MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4786 Mensagem por mmatuso » Qua Out 22, 2014 11:49 pm

mmatuso escreveu:Realmente, ainda mais que o plano de governo que a dilma prometeu em 2010:

ECONOMIA - Manter o tripé da política econômica: metas de inflação, câmbio flutuante e superávits fiscais primários

- Empreender ações para redução de juros, que incluem a redução da dívida pública para 30% do PIB: índice hoje está em torno de 45%

- Promover desoneração tributária: reduzir impostos sobre investimentos, folha de pagamentos das empresas, remédios, energia elétrica, saneamento, empresas de transporte urbano

- Criação de ministério para a micro e pequena empresa

[003] [003]
Afirmei nada, quem afirmou isso foi a Dilma, tirei isso ai acima do plano de governo dela de 2010.

Ela errou a previsão em quase 200 bilhões e não cumpriu chegar nos 30%, apesar de ter baixado 11%.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4787 Mensagem por Bourne » Qui Out 23, 2014 10:06 am

GustavoB escreveu:Toda véspera de eleição é assim. Todo mundo vira especialista, pinta um quadro de caos - aliás, junto com alguns especialistas de verdade. O PT ganha a eleição, não acontece nada. Consultem o que era dito aqui mesmo no DB antes das duas últimas eleições.
Quando? Que eleições? Que é supostos especialistas?

Não aconteceu em 2006 e 2010. Ao contrário, o candidato do PT era elogiado e patrocinado.

Em 2002 foi excesso e nem base tinha pela equipe que foi formada.

O que será que ocorreu com Dilma? O que ela fez para os assessores colocarem críticas pesada ao modelo como Octaviano canuto ou até o possível ministro da fazenda Nelson Barbosa?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4788 Mensagem por GustavoB » Qui Out 23, 2014 10:48 am

Não vai querer que eu remexa no lodo para comparar as bobagens ditas com o que realmente aconteceu, não? Dei a dica, faça você mesmo.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4789 Mensagem por Wingate » Sex Out 24, 2014 11:20 pm

Yes, we have bananas (and much more!)... 8-]


http://economia.estadao.com.br/noticias ... ra,1581986


Wingate




Editado pela última vez por Wingate em Sáb Out 25, 2014 4:57 am, em um total de 1 vez.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4790 Mensagem por prp » Sex Out 24, 2014 11:31 pm

Chiquitas, burger king, heins,




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4791 Mensagem por mmatuso » Sex Out 24, 2014 11:35 pm

Burger King continua sendo americana não?

O que é do Brasil o representante local.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4792 Mensagem por prp » Sáb Out 25, 2014 12:34 am

Não. O fodão BR comprou ela toda, comprou a maior rede de cafés do canadá também.

Brasil tá dominando a industria alimentícia no mundo :twisted:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4793 Mensagem por NettoBR » Sáb Out 25, 2014 12:04 pm

prp escreveu:Chiquitas, burger king, heins,
Budweiser, Tim Hortons...




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4794 Mensagem por Bourne » Sáb Out 25, 2014 3:13 pm

GustavoB escreveu:Não vai querer que eu remexa no lodo para comparar as bobagens ditas com o que realmente aconteceu, não? Dei a dica, faça você mesmo.
Fique a vontade e traga uma por uma. Com a respectiva fonte, dados e o que ocorreu.

Não dê uma de uma de militante dono da verdade em que ninguém presta a não ser os semelhante.

Faça como os petistas sérios de verdade como Leda Paulani e Nelson Barbosa. Traga evidencias e pontos para sustentar a argumentação. Defendem o partido, mas trazem criticas pesadas também.

Por exemplo, nossa querida laura carvalho, isso que é contrafactual.
Agora vamos falar um pouco da questão fiscal? Ou melhor, vamos falar de algumas das razões para o baixo crescimento do governo Dilma? Ou ainda, vamos falar sobre porque o país teria crescido ainda menos desde 2011 caso o Armínio fosse o ministro da Fazenda?

Acho que consigo abordar em parte as três perguntas com uma mesma historinha, ainda tentando ao máximo ser didática e não abusar do economês. Não deixem de olhar os gráficos abaixo, para entender que esse não foi um governo irresponsável do ponto de vista fiscal, ainda que tenha feito expansão fiscal pós-2012 principalmente via desonerações de impostos. Ainda assim, a dívida bruta em % do PIB se manteve estável (a líquida caiu). Só as transferências de renda (programas sociais) e os investimentos públicos (Minha Casa Minha Vida, essencialmente) aumentaram em relação ao PIB. Entre os gastos com custeio, só os com educação se expandiram.

Vamos lá. Era uma vez um crescimento de 7,5% no ano de 2010. Analistas do mercado financeiro começam a dizer que a economia está superaquecida. "Estamos crescendo acima do nosso potencial, a inflação vai acabar passando da meta", diziam. Era necessário, portanto, "cortar gastos públicos, elevar juros, controlar o crescimento do crédito". Tudo para desacelerar essa demanda excessiva. Esse modelo de crescimento pelo consumo era insustentável e inflacionário...

Dilma, recém-eleita, não queria juros altos. Afinal, os juros altos beneficiavam os bancos, mas prejudicavam a indústria. Como? Pois juros muito altos para o padrão internacional ofereciam retorno alto para os investidores estrangeiros, que por isso vinham em massa para o Brasil nessa época. Essa entrada de capital estava valorizando muito o real. Mas o real valorizado estava prejudicando a nossa competitividade -- tornando as exportações mais caras e os importados mais baratos. Ruim para a indústria nacional, bom para os bancos e esses investidores lá de fora. Esse era o debate ao fim do governo Lula: como reerguer a competitividade da nossa indústria?

Mas se Dilma queria reduzir os juros e desvalorizar o câmbio, e ao mesmo tempo os analistas do mercado financeiro diziam que a economia estava superaquecida e a inflação iria subir, o que fazer? Dilma anunciou um primeiro corte de gastos públicos (http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... -2011.html.).

Além disso, o Banco Central começou a controlar o crédito com base em medidas ditas macroprudenciais, que estabelecem certos limites para a concessão de empréstimos pelos bancos. Dilma e sua equipe econômica optaram por cortar gastos e controlar o crédito, em vez de elevar juros. Os juros foram até reduzidos, o que provocou uma desvalorização do real naquele ano e em 2012.

Mas e aí? Bom, ainda que não tenha elevado a taxa de juros, ao ceder ao clamor pela contração fiscal vinda do mercado financeiro (o que, por sinal, Armínio diz que irá fazer mesmo com uma economia em recessão técnica -- imagina o que teria feito em 2010!!), o governo Dilma elevou o superávit primário (excluindo os recursos para o Fundo Soberano e a capitalização da Petrobras), em cerca de 1% do PIB entre 2010 e 2011 (vejam o gráfico). Ou seja, o governo Dilma fez ajuste fiscal logo em seu primeiro ano.

Em 2012 vem a crise européia. A melhora na competitividade da indústria de nada adianta, face a uma demanda mundial retraída. A desvalorização do câmbio, ao encarecer os produtos importados, acaba acelerando a inflação (como ocorreu em todos os anos de desvalorização cambial desde o início do regime de metas). Com o poder de compra crescendo mais lentamente, o consumo também desacelera. Em meio a isso tudo, o governo passa a investir menos (gráfico), e os bancos passam a conceder menos crédito. Alguma dúvida de que isso acabaria com o nosso crescimento? Quem iria investir quando não há demanda vinda de nenhuma fonte?

Os mesmos analistas, no entanto, passam a interpretar essas observações como o fim de um modelo liderado pelo consumo (!) e o resultado da incerteza gerada por uma política fiscal excessivamente expansionista (!?!?!). Mas peraí, houve redução das políticas voltadas para o consumo no governo Dilma (salários e crédito cresceram menos que no governo Lula), e houve ajuste fiscal em um primeiro momento.

Economia crescendo menos = menor receita de impostos. Ainda mais difícil manter o superávit primário desse jeito. Aí os analistas pedem mais cortes de gastos. E o governo acaba cedendo à enorme pressão, mais uma vez, em uma espiral que em nada melhora as nossas perspectivas de crescimento -- conforme previ em artigo no Valor de agosto do ano passado (versão aberta aqui: http://www.reded.net.br/index.php?optio ... 36&lang=en). Ainda assim, não estamos crescendo menos do que o resto do mundo (exclusive China e India), como mostra o Emilio em artigo no Brasil Debate: http://brasildebate.com.br/o-brasil-tem ... -do-mundo/.

Mas imagina se além de cortar investimentos, Dilma tivesse alterado a regra de valorização do salário mínimo, desacelerando ainda mais o consumo, e o Banco Central tivesse subido os juros, em 2011? Ou seja, imagina se tivéssemos Armínio Fraga como ministro da Fazenda?

A crise e suas repercussões foram (e ainda) são relevantes, sim. Alguns erros de política econômica também foram relevantes. Mas esses erros aconteceram justamente quando o governo acabou cedendo às pressões dos mesmos analistas econômicos que hoje pautam o projeto da oposição. Assim, vamos evitar
jogar fora o bebê com a água do banho? Primeiro a gente vota ?#?Dilma13?, e depois a gente pressiona pro lado certo.
* os gráficos sem fonte são de elaboração própria a partir de dados da SPE/Ministério da Fazenda. Foram retirados de um estudo meu anterior, e por isso o ano de 2013 só contou com dados acumulados até abril.

Fonte https://www.facebook.com/lauroca/posts/ ... 8330429424




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4795 Mensagem por Bourne » Seg Out 27, 2014 11:15 am

Voltemos ao cenário Dilma e quem será a nova equipe e política econômica.

O atual modelo fracassou fracassou e os responsáveis estão com a alma encomendada. As mudanças que vinham se desenhando desde começou de 2014 devem ocorrer agora pós-eleição.

Aposto no Nelson Barbosa e sua respectiva equipe. Aguardemos e veremos.

O cenário abaixo não é pessimista. Infelizmente, faz parte da ressaca da "nova matriz econômica" que os três cavaleiros do apocalipse (Arno Agostin, Guido Mantega e Marcio Holland) construíram. Ajuste fiscal e política dura do BC são esperadas. Inclusive a tesoura andava cortando tudo no custeio e agora pode sair do armário.
Os desafios de Dilma Rouseff para 2015 na área econômica

Fonte http://jlcoreiro.wordpress.com/2014/10/ ... economica/

A Presidente Dilma Rouseff vai assumir seu segundo mandato com um país no qual a economia estará crescendo em ritmo muito lento (próximo de 0% a.a), com uma taxa de inflação que insiste em ficar próxima do teto do sistema de metas de inflação (6,5%.a.a), com uma taxa de investimento que não só é menor do que a média da América Latina como ainda vem caindo sistematicamente nos últimos anos, com a produção industrial retrocedendo aos níveis prevalecentes em 2007 e com um superávit primário como proporção do PIB abaixo de 0,5% para o setor público consolidado.

O cenário internacional também é muito pouco animador. O forte boom nos preços das commodities internacionais, que permitiu ao Brasil acelerar a sua taxa de crescimento no período 2004-2010 sem enfrentar problemas de restrição de balanço de pagamentos, chegou ao fim. A desaceleração prevista no crescimento da China para 2015 devido aos problemas existentes no setor imobiliário deverá reforçar a queda dos preços das commodities como o minério de ferro, aumentando ainda mais o nosso já crítico déficit em conta corrente, o qual anda atualmente por volta de 3,5% do PIB. Além disso, em algum momento ao longo do segundo semestre de 2015 o Federal Reserve – o Banco Central dos Estados Unidos – deverá retomar a “normalização das condições monetárias”, ou seja, deverá iniciar um ciclo de elevação da taxa de juros. Isso terá como efeito a reversão dos fluxos de capitais dos países emergentes em direção a aplicações em títulos da dívida pública norte-americana. No caso brasileiro a “parada súbita” dos fluxos de capitais externos poderá ganhar ainda mais força caso as agências de rating internacional como a S&P rebaixem a classificação de crédito dos títulos do governo brasileiro.

Os dois movimentos apresentados acima, caso se confirmem, irão atingir o balanço de pagamentos brasileiro de duas formas, o primeiro irá incrementar o déficit em conta corrente, ao passo que o segundo deverá resultar num déficit na conta de capitais! O resultado conjunto desses movimentos será uma forte pressão para a desvalorização da taxa nominal de câmbio. É provável que o Banco Central tente resistir a esse movimento da taxa de câmbio com as tradicionais operações de swap cambial e, se as mesmas se revelarem insuficientes para conter a escalada para cima da taxa de câmbio, por intermédio da venda de reservas internacionais. Teremos assim um quadro típico de crise cambial ainda em 2015: forte desvalorização da taxa de câmbio acompanhada por perda de parte significativa das reservas internacionais. Se esse cenário mais pessimista se concretizar, então 2015 será o anno horribilis para a economia brasileira, pois o PIB deverá fechar o ano com crescimento negativo, a inflação irá se acelerar ainda mais, podendo alcançar a barreira psicológica dos 10% e a taxa de desemprego irá aumentar de forma bastante significativa.

Mesmo que este cenário terrível não se confirme, o ano de 2015 será muito difícil. A Presidente Dilma Rouseff terá que iniciar o seu mandato fazendo um ajuste tanto na política fiscal como na política monetária. O ajuste fiscal é condição sine qua non para o país não ver sua classificação de risco rebaixada o que poderia detonar a “parada súbita” de capitais externos para o Brasil com as consequências que vimos acima. Além disso, o ajuste fiscal se faz necessário como instrumento auxiliar na política de combate a inflação, ainda mais num contexto em que a taxa de câmbio irá contribuir negativamente para a redução dos índices de inflação. Nesse contexto, o próximo Presidente da República terá que fazer um esforço para aumentar o superávit primário do setor público para, pelo menos, 2,5% do PIB, ou seja, um aumento aproximadamente R$ 90 bilhões. O impacto recessivo dessa medida será forte, principalmente no segundo semestre de 2015. Tomando como base um multiplicador fiscal de 1,3 – valor que é aparentemente consensual na literatura – a redução do PIB será aproximadamente igual a R$ 117 bilhões, o que significa uma contração de 2,6% do PIB.

No que se refere a política monetária o Banco Central terá que retomar imediatamente o ciclo de elevação da taxa de juros para reverter as expectativas de inflação. Se for bem sucedido nessa tarefa e se a política fiscal seguir a trajetória descrita acima, então o ciclo de elevação dos juros será curto, sendo possível uma redução da taxa de juros no início do segundo semestre de 2015. Se o ajuste fiscal não for feito, contudo, o ciclo de elevação da taxa de juros será longo, podendo a Selic alcançar um patamar como 15 ou 16% no final de 2015.

Nesse cenário mais otimista, pois não prevê crise cambial, a economia brasileira deverá fechar o ano com um crescimento próximo de zero, inflação em queda, talvez próxima de 5,5%. Os fundamentos da economia brasileira, no entanto, estarão mais fortes no final de 2015, permitindo assim uma recuperação da economia brasileira em 2016 a partir do aumento das exportações de produtos manufaturados, supondo aqui que o agravamento das condições internacionais que discutimos anteriormente, embora não leve a uma crise cambial, permitirá um ajuste significativo da taxa de câmbio.

Em suma, 2015 será um ano de ajuste nas contas públicas e na taxa de câmbio. Se esses ajustes forem bem feitos e, especialmente, se pudermos evitar uma crise cambial, então será possível transitar de um modelo de crescimento puxado pelo consumo para um modelo de crescimento puxado pelas exportações de manufaturados e sustentado pelo aumento do investimento público e privado. Um aumento temporário do desemprego e uma queda temporária do salário real, devido a desvalorização cambial, será, contudo, inevitável.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4796 Mensagem por Bourne » Seg Out 27, 2014 11:53 am

A realidade de governar volta à pauta. Sem marqueteiros, cachorros loucos e aqueles patrocinados. Não se faz um governo com esses.
Para Dilma, segundo mandato começa agora

Fonte http://www.valor.com.br/eleicoes2014/37 ... meca-agora

Uma das primeiras providencias do novo governo Dilma Rousseff será decidir como tratar, legalmente, o descumprimento de todas as metas fiscais deste ano.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) dá amparo para um superávit de pelo menos R$ 49,07 bilhões. Se ficar aquém desse valor - a expectativa é de que haja um déficit primário este ano, o que não ocorre desde 1997 - o governo terá que enviar novo projeto de lei ao Congresso, estabelecendo nova meta, ou estará cometendo crime de responsabilidade fiscal.

Uma outra hipótese, menos cotada, é adiar despesas deste ano para janeiro de 2015. Para Dilma, o segundo mandato começa agora.

Como a LDO fixa, para 2015, um superávit mínimo de 2% do PIB, terá, também, que refazer as contas e reduzir a meta para o próximo exercício para algo entre 0,5% do PIB e 1% do PIB.

Há discussões em curso sobre como reconstruir pontes dinamitadas ao longo da campanha eleitoral e como resgatar a indústria do país da situação dramática em que se encontra.

A principal ponte diz respeito à perda de credibilidade que a campanha de Dilma impôs ao Banco Central, ao equiparar uma eventual autonomia da autoridade monetária para cumprir a meta de inflação à subtração de comida da mesa dos pobres.

Uma proposta já começou a ser considerada, embora ainda não contemple a concordância da presidente reeleita. A sugestão seria de ela enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional, cujos parlamentares tomam posse em fevereiro, conferindo mandato à diretoria do BC.


Apesar de ser a negação de tudo o que Dilma disse durante a campanha eleitoral, a proposta seria de o governo, durante o seu novo mandato, poder fazer a indicação de cinco diretores com mandatos coincidentes ao do presidente da República. Os outros quatro diretores do BC seriam escolhidos de forma alternada e não coincidente.

Essa não é uma decisão simples e não será tomada de imediato. Terá que amadurecer muito antes de uma conclusão.

Uma área que está terrivelmente danificada é a da indústria. Nesse aspecto, há muito o que fazer de agora em diante, dado que os mais de 20 programas de incentivo em vigor deram pouco ou nenhum resultado.

A primeira providência mais sensata seria recolocar a política macroeconômica nos trilhos, com inflação na meta, superávit primário consistente e câmbio flutuante.

Com ganhos de credibilidade, o governo poderia assistir a um aumento dos investimentos e a recuperação do crescimento. Isso, por si só, daria um novo conforto à produção industrial.

Há uma discussão, também nessa área, que se divide entre manter a política de conteúdo nacional ou migrar para um modelo mais arejado, onde os incentivos às exportações não penalizem as importações mas, ao contrário, que haja a compreensão de que ambas - importações e exportações - são complementares e que é a expansão da corrente de comércio que produzirá o desenvolvimento.

Essas são algumas das questões que estão sob avaliação no governo, mas de forma ainda muito esparsa. A rigor, não há um programa econômico sistematizado para o segundo mandato. O espaço para mudanças substantivas também não é amplo. As condições da economia, hoje, são muito frágeis. A atividade está paralisada e o desemprego já está contratado.

A necessidade mais urgente do novo governo será reconquistar a confiança de empresários e consumidores, atualmente em nível semelhante ao que estava no auge da crise econômica de 2008/2009.

Para isso, a presidente terá que buscar unir o país, rachado e marcado por uma campanha de péssima qualidade que pouco mostrou os graves problemas que Dilma herdará de Dilma.

Terá que recompor, também, o PT e aos partidos da base aliada, fragmentados. Uma das ideias de petistas influentes é que ela se reúna com as lideranças do PT nos próximos dias.

Há interlocutores próximos à presidente que sustentam que hoje, depois de sentir o calor da derrota da reeleição como uma possibilidade real, Dilma estaria mais consciente de que precisa mudar seu jeito irascível e ouvir mais. Vai ter que ouvir, inclusive, qual a verdadeira situação que o seu governo deixa nesse primeiro mandato. Dilma deixou o governo para se dedicar tempo integral à campanha,

"Ela vai abrir a loja, nesta segunda feira, sem conferir o estoque", comentou uma fonte qualificada que tem conversado com a presidente com muita frequência. A expressão acima era muita usada pelos comerciantes da rua 25 de Março, em São Paulo, na virada do ano, pois sabiam que nas vendas de fim de ano muito havia sido perdido ou roubado.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4797 Mensagem por Rodrigoiano » Seg Out 27, 2014 1:24 pm

Bourne, alguém ligado ao setor bancário privado seria interessante para acalmar o mercado? Há boatos do nome do CEO do Bradesco, Trabuco. Você conhece detalhes para saber se é um bom perfil para a equipe econômica?




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4798 Mensagem por Bourne » Seg Out 27, 2014 1:50 pm

O ponto não é estar ligado ao setor bancário, mas sim passar credibilidade à todo mundo. A economia não são só os bancos.

Isso que o Guido Mantega perdeu. Junto com o Arno Agostin e Marcio Holland. Os três viraram piada. Gente assim na equipe econômica vai destruir confiança e expectativas.

A questão é que precisa de uma equipe econômica (ministro da fazenda, secretário do tesouro, política econômica e outros com cargos burocráticos) que passem credibilidade e firmeza. Nesse rol incluem acadêmicos ou ex-acadêmicos com PhD e bons trabalhos na área, gente experiente na burocracia e/ou mercado. Os citados até agora seguem esse perfil de pessoal tecnicamente impecável, trabalham com a chamada economia do mainstream, conhecem/participam da produção acadêmica de ponta mundial e política econômica tocada pelos países mais avançados.

Nenhum deles com perfil Unicamp ou alternativo que ninguém gosta, responsáveis pela "nova matriz econômica" que fracassou. Esses caras voltam ao ostracismo como eram no governo Lula.

O governo conhece os problemas e deficiência. Agora estão indo atrás desses caras por serem tecnicamente muito bons e terem credibilidade. É claro que terão exigências para não se queimarem e o governo vai acabar cedendo. Esse pessoal é desconfiado, mas se atraiu um nome pesado os outros sentem confiança em aceitar o convite.

Para fazenda que é linha de frente o trabuco seria um bom nome. Sabe falar e se comunicar, sem criar caos o que é uma ´tima qualidade. Os outros falados como Eduardo Loyo, Nelson Barbosa e Henrique Meilleres não são ruins. E não acharia estranho que todos esses acabassem de alguma forma no governo.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4799 Mensagem por Bourne » Ter Out 28, 2014 9:00 pm

Se a nova equipe de dilma não atrapalhar, possível. Pelos nomes ventilados é capaz até de ajudarem.
Brasil terá um dos melhores desempenhos econômicos da América Latina em 2015, diz Cepal

Fonte http://www.portugues.rfi.fr/americas/20 ... 2014-10-28

A América Latina e o Caribe devem registrar um crescimento de mais de 2,5% em 2015. A estimação é da secretária-executiva da Comissão econômica para a região (Cepal), que aposta em um resultado melhor que os 2,2% previstos para 2014. Para ela, o Brasil terá um dos melhores desempenhos da zona.

Após uma modesta previsão para 2014, a América Latina e o Caribe devem retomar o caminho do crescimento no ano que vem. “Eu acredito que 2015 vai ser um ano melhor para a região”, declarou nesta terça-feira (28) em Havana a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena. "Creio que (o crescimento) será superior a 2,5%”, enfatizou.

Segundo a executiva, brasileiros, argentinos e chilenos, registrarão um avanço com relação a 2014. “"O Brasil é, sem dúvida, um país que terá um melhor desempenho no ano que vem", completou.

No entanto, a executiva alertou para o contexto internacional, que continua delicado. “A Europa ainda não conseguiu sair da crise”, lembrou. Já a retomada do crescimento nos Estados Unidos, prevista para atingir 2% este ano, pode contribuir para a situação no resto do continente e estimular as economias da América Central e Caribe, frisou Alicia Bárcena. Ela lembrou que o envio de dinheiro de latino-americanos que vivem nos Estados Unidos é uma fonte de renda importante nesta região.

A Cepal havia revisto para baixo as previsões de crescimento para na América Latina e no Caribe, com estimativas que passaram de 2,7% para 2,2%. Segundo a comissão, a principal razão dessa desaceleração é a fraca demanda de matérias-primas, principalmente da parte de a China.

Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) é mais pessimista. A instituição aposta em uma progressão de 2,2% para 2015. Já para este ano, o fundo prevê um crescimento de apenas 1,3%. Se confirmado, esse seria o índice mais baixo desde 2009.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4800 Mensagem por Bourne » Qua Out 29, 2014 8:57 am

Tambores da política de ajuste ortodoxo em 2015 e 2016. É a ressaca da nova matriz econômica.

E, pasmem senhores, dizem que o maior apoiador é o próprio Lula. Junto com a demissão dos responsáveis pela política econômica da Dilma i. Ou seja, os gargantas e cachorros loucos foram esquecidos.

—----------

Governo erra em não focar no ajuste fiscal, alertam assessores presidenciais
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
28/10/2014 08h38

As primeiras declarações do governo Dilma sobre o futuro da economia preocuparam assessores presidenciais. Em vez de voltar a falar em medidas de estímulo à economia, o foco deveria estar todo concentrado no ajuste das contas públicas num momento em que elas estão no vermelho e o mercado tenso pós-reeleição da presidente petista.

Na avaliação desta ala do governo, a prioridade deveria ser arrumar a casa antes de pensar em uma retomada do crescimento da economia. O receio destes assessores é com a inflação ainda alta e com o risco de o país perder seu grau de investimento concedido pelas agências internacionais de classificação de risco.

Sem ele, o custo de captação de empréstimos no exterior fica mais caro para os setores público e privado, além de reduzir o total de investimentos estrangeiros no país –o que pode acontecer num momento em que o mundo pode voltar a subir os juros, pressionando ainda mais a política monetária brasileira.

Segundo a Folha apurou, o temor destes assessores é que as primeiras declarações do governo depois da eleição destacaram mais medidas de estímulo à economia e teriam sido muito vagas na área fiscal, considerada a mais complicada no atual momento.

Nos últimos meses, o setor público passou a registrar déficit primário —ou seja, o governo não está mais conseguindo economizar para pagar juros da dívida pública, uma sinalização ruim para os investidores estrangeiros.

Neste ano, o governo não vai cumprir a meta de superávit primário de 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto), lançando dúvidas sobre a capacidade de bancar a promessa de, em 2015, fazer uma economia ainda maior.

No primeiro dia pós-eleição, por sinal, quando afirmou que a vitória de Dilma era uma mostra de que a população aprova a política econômica do governo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) voltou a prometer um ajuste fiscal "mais forte" em 2015 para compensar o fraco desempenho deste ano.

Mantega afirmou ainda que desejava reafirmar o compromisso do governo brasileiro em "manter um bom resultado fiscal, para que a dívida pública continue sob controle", e que "permanece a prioridade de manter a inflação sob controle".

Estas sinalizações, na avaliação de setores do governo, já não surtem mais efeitos e não são levadas a sério pelos agentes econômicos enquanto não forem seguidas de medidas concretas. A tendência seria de o mercado seguir em turbulências, como nesta segunda-feira (27), quando o dólar disparou e a Bolsa caiu.

Para esta ala do governo, os dois próximos anos precisam ser focados em colocar ordem nas contas públicas pois o mundo estará passando por um momento de transição. Além disto, assessores afirmam o governo insiste num caminho que não deu resultado no primeiro mandato de Dilma ao anunciar que prepara medidas de estímulo a setores da economia.

Para eles, o governo tem de abandonar em definitivo as medidas pontuais como receita para recuperar o crescimento da economia. "Não funcionaram e não funcionam", afirmou um assessor da presidente Dilma.

A ala do governo que ficou preocupada com o tom da fala da equipe econômica avalia que o futuro titular da Fazenda deveria ser alguém que conheça bem o funcionamento da máquina federal e saiba como colocar ordem nas finanças federais. Com isso, avalia, a inflação cai e o crescimento volta.

Endereço da página: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014 ... iais.shtml




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