NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Preferia o negro belchior?
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Em geral, os colunistas e bloggeiros patrocinados, petistas e cozinhas, são deficientes de ler. Os dois parecem estar no mundo paralelo e na grande guerra entre bem e mal.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se essa Socialista Morena gostar de banho e não for um "joãozinho" de bermuda, quem sabe...
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Crise e reforma política.
Murillo de Aragão - Blog do Noblat - 11.09.14.
Não há como praticar uma nova política sem ao menos iniciar de forma consistente uma reforma política. O Brasil flerta perigosamente com o arbítrio e o autoritarismo, travestidos por práticas clientelísticas e corporativistas que beneficiam grupos e interesses específicos.
O novo-velho escândalo da Petrobras, como dissemos em nossas análises específicas, não era um “cisne negro” no sentido clássico do evento inesperado. Era um “cisne negro” esperado, já que estava posto na mesa eleitoral tanto pelas investigações em curso quanto, sobretudo, pela configuração doentia de nosso sistema político.
Apenas não se sabia, como não se sabe ainda, qual a extensão da delação e quanto ela compromete o mundo político e as eleições deste ano. Porém, o pouco que se sabe e o muito que se suspeita são mais do que suficientes para provar e comprovar a necessidade de se trabalhar consistentemente em favor de uma reforma política.
Pelo que se deve lutar em uma reforma política? Primeiramente, que essa reforma tenha foco, temas e prazos. Em meus sonhos, tenho uma divisão temática e um cronograma que começa em 2016 e vai até 2022. Devemos limitar os debates a três ou quatro temas por vez e a três blocos ao longo do tempo.
Comecemos com financiamento cidadão de campanhas eleitorais, teto máximo de despesas e proibição de coligações para eleições proporcionais. Tudo para vigorar já nas eleições municipais de 2016.
O passo seguinte, que entraria em vigor em 2018, seria a coincidência das eleições e dos mandatos dos poderes Executivo e Legislativo. Trataríamos da cláusula de barreira para depurar o sistema partidário de microlegendas e dos partidos de aluguel.
Os mandatos do Executivo poderiam ser de cinco anos sem reeleição. Os mandatos do Legislativo deveriam ser limitados a três legislaturas para Câmara e Senado, bem como para Assembleias estaduais e Câmaras de Vereadores.
O terceiro passo, visando entrar em vigor em 2022, seria a adoção do sistema de voto distrital misto, que dividiria o país em um certo número de distritos e o voto seria dado para candidatos do distrito do eleitor e para partidos. Os votos de partido iriam para os candidatos de uma lista.
No entanto, mesmo com a crise da Petrobras, o futuro imediato da reforma política não é promissor. A disputa eleitoral terminará se impondo sobre qualquer outra agenda. A necessidade de acordos também impede mudanças radicais.
Entre os candidatos presidenciais, a reforma política não aparece como prioridade. Talvez apenas Marina Silva tenha real vontade de fazer uma reforma, mas, caso seja eleita, suas dificuldades de construir uma maioria em torno do tema podem ser enormes.
O Congresso que emergirá das eleições deste ano já vem maculado por um processo eleitoral complexo, dividido e tisnado pelo escândalo da Petrobras. Muitas de suas lideranças já podem chegar pressionadas por investigações. Enfim, não é um cenário fácil. O debate, porém, se torna cada vez mais inadiável e inevitável.
Isso ficou evidente nos protestos de junho de 2013, quando parcela expressiva da população brasileira revelou que não se sente representada pelo atual sistema político. Mesmo que naquela época o Congresso tenha se movimentado, as mudanças foram muito tímidas, mostrando mais uma vez que as cobranças pela reforma política esbarram nos interesses de alguns caciques que dominam a cena política.
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Murillo de Aragão é cientista político
Murillo de Aragão - Blog do Noblat - 11.09.14.
Não há como praticar uma nova política sem ao menos iniciar de forma consistente uma reforma política. O Brasil flerta perigosamente com o arbítrio e o autoritarismo, travestidos por práticas clientelísticas e corporativistas que beneficiam grupos e interesses específicos.
O novo-velho escândalo da Petrobras, como dissemos em nossas análises específicas, não era um “cisne negro” no sentido clássico do evento inesperado. Era um “cisne negro” esperado, já que estava posto na mesa eleitoral tanto pelas investigações em curso quanto, sobretudo, pela configuração doentia de nosso sistema político.
Apenas não se sabia, como não se sabe ainda, qual a extensão da delação e quanto ela compromete o mundo político e as eleições deste ano. Porém, o pouco que se sabe e o muito que se suspeita são mais do que suficientes para provar e comprovar a necessidade de se trabalhar consistentemente em favor de uma reforma política.
Pelo que se deve lutar em uma reforma política? Primeiramente, que essa reforma tenha foco, temas e prazos. Em meus sonhos, tenho uma divisão temática e um cronograma que começa em 2016 e vai até 2022. Devemos limitar os debates a três ou quatro temas por vez e a três blocos ao longo do tempo.
Comecemos com financiamento cidadão de campanhas eleitorais, teto máximo de despesas e proibição de coligações para eleições proporcionais. Tudo para vigorar já nas eleições municipais de 2016.
O passo seguinte, que entraria em vigor em 2018, seria a coincidência das eleições e dos mandatos dos poderes Executivo e Legislativo. Trataríamos da cláusula de barreira para depurar o sistema partidário de microlegendas e dos partidos de aluguel.
Os mandatos do Executivo poderiam ser de cinco anos sem reeleição. Os mandatos do Legislativo deveriam ser limitados a três legislaturas para Câmara e Senado, bem como para Assembleias estaduais e Câmaras de Vereadores.
O terceiro passo, visando entrar em vigor em 2022, seria a adoção do sistema de voto distrital misto, que dividiria o país em um certo número de distritos e o voto seria dado para candidatos do distrito do eleitor e para partidos. Os votos de partido iriam para os candidatos de uma lista.
No entanto, mesmo com a crise da Petrobras, o futuro imediato da reforma política não é promissor. A disputa eleitoral terminará se impondo sobre qualquer outra agenda. A necessidade de acordos também impede mudanças radicais.
Entre os candidatos presidenciais, a reforma política não aparece como prioridade. Talvez apenas Marina Silva tenha real vontade de fazer uma reforma, mas, caso seja eleita, suas dificuldades de construir uma maioria em torno do tema podem ser enormes.
O Congresso que emergirá das eleições deste ano já vem maculado por um processo eleitoral complexo, dividido e tisnado pelo escândalo da Petrobras. Muitas de suas lideranças já podem chegar pressionadas por investigações. Enfim, não é um cenário fácil. O debate, porém, se torna cada vez mais inadiável e inevitável.
Isso ficou evidente nos protestos de junho de 2013, quando parcela expressiva da população brasileira revelou que não se sente representada pelo atual sistema político. Mesmo que naquela época o Congresso tenha se movimentado, as mudanças foram muito tímidas, mostrando mais uma vez que as cobranças pela reforma política esbarram nos interesses de alguns caciques que dominam a cena política.
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Murillo de Aragão é cientista político
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Dilma, Padilha ou Haddad – a "guerra dos postes" de Lula
No PT em crise com a ascensão de Marina, Haddad culpa Dilma, Padilha culpa Haddad e Dilma culpa Padilha e Haddad. É possível que todos acabem no chão
ALBERTO BOMBIG
11/09/2014 07h00 - Atualizado em 11/09/2014 09h08
Madeira (Foto: Ilustração Lézio Júnior)
Na semana passada, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), externou para mais de um interlocutor uma dúvida que não lhe sai da cabeça: se Marina Silva vencer a eleição presidencial, como será o tratamento dela para com a prefeitura da capital paulista? A pergunta, formulada por um dos quadros mais importantes do PT no Brasil, revela o estado de apreensão e angústias que tomou conta do partido em relação ao futuro. Pela primeira vez em 12 anos, o projeto petista de poder está eleitoralmente ameaçado por um fenômeno chamado Marina Silva (PSB), a ex-petista que lidera as pesquisas de intenção de voto empatada com a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição – e aparece à frente de Dilma em todas as simulações de segundo turno.
O desempenho de Marina mudou o roteiro de um filme de final previsível – a permanência do PT no poder. A possibilidade de perder a caneta no plano federal fez com que aflorassem ódios há muito reprimidos. Por causa disso, em vez da superprodução com cara de reprise, entra em cena uma série de TV cheia de emoções fortes. Seu título, parafraseando A Guerra dos Tronos, poderia ser “A Guerra dos Postes”.
Em São Paulo, onde Dilma vai mal nas pesquisas, o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, acusa reservadamente Haddad de boicotá-lo de olho em eleições futuras. Haddad culpa Dilma nos bastidores pela péssima avaliação de sua gestão e já ensaia uma aproximação com o grupo de Marina. O time de Dilma, preocupado com a reeleição, culpa Padilha, que tem apenas 7% das intenções de voto, e também Haddad pelo fraco desempenho dela em solo paulista. Dilma que acusa Padilha que acusa Haddad que acusa Dilma: eis o argumento de “A Guerra dos Postes”.
Em comum entre os postes que brigam, apenas uma certeza: o fenômeno Marina avança com uma motosserra na mão para cima deles. No roteiro prévio escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma, Haddad e Padilha – os “postes” sem experiência política ungidos por ele para vencer eleições importantes – representariam a permanência do PT no poder. Tudo caminhava conforme o previsto até junho de 2013, quando multidões tomaram as ruas em protestos contra os políticos – entre eles, Dilma e Haddad. A avaliação positiva dos governos de ambos despencou. O desgaste encontrou em Marina Silva uma porta-voz do que ela própria chama de “nova política”.
Haddad tem como principais conselheiros os secretários Marcos de Barros Cruz (Finanças), Leonardo Osvaldo Barchini Rosa (Relações Internacionais), Luis Fernando Massonetto (Negócios Jurídicos), Nunzio Briguglio (Comunicação) e o chefe de gabinete Paulo Dallari. Todos têm perfil parecido com Haddad. São mais afeitos aos gabinetes que às ruas, fascinados pelo mundo acadêmico e com pouca inserção partidária. São responsáveis pelo projeto de futuro de Haddad: a tentativa de recuperação nas pesquisas, a reeleição em 2016 e uma possível candidatura ao governo de São Paulo em 2018. Os que se opõem a Haddad dizem que ele só pensa nesse projeto, fica trancado em seu gabinete, não entra na luta política e faz corpo mole para ajudar Padilha.
Assim como Haddad, Padilha também foi ungido candidato pelas mãos de Lula. Ex-ministro da Saúde, médico, Padilha era a grande aposta dos petistas para destronar o PSDB do Palácio dos Bandeirantes, onde os tucanos reinam desde 1995. Para emplacar Padilha, Lula esmagou as esperanças da ex-prefeita Marta Suplicy (ministra da Cultura) e de Aloizio Mercadante (Casa Civil), os preferidos de Dilma para ajudá-la em São Paulo. Para Dilma, os dois seriam mais eficazes na hora de pedir votos, pois são conhecidos. Lula bancou Padilha, garantiu que ele sairia vitorioso e acenou-lhe com a liderança do PT no Estado. Isso bastou para que Haddad se sentisse ameaçado.
Numa reunião recente, um integrante da direção nacional do PT cobrou Haddad. Queria que ele conversasse com fornecedores da prefeitura, em busca de doações para a campanha de Padilha. Entre os candidatos ao governo, Padilha é o que mais gastou dinheiro até agora – mas, como patina nas pesquisas, as contribuições estão abaixo do esperado. Haddad ficou de ajudar, mas até agora pouco se mexeu. No entorno dele, sobram críticas a Padilha e a sua campanha, considerada errática, inconsistente e superficial.
De sua parte, Padilha avalia que seu mau desempenho eleitoral se deve exclusivamente à péssima avaliação da gestão Haddad, rejeitada por 47% dos paulistanos. O grupo de Padilha critica o projeto das ciclovias, lançado pela prefeitura em pleno período eleitoral. “Queríamos um programa mais amplo e de maior inserção na população, não uma ciclovia que atrapalha o eleitor”, diz um dos aliados de Padilha.
Se Padilha tem mágoas de Haddad, Haddad é um pote cheio até a tampa com a presidente Dilma. Acha que sua avaliação ruim é, em larga medida, culpa de Dilma – que o pressionou a manter o congelamento da passagem do transporte coletivo e não socorreu as finanças paulistanas como ele esperava. Nos últimos dias, Haddad disse a interlocutores que seus projetos podem aproximá-lo de Marina, de quem ele foi colega de Esplanada. A amizade de ambos com a educadora Maria Alice Setubal, a Neca, uma das coordenadoras do programa de governo de Marina, também é um fator de aproximação. Assim que venceu a eleição, Haddad consultou Neca em busca de um secretário de Educação.
Haddad se identifica com a pregação renovadora de Marina. Acha que, uma vez eleita, ela reconhecerá que a gestão Haddad em São Paulo tem vários projetos de cunho “marineiro” – como as ciclovias e o Polo Ecológico de Parelheiros. Quem acompanhou o debate entre os presidenciáveis na semana passada disse ser possível perceber a tensão de Haddad durante as falas de Marina. “Só não dava para saber se ele estava com medo ou com orgulho”, afirmou a ÉPOCA um integrante da cúpula do PT. Os assessores de Haddad dizem que a estratégia inicial de Padilha era esconder a gestão municipal. Ainda assim, ambos terão agendas conjuntas na reta final do primeiro turno. Quanto a sua relação com Dilma, eles negam que ambos estejam afastados e afirmam que Haddad é vítima de “fogo amigo”.
O resultado da guerra dos postes é que Dilma, segundo o Ibope, está muito atrás de Marina em São Paulo. Marina tem 39% das intenções de voto entre os paulistas, contra 23% de Dilma e 19% de Aécio Neves (PSDB). Um petista avalia que Dilma, Haddad e Padilha têm mais pontos em comum do que divergências e deveriam se unir para tentar mudar o momento negativo no Estado. “Eles têm um viés iluminista e tecnocrático, quase autoritário”, diz.
As dificuldades do PT nestas eleições – dos cinco maiores colégios eleitorais estaduais, o partido só está bem em Minas Gerais – levaram a campanha da presidente Dilma a radicalizar o discurso. O PT não hesitou em usar o vasto tempo de sua candidata no horário eleitoral de rádio e televisão para atacar Marina. Esse tipo de estratégia serviu para frear a onda Marina, que não chegou a ultrapassar Dilma. Nos próximos dias, uma nova rodada de sondagens eleitorais deverá aferir com mais precisão os resultados dessa guinada do PT. Marina tem afirmado nos bastidores que não descambará para os ataques. Diz que procurará convencer o eleitor de que tem condições de montar um governo e uma base de apoio sem fazer aliança com o que chama reservadamente de “partidos e políticos podres”.
Nas duas campanhas, de Dilma e Marina, cresce a cada dia a convicção de que Lula terá uma participação discreta: gravará programas, participará de eventos e carreatas, dará as declarações de praxe e só. Ele está desgostoso com os rumos da campanha de Dilma e seduzido pela proposta de Marina de, uma vez eleita, não concorrer a um novo mandato. Lula criou os postes – mas, se houver um desabamento coletivo, não quer cair abraçado a eles.
http://epoca.globo.com/tempo/eleicoes/n ... -lula.html
No PT em crise com a ascensão de Marina, Haddad culpa Dilma, Padilha culpa Haddad e Dilma culpa Padilha e Haddad. É possível que todos acabem no chão
ALBERTO BOMBIG
11/09/2014 07h00 - Atualizado em 11/09/2014 09h08
Madeira (Foto: Ilustração Lézio Júnior)
Na semana passada, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), externou para mais de um interlocutor uma dúvida que não lhe sai da cabeça: se Marina Silva vencer a eleição presidencial, como será o tratamento dela para com a prefeitura da capital paulista? A pergunta, formulada por um dos quadros mais importantes do PT no Brasil, revela o estado de apreensão e angústias que tomou conta do partido em relação ao futuro. Pela primeira vez em 12 anos, o projeto petista de poder está eleitoralmente ameaçado por um fenômeno chamado Marina Silva (PSB), a ex-petista que lidera as pesquisas de intenção de voto empatada com a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição – e aparece à frente de Dilma em todas as simulações de segundo turno.
O desempenho de Marina mudou o roteiro de um filme de final previsível – a permanência do PT no poder. A possibilidade de perder a caneta no plano federal fez com que aflorassem ódios há muito reprimidos. Por causa disso, em vez da superprodução com cara de reprise, entra em cena uma série de TV cheia de emoções fortes. Seu título, parafraseando A Guerra dos Tronos, poderia ser “A Guerra dos Postes”.
Em São Paulo, onde Dilma vai mal nas pesquisas, o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, acusa reservadamente Haddad de boicotá-lo de olho em eleições futuras. Haddad culpa Dilma nos bastidores pela péssima avaliação de sua gestão e já ensaia uma aproximação com o grupo de Marina. O time de Dilma, preocupado com a reeleição, culpa Padilha, que tem apenas 7% das intenções de voto, e também Haddad pelo fraco desempenho dela em solo paulista. Dilma que acusa Padilha que acusa Haddad que acusa Dilma: eis o argumento de “A Guerra dos Postes”.
Em comum entre os postes que brigam, apenas uma certeza: o fenômeno Marina avança com uma motosserra na mão para cima deles. No roteiro prévio escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma, Haddad e Padilha – os “postes” sem experiência política ungidos por ele para vencer eleições importantes – representariam a permanência do PT no poder. Tudo caminhava conforme o previsto até junho de 2013, quando multidões tomaram as ruas em protestos contra os políticos – entre eles, Dilma e Haddad. A avaliação positiva dos governos de ambos despencou. O desgaste encontrou em Marina Silva uma porta-voz do que ela própria chama de “nova política”.
Haddad tem como principais conselheiros os secretários Marcos de Barros Cruz (Finanças), Leonardo Osvaldo Barchini Rosa (Relações Internacionais), Luis Fernando Massonetto (Negócios Jurídicos), Nunzio Briguglio (Comunicação) e o chefe de gabinete Paulo Dallari. Todos têm perfil parecido com Haddad. São mais afeitos aos gabinetes que às ruas, fascinados pelo mundo acadêmico e com pouca inserção partidária. São responsáveis pelo projeto de futuro de Haddad: a tentativa de recuperação nas pesquisas, a reeleição em 2016 e uma possível candidatura ao governo de São Paulo em 2018. Os que se opõem a Haddad dizem que ele só pensa nesse projeto, fica trancado em seu gabinete, não entra na luta política e faz corpo mole para ajudar Padilha.
Assim como Haddad, Padilha também foi ungido candidato pelas mãos de Lula. Ex-ministro da Saúde, médico, Padilha era a grande aposta dos petistas para destronar o PSDB do Palácio dos Bandeirantes, onde os tucanos reinam desde 1995. Para emplacar Padilha, Lula esmagou as esperanças da ex-prefeita Marta Suplicy (ministra da Cultura) e de Aloizio Mercadante (Casa Civil), os preferidos de Dilma para ajudá-la em São Paulo. Para Dilma, os dois seriam mais eficazes na hora de pedir votos, pois são conhecidos. Lula bancou Padilha, garantiu que ele sairia vitorioso e acenou-lhe com a liderança do PT no Estado. Isso bastou para que Haddad se sentisse ameaçado.
Numa reunião recente, um integrante da direção nacional do PT cobrou Haddad. Queria que ele conversasse com fornecedores da prefeitura, em busca de doações para a campanha de Padilha. Entre os candidatos ao governo, Padilha é o que mais gastou dinheiro até agora – mas, como patina nas pesquisas, as contribuições estão abaixo do esperado. Haddad ficou de ajudar, mas até agora pouco se mexeu. No entorno dele, sobram críticas a Padilha e a sua campanha, considerada errática, inconsistente e superficial.
De sua parte, Padilha avalia que seu mau desempenho eleitoral se deve exclusivamente à péssima avaliação da gestão Haddad, rejeitada por 47% dos paulistanos. O grupo de Padilha critica o projeto das ciclovias, lançado pela prefeitura em pleno período eleitoral. “Queríamos um programa mais amplo e de maior inserção na população, não uma ciclovia que atrapalha o eleitor”, diz um dos aliados de Padilha.
Se Padilha tem mágoas de Haddad, Haddad é um pote cheio até a tampa com a presidente Dilma. Acha que sua avaliação ruim é, em larga medida, culpa de Dilma – que o pressionou a manter o congelamento da passagem do transporte coletivo e não socorreu as finanças paulistanas como ele esperava. Nos últimos dias, Haddad disse a interlocutores que seus projetos podem aproximá-lo de Marina, de quem ele foi colega de Esplanada. A amizade de ambos com a educadora Maria Alice Setubal, a Neca, uma das coordenadoras do programa de governo de Marina, também é um fator de aproximação. Assim que venceu a eleição, Haddad consultou Neca em busca de um secretário de Educação.
Haddad se identifica com a pregação renovadora de Marina. Acha que, uma vez eleita, ela reconhecerá que a gestão Haddad em São Paulo tem vários projetos de cunho “marineiro” – como as ciclovias e o Polo Ecológico de Parelheiros. Quem acompanhou o debate entre os presidenciáveis na semana passada disse ser possível perceber a tensão de Haddad durante as falas de Marina. “Só não dava para saber se ele estava com medo ou com orgulho”, afirmou a ÉPOCA um integrante da cúpula do PT. Os assessores de Haddad dizem que a estratégia inicial de Padilha era esconder a gestão municipal. Ainda assim, ambos terão agendas conjuntas na reta final do primeiro turno. Quanto a sua relação com Dilma, eles negam que ambos estejam afastados e afirmam que Haddad é vítima de “fogo amigo”.
O resultado da guerra dos postes é que Dilma, segundo o Ibope, está muito atrás de Marina em São Paulo. Marina tem 39% das intenções de voto entre os paulistas, contra 23% de Dilma e 19% de Aécio Neves (PSDB). Um petista avalia que Dilma, Haddad e Padilha têm mais pontos em comum do que divergências e deveriam se unir para tentar mudar o momento negativo no Estado. “Eles têm um viés iluminista e tecnocrático, quase autoritário”, diz.
As dificuldades do PT nestas eleições – dos cinco maiores colégios eleitorais estaduais, o partido só está bem em Minas Gerais – levaram a campanha da presidente Dilma a radicalizar o discurso. O PT não hesitou em usar o vasto tempo de sua candidata no horário eleitoral de rádio e televisão para atacar Marina. Esse tipo de estratégia serviu para frear a onda Marina, que não chegou a ultrapassar Dilma. Nos próximos dias, uma nova rodada de sondagens eleitorais deverá aferir com mais precisão os resultados dessa guinada do PT. Marina tem afirmado nos bastidores que não descambará para os ataques. Diz que procurará convencer o eleitor de que tem condições de montar um governo e uma base de apoio sem fazer aliança com o que chama reservadamente de “partidos e políticos podres”.
Nas duas campanhas, de Dilma e Marina, cresce a cada dia a convicção de que Lula terá uma participação discreta: gravará programas, participará de eventos e carreatas, dará as declarações de praxe e só. Ele está desgostoso com os rumos da campanha de Dilma e seduzido pela proposta de Marina de, uma vez eleita, não concorrer a um novo mandato. Lula criou os postes – mas, se houver um desabamento coletivo, não quer cair abraçado a eles.
http://epoca.globo.com/tempo/eleicoes/n ... -lula.html
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Em um fórum que fui moderador o recurso de denuncia criava um tópico em um fórum privado da moderação onde todos os moderadores viam e podiam discutir o caso, não seria possível algo assim aqui?Túlio escreveu:Caros amigos J. Ricardo e Sávio, é seu direito discordar. O correto, segundo o Regulamento, seria via MP mas tudo bem.
Nós explicamos e avisamos que estávamos entrando em um novo período, quando comportamentos incivilizados/agressivos seriam tratados com rigor. A maioria dos colegas compreendeu. Quem não o fez está colhendo os frutos.
Reparem que uma das maiores queixas dos usuários era precisamente a "facebookização" do DB, onde dar canelada em colega de debate e bater na Moderação era e é praxe. Aqui não. Não somos assim. Não somos "isso".
Ulteriores explicações via MP, sim?
EDIT - Posso demorar um pouquinho para responder, estou pegando a estrada de novo, amanhã tenho entrevistas com duas empresas da BID para o Portal Defesa e matérias incompletas para botar no ar. Mas, na medida que der, garanto que responderei a todos. Notar que não existe uma MP-Box "da Moderação", ou seja, a que todos têm acesso, dirige-se MP a determinado Moderador (ou a todos, usando o recurso de mensagens múltiplas)...
E quanto as denuncias para censura, não poderíamos saber quem denunciou o que? Morro de curiosidade para saber de que barbaries já fui acusado.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
1 - Existe este recurso. Ocorre que geralmente são tão claramente infundadas que sequer há debate. A esmagadora maioria foi exemplificada acima.
2 - Ao menos para mim nunca ninguém te denunciou, Marechal véio. De resto, é informação não-publicável.
PS.: estou usando o laptop da minha Mãe, levo meia hora para postar...
2 - Ao menos para mim nunca ninguém te denunciou, Marechal véio. De resto, é informação não-publicável.
PS.: estou usando o laptop da minha Mãe, levo meia hora para postar...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Bom, já que agora o cenário eleitoral parece se estabilizar, com o estancamento e até mesmo uma ligeira recuperação de Dilma, falarei aqui minha impressão sobre uma possível reeleição:
1) Seu governo terá de mudar:
-Mantega deverá mesmo sair. Ninguém sabe para que rumo seria essa guinada no campo econômico.
-Como eu já disse uma vez, previsões do mercado são profecias auto-realizáveis. Então, no que depender disso, teremos um ano 2015 bem ruim economicamente.
2) Grande perda de governabilidade:
-Dilma enfrentaria duas oposições, uma do PSDB e aliados, e outra de suas próprias dissidências, Rede (assim que parir do seio do PSB) e o próprio PSB, em aproximação com o PSDB.
-O que essas duas oposições fizerem para bloquear e dificultar a vida no congresso, farão.
3) Dificuldades nas reformas:
-Por causa do fator citado acima, conduzir reformas (política e tributária) será algo extremamente complicado para o PT. O congresso já não queria saber de perder sua capacidade de decisão para o povo, em plebiscitos, ou pior ainda, em uma constituinte. Se Dilma apelar às massas para pressionar, a palavra bolivarianismo já esatará na ponta da língua.
Como eu disse antes, um governo Marina poderá ser tempo perdido para vários setores, mas, a meu ver, ela terá um lastro político muito mais forte para se iniciar as reformas estruturais. E aquilo que possivelmente perdermos em 4 anos, quem sabe não recuperemos com melhor qualidade em 20, com reformas feitas, menor burocracia, política melhor qualificada etc.
abraços]
1) Seu governo terá de mudar:
-Mantega deverá mesmo sair. Ninguém sabe para que rumo seria essa guinada no campo econômico.
-Como eu já disse uma vez, previsões do mercado são profecias auto-realizáveis. Então, no que depender disso, teremos um ano 2015 bem ruim economicamente.
2) Grande perda de governabilidade:
-Dilma enfrentaria duas oposições, uma do PSDB e aliados, e outra de suas próprias dissidências, Rede (assim que parir do seio do PSB) e o próprio PSB, em aproximação com o PSDB.
-O que essas duas oposições fizerem para bloquear e dificultar a vida no congresso, farão.
3) Dificuldades nas reformas:
-Por causa do fator citado acima, conduzir reformas (política e tributária) será algo extremamente complicado para o PT. O congresso já não queria saber de perder sua capacidade de decisão para o povo, em plebiscitos, ou pior ainda, em uma constituinte. Se Dilma apelar às massas para pressionar, a palavra bolivarianismo já esatará na ponta da língua.
Como eu disse antes, um governo Marina poderá ser tempo perdido para vários setores, mas, a meu ver, ela terá um lastro político muito mais forte para se iniciar as reformas estruturais. E aquilo que possivelmente perdermos em 4 anos, quem sabe não recuperemos com melhor qualidade em 20, com reformas feitas, menor burocracia, política melhor qualificada etc.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Marechal-do-ar escreveu:Em um fórum que fui moderador o recurso de denuncia criava um tópico em um fórum privado da moderação onde todos os moderadores viam e podiam discutir o caso, não seria possível algo assim aqui?Túlio escreveu:Caros amigos J. Ricardo e Sávio, é seu direito discordar. O correto, segundo o Regulamento, seria via MP mas tudo bem.
Nós explicamos e avisamos que estávamos entrando em um novo período, quando comportamentos incivilizados/agressivos seriam tratados com rigor. A maioria dos colegas compreendeu. Quem não o fez está colhendo os frutos.
Reparem que uma das maiores queixas dos usuários era precisamente a "facebookização" do DB, onde dar canelada em colega de debate e bater na Moderação era e é praxe. Aqui não. Não somos assim. Não somos "isso".
Ulteriores explicações via MP, sim?
EDIT - Posso demorar um pouquinho para responder, estou pegando a estrada de novo, amanhã tenho entrevistas com duas empresas da BID para o Portal Defesa e matérias incompletas para botar no ar. Mas, na medida que der, garanto que responderei a todos. Notar que não existe uma MP-Box "da Moderação", ou seja, a que todos têm acesso, dirige-se MP a determinado Moderador (ou a todos, usando o recurso de mensagens múltiplas)...
E quanto as denuncias para censura, não poderíamos saber quem denunciou o que? Morro de curiosidade para saber de que barbaries já fui acusado.
Você sabe qual era no nome do sistema de fórum que eles utilizavam no seu fórum?
Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Cantata para tucano a quatro mãos
Antônio Marcos Capobianco
Mesmo com a remota hipótese da volta do PSDB ao governo, teme-se pelo destino do que se tem feito por um Brasil mais justo socialmente
Quando chegou ao poder, o PSDB inebriou-se com o pensamento único vigente, radicalmente neoliberal (Consenso de Washington, Estado mínimo, "fim da história" e outras burlas), tomando rumo tão à direita que nunca chegou a fazer jus à social-democracia que lhe dá nome.
"Vamos dar um choque de capitalismo no Brasil!", decretaram. Encarnavam a própria "mão invisível" de Adam Smith, que, com o tempo, viu-se materializar-se na "mão leve" da improbidade, e hoje tem contado com a "mão amiga" da mídia e com a "mãozinha" da Justiça.
Há os anti-PT/pró-PSDB que, apenas néscios, ignoram os malfeitos dos tucanos. E há, por formação, os somíticos: posição antidistributiva, individualismo acima da solidariedade. Vociferam contra o Bolsa Família. O Ipea mostra que um gasto no programa de 1% do PIB gera aumento de 1,78% na atividade econômica. O programa reduziu a mortalidade infantil e em 28% a pobreza.
E sobre os malfeitos dos tucanos, o que precisam saber os desinformados? Antes, que há um ranking da corrupção realizado pelo Movimento de Combate à Corrupção, no qual o PT figura em 10º lugar, enquanto o PSDB está em 3º e, em 1º, o seu irmão xifópago, o Democratas.
E precisam saber do que descreve, fundamentado em documentos públicos, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. no livro "A Privataria Tucana" (ed. Geração Editorial). Mais de 15% do Produto Interno Bruto --cerca de R$ 660 bilhões-- foi repassado para o capital privado.
Com passivos assumidos pelo governo, as empresas foram compradas com dinheiro subsidiado do BNDES e com moeda podre. Arrecadaram mais de R$ 240 bilhões --para abater a dívida--, mas, no governo tucano, ela subiu de 30% para 62% do PIB.
Em 1997, a Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3,5 bilhões, e logo depois avaliada em R$ 450 bilhões. "A maior roubalheira da história da República", ponderou Jorge Furtado. "Os tucanos, no governo, vendendo a preço de banana, e no mercado, comprando as empresas". Elio Gaspari aduziu: "Grampos telefônicos, editais self-service, consórcios incestuosos e contratos de gaveta deram componentes escandalosos ao processo".
A trajetória do PSDB está envolta em denúncias que pairam no limbo da Justiça. Na Assembleia Legislativa paulista, CPIs encalham. Escândalos no transporte e, no saneamento, a falta de manutenção que gera perda de 25% da água tratada deve-se também à disputa interna por contratos. Agora, descobre-se fortuna em bens e em conta na Suíça e na offshore Higgins Finance.
Nos oito anos de governo federal, o PSDB deixou também a marca da incompetência. Os tucanos quebraram o país duas vezes. Cresceram a pobreza e a desigualdade, com prolongada recessão, epidemias, 50 milhões de miseráveis e 12 milhões de desempregados.
FHC deixou dois problemas robustos que têm inviabilizado o crescimento: uma carga tributária bruta de 36% e uma dívida líquida/PIB de 56%, explicou Antonio Delfim Netto. "Em quatro anos, acumulamos um deficit em conta-corrente da ordem de U$100 bilhões! O resultado foi trágico".
Agora, a hipótese funesta e remota da volta do PSDB ao governo federal remete ao fim do controle estatal de Petrobras, Furnas, Banco do Brasil, Caixa etc. E teme-se pelo destino do que se tem feito por um Brasil mais justo socialmente, sétima economia do mundo e destacada geradora de empregos.
ANTÔNIO MARCOS CAPOBIANCO, sociólogo, é autor de "Relações Intergovernamentais na Metrópole - Adequação Institucional para a Ação" (IEA/USP)
Antônio Marcos Capobianco
Mesmo com a remota hipótese da volta do PSDB ao governo, teme-se pelo destino do que se tem feito por um Brasil mais justo socialmente
Quando chegou ao poder, o PSDB inebriou-se com o pensamento único vigente, radicalmente neoliberal (Consenso de Washington, Estado mínimo, "fim da história" e outras burlas), tomando rumo tão à direita que nunca chegou a fazer jus à social-democracia que lhe dá nome.
"Vamos dar um choque de capitalismo no Brasil!", decretaram. Encarnavam a própria "mão invisível" de Adam Smith, que, com o tempo, viu-se materializar-se na "mão leve" da improbidade, e hoje tem contado com a "mão amiga" da mídia e com a "mãozinha" da Justiça.
Há os anti-PT/pró-PSDB que, apenas néscios, ignoram os malfeitos dos tucanos. E há, por formação, os somíticos: posição antidistributiva, individualismo acima da solidariedade. Vociferam contra o Bolsa Família. O Ipea mostra que um gasto no programa de 1% do PIB gera aumento de 1,78% na atividade econômica. O programa reduziu a mortalidade infantil e em 28% a pobreza.
E sobre os malfeitos dos tucanos, o que precisam saber os desinformados? Antes, que há um ranking da corrupção realizado pelo Movimento de Combate à Corrupção, no qual o PT figura em 10º lugar, enquanto o PSDB está em 3º e, em 1º, o seu irmão xifópago, o Democratas.
E precisam saber do que descreve, fundamentado em documentos públicos, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. no livro "A Privataria Tucana" (ed. Geração Editorial). Mais de 15% do Produto Interno Bruto --cerca de R$ 660 bilhões-- foi repassado para o capital privado.
Com passivos assumidos pelo governo, as empresas foram compradas com dinheiro subsidiado do BNDES e com moeda podre. Arrecadaram mais de R$ 240 bilhões --para abater a dívida--, mas, no governo tucano, ela subiu de 30% para 62% do PIB.
Em 1997, a Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3,5 bilhões, e logo depois avaliada em R$ 450 bilhões. "A maior roubalheira da história da República", ponderou Jorge Furtado. "Os tucanos, no governo, vendendo a preço de banana, e no mercado, comprando as empresas". Elio Gaspari aduziu: "Grampos telefônicos, editais self-service, consórcios incestuosos e contratos de gaveta deram componentes escandalosos ao processo".
A trajetória do PSDB está envolta em denúncias que pairam no limbo da Justiça. Na Assembleia Legislativa paulista, CPIs encalham. Escândalos no transporte e, no saneamento, a falta de manutenção que gera perda de 25% da água tratada deve-se também à disputa interna por contratos. Agora, descobre-se fortuna em bens e em conta na Suíça e na offshore Higgins Finance.
Nos oito anos de governo federal, o PSDB deixou também a marca da incompetência. Os tucanos quebraram o país duas vezes. Cresceram a pobreza e a desigualdade, com prolongada recessão, epidemias, 50 milhões de miseráveis e 12 milhões de desempregados.
FHC deixou dois problemas robustos que têm inviabilizado o crescimento: uma carga tributária bruta de 36% e uma dívida líquida/PIB de 56%, explicou Antonio Delfim Netto. "Em quatro anos, acumulamos um deficit em conta-corrente da ordem de U$100 bilhões! O resultado foi trágico".
Agora, a hipótese funesta e remota da volta do PSDB ao governo federal remete ao fim do controle estatal de Petrobras, Furnas, Banco do Brasil, Caixa etc. E teme-se pelo destino do que se tem feito por um Brasil mais justo socialmente, sétima economia do mundo e destacada geradora de empregos.
ANTÔNIO MARCOS CAPOBIANCO, sociólogo, é autor de "Relações Intergovernamentais na Metrópole - Adequação Institucional para a Ação" (IEA/USP)
- MAJOR FRAGUAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Exatamente isso que os mais novos não sabem (e talvez não tenham o interesse de saber) e muitos tentam esquecer, pregando que esse governo que é o mais corrupto da historia.
Vale lembrar que nesse tempo, como a grande maioria da camara era da base de apoio do FHC, quase nenhuma CPI, ia pra frente e a midia... era a favor total do governo, ou seja, tudo pra de baixo do tapete...
Não que estamos no caminho certo agora e esta tudo maravilha, mas sim, PSDB é total retrocesso sem melhorias.
Sds Coloradas
Major Fraguas
Vale lembrar que nesse tempo, como a grande maioria da camara era da base de apoio do FHC, quase nenhuma CPI, ia pra frente e a midia... era a favor total do governo, ou seja, tudo pra de baixo do tapete...
Não que estamos no caminho certo agora e esta tudo maravilha, mas sim, PSDB é total retrocesso sem melhorias.
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Major Fraguas
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Também esquecem que quem criou o bolsa família foi FHC e quem criticou, e há videos provando isso, foi o Sr Lula. Parece que quando chegaram ao pudê, mudaram de idéia e a encamparam como se fossem os criadores.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
- rodrigo
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Foi só a Dilma melhorar que esqueceram a Marina para voltar a falar dos tucanos
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa