O Gripen nasceu com o requisito de manter o alcance e a carga paga do caça que iria substituir, o Viggen.Túlio escreveu: Ao contrário de Rafale e Super Hornet, o Gripen E nem maquete tem, quanto mais um protótipo voando, o jeito é esperar e torcer para que saia kôza buena (e convenhamos, os Suecos não são conhecidos por maus desenvolvedores de caças, Draken e Viggen - e até as versões anteriores do Gripen - foram expoentes em seu tempo)...
Vale ressaltar que o Viggen em fins da década de 70 e década de 80 (quando nasceu o projeto do Gripen) já havia evoluído para a versão JA 37 (entregue de 1.979 a 1.990) com peso máximo de decolagem de 18.600kg, peso vazio de 9.500kg, capacidade interna de combustível de 4000kg e 5.000kg de cargas externas. O Gripen atual tem 4.700kg de capacidade de cargas externas.
A versão JA 37 do Viggen tinha alcance de 2.000km com combustível interno. A versão "A" do Gripen, 1.600km. e a "C", 2.000km.
Ou seja, a Força Aérea da Suécia traçou o requisito e conseguiram atingir.
O problema é que agora o alcance e carga paga maiores não é requerimento deles. Depois do compromisso de aquisição de 60 unidades para a Flygvapnet no final do ano passado o requisito do projeto de cargas externas já caiu 200kg, indo para 5.000kg. Se fosse requisito da Força Aérea sueca mantê-lo, não teria acontecido.
O território deles é de 449 mil km2, ou seja, 20 vezes menor do que o nosso. A necessidade de autonomia deles é bem menor.
Nós vamos operar na Amazônia, que ocupa metade do território nacional e a maioria dos países fronteiriços. Mesmo com operações em rodopistas precisa ter autonomia e capacidade de carga. Pelo projeto do GripenNG hoje em dia, ele carregando 2 tanques externos de 1.700L já vai ficar no limite de peso armado em configuração ar-ar, com 4 BVR e 2 WVR. Configuração ar-solo com esses tanques maiores, é bem difícil de ocorrer pela capacidade bastante limitada que sobra (menos de 1.000kg). Vai ter de ser com tanques externos de combustíveis menores por causa da absurda perda de capacidade de cargas que está ocorrendo devido ao aumento do peso vazio.
Esse problema que está ocorrendo com o GripenNG não é problema da Suécia ou da Suíça (desta, até pouco tempo atrás). É nosso.
Essa perda de 900kg de carga paga é um problema gravíssimo.
É impossível recuperar o perdido, mas a SAAB precisaria melhorar algumas centenas de kg sim. Como? Só pressão. Despender centenas de milhões de dólares para resolver isso, sem pressão, ela não vai fazer.
O problema é que a mídia especializada que sabe não ajuda para não correr o risco de desgostar o patrocinador e perder a grana contínua e de anos que quase todo o mês entra como propaganda...