Mundo Árabe em Ebulição

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5926 Mensagem por Wingate » Sex Set 26, 2014 6:49 pm

mmatuso escreveu:Aécio faria o que o FHC fez que é se alinhar completamente com os interesses dos EUA.

Então ele não passaria essa pataquada da Dilma porque iria na ONU fazer um discurso ovacionando completamente essa coalisão. [003]
Marina faria que nem o Marlon brando, mandaria um indio no lugar dela para a ONU
Comanche? Apache? Cheyenne? :mrgreen:

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5927 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Set 26, 2014 10:09 pm

Cross escreveu:Eu estou completamente confuso, eu não sei dizer se esse post é sarcástico ou 100% sério.
A primeira coisa que pensei quando li as palavras da presidentea foi "WTF?", mas, ai pensando bem, existe um pingo de razão, que o Clermont identificou muito bem, os americanos atacaram um território soberano sem pedir permissão e, sempre que fizeram isso, deu merda, as críticas são fundamentadas, sinceramente espero que as teorias conspiratórias sobre o estado islâmico sejam reais, porque não imagino como eles possam ser combatidos.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5928 Mensagem por EDSON » Sex Set 26, 2014 11:09 pm

NettoBR escreveu:http://www.youtube.com/watch?v=jPEb6nwFHlQ
Para quem não viu este vídeo veja e a partir do min: 32 é impressionante a proximidade do combate.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5929 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Set 26, 2014 11:21 pm

Interessante a parte contra os M1, os RPG falharam, ai os radicais partiram pro combate corpo a corpo sem medo de morrer...

Agora sabemos o resultado de um combate entre uma tripulação que não sabe pisar no acelerador contra combatentes que não tem medo de nada.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5930 Mensagem por prp » Sex Set 26, 2014 11:24 pm

Eu acho que aquele M1 estava imobilizado, não é possível que os caras não sumiram de lá.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5931 Mensagem por EDSON » Sex Set 26, 2014 11:25 pm

A religião transforma os homens em surpreendentes guerreiros. Acho que vamos precisar dos Templários.

Primeira imagens de uma emboscada fatal para mais de 300 homens segundo os próprios militares iraquianos.





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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5932 Mensagem por Wingate » Sáb Set 27, 2014 3:19 am

EDSON escreveu:A religião transforma os homens em surpreendentes guerreiros. Acho que vamos precisar dos Templários.

Primeira imagens de uma emboscada fatal para mais de 300 homens segundo os próprios militares iraquianos.


Acho que os Gurkhas do exército britânico seriam um adversário duro de roer para esses fanáticos... :|

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5933 Mensagem por wagnerm25 » Sáb Set 27, 2014 6:20 am

Isso vai ser como lutar contra formigas. Você consegue mantê-las sob controle, mas nunca vai acabar com todas.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5934 Mensagem por J.Ricardo » Sáb Set 27, 2014 7:56 am

mmatuso escreveu:Aécio faria o que o FHC fez que é se alinhar completamente com os interesses dos EUA.

Então ele não passaria essa pataquada da Dilma porque iria na ONU fazer um discurso ovacionando completamente essa coalisão. [003]

Marina faria que nem o Marlon brando, mandaria um indio no lugar dela para a ONU. [003]
E o Levy falaria que a solução do Oriente Médio é o Aero Trem! [003] [003]

Falar o que faria ou não é entrar no campo da especulação, o problema é que hoje é um fato notório que nos alinhamos automaticamente com Fidel e Chaves, hoje somos um Mastim Napolitano que segue as ordens de um Chiuaua...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5935 Mensagem por Clermont » Sáb Set 27, 2014 9:24 am

KHORASAN - FACÇÕES SÍRIAS NUNCA OUVIRAM FALAR DISSO.

O termo, provavelmente, foi inventado pelos EUA.

Por Jason Ditz - Antiwar.com - 26.09.14.

Desde que os EUA iniciaram ataques aéreos contra a Síria, o nome "Khorasan" tem estado na boca de todo mundo, juntamente com o ISIS, eles tornaram um alvo principal.

Isso é surpreendente para o povo na Síria, especialmente, estes vinculados com a rebelião, pois nenhum deles jamais ouviu falar de tal facção. Na verdade, são crescentes as evidências de que os EUA fabricaram isso.

"O nome é claramente de origem americana," observou o analista Pieter van Ostayen, que disse que essa denominação nunca foi mencionada por qualquer movimento jihadista até que os americanos começaram a falar nisso.

Antes, o que está sendo referido pela administração como Khorasan é, simplesmente, a al-Qaeda. Quando os americanos atacam o "Khorasan" estão, na verdade, atacando a Jabhat al-Nusra, o grupo sírio da al-Qaeda, e não querem admitir isso porque os rebeldes "moderados" estão proximamente aliados com a al-Qaeda. Mas não estão aliados com o Khorasan porque não existe uma coisa assim.

O nome também é uma conveniência política, assim, quando a TSA afirma que o "Khorasan" é uma ameaça aos vôos americanos, o que estão, realmente, dizendo é que a al-Qaeda é uma ameaça aos vôos americanos, dificilmente uma novidada, mas uma admissão condenatória de que treze anos de foco na al-Qaeda numa guerra global não serviu de nada, e a ameaça ainda está por aí.

Eles não querem admitir isso, portanto, inventarem a ficção do Khorasan para acobertar a verdade.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5936 Mensagem por NettoBR » Sáb Set 27, 2014 12:13 pm

http://www.youtube.com/watch?v=HOtflpNTWYk




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5937 Mensagem por Bourne » Sáb Set 27, 2014 12:41 pm

Por que o 'Estado Islâmico' quer que o Ocidente envie tropas para Iraque e Síria
Frank Gardner

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... ues_eua_kb

Apenas horas após o presidente Barack Obama falar em atacar determinadas regiões do Iraque, iniciaram-se os primeiros bombardeios.
Foi uma surpresa para muitos, dadas as complexidades do processo de tomada de decisão em temas de política externa.

Mas a urgência tinha explicação: a situação em que se encontrava (e ainda se encontra) a minoria religiosa yazidi, refugiada em uma montanha no norte do Iraque, sem comida e bebida; e a proximidade do grupo militante Estado Islâmico à cidade curda de Irbil.

A agilidade contrastou com o longo vai e vem de declarações, reuniões, audiências e avisos de intervenção na Síria, onde os Estados Unidos decidiram não realizar nenhuma missão militar.

"150 mil sírios mortos perguntam: o que os yazidis têm que nós não temos?", escreveu o editor do grupo Foreign Policy, David Rothkopf, na rede social Twitter.
Muitas outras pessoas nas redes sociais fizeram a mesma pergunta: como os Estados Unidos agiram tão rápido no Iraque enquanto o conflito na Síria continua?
Realidades diferentes

"Esta é certamente uma questão que muitas pessoas têm feito e que é muito difícil de responder", disse à BBC Elizabeth Saunders, professora do departamento de Ciência Política da Universidade George Washington, na capital americana.

"Há uma analogia com a intervenção na Líbia, que começou em março de 2011. Os casos do Iraque e da Líbia têm um fator comum: os Estados Unidos consideram que há uma ameaça iminente para uma determinada população. Os americanos julgam que poderiam fazer uma diferença imediata para uma população tão específica", argumenta.

"Na Síria, claro, a devastação e destruição humanitária são enormes, mas é muito mais difícil identificar exatamente o que os Estados Unidos podem fazer no caso sírio, quais são as facções do conflito e qual seria o interesse dos Estados Unidos. No Iraque e na Líbia era mais simples determinar qual lado poderia ser ajudado de uma maneira rápida ", acrescenta Saunders.

Obama não teve apoio de aliados para ação na Síria

Além dessas razões, foi o próprio governo do Iraque que solicitou a assistência dos Estados Unidos. O pedido foi feito no mês de junho, para conter o avanço do grupo militante Estado Islâmico, que na época tomou o controle de vastas áreas no país, incluindo a importante cidade de Mosul.
Por outro lado, a intervenção internacional na Síria seria como um ataque ao governo do presidente Bashar al-Assad, imerso em uma guerra civil com diversas facções rebeldes, umas mais moderadas que outras - entre elas o próprio Estado islâmico - desde março de 2011.

Apoio internacional

Um ano atrás, Barack Obama parecia disposto a intervir na Síria. A denúncia do suposto uso de armas químicas por parte do governo sírio acelerou os preparativos para uma operação militar no país.

Mas, na ocasião, Obama esperou contar com o apoio de seus aliados, em particular do Reino Unido. O Parlamento britânico votou contra a missão na Síria, o governo francês estava indeciso e Obama ficou sozinho.

Na mão oposta, o forte apoio da Rússia e do Irã ao governo de Bashar al-Assad aprofundaram o impasse.

Não está claro se alguém se opõe a esta última missão dos Estados Unidos no Iraque, mas há suspeitas de que EI receba financiamento da Arábia Saudita e do
Qatar. Mas tanto a Rússia quanto o Irã estão contra o grupo sunita e a própria Al Qaeda parece não apoiá-lo.

'Responsabilidade única'

Outra diferença entre a Síria e o Iraque diz respeito à natureza dos dois conflitos, observa o repórter da BBC em Washington Thomas Sparrow.

Soldados americanos preparam água para ajuda humanitária no Iraque.Credito: U.S. Department of Defense

"Obama herdou a guerra no Iraque e tentou responder a ela desde o primeiro dia de seu governo, enquanto o conflito na Síria foi crescendo depois dos protestos de 2011 e chegou a um ponto de ruptura no verão do ano passado", explica o correspondente.

"Como Obama prometeu acabar com a guerra no Iraque e fez uma declaração triunfante sobre o assunto em 2011, quando retirou suas tropas, ele sente uma responsabilidade especial, quase única, pelo que acontece no país", diz.

"Também tem reflexo o custo humano associado a este conflito: mais de um milhão de americanos participaram e cerca de 4,5 mil morreram."
A esse sentimento de responsabilidade moral soma-se o medo de estar diante de um possível caso de genocídio que os Estados Unidos não tentaram impedir.

Na Síria, nenhuma minoria chamou tanta atenção como os yazidis.

Conflitos relacionados

Enquanto todas essas diferenças separam os dois conflitos, também é inevitável fazer associações.

Em uma declaração que não foi bem recebida na Casa Branca, a ex-secretário de Estado, Hillary Clinton, disse no final de semana que "a falta de uma ação na Síria levou à crise atual no Iraque".

A ex-secretária não é a única pessoa que considera que o EI cresceu por não ter sido contido na Síria.
Resta ver se a intervenção americana no Iraque irá gerar uma espécie de efeito dominó no conflito sírio.




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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5938 Mensagem por Wingate » Sáb Set 27, 2014 5:20 pm

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5939 Mensagem por Wingate » Sáb Set 27, 2014 5:25 pm

J.Ricardo escreveu:
mmatuso escreveu:Aécio faria o que o FHC fez que é se alinhar completamente com os interesses dos EUA.

Então ele não passaria essa pataquada da Dilma porque iria na ONU fazer um discurso ovacionando completamente essa coalisão. [003]

Marina faria que nem o Marlon brando, mandaria um indio no lugar dela para a ONU. [003]
E o Levy falaria que a solução do Oriente Médio é o Aero Trem! [003] [003]

Falar o que faria ou não é entrar no campo da especulação, o problema é que hoje é um fato notório que nos alinhamos automaticamente com Fidel e Chaves, hoje somos um Mastim Napolitano que segue as ordens de um Chiuaua...
Falar o que faria ou não é entrar no campo da especulação, o problema é que hoje é um fato notório que nos alinhamos automaticamente com Fidel e Chaves, hoje somos um Mastim Napolitano que segue as ordens de um Chiuaua...
Comentário que, no meu entender, sintetiza a situação da desastrosa diplomacia que temos hoje. Eu ainda acrescentaria o velho provérbio: "Quem dorme com morcego, acorda de cabeça para baixo.".

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Re: Mundo Árabe em Ebulição

#5940 Mensagem por Bourne » Dom Set 28, 2014 2:22 am

Enquanto isso, Damasco se preocupa em combater os jihadista no solo, contando com ajuda dos ataques norte-americanos.

Quem diria isso lá em 2011/2012?
Síria esperar tirar proveito dos ataques antijihadistas dos Estados Unidos

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/ap ... idos.shtml

"O regime foi forçado a aceitar a realidade", explica Salman Shaikh, diretor do instituto Brooking Doha Center

Publicação: 23/09/2014 13:33 Atualização:

Beirute - Incapaz de se opor aos ataques da coalizão antijihadista, Damasco prefere manter as aparências garantindo ter sido prevenido com antecedência, e espera beneficiar da situação para se tornar um parceiro na "luta contra o terrorismo", de acordo com especialistas.

"O regime foi forçado a aceitar a realidade", explica Salman Shaikh, diretor do instituto Brooking Doha Center.

"Ele poderia gritar, ameaçar, bater os pés, mas provavelmente escolheu manter boa aparência. Eu não acredito que houve muita cooperação (com a coalizão), mas essa é a impressão que o regime quer transmitir", acrescenta.

O ministério sírio das Relações Exteriores reagiu aos ataques dizendo que Damasco apoiava "qualquer esforço internacional para combater o terrorismo", mas que isso deveria ser feito "respeitando a soberania nacional".

Ele também insistiu que o ministro das Relações Exteriores, Walid Muallem, havia recebido "na segunda-feira uma mensagem de seu homólogo americano John Kerry, informando-o de que os Estados Unidos iriam atacar bases do Daesh (sigla em árabe do Estado Islâmico ) na Síria". Esta mensagem foi transmitida pelo chefe da diplomacia iraquiana, segundo o ministério.

Ajuda indireta ao regime

Isolado pelos países ocidentais por sua repressão sangrenta em março 2011 contra um movimento de protesto pacífico, que posteriormente se transformou em rebelião armada, Damasco acredita que a luta contra jihadista oferece a oportunidade de se tornar um parceiro aceitável.

Porque, se os Estados Unidos são os donos do céu, Damasco considera que seu exército é fundamental para atingir os jihadistas no front.

"A coalizão será forçada a cooperar com a Síria, porque não há força terrestre capaz de combater o terrorismo fora do exército sírio e seus aliados, e esta cooperação poderia ser o prelúdio de negociações políticas", afirma Bassam Abu Abdullah, diretor do Centro de Estudos Estratégicos em Damasco e considerado próximo do regime.

E isso é exatamente o que Damasco sempre procurou: priorizar a luta contra o "terrorismo", um termo que significa para ele todos os rebeldes que lutam contra o regime. Isso permitiria adiar indefinidamente qualquer discussão sobre a reforma do sistema autocrático em vigor há meio século no país, acredita.

Para Karim Bitar, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), "os ataques poderiam indiretamente beneficiar o regime, pelo menos a curto prazo", contra o Ocidente, que repete o refrão de querer se livrar dele.

"Porque os grupos mais radicais, como o Estado Islâmico ou a Frente Al-Nosra, deverão tentar escapar dos ataques ou limitar o impacto de forma imediata. Assim haverá menos pressão sobre o regime", explica.

Coordenação mais aberta

Além disso, "a coordenação indireta e tácita (via o governo iraquiano) que prevalece pode progressivamente evoluir para uma coordenação mais aberta com os Estados Unidos, à medida que se envolverem em uma guerra de longa duração contra o EI. E isto é precisamente o que espera Assad".

No terreno, os membros da rebelião moderada se preocupam com tal possibilidade. "É claro que queremos que o Daesh deixe Raqqa, mas tememos que isso sirva ao regime, porque ele poderia se posicionar nas áreas evacuadas pelo Daesh", ressalta o ativista Abu Youssef da província de Raqa, reduto do EI.

O especialista Salman Shaikh é mais cauteloso. "Temos de esperar para ver quem vai se beneficiar a longo prazo dos ataques aéreos. O que está claro é que não existe atualmente do lado da oposição forças capazes de tirar proveito e que o regime de Assad não tem os meios para avançar para o leste".




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