LeandroGCard escreveu:FCarvalho escreveu:A missão, ou as missões, dos caças navais da MB, serão principalmente a de defesa aérea da frota, secundada por ações de interdição naval, CAS e/ou ataque e reconhecimento.
Ou seja, na atual configuração que se entende será a adotada pelo modelo terrestre do caça da FAB, que por si só já um multirole por natureza, desde a sua concepção ainda nos anos 80's, e feitas as adaptações necessárias ao ambiente naval, ele não deixará nada a dever a nenhum outro caça naval nesta seara.
Ademais, eu duvido que um caça projetado para conseguir levar este todos esses tipos de configuração de armamentos tenha algum problema de desempenho por se tornar naval.
Na verdade meu comentário vai no sentido de que em aviões como o Rafale e principalmente o F-18 existe uma complexa, pesada e altamente consumidora de energia suíte de sistemas eletrônicos que permitem a estes aviões atacar alvos em terra com técnicas extremamente avançadas e enfrentar defesas aéreas pesadíssimas dentro do território inimigo e longe de qualquer suporte externo. Coisas como a capacidade do piloto voando em uma direção identificar um alvo no solo na lateral da aeronave, apontar para ele com o visor do capacete e disparar uma arma inteligente guiada por laser com manutenção automática da pontaria enquanto o piloto manobra para escapar de mísseis AAe. Ou interferidores eletrônicos que disfarçam a posição do avião para os radares de guiagem dos mísseis hostis, fazendo-os errar o alvo. E ainda data-links por satélite que atualizam as informações para o piloto de forma resistente a contramedidas.
Tudo isso e muito mais exige a presença de sofisticada eletrônica à bordo, que com certeza nem estaria integralmente instalada nos aviões que comprássemos mas que certamente afetou o projeto em si das aeronaves e ditou suas características de tamanho, peso, etc... . Já o Gripen não foi projetado para nada disso, mas sim para ser uma aeronave de defesa aérea sobre território amigo e para surtidas de ataque também sobre um inimigo que estaria invadindo o território do próprio país operador. Por isso ele pode ser pequeno e leve mas conseguir ainda assim um desempenho comparável ao de aeronaves maiores neste mesmo tipo de missão, onde os tais sistemas mais sofisticados e pesados não fariam tanta diferença.
O ponto então é este, se tentarmos instalar na célula leve do Gripen tudo o que existe de mais sofisticado em aviões como o F-18 ou o Rafale ele sem dúvida ficará penalizado em termos de peso e complexidade, com aumento dos custos e reflexos negativos no desempenho. Mas esta parafernália toda não é tão importante para que ele cumpra as missões que a MB espera dele, e portanto não precisa ser instalada. E sendo assim não há porque imaginar que ele venha a ter penalização alguma no seu desempenho nas missões a que realmente será chamado a cumprir.
Leandro G. Card
Se não estou muito enganado, essas tecnologias estão presentes no F-5M... no Super Tucano e no A-1M... e o Gripen possui outra ainda, como iscas rebocadas para misseis.
Pelo que tenho acompanhado, o Gripen não apresenta "Inferioridade" tecnológica frente aos outros concorrentes, ele tem outra "filosofia" de uso, ele foi feito para enfrentar um inimigo muito superior (numericamente) e para enfrenta-lo, a primeira atitude é combater o inimigo e depois dispersar utilizando pequenos trechos de estradas como pista de pouso para se rearmar e voltar ao combate rapidamente, ou seja, persistência no combate.
Seguindo essa filosofia, ele não necessita transportar grandes quantidades de armamentos (ou não pode, para poder utilizar pequenos trechos de pista) mesmo assim ele transporta uma razoável carga bélica, e pode dar um golpe no inimigo e logo retornar se rearmar e voltar para outro golpe, e isso tudo com uma grande consciência situacional, com comunicações cifradas, utilizando ao máximo as qualidades da guerra centrada em rede. Nesse ponto temos outro grande ponto a favor, que são nossos E-99, o Gripen foi feito para combater em conjunto com o radar Erieye.
Bom, essa filosofia cai por água (com perdão do trocadilho) no momento em que colocamos o Gripen em um Porta Aviões (PA), pois não haverá mais a dispersão, nesse ponto temos que nos perguntar:
- Qual será a nossa "filosofia" de uso de nossos PAs????
-Seremos um país imperialista que ira atacar todo mundo???
-Para defendermos nossa frota provavelmente utilizaremos mísseis anti-navios, até o momento não recordo de ter visto um caça transportando mais que dois mísseis por surtida, bom, isso o Gripen faz.
-Vamos utiliza-los como os argentinos fizeram nas Malvinas? Isso o Gripem deve fazer melhor, mas duvido que o faremos.
-Os Britânicos, Espanhóis e os marines utilizam variações do Harrier que se não estou muito enganado, apresentam características iguais ou inferiores ao Gripen (se alguém puder fazer um comparativo).
Uma coisa interessante de verificarmos é qual carga bélica que realmente "deveria" ser utilizada em cada missão, pois é nesse ponto que vejo muito falarem em inferioridade do Gripen, ai fico me perguntando se isso realmente é uma inferioridade ou uma característica diferente de um grande conjunto que estamos comprando (tecnologia, produção conjunta, interferência (participação) no projeto, código fonte etc...).
Estamos investindo muito em armamento de precisão, com tal armamento, realmente necessitamos carregar a quantidade de bombes de um B-52????
Bom, fica ai meus R$ 0,50...
Abraço