MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4411 Mensagem por Wingate » Seg Mai 12, 2014 7:30 pm

Bourne escreveu:Tipo isso :lol:
Crédito da Finep para inovação deve subir para R$ 10 bilhões este ano

Agência Brasil

http://www.em.com.br/app/noticia/econom ... -ano.shtml

Publicação: 11/05/2014 17:39 Atualização:
O volume de crédito concedido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para empresas inovadoras no país aumentou de R$ 1,1 bilhão, em 2001, para R$ 6,3 bilhões, no ano passado. Segundo o presidente da Finep, Glauco Arbix, os financiamentos deverão alcançar R$ 10 bilhões neste ano, quase dobrando em relação a 2013.

A estimativa se baseia no desempenho do Programa Inova Empresa, lançado há um ano pela presidenta Dilma Rousseff, com orçamento de R$ 32,9 bilhões, dos quais R$ 25 bilhões vêm de recursos da Finep e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Nós conseguimos uma demanda agregada, que está em processamento atualmente, com algumas operações já contratadas, de R$ 93,2 bilhões em projetos de tecnologia. É um volume de recursos muito forte que mostra a vontade trabalhar e entrar nas atividades de desenvolvimento tecnológico e de inovação”, diz Arbix.

A Finep lançou 12 programas vinculados ao Inova Empresa para áreas consideradas prioritárias pelo governo, como saúde, petróleo, energia, etanol, telecomunicações, em que o Brasil tem carência de tecnologia. Para Arbix, o déficit de investimentos na área ocorre pelo desequilíbrio na balança comercial, que obriga o país a importar tecnologia ou produtos de natureza tecnológica. “O Brasil tem também a preocupação de dominar e consolidar tecnologias internamente”, lembra.

Do total da demanda agregada de R$ 93 bilhões para o Inova Empresa, o presidente da Finep admitiu que deve ser feito um recorte entre 30% e 35% por causa da desistência de projetos pelas empresas ou por problemas de documentação. Mesmo assim, ele estima que, se a Finep e o BNDES contratarem 10% desses projetos a cada ano pelos próximos dois anos, isso significará algo em torno de R$ 30 bilhões de contratação, valor suficiente para duplicar o investimento privado empresarial em tecnologia e inovação.

O orçamento do Programa Inova Empresa engloba também recursos do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além de R$ 3,5 bilhões em recursos não reembolsáveis para subvenção econômica (subsídios) ou para apoio a parcerias entre universidades e centros de pesquisas e empresas.

Na avaliação de Arbix, a expressiva demanda do programa significa que as empresas brasileiras já descobriram que o caminho para o desenvolvimento é o da tecnologia e da inovação: “É uma situação impensável um volume de demanda desse porte. É difícil imaginar isso há seis ou sete anos”. Ele, no entanto, reconheceu que existem desafios. “A economia brasileira não é inovadora. As empresas brasileiras, em geral, investem pouco em inovação se comparadas aos países mais avançados, e mesmo a países emergentes que competem conosco”, diz.

Apesar do baixo volume relativo de investimentos do tipo, o presidente da Finep destaca que está crescendo de forma acelerada o número de empresas que estão procurando meios para investir em inovação e tecnologia. “A demanda continua crescendo apesar das dificuldades na economia. Está havendo uma reviravolta na definição de estratégias das empresas brasileiras. Elas estão incorporando inovação às suas estratégias competitivas de crescimento e de ampliação de mercado, seja doméstico ou internacional”.

A demanda para o Inova Empresa envolve 2,7 mil empresas e 223 institutos e centros de pesquisa públicos e privados. Segundo Arbix, o intercâmbio entre as empresas e a universidade e empresa está sendo ampliado. Ele também cita a descentralização do crédito visando a atingir as micro, pequenas e médias empresas, por meio de bancos estaduais e fundações de amparo à ciência e tecnologia.

Uma terceira dimensão que contribui para o sucesso do programa, salientou Arbix, foi a redução do impacto da burocracia com redução de custos e de prazos e mais agilidade para análise dos projetos. Na Finep, o prazo de análise caiu de mais de 400 dias para 30 dias, graças à informatização total dos processos.
Em comparação com as linhas de crédito americanas que vão algumas centenas de bilhões por ano é pouco, mas considerando a diferença de escala até que não é ruim. O problema parece estar no desenho do programa e como determinar e medir objetivos e metas.

A agricultura e agroindústria acharam seus caminhos de exportação e como se manter lucrativas, visto na saída norte e pelo Uruguai que postei na geopolítica brasileira. A industria não vejo os grandes mudaram, a esperança são os pequenos mudarem a filosofia de negócio.

O problema acaba sendo como melhorar a produtividade para fora da porteira e barracão em infraestrutura de transportes, comunicação, tecnologia, burocracia entre outros. Por exemplo, não pode admitir que um caminhão fique três dias parado esperando para carga ou descarga, o equipamento de mais de 500 mil e o trabalhador sem fazer nada refletem na produtividade e custo. Sinais de caminhos para mudança existem mesclando soluções públicas e privadas, tal como concessão de infraestrutura com preços aceitáveis como porto aqui no litoral paranaense, financiar os cabos de fibra ótica ao redor do país, atrair investimentos em tecnologia 4G e comunicações. O país precisa de soluções, não importa a cor para tirar o atrasado. A maioria entendeu, mesmo que não dê entrevistas na grande mídia golpista.
Grato, colega Bourne, pela informação! Pelo menos uma luz no fim do túnel. Faço votos que venha a se tornar um holofote muito breve! :wink:

SDS,

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4412 Mensagem por Wingate » Seg Mai 12, 2014 8:29 pm

Priorizar venda de commodities enfraquece economia brasileira

Luiz Aubert Neto - Especial para o UOL - 12/05/201406h00

Não havia dúvidas de que, em alguns aspectos, a economia brasileira caminhava bem, com seu crescimento puxado pelo forte consumo do mercado interno.

Também é preciso reconhecer que, nos últimos anos, o país obteve resultados expressivos no que diz respeito às políticas sociais, tendo tirado mais de 20 milhões de brasileiros do estado de miséria, e elevado mais de 30 milhões à classe média.

Por outro lado, alguns indicadores ainda nos envergonham e mostram que estamos muito distantes do mínimo necessário para nos considerarmos uma nação em desenvolvimento.

Como exemplo, podemos citar um quesito fundamental à saúde, que é o saneamento ambiental, cujos indicadores são alarmantes: aproximadamente 36 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, 56% da população urbana brasileira não têm esgoto coletado etc..

Para universalizar o saneamento no Brasil seriam necessários investimentos de R$ 296 bilhões até 2025. Ou seja, o equivalente ao que gastamos com o pagamento de juros da dívida pública em aproximadamente um ano. Em saúde, educação, ciência e tecnologia a situação não é diferente. Nesses itens, o país gasta menos de um terço do que dispende com pagamento de juros e com o custo de carregamento das reservas.

No que se refere à política industrial a situação também é extremamente preocupante, pois o atual modelo econômico nos empurra para uma "primarização" da economia. O fato é que o Brasil está priorizando a exportação de commodities em detrimento das vendas de bens de maior valor agregado.

Falta de competitividade

A título de ilustração, desde o século 19 o Brasil é o maior produtor mundial e exportador de grãos de café, mas o maior exportador de café industrializado é a Alemanha, que não possui um pé de café. Cerca de 75% da soja produzida no país é destinada ao mercado externo, enquanto as exportações de derivados de soja, que possuem maior valor agregado, caem ano a ano.

Cabe lembrar que não existe nenhum país desenvolvido que seja basicamente exportador de commodities, mas existem países ricos e desenvolvidos que são fornecedores de máquinas e equipamentos para a industrialização de produtos primários.

O minério de ferro, que é o insumo utilizado para produzir aço, é um dos principais itens da nossa pauta de exportações. Por outro lado, a balança comercial dos setores que possuem o aço como principal matéria-prima (automóveis, máquinas, equipamentos etc.) é totalmente deficitária. No caso específico do setor de máquinas e equipamentos, o deficit acumulado de 2004 a 2013 é superior a US$ 60 bilhões.

Temos mostrado, através de estudos bem fundamentados, que o Brasil é que não é competitivo. A falta de incentivo aos investimentos, o câmbio atual, a taxa de juros mais alta do mundo, o custo Brasil, a alta carga tributária e a ineficiência em nossa infraestrutura impõem à indústria brasileira de transformação uma perda de competitividade que pode vir a resultar na extinção de uma indústria que produz bens de alto valor agregado e conteúdo tecnológico, e que é responsável pela geração de milhões de empregos que exigem qualificação e que, portanto, pagam melhores salários.

Os números acima requerem uma reflexão por parte dos nossos governantes sobre a atual política macroeconômica, no sentido de projetar que tipo de país nós queremos e quais serão os efeitos desta política a médio e longo prazos.

Um país com dimensões continentais e populoso como o Brasil precisa de muito mais. Tem que pensar e agir de forma grandiosa para vir a ser, de fato, um país mais justo, que gera e distribui riquezas, que educa e cuida da saúde do seu povo. Não me canso de repetir que não existe país desenvolvido que não tenha uma indústria de transformação forte.

Não somos contra a exportação de commodities, mas estamos convictos de que isso não será suficiente para gerar o superavit que o Brasil precisa

Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, sobre a falta de uma política para a indústria de transformação

"É evidente que nada contribui mais para promover o bem-estar público do que a exportação de bens manufaturados e a importação de matéria-prima estrangeira".

Esta frase, tão atual, foi parte de pronunciamento feito no parlamento britânico, em 1721. Esse pronunciamento mostra que o Brasil está indo na contramão do que os países ricos e desenvolvidos fizeram e continuam fazendo há mais de dois séculos.

O Brasil pode e precisa caminhar em outra direção, estruturando políticas claras que possam contribuir para fazer do nosso país uma nação verdadeiramente desenvolvida, em todos os aspectos (cultural, social, educacional e econômico). É preciso simplificar e desburocratizar, criar condições para que o setor produtivo possa, de fato, se desenvolver e ter musculatura para ser competitivo nos mercados interno e externo.

Não somos contra a produção e exportação de commodities, mas estamos convictos de que somente isso não será suficiente para gerar o superavit necessário na balança de pagamentos e a quantidade de empregos que uma nação tão populosa como a nossa necessita.

É possível fazermos as duas coisas (commodities e indústria), mas o governo tem que ter senso de urgência, precisa implementar medidas em caráter emergencial, pois corremos o risco de perder a maior, e talvez única, oportunidade da nossa história, para fazer do Brasil uma nação desenvolvida.

Do contrário, retrocederemos no tempo - época do Brasil colonial - em que exportávamos pau-brasil e café para importarmos espelhinhos e bijuterias. Ainda dá tempo, é possível reverter o atual quadro de desindustrialização, mas os nossos governantes precisam comunicar imediatamente que tipo de Brasil desejam: rico e desenvolvido ou eternamente uma colônia pobre?

As opções existem. Nós, da Abimaq, continuaremos lutando por um Brasil que se transforme em uma potência econômica, com uma indústria de transformação forte, afastando o risco de nos tornarmos um Brasil-Colônia.

LUIZ AUBERT NETO
54 anos, é engenheiro e presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos)
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4413 Mensagem por Bourne » Ter Mai 13, 2014 11:30 am

Aberrações como chutar valor de uma obra para não perder os recursos é inadmissível, mas acontecem e é como se não fosse nada. :?

Não apenas isso. A lei de licitações (parece que vai ser reformada) dá margem a preços elevados e adicionais ad eternum para completar a obra, deixando a qualidade como elemento secundário. Não é corrupção, mas sim se aproveitar das brechas para faturar em cima.

Em licitação de compra de equipamentos, um notebook de 1,2 mil em qualquer loja de varejo é comprado por 3 mil, com atraso de meses e entregue quando não se vende mais. Ouvi a reclamação dessas de um conhecido que ganhou o notebook da UFPR. Só aceitou por que a universidade não quis liberar 1,5 mil para ele comprar na internet direto e depois prestar contas, pois segundo regras internas tinha que ser centralizado. :roll:

É uma enorme ineficiência do gastos e sistema que afeta, direta ou indiretamente, a sociedade como um todo.
“Primeiro orçamento da Arena foi um chute”

Fonte: http://www.bemparana.com.br/noticia/302 ... i-um-chute

Coordenador culpa demora na liberação de financiamento do BNDES por atraso na Arena

03/02/14 às 00:00 - Atualizado às 12:09 | Ivan Santos
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Mário Celso Cunha: “Tudo sobe, os operários, a mão de obra, o ferro, o material” (foto: Valquir Aureliano)
O primeiro orçamento de R$ 134 milhões, para as obras da Arena do Atlético para a Copa do Mundo, feito ainda durante do governo Orlando Pessuti foi “um chute”, feito para garantir a atração do evento para Curitiba. Quem afirma é o coordenador geral da Copa para o Paraná, Mário Celso Cunha. Ele culpa ainda a demora na liberação do financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) pelos problemas na obra do que seria o estádio “mais pronto”, e hoje mais atrasado entre as sedes do torneio, levando inclusive a Fifa a ameaçar tirar os jogos da capital paranaense.
Apesar disso, Mário Celso diz estar confiante que a nova engenharia feita para acelerar o processo, com a formação de um comitê gestor com a participação de representantes do governo do Estado e da prefeitura, vá garantir a realização da Copa na cidade. Em entrevista ao Bem Paraná, o coordenador fala sobre isso, comenta quem pagaria o prejuízo em caso de não realização do evento aqui, e justifica o aumento do custo da obra.

Bem Paraná - Vai ter copa em Curitiba?

Mário Celso Cunha – A esperança é que sim, pelo planejamento que está sendo executado a partir de agora com a participação de um comitê gestor junto ao Clube Atlético Paranaense, que através da CAP S/A está administrando essa modelagem para a execução da obra e que já tem praticamente 90% de área construída, o que significa que nós estamos trabalhando em cima desses 10% final. Esse comitê gestor é apenas a colaboração do governo, prefeitura e COL (Comitê Organizador Local) aos organizadores e responsáveis pela execução da obra. Que são pessoas altamente qualificadas, mas que dependeram muito do fluxo financeiro.

BP – De zero a dez, qual o risco de Curitiba ficar de fora?

Mário Celso – A gente não pode avaliar porque aí tem os itens que estão na cabeça dos técnicos da Fifa. Mas eu diria que dentro do que o Jêrome Valcke projetou, que seria entrega do gramado, a cobertura, mas de dez mil cadeiras, eu acho que isso é fundamental para a visibilidade do estádio. Com isso nós poderíamos realizar a Copa. É claro que aí entra também iluminação, TI (Tecnologia da Informação), sistema de placar, as catracas, bilheteria e tudo isso que precisa estar preparado para que o estádio possa receber os torcedores.

BP - Noticiou-se que a Fifa consultou a construtora OAS sobre a possibilidade de uso da arena do Grêmio, em Porto Alegre.
Mário Celso – Eu vejo como uma falsa notícia. Acredito que isso não é verdadeiro, mesmo porque o próprio Jêrome Valcke declarou que no caso de Curitiba não ser contemplada, ele distribuiria esses jogos pelas outras sedes já existentes. Ele não colocaria uma nova sede. Então ele já descartou esse tipo de processo. Mesmo porque não dá tempo. A própria Arena do Grêmio que o presidente diz que tem padrão Fifa, tem várias deficiências. Já esteve interdição recentemente. E não teríamos como ter duas sedes na mesma sede. É muito complicado para segurança, uma série de fatores. Não acredito nessa possibilidade. Não houve consulta, mas uma manifestação de alguém que quer tumultuar.

BP - O que precisa acontecer até 18 de fevereiro para que Curitiba não perca a copa?
Mário Celso – Eu diria que esses fatores, gramado, cadeiras colocadas, vestiários, cobertura, mas fundamentalmente definir o fluxo de caixa. Quanto o Atlético vai gastar até o final da obra. Isso é muito importante. A Price está fazendo esta avaliação. Já andaram divulgando números que não são oficialmente reais ainda. E nós precisamos ter isso em mãos para ver de que forma será conduzido.

Risco

Cancelamento “seria catástrofe”

Bem Paraná - O Centro de Midia onde ficarão os jornalistas e equipes para as transmissões de tv e rádio ainda está em suas fundações. Ele ficará pronto em tempo?
Mário Celso Cunha – Há possibilidade, de acordo com a Fifa, de talvez não realizar ele nos seis andares que estão programados. Talvez dois, três andares. Na reunião do COL (na última terça-feira, 28), um dos assuntos foi esse. Porque é importante, é a imagem do Brasil lá fora. Esses jornalistas que vão levar a imagem, se a Copa é boa, se não é boa, tudo isso será jogado na mídia internacional por esses jornalistas. Então é importante atendê-los bem. A Fifa falou que ‘se vocês fizerem um prédio menor, não tem problema, desde que façam um prédio com todas as condições de atendimento à Fifa’.

BP - Se não houver copa, como fica o dinheiro investido? Quem paga o prejuízo?

Mário Celso – Claro que a gente não pode falar sobre suposição. Até o dia 18 nós temos essa expectativa. Mas eu diria que seria uma catástrofe. Porque o investimento é muito grande, nós temos várias preocupações que repassamos ao Jerome Valcke. Uma delas é que Curitiba é a terceira (sede) mais solicitada para ingressos. Primeiro ficou São Paulo com a abertura, segundo o Rio, com o encerramento, terceiro Curitiba. Então isso o que representa nas operadoras de turismo que já venderam pacotes envolvendo hospedagem, gastronomia, ingressos. Nessa possibilidade remota dessa catástrofe nós teremos problemas com o Procon, que vai para cima da Fifa, pelo direito do consumidor que já comprou ingresso, já tem vôo marcado. Nós já temos treze mil leitos reservados. Tudo isso é consequência desastrosa. Por isso eu acredito que ele vai repensar e definir pela realização.

BP – Em relação ao financiamento público oferecido para a Arena do Atlético, como ficaria?

Mário Celso – O financiamento é um problema da Agência de Fomento e do BNDES. Eu acho que perde a condição de juros baixos, prazo. Aí é uma negociação dessas entidades com a CAP.

BP - Porque só agora uma comissão com governo e prefeitura acompanhando as obras? Isso não deveria ter sido feito desde o começo?
Mário Celso – Eu entendo que sim. Acho que até poderíamos ter feito isso antes. Mas acontece que no acordo tripartite foi feito apenas para viabilizar essa parte financeira. Que nasceu o potencial construtivo, a possibilidade do BNDES fazer o repasse através da Agência de Fomento. Não se pensou em um acompanhamento direto das obras em termos de cronograma. O que nós fizemos foi confiar na CAP S/A, que estabeleceu o cronograma, vem cumprindo esse cronograma. E nós fazemos apenas a fiscalização. Nós temos na secretaria duas comissões de acompanhamento. A gente tem na Fomento, eles contrataram a Price, que faz os levantamentos diários. E a prefeitura também vem acompanhando através de uma comissão e da Price. Agora como surgiu esse impasse da visita do Jerome Valcke, não se sabia direito as prioridades, formou-se essa comissão tripartite com a presença do COL, e agora a gente faz o levantamento das prioridades e o que vai custar isso.

Peso de Curitiba“População está insatisfeita”

BP – Porque nós passamos de um orçamento inicial de R$ 134 milhões para R$ 319 milhões?
Mário Celso – O primeiro orçamento, de R$ 134 milhões, foi um chute. Feito na época pelo (ex-governador Orlando) Pessuti e por aquele grupo que estava tocando a Copa. Para poder acertar os financiamentos, a participação de Curitiba na Copa. Na matriz de responsabilidade foram feitos vários entendimentos de artigos e cláusulas que tivemos que alterar depois. Nós mudamos esses artigos, com o Tribunal de Contas, fizemos aditivos, que tinha que corrigir isso. Então de R$ 134 milhões passou para R$ 185 milhões, que era o número real, que a gente está trabalhando. Agora depois disso apresentaram valores de R$ 219 milhões.
Tudo sobe, os operários, a mão de obra, o ferro, todo o material. Por exemplo, eles estavam pintando uma parte da Arena, choveu, acabou com tudo. Tem que refazer e não é sem custo, a construtora vai cobrar.“População está insatisfeita”

Atraso
“Dinheiro só saiu em janeiro de 2013”
Bem Paraná - Quando Curitiba foi escolhida, falava-se que o estádio do Atlético era o que estava mais pronto. Porque acabou sendo o mais atrasado?
Mário Celso Cunha – Nós tínhamos ali 40% de área construída, mas entrou algumas interferências. Por exemplo, a Fifa não aceita vestiários atrás do gol, tem que ser nas laterais. O Atlético teve que destruir três vestiários modernos, com toda a infraestrutura, de visitante, do Atlético e da arbitragem. Teve que desmontar tudo e fazer novos. Eles não permitem ponto cego. Tiraram as seis torres que já existiam, com elevadores. Tira fosso, alambrado, mudou o visual. Eu diria que ficou 20% dos 40% que tínhamos. Era o mais adiantado. Porque ficou mais atrasado? Porque desde 2010 tentou-se o financiamento junto ao BNDES e ele só saiu em janeiro de 2013. Isso comprometeu toda a estrutura. Quando saiu o financiamento o BNDES fez uma exigência que não fez para ninguém. Eles exigiram que o Atlético apresentasse as notas dos gastos, e só depois libera o valor. Isso gera mais prejuízo para o clube porque demora mais para receber. Esse fluxo de caixa é fundamental. Isso que provocou maior atraso.
BP - Falou-se muito em legado, mas boa parte, se não a maioria das obras de mobilidade em Curitiba para a copa não estão prontas, e outras foram retiradas do plano inicial. Isso não corrobora as críticas ao evento?
Mário Celso – Hoje eu diria que o Paraná já conseguiu mais de R$ 2 bilhões de recursos que eu considero legado. Mais de R$ 400 milhões só no aeroporto Afonso Pena, dinheiro da Infraero. R$ 30 milhões em Londrina, R$ 60 milhões em Foz, também da Infraero. Equipamentos para a área de segurança, recebemos quatro caminhões de alta tecnologia para fazer o controle da segurança em áreas específicas. Cada caminhão desse custa R$ 5 milhões, foram doados pelo Ministério da Justiça.
BP - Como está a parte estadual do corredor aeroporto-rodoviária? O senhor acha que ficará pronto até a Copa?
Mário Celso – Com atraso, mas fica pronto. A projeção é que no máximo em maio tudo esteja entregue. Estamos retirando a alça da Salgado Filho, colocando no PAC da Mobilidade para não perder o orçamento.

Responsabilidades

“Governo do Estado fez a sua parte”
Bem Paraná - O presidente do Atlético culpou o governo do Estado e a prefeitura pelos problemas, alegando que o dinheiro não saiu no tempo certo?
Mário Celso – Eu não entro na polêmica com o presidente, que tem lá suas razões, sua ótica de ver a situação. O que eu diria em termos de governo do Estado é que graças ao governo foi liberado o financiamento do BNDES. O BNDES não empresta dinheiro para clube, para terceiros, só para construtoras e governos. Então nós abrimos essa possibilidade da Fomento receber esse dinheiro e repassar ao Atlético com as garantias legais, a primeira do Centro de Treinamento do Caju e o potencial construtivo. E o segundo financiamento que foi feito agora, a garantia é a verba de transmissão da TV. Nós fizemos a nossa parte. Nós tentamos fazer o naming rights, consultamos quatro empresas. Agora se não há entendimento financeiro com o clube, é outra questão.
BP – Afinal de contas, o que há de dinheiro público nas obras da Arena do Atlético?
Mário Celso – O Tribunal de Contas considerou o potencial construtivo, que é uma moeda virtual, dinheiro público. E é reescalonado, e segundo o Atlético, não está resolvendo o problema deles. Porque não entrou muita coisa. Você tem que colocar no mercado. E se as construtoras não compram. Tem que ter um mercado muito aquecido para poder valorizar. E é a única coisa. Não tem dinheiro em espécie. O governo do Estado não repassou um centavo de dinheiro em espécie para a Arena. E a prefeitura também. Porque legalmente não pode. É um estádio privado. Agora porque essas manifestações estão acontecendo, as pessoas estão contra. A população não é contra a Copa. O brasileiro é apaixonado por futebol. É uma paixão. O brasileiro quer a Copa. O que o brasileiro não quer é roubalheira. E nós estamos vendo que são doze estádios, dos quais nove são públicos. Quando você vê um estádio aqui da Arena, digamos que é privado, está fazendo um estádio de R$ 300 milhões, porque o Maracanã, que foi reformado, está custando R$ 1,4 bilhão. Porque um Mané Garrincha está custando R$ 1,3 bilhão. Salvador R$ 1 bilhão. Porque está custando tanto? Algo está errado. O que o povo reclama é isso. Por isonomia você dá a impressão que o Brasil inteiro está nesse processo. Quando você tem três estádios privados e os demais são públicos, não têm limite de gastos.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4414 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Mai 13, 2014 8:30 pm

Bourne escreveu:Não é corrupção, mas sim se aproveitar das brechas para faturar em cima.
Do lado do empresário, se este não tiver contato com políticos, sim, é só uma brecha, mas para o lado do político não.

Sim, a lei das licitações é uma m****, mas ainda assim, uma licitação pode ser bem feita com o produto ou serviço sendo adquirido por preço de mercado, há um responsável por essa licitação (geralmente um político), é responsabilidade dele manter a coisa na linha, se o notebook custar o dobro de atrasar ele teria que se explicar.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4415 Mensagem por Rodrigoiano » Qua Mai 14, 2014 11:29 am

Conquistar o respeito e eficiência que a Embrapa conseguiu não se constrói da noite para o dia e sim durante anos/décadas. Mas tudo precisa de um primeiro passo. Recentemente foi criada a Embrapii - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, que busca melhorias nesta área. Vide link abaixo.

Abs

http://www.embrapii.org.br/




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4416 Mensagem por Bourne » Sex Mai 16, 2014 3:22 pm

Vish...
Secretario de Politica Economica Marcio Holland lendo Piketty como inspiracao para seu trabalho

Imagem




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4417 Mensagem por irlan » Sáb Mai 17, 2014 9:25 am

Falaram um pouco sobre esse livro na edição de ontem do O Globo,parece que ele vai sair em português no final do ano...




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4418 Mensagem por Bourne » Sáb Mai 17, 2014 1:00 pm

A situação atual da industria brasileira foi uma construção dos governos militares de incetivos para ideia que o mercado interno é suficiente, o importante é produzir aqui, e a industria brasileira nunca foi inovadora, o protecionismos é o único caminho. [005]
AntiCast 122 – Entrevista com Ari Rocha

Fonte: http://www.brainstorm9.com.br/46721/ant ... ari-rocha/

Olá, antidesigners e brainstormers!
Neste programa, Ivan Mizanzuk, Ricardo Cunha Lima e Almir Mirabeau entrevistam Ari Rocha, um dos mais notórios designers da história do Brasil, criador do famoso carro “Aruanda”, em 1963, considerado o primeiro carro conceito do Brasil e vencedor do prêmio Lúcio Meira em 1964. Conheça a história da formação do Ari, suas ideias em torno do Aruanda, a história de quando o perdeu e o reencontrou 30 anos mais tarde, sua filosofia de trabalho e conheça a discussão por trás da história de que ele foi o primeiro designer de produto no Brasil a possuir um doutorado na década de 70.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4419 Mensagem por cassiosemasas » Dom Mai 18, 2014 1:57 am

Cristovam Buarque
Pobreza da aritmética

fonte: http://oglobo.globo.com/opiniao/pobreza ... a-12517347

Houve uma perda de poder aquisitivo.

O Brasil passou a acreditar que 22 milhões de brasileiros teriam saído da pobreza extrema. Este discurso se baseava na ideia de que estas famílias passaram a receber complemento de renda suficiente para ultrapassar a linha de R$ 70 por pessoa por mês. Esta visão aritmética não resiste a uma análise social que efetivamente cuide da pobreza.
Nada indica que uma família sem adequada provisão de escola, saúde, cultura, segurança, moradia, água e esgoto saia da pobreza apenas porque pode comprar aproximadamente oito pães por pessoa a cada dia. A linha da pobreza não deve ser horizontal, separando quem tem mais de R$ 2,33 por dia e quem não tem, mas uma linha vertical, separando quem tem e quem não tem acesso aos bens e serviços essenciais.
É como se, na época da escravidão, o povo fosse convencido de que o país era menos escravocrata apenas porque o proprietário gastava mais dinheiro na alimentação de seus escravos. A separação entre o escravo e o trabalhador livre não era uma linha horizontal definida aritmeticamente pela quantidade de comida que recebia, mas uma linha vertical separando quem tinha e quem não tinha liberdade. Hoje, a linha da pobreza efetiva deve ser determinada por quem tem e por quem não tem acesso aos bens e serviços essenciais. E neste sentido, o Brasil não está avançando na educação, na saúde, no transporte e na segurança.
Mesmo dentro de sua lógica, o argumento aritmético fica frágil quando se observa como a renda dos pobres avança e regride dependendo da inflação. Entre março de 2011 e abril deste ano, a inflação medida pelo INPC foi de aproximadamente 19,6%, fazendo com que cerca de três milhões de brasileiros tenham regredido abaixo da linha aritmética da pobreza extrema. Mesmo com o aumento de 10%, anunciado dia 1º de maio, 1,5 milhão de pessoas regrediram abaixo dessa linha.
Outra forma de ver a fragilidade do argumento aritmético está na dependência em relação ao valor do câmbio. Pela paridade do poder de compra, em março de 2011, o benefício básico do Bolsa Família era equivalente a US$ 1,25 por pessoa, por dia, valor adotado pela ONU como abaixo da linha da qual se caracteriza a pobreza extrema. Com a desvalorização cambial, houve uma perda de poder aquisitivo de aproximadamente 20%. Portanto, cerca de quatro milhões de brasileiros estão de volta à pobreza (mesmo considerando o aumento de 10%). Pelo conceito social, não aritmético, de pobreza, considerando acesso à saúde, à educação e ao transporte de qualidade, o Brasil tem hoje pelo menos 22 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza extrema, número que não diminuiu nestes últimos anos.
Cento e trinta e seis anos atrás, o Brasil não aumentou a quantidade de comida nos pratos dos escravos, fez a Lei Áurea que os libertou. A Lei Áurea não foi um argumento aritmético, mas social. Por isso, ela se fez permanente, e nós a comemoramos nesta semana sem recaídas ocasionadas pela inflação ou pelo câmbio, sem a pobreza aritmética.
Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4420 Mensagem por rodrigo » Sex Mai 23, 2014 11:49 am

Com dólar mais barato, gastos no exterior batem recorde em abril

Em abril, despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 2,34 bilhões.
É o maior valor da história para todos os meses; série começa em 1947.

Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 2,34 bilhões em abril, o que representa novo recorde para todos os meses, informou nesta sexta-feira (23) o Banco Central (BC). A série histórica da autoridade monetária para o indicador tem início em 1947.

Até o momento, o maior valor de gastos no exterior para todos os meses havia sido registrado em outubro do ano passado, quando as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 2,29 bilhões, ainda de acordo com informações do BC.
Impacto do dólar
O recorde de gastos de brasileiros no exterior acontece em um momento de queda do dólar em relação ao patamar vigente no fim de 2013 e início deste ano.
No fim do ano passado, a moeda norte-americana estava cotada ao redor de R$ 2,34. Em janeiro e fevereiro deste ano, oscilou por volta de R$ 2,40. Já em abril, a moeda registrou desvalorização de 1,74% frente ao fechamento de março, terminando o período em R$ 2,23.

Primeiro quadrimestre
Ainda de acordo com o Banco Central, as despesas no exterior somaram US$ 8,21 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano – o que representa um aumento de 1,7% frente ao mesmo período do ano passado, quando somaram US$ 8,08 bilhões. Com isso, os gastos de brasileiros no exterior também bateram recorde, em 2014, para os quatro primeiros meses de um ano.
Alta do IOF
As despesas lá fora bateram recorde em abril, e no primeiro quadrimestre deste ano, apesar de o governo ter adotado, no fim de 2013, medidas para conter esses gastos. A alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente nos pagamentos em moeda estrangeira feitos com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos foi elevada de 0,38% para 6,38% no fim do ano passado. Com isso, essas operações passaram a ter a mesma tributação dos cartões de crédito internacionais.
Histórico de gastos no exterior
Em 2013, os gastos no exterior somaram US$ 25,3 bilhões e bateram recorde para um ano inteiro, contra US$ 22,2 bilhões nos 12 meses anteriores. Em 2011, as despesas de brasileiros lá fora haviam somado US$ 21,2 bilhões.
Até 1994, quando foi editado o Plano Real para conter a hiperinflação no Brasil, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos US$ 2 bilhões. Naquele ano, porém, somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, as despesas no exterior oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
Com a maxidesvalorização cambial de 1999, com o dólar subindo para além de R$ 3 em um primeiro momento, as despesas no exterior também ficaram mais caras. Com isso, os gastos voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximo de US$ 3 bilhões.
As despesas de brasileiros fora do país voltaram a atingir a barreira de US$ 5 bilhões por ano apenas em 2006. Desde então, têm apresentado forte crescimento: em 2007, 2008 e 2009, por exemplo, atingiram US$ 8,2 bilhões, US$ 10,9 bilhões e US$ 10,8 bilhões, respectivamente.

http://g1.globo.com/economia/noticia/20 ... abril.html




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4421 Mensagem por irlan » Sex Mai 23, 2014 12:46 pm

O preço dos games aumentaram...




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4422 Mensagem por Penguin » Sáb Mai 24, 2014 11:38 pm

(...)
E por que nossas empresas não inovam?

Porque, para inovar, você tem que pesquisar. É preciso investir em pesquisas. Quando você investe em pesquisa, muitas vezes as coisas não dão certo, mas tem que arriscar. Nós brasileiros não gostamos de arriscar. Por isso também é que a gente acaba não sendo inovador. Isso é um fato muito importante. É uma característica nossa não sermos inovadores e não nos arriscarmos.
(...)

Criação da graduação em Administração no Brasil foi um erro, afirma professor
Paulo Roberto Feldmann, da FEA/USP
http://administradores.com.br/noticias/ ... sor/88248/




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4423 Mensagem por Bourne » Sáb Mai 24, 2014 11:46 pm

Um monte de blá-blá-blá que é o senso comum. Tinha que ser palpite de administrador. :twisted: :roll:

Minha base? Oras pois, existem diversos trabalhos sobre a história do mercado acionário, industrialização, firmas e estrutura corporativa brasileira, latino-americana e americana, enfatizando interações microeconômicas, estruturas de incentivo, regulação, intervenção de estado e diferenças institucionais. Essas dezenas de artigos e livros dizem que o autor está errado.

Para terem uma ideia muito especifica. A importação de tecnologia e busca de soluções nacionais eram comuns em pequenas e médias empresas nacionais, provenientes de negócios familiares, base da industrialização pré-regime militar. A diferença foi o governo militar dos anos 1970s, a filosofia de industrialização e direcionamento para produzir aqui e se fechar dada por Delfim Netto, que matou as empresas nacionais e as afastou da necessidade de inovação.

Sobre as relações pessoais, não é bem assim nos EUA. Lá a indicação e currículo é extremamente importante para conseguir uma vaga em uma universidade conceituada, cargos relevantes em empresas respeitadas, até mesmo no governo. Na Europa, especialmente Inglaterra, França e Alemanha, até mais. isso não é e nunca foi um problema. É sim uma forma de reduzir as desconfianças. A relação mecânica estilo concurso público é raro e serve para cargos selecionados.

---------

A parte mais correta da entrevista foi considerar um erro o curso de administração. Não serve para nada. Um engenheiro, economista ou contador faria um papel melhor por que tem noção do que fala. A prova que administrador não entende nada está no conteúdo da entrevista. :lol:

Na real, mais uma aberração da entrevista, pois em outros países existe o curso de administração e muito bem visto. Por exemplo, a chamada business school americanas, que foram gente para fazer negócios, com dinheiro suficiente para roubar grandes mentes e outros departamentos. E como seguimos o modelo americano... assim como chineses e o resto do mudo que tem uma estrutura universitária recente, sem problemas. Dizer que ter curso de administração é um erro segue a linha de achar culpados, enquanto o problema são outros fatores.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4424 Mensagem por Bourne » Dom Mai 25, 2014 6:38 pm

OREIRO, José Luis. (2014). Muito além do tripé: proposta de um novo regime de política macroeconômica para dobrar a renda per-capita em 20 anos.



Fonte: http://joseluisoreiro.com.br/site/link/ ... 989497.pdf

Discussões da semana passada sobre o futuro do país, que ocorreram na FGV-Sp semana passada. Esse é um dos artigos. Postei por ser o mais didático e qualquer um pode ler. Não quer dizer que concorde. :|




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#4425 Mensagem por irlan » Dom Mai 25, 2014 7:09 pm

O Brasileiro ter o poder de compra de um português até 2040 é uma realidade?




Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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