Clermont escreveu:henriquejr escreveu:Vocês nem imaginam o que tem de candidato reprovado em exames de psicoteste, investigação social e até exames de saúde e físico, e simplesmente não são eliminados por causa de ações judiciais! Depois que um cara desses faz merda (andam armados, certo?) a culpa é da instituição policial.
Muitos anos atrás, ocorreu um caso trágico no Rio Grande do Sul, nos tempos do governo Olívio Dutra. Um elemento foi reprovado no concurso para soldado da Brigada Militar por problemas psíquicos. Entrou na justiça e um irresponsável, com o título de "juiz" decidiu cancelar a determinação do comando da Brigada. O indivíduo passou a usar uma farda. Então, algum tempo depois, num patrulhamento, sem mais e sem menos, ele disparou sua espingarda contra elementos que estavam alinhados num muro para serem revistados. Um deste morreu.
Quando eu li esse caso eu pensei: grande parte de nossos juízes são mesmo uns idiotas, insolentes, arrogantes e irresponsáveis. O que há de se fazer? Porém, se o comando da força policial às vezes fica de mãos atadas por causa das aberrações do nosso miserável sistema jurídico, por outro lado, também é culpado por não tentar tomar medidas preventivas.
Dizendo de outra forma: o comando da Brigada Militar não teve culpa que um imbecil tenha virado soldado. A comissão de recrutamento cumpriu com o seu dever e o considerou inapto. A culpa é toda do juiz e da Justiça. Mas, o juiz determinou que ele fosse admitido como soldado, e só. Quem foi o responsável pelo anormal estar na rua com uma espingarda na mão foi o seu comando superior. Porque razão este comando não colocou aquele problemático soldado numa função, bem longe de armas? Sei lá, como sentinela permanente dos mictórios do Quartel-General? Ou algum outro cargo de "grande relevância"?
No último concurso da PM/RN, praticamente ninguém foi eliminado do concurso por reprovação nas fases descritas acima. Durante o curso de formação já tivemos noticias de alguns que já estavam envolvidos com coisas ilícitas, mas não podiam ser excluídos por falta de provas concretas, os instrutores fizeram de tudo para fazer com que eles desistissem do curso, mas todos se formaram. Um ano depois um deles foi morto por um segurança ao tentar assaltar um posto de combustíveis, numa moto, no dia do seu serviço. Ele informou ao superior que precisava ir em casa, na hora do descanso, e tentou assaltar o posto. Quando o ITEP chegou ao local pra fazer a perícia, que tirou a jaqueta, todos ficaram surpresos ao ver que ele não se deu nem ao trabalho de tirar a camisa interna da farda, para a vergonha de muitos PMs que se encontravam no local, isolando a área, que não o reconheceram de imediato por ser um "recruta" (como chamamos os recém formados).
Outro, da mesma turma, foi preso diversas vezes por estelionato. Foi preso até pela PF por clonagem de cartões de crédito. Depois disso já tive noticias de policiais da mesma turma presos com carros roubados, participação em arrombamentos de caixas eletrônico, homicídios, extorsão, além de outros viciados em drogas ilícitas.
E para completar, até o ano passado, trabalhei mais de um ano com um que tinha sido reprovado no psicoteste, e o cara não tinha a MÍNIMA condição de ser policial. O cara é totalmente desequilibrado, usando forças excessivas em situações cotidianas (simples abordagens) e excessivamente medroso em outras, a ponto de "colar as placas" na hora da ocorrência. Para ter ideia, no inicio ele queria ser motorista da minha guarnição, demostrava ser um cara operacional, desenrolado.... mas quando chegava em ocorrências mais complexas ele simplesmente acelerava a viatura no lugar de parar, para abordar suspeitos, etc... Ai tirei ele da direção e coloquei como patrulheiro, mas era do mesmo jeito, na hora da ocorrência ficava desorientado, sem saber o que fazer, e o pior era a tensão, minha e do motorista, em saber que tinhamos um louco desses atrás da gente com uma arma nas mãos!!! Depois de muita luta consegui tirar ele da minha equipe, e agora ele passou nesse último concurso da Caixa, vai fazer um grande favor para a sociedade mudando de profissão.
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