FCarvalho escreveu:Uma, qual a real necessidade, em termos de capacidade, de defesa AAe para estas corvetas? Se é apenas uma questão de de defesa de ponto, até mesmo um simples reparo de 40mm e sistemas mais simples como Manpads automatizados estariam de bom tamanho. Mas se a MB quer mais que isso, quais seriam ou serão os alvos prioritários? Aeronaves, mísseis, helos ou tudo isso aí, nada disso?
Por defesa de ponto hoje entende-se proteção contra munições guiadas, principalmente mísseis. Neste caso os sistemas que você mencionou e nada são praticamente a mesma coisa. Já um míssil veloz, altamente manobrável, de orientação totalmente automática e capaz de ser disparado em salvas como o Sea Captor faz uma enorme diferença.
Outra, me permito imaginar que um navio nesta tonelagem e destinado a cumprir primariamente missões de escolta de FT e cabotagem, e operar via de regra bem dentro da nossa ZEE, só que mais próximo ao litoral, que no mínimo um sonar rebocado e outro de casco, mais o helo embarcado seriam itens indispensáveis para que a capacidade ASW destes navios seja realmente efetiva. Mas, será que podemos assegurar tal capacidade, junto aquela demanda de defesa AAe tendo em vista os sistemas pré-selecionados?
Se sim, me parece então que de corvetas estes navios só terão o nome. E que brevemente um deslocamento maior ainda os aguarda em futuras versões Block II, III e/ou IV. Agora caso não, porque manter navios deste tamanho com sistemas de combate dignos de NaPaOc? Não seria superdimensionamento?
Esperemos o projeto final. Mas parece ser exatamente alcançar este equilíbrio a razão do projeto ter subido para as 3.000 ton. A classificação é o menos importante.
Porque o CM teria se dado o trabalho de mandar alterar o projeto básico das CV-3 e cobrar a capacidade de receber e operar os SH's, elevando assim o seu deslocamento e dimensões finais, se é para eles no final das contas não terem um simples helo no convés de vôo quando ao mar? Qual a lógica disso?
Lembrar que a MB tem estes navios em conta como navios de esquadra, e não patrulhas superdimensionados.
E sendo assim, eles terão que dispor igualmente de todas as capacidades operacionais com os demais navios da esquadra.
Contraditório isso não?
Na nossa situação atual, sem inimigos a apontar, a condição dos navios de poder receber os sistemas mesmo não os possuindo me parece muito inteligente. Ela permite economizar na aquisição de sistemas e/ou vetores agora (podem ser comprados em menor quantidade) liberando recursos para outras finalidades (ou até permitindo que o projeto inteiro possa receber a aprovação do GF), mas ainda assim manter a capacidade da MB, deslocando os poucos sistemas/vetores disponíveis para cada navio quando necessário para adestramento. E se (e quando) surgir alguma crise, é muito mais fácil e rápido adquirir mais sistemas/vetores do que plataformas completas.
Eu sem a menor dúvida prefiro uma MB com mais navios na condição "fitted for, but not with" do que com menos navios totalmente equipados
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Leandro G. Card