Marechal-do-ar escreveu:O "motorzinho" do Gripen gera algumas dezenas de MW de potência, duvido que 1% disso não seja mais que suficiente para qualquer equipamento presente no SH, se o Rafale teve problemas para gerar potência foi pelo dimensionamento errado do gerador, provavelmente a Dassault subestimou as necessidades futuras e não tem nada a ver com a real potência das turbinas, e não é algo difícil de arrumar.
Se fosse possível tirar toda esta energia direto do motor, aí realmente não seria problema. Acontece que para gerar corrente na voltagem e frequência adequados ao acionamento de sistemas eletrônicos à partir de um eixo de turbina girando a dezenas de milhares de rpm é necessário ou uma caixa de redução enorme e pesada, ou um conversor de frequência também enorme e pesado. Isso não cabe em qualquer lugar, e mesmo que se ache espaço o peso extra vai cobrar o seu preço. Volto a dizer, até o Rafale, com mais potência e mais espaço ainda teve problemas de geração de energia para atender a todas as requisições feitas pela força aérea dos Emirados Árabes Unidos, e a correção do problema não é fácil ou ele nem teria sido discutido.
Alias, o Gripen é um caça pequeno, relativamente, mas 7 tons não é exatamente pouco, em um mundo onde discutimos nanotecnologia da para fazer muita coisa com um 10% desse peso, acho muito improvável que tenha faltado algum equipamento por falta de espaço ou limite de peso, simplesmente a SAAB não achou importante ou não colocou por algum outro motivo.
E você acredita mesmo que Brasil e Suécia, utilizando um monte de componentes e sistemas vendidos abertamente no mercado internacional (ou nem poderíamos adquiri-los
) poderiam mesmo conseguir desenvolver capacidades mais avançadas do que EUA e França conseguem usando os sistemas mais sofisticados (e secretos) que suas próprias empresas podem produzir, e ainda com menor peso e encaixadas em um espaço menor? Menos, muito menos. Pode ter certeza absoluta que cada grama e cada centímetro cúbicos dos sistemas eletrônicos do F-18 e do Rafale geram mais diferencial de desempenho que os pesos e volumes equivalentes que conseguirmos encaixar na célula do Gripen NG.
E por fim, tem que olhar a base inicial desses caças, apesar de pequeno o Gripen tem um desempenho melhor que o SH, mesmo com um POD para complementar a parafernalha eletrônica é possível que ele ainda tenha um desempenho melhor que o SH, e gastando menos.
Se comparado com o Rafale muitas das objeções ao Gripen fariam sentido, mas com as frequentes menções ao SH da a impressão de que estão procurando pelo em ovo...
Sim, o desempenho dinâmico do F-18 é sofrível para um caça moderno, e isso ocorre em boa parte justamente pela necessidade que a USN percebeu de transportar uma quantidade enorme de sistemas eletrônicos nele (em grande parte por seu perfil operacional que inclui ataque em profundidade, já que ele substituiria entre outros o A-6 Intruder) e de gerar energia para todos eles. Por isso o SH, que é sensivelmente menor do que o F-15C, tem peso vazio maior do que ele! A diferença de quase duas toneladas a mais não é só devida à capacidade de pouso em NAe´s, veja que para isso o peso do Rafale-M aumentou só 500 kg. Já o F-15E Strike Eagle, que não pousa em NAe´s mas também executa missões de ataque em profundidade, pesa cerca de 1,5 toneladas a mais que o F-15C.
Esta é justamente a armadilha que na minha opinião devemos evitar com o Gripen NG
.
Leandro G. Card