo???
Quando eu questionei a respeito ao amigo brasileiro, ele me explicou que as pessoas não se importam com isso, já que organizador do evento contrata as pessoas para limpar tudo isso depois do show. Ou seja, o público está criando "empregos" para as pessoas que precisam de dinheiro.
Eu entendi a esquema. Porém, eu me surpreendi com o ponto de vista brasileiro.
Os japoneses em geral já têm costume de deixar o ambiente público limpo, já que eles mesmos eram educados para limpar as salas de aula e banheiros todos os dias quando estavam estudando.
7. Durante o carnaval, distribui-se camisinha no sambódromo.
Quando eu fui a Rio de Janeiro para assistir o desfile do carnaval ao vivo, estavam distribuindo camisinha para público que estava fora do sambódromo. Eu a acabei recebendo sem saber o que é. No entanto, quando eu fiquei sabendo que era camisinha, eu não conseguia acreditar nisso!!
O brasileiro me explicou que era para evitar bebê inesperado. Tudo bem. Porém, na minha opinião, parecia que está incentivando sexo durante carnaval!!
8. Muitos brasileiros olham as mulheres passarem nas ruas indiscretamente.
Na verdade, os japoneses também têm vontades de olhar as mulheres bonitas passando nas ruas com a maior atenção possível. Todavia, os homens japoneses não conseguem fazer isso por causa da vergonha. O máximo que eles podem fazer é olhar as mulheres japonesas de maneira bem discreta para que elas não percebam os olhares deles.
Chamar as mulheres de ”gostosa”, nem pensar. É fora do nosso alcance.
9. Os brasileiros chamam as pessoas nas ruas por meio do assobio.
Quando eu morava em São Paulo, eu via os paulistanos chamando as pessoas nas ruas por meio do assobio. Eu nunca tina visto este costume aqui em Porto Alegre. Portanto, talvez este costume seja regional.
Quando eu enfrentei a situação assim pela primeira vez, eu não entendia o que estava acontecendo. Porém, depois que soube o significado do método, eu não conseguia acreditar. Porque chamar as pessoas daquele jeito é totalmente falta de educação no Japão. E nem gostei daquele som “Psiu,Psiu...”. Poderia ser outro, pelo menos.
10. Muitos motoristas brasileiros não obedecem à sinalização de trânsito.
Como têm motoristas que não obedecem à sinalização de trânsito aqui no Brasil!!
Com certeza absolta, há motoristas que não obedecem à sinalização de trânsito no Japão também. Entretanto, o número de motoristas que cometem infração é bem pouco e a gravidade da infração é bem leve.
No Japão, eu nunca tinha visto motorista que ultrapassa o carro da frente no cruzamento logo depois que abriu o sinal. Por que não podia esperar mais 5 segundos até que o carro da frente dobrar no cruzamento??
Infelizmente não podemos confiar na sinalização de trânsito no Brasil. Nós precisamos acreditar no que nós vemos com nossos próprios olhos. Obedecer à sinalização de trânsito não vai garantir nossa segurança.
11. Muitos brasileiros não sabem falar português corretamente e escrever redação.
Eu acredito que as regras em excesso explica o fato. A língua portuguesa não é difícil mas complicada demais, pois há muitas regras gramaticais. Eu não entendo por que precisava complicar tanto. Portanto, nem os nativos podem aplicar as regras de maneira correta.
Por outro lado, a língua japonesa não tem tantas regras nem tantas conjugações como a língua portuguesa. Por isso mesmo, dificilmente os japoneses falam errado. Os erros que os japoneses cometem são os outros tipos tais como ideogramas erradas, aplicações erradas de expressões, desenvolvimento errado do tema na redação, entre outros.
12. Os brasileiros podem fazer curso superior na universidade pública de graça.
Infelizmente os japoneses precisam pagar a mensalidade mesmo ingressando na universidade pública. O valor da mensalidade na universidade pública é mais ou menos metade do valor da mensalidade paga na universidade particular.
Considerando isso, o Brasil é um país generoso, onde proporciona a oportunidade de fazer curso superior para pessoas que necessitam de ajuda financeira. É mesmo tipo de benefício que SUS proporciona. O governo brasileiro não está abandonando a população que pertence à classe baixa. Pelo menos, existe um jeito para pessoas conseguirem ascender na vida através do estudo.
13. Os políticos brasileiros que se envolveram no escândalo podem ser reeleitos.
É uma coisa que jamais aconteceria no político japonês. O político que envolveu no escândalo uma vez já era no Japão. O Japão é um país rigoroso onde não dá segunda chance tanto para político corrupto quanto para cidadão. Por isso mesmo, há muitos suicídios infelizmente...
Yukipoa - Japonês em Porto Alegre - http://traducao-japones.blogspot.com.br/ - 14.02.13.
Ao caro leitor:
Hoje eu gostaria de lhe apresentar treze coisas no Brasil que os japoneses jamais acreditariam. Talvez o ponto de vista de um estrangeiro faça você refletir mais sobre sua cultura, seu costume e seu pensamento, além de conhecer a cultura japonesa e o pensamento japonês.
1. Todos os brasileiros podem ser atendidos no hospital gratuitamente.
Infelizmente isso é uma coisa que não vai acontecer de jeito nenhum no Japão. No Japão, para você ser atendido no hospital, precisa-se de carteira nacional de saúde. Quem tem essa carteira paga só 20 % do custo real na consulta, apesar de precisar pagar mensalidade conforme a sua renda. É claro que os pacientes brasileiros também precisam esperar na fila de espera há meses dependendo da cirurgia, até que vão ser atendidos pelo SUS. Portanto, dependendo da gravidade da doença do paciente, poderá não vai dar tempo.
No entanto, no Japão, quem não tem dinheiro precisará morrer, já que não tem jeito de realizar cirurgia sem dinheiro.
Pensando nisso, o sistema de saúde no Brasil é bem mais generoso apesar de ter muitos problemas.
2. No Brasil, até funcionários públicos fazem greves.
Uma das coisas que eu me surpreendi aqui no Brasil é número de greves realizado ao longo do ano.
Cada vez que os funcionários dos bancos entram em greve, os cidadãos comuns sofrem com consequência. E greve dos professores das escolas públicas prejudicam os estudos dos alunos. Eu entendo que grevistas lutam para proteger seus direitos dignos. No entanto, eu não compreendo como é que as grevistas ousam fazer isso prejudicando os outros.
No Japão, a lei não permite funcionários públicos fizerem greves, pensando nos danos grandes para sociedade. Aliás, dificilmente acontece greve até nas empresas privadas, principalmente depois do anos 1980.
3. No Brasil, não se pode se jogar papel higênico no vaso.
Quando eu vim ao Brasil pela primeira vez, eu fui orientado para não jogar papel higênico no vaso mesmo que eu pouse no hotel de cinco estrelas. Como eu nunca tinha usado um banheiro assim no Japão até então, eu fiquei muito chocado. Ainda por cima, eu precisava jogar o papel higênico usado numa caixa ao lado do vaso, o que eu não achei nada higiênico.
4. Os brasileiros costumam emendar feriadão.
Quando cair um feriado na terça ou na quinta, os brasileiros costumam fazer segunda ou sexta como dia de folga e criar um feriadão juntando com dias de folga do fim de semana.
Como eu nunca tinha visto este esquema de fazer feriadão no Japão, eu fiquei indignado com isso quando eu passei por isso pela primeira vez. Eu pensei assim porque eu sempre frequentava à escola conforme o cronograma escolar, mesmo que feriados caíssem na terça ou na quinta.
No entanto, hoje eu sou totalmente o favor do sistema brasileiro!! Como as pessoas mudam, né!?
Pesquisando a respeito, eu descobri que o governo japonês mudou a legislação e definiu alguns feriados como terceira segunda- feira de determinado mês em vez de determinar a data específica daquele mês, com o objetivo de fazer feriadão.
Eu acho ótima ideia. Assim, os feriados prejudicam menos a economia e o povo japonês pode aproveitar mais a vida, né?
5. No Brasil, não dá troco certo ao cliente nos estabelecimentos comerciais.
Por incrível que pareça, não se dá troco inferior a 5 centavos no Brasil. Há até caso em que dá bala em vez de troco no supermercado. Quando eu recebi bala pela primeira vez, eu senti que fui tratado como uma criança e nem conseguia acreditar nisso.
É uma coisa que jamais aconteceria no Japão, já que os japoneses sempre dão trocos certinhos.
6. Quando há show fora, você vai encontrar monte de lixos no chão após o show.
Quando eu fui a um show realizado fora ou até um show num boate, a quantidade dos lixos que eu vi após o show foi surpreendente. Foi difícil dançar e se divertir sem pisar lata de cerveja jogado no chão durante o show. Como é que as pessoas jogam tudo aquilo???
Quando eu questionei a respeito ao amigo brasileiro, ele me explicou que as pessoas não se importam com isso, já que organizador do evento contrata as pessoas para limpar tudo isso depois do show. Ou seja, o público está criando "empregos" para as pessoas que precisam de dinheiro.
Eu entendi a esquema. Porém, eu me surpreendi com o ponto de vista brasileiro.
Os japoneses em geral já têm costume de deixar o ambiente público limpo, já que eles mesmos eram educados para limpar as salas de aula e banheiros todos os dias quando estavam estudando.
7. Durante o carnaval, distribui-se camisinha no sambódromo.
Quando eu fui a Rio de Janeiro para assistir o desfile do carnaval ao vivo, estavam distribuindo camisinha para público que estava fora do sambódromo. Eu a acabei recebendo sem saber o que é. No entanto, quando eu fiquei sabendo que era camisinha, eu não conseguia acreditar nisso!!
O brasileiro me explicou que era para evitar bebê inesperado. Tudo bem. Porém, na minha opinião, parecia que está incentivando sexo durante carnaval!!
8. Muitos brasileiros olham as mulheres passarem nas ruas indiscretamente.
Na verdade, os japoneses também têm vontades de olhar as mulheres bonitas passando nas ruas com a maior atenção possível. Todavia, os homens japoneses não conseguem fazer isso por causa da vergonha. O máximo que eles podem fazer é olhar as mulheres japonesas de maneira bem discreta para que elas não percebam os olhares deles.
Chamar as mulheres de ”gostosa”, nem pensar. É fora do nosso alcance.
9. Os brasileiros chamam as pessoas nas ruas por meio do assobio.
Quando eu morava em São Paulo, eu via os paulistanos chamando as pessoas nas ruas por meio do assobio. Eu nunca tina visto este costume aqui em Porto Alegre. Portanto, talvez este costume seja regional.
Quando eu enfrentei a situação assim pela primeira vez, eu não entendia o que estava acontecendo. Porém, depois que soube o significado do método, eu não conseguia acreditar. Porque chamar as pessoas daquele jeito é totalmente falta de educação no Japão. E nem gostei daquele som “Psiu,Psiu...”. Poderia ser outro, pelo menos.
10. Muitos motoristas brasileiros não obedecem à sinalização de trânsito.
Como têm motoristas que não obedecem à sinalização de trânsito aqui no Brasil!!
Com certeza absolta, há motoristas que não obedecem à sinalização de trânsito no Japão também. Entretanto, o número de motoristas que cometem infração é bem pouco e a gravidade da infração é bem leve.
No Japão, eu nunca tinha visto motorista que ultrapassa o carro da frente no cruzamento logo depois que abriu o sinal. Por que não podia esperar mais 5 segundos até que o carro da frente dobrar no cruzamento??
Infelizmente não podemos confiar na sinalização de trânsito no Brasil. Nós precisamos acreditar no que nós vemos com nossos próprios olhos. Obedecer à sinalização de trânsito não vai garantir nossa segurança.
11. Muitos brasileiros não sabem falar português corretamente e escrever redação.
Eu acredito que as regras em excesso explica o fato. A língua portuguesa não é difícil mas complicada demais, pois há muitas regras gramaticais. Eu não entendo por que precisava complicar tanto. Portanto, nem os nativos podem aplicar as regras de maneira correta.
Por outro lado, a língua japonesa não tem tantas regras nem tantas conjugações como a língua portuguesa. Por isso mesmo, dificilmente os japoneses falam errado. Os erros que os japoneses cometem são os outros tipos tais como ideogramas erradas, aplicações erradas de expressões, desenvolvimento errado do tema na redação, entre outros.
12. Os brasileiros podem fazer curso superior na universidade pública de graça.
Infelizmente os japoneses precisam pagar a mensalidade mesmo ingressando na universidade pública. O valor da mensalidade na universidade pública é mais ou menos metade do valor da mensalidade paga na universidade particular.
Considerando isso, o Brasil é um país generoso, onde proporciona a oportunidade de fazer curso superior para pessoas que necessitam de ajuda financeira. É mesmo tipo de benefício que SUS proporciona. O governo brasileiro não está abandonando a população que pertence à classe baixa. Pelo menos, existe um jeito para pessoas conseguirem ascender na vida através do estudo.
13. Os políticos brasileiros que se envolveram no escândalo podem ser reeleitos.
É uma coisa que jamais aconteceria no político japonês. O político que envolveu no escândalo uma vez já era no Japão. O Japão é um país rigoroso onde não dá segunda chance tanto para político corrupto quanto para cidadão. Por isso mesmo, há muitos suicídios infelizmente...
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Tópico legal.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
"51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental."
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Mas vc não pode. Vc não gosta da Rússia e não é comunista!mmatuso escreveu:"51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental."
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Senhor boloDeOvo, entenda que eu não gosto de comunistas vermelhos.Bolovo escreveu:Mas vc não pode. Vc não gosta da Rússia e não é comunista!mmatuso escreveu:"51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental."
Agora comunistas fêmeas são um dos melhores espetáculos do mundo.
Leste europeu é um dos lugares mais abençoados do mundo no quesito mulheres.
Em um futuro não muito distante irei passar uns meses nesse paraíso envolto em loiras e gastar todo meu dinheiro capitalista na rep. tcheca e países próximos.
As loiras são dadivas divinas de Deus para nós homens!
A prova final de que ele existe e criou as mulheres para nós agradar.
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Não pode ! Vou te entregar pra KGB !
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Não esqueça que praia lá é a 15 celsius.mmatuso escreveu:"51) Fio dental é considerado uma coisa típica do Brasil. Mas quando vim morar aqui descobri que, na verdade, as brasileiras usam calcinhas meio termo, nem grandes e nem minúsculas. Já na Rússia, com aquele frio todo, TODAS as garotas usam SÓ calcinha fio dental."
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- Wingate
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
mmatuso escreveu:Senhor boloDeOvo, entenda que eu não gosto de comunistas vermelhos.Bolovo escreveu: Mas vc não pode. Vc não gosta da Rússia e não é comunista!
Agora comunistas fêmeas são um dos melhores espetáculos do mundo.
Leste europeu é um dos lugares mais abençoados do mundo no quesito mulheres.
Em um futuro não muito distante irei passar uns meses nesse paraíso envolto em loiras e gastar todo meu dinheiro capitalista na rep. tcheca e países próximos.
As loiras são dadivas divinas de Deus para nós homens!
A prova final de que ele existe e criou as mulheres para nós agradar.
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Wingate, este vídeo é bem "porvinha" heim...
Quando achar um vídeo dela pelada posta pra gente que esse tá fraquinho...
Quando achar um vídeo dela pelada posta pra gente que esse tá fraquinho...
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Não posso não, colega...J.Ricardo escreveu:Wingate, este vídeo é bem "porvinha" heim...
Quando achar um vídeo dela pelada posta pra gente que esse tá fraquinho...
Há limites para as fotos das belas...
Como diziam no quartel nos meus tempos de EB: "Quem pode manda, quem é esperto obedece...".
Wingate
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similare
Ou como dizem, é um PhD: Pobre Homenzinho Dominado!
Também faço parte deste grupo...
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Re: Comparações entre brasileiros, klingons, orcs e similares...
Recomendações do Bolodeovo.
"O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro. Aqui tem completo: http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/rib ... brasil.pdf
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