Carlos Lima escreveu:
Eu continuo achando que da mesma forma que essas aeronaves foram até a Índia deveriam ter ido ao Brasil para serem propriamente testadas.
O camarada vai lá, pega um avião super-trunfo tinindo no ambiente dos caras, faz os testes e diz que está tudo bem... justo, correto.
Na Amazônia ou em outros ambientes, mesmo os caras trazendo a parafernália super-trunfo, pelo menos o avião está sendo testado no Brasil, em pistas brasileiras, com pilotos mesmo que não estejam participando dos testes, podendo observar o avião, além do pessoal de terra, etc.
Na minha modesta opinião essa foi uma grande falha nessa avaliação.
[]s
CB_Lima
Eu já penso diferente. Quando se está na fonte, tem acesso a todos os dados, todos os equipamentos e engenheiros necessários para elucidar pontos e questionamentos que possam surgir no meio da avaliação do projeto. Os vários dias (e noites) que nossos técnicos ficaram avaliando nos países sedes, com acesso a tudo o que era requisitado, dificilmente poderia ser repetido aqui no Brasil, com tal profundidade. Acho pouco provável alguma empresa trazer todos os relatórios de produção, de teste, os dados de projeto, todos os engenheiros chefes para esclarecer sistemas que tenham surgido divergência, simuladores para testar novas configurações, armamento para os tipos de missões ensaiados, etc. É muita logística para depois o Brasil dizer: "ok, obrigado, mas vou deixar para o próximo presidente decidir...temos o fome zero, temos a eleição, etc".
Uma coisa é demonstrar, como o que foi feito quando o Gripen veio a Anápolis, senão me engano, e quando uma comissão foi à África do Sul verificar in loco a operação junto a algum operador (fora do ambiente de marketing empresarial). Em menor grau quando vimos o Rafale na Cruzex em que vários voos foram executados com pilotos brasileiros acompanhando todas as fases de planejamento, voo e debrifim.
Essa parte de testar em solo pátrio, amazonia, etc, é igualmente importante, porém vejo como necessária mais na fase de aceitação ou certificação. Para se ter uma ideia, um equipamento certificado que siga, pegando por exemplo apenas uma norma entre dezenas, uma MIL STD 810, em tese, passa por condições climáticas extremas em laboratório que reproduzem esses cenários. Em cada norma MIL, STANAG, EMAR, FAR, e as nossas nacionalidas, estão previstos inúmeros requisitos que um sistema deve cumprir a fim de atestar sua qualidade e, no caso militar, o cumprimento de missão. É algo bastante interessante esse processo de certificação de um produto aeroespacial. Acredito que o caso do Gripen será certificado também pelo IFI (DCTA) e contemplará milhares de requisitos, sendo os principais reensaiados em nossos laboratórios e em campo.
Abraços