sexta-feira, 24 de janeiro de 2014 10:29 [Nenhum Comentário] Enviar para um amigo Imprimir
Cíntia Alves
Fonte:
http://www.reporterdiario.com.br/Notici ... a-privada/
Multilaser de R$ 299 é o mais procurado. Foto: Divulgação
Na rede pública de educação do ABC, o uso do tablets em sala de aula é praticamente embrionário. Apenas algumas escolas distribuíram os aparelhos gratuitamente nos últimos anos, e em todos os casos, o poder público municipal não investiu um centavo na aquisição dos dispositivos.
Enquanto isso, em um universo totalmente paralelo, algumas instituições do sistema privado de ensino abraçaram a palavra "multimídia" e não só adicionaram o item na lista de material escolar como criaram projetos pedagógicos em cima dessa tecnologia. O resultado só pode ser um: resguardados os demais interesses no produto, o comércio de tablets segue crescendo consideravelmente ano a ano.
Segundo o último estudo divulgado pela consultoria IDC, a projeção para vendas de tablets, em todo o Brasil, para o primeiro trimestre de 2014, é de superar a margem de 36% em relação ao ano passado.
De acordo com Fabiano Pereira, diretor de Operações e Marketing da loja Nivalmix, com sede em Santo André, a empresa registrou crescimento de 350% no volume de vendas de tablets nos meses de dezembro de 2013 e janeiro de 2014, se comparados ao mesmo período do ano anterior.
Ao RD, Pereira contou que muitos pais procuram os vendedores da loja para pedir detalhes a respeito dos tablets. A maioria já sinaliza que o aparelho terá como finalidade a educação da criança, e pede para checar os modelos que executam arquivos de textos, planilhas, vídeos, fotos, entre outros recursos. "Na verdade, percebemos que os pais não querem um tablet somente para a volta às aulas. Eles querem um dispositivo que sirva para entretenimento", pontua.
"A maioria das escolas que autoriza a utilização de tablet já possui aplicativo desenvolvido para o ensino, ou seja, se o tablet vier com o sistema operacional Android, basta instalar o aplicativo da escola. Uma informação importante é que há tablets que não possuem tecnologia 3G (internet móvel). Alguns pais optam por estes modelos pois preferem acompanhar o uso da internet via WI-FI dentro de casa", explica.
Diversidade
No mercado, há diversos modelos e marcas de tablets. A procura depende do quanto o interessado pretende investir. Um aparelho caro chega, em média, a R$ 1.599,00, como o tablet Galaxy Tab 3, com sistema Android 4.2, tela 10.1 polegadas, câmera traseira de 3 MP e frontal para vídeochamadas, internet WI-FI e 3G, e 16 GB de memória. Outros aparelhos na faixa intermediária, de R$ 499, como os da Philco, CCE e Gradiente, possuem, geralmente, tela de 7 polegadas, sistema Android 4.0, memória de 1 GB, câmera de 2 MP e suporte para 3G. "Os campeões de venda são os modelos de R$ 299,90 e R$ 399,90, ambos da marca Multilaser", diz.
A procura pela marca é tamanha que, por meio da assessoria de imprensa, as unidades de São Bernardo e Santo André da Armarinhos Fernando conta que não tem mais tablets da Multilaser no estoque. A rede está em negociação com fornecedores para repor nas prateleiras.
Pública ainda não aderiu
As escolas particulares já adotaram o uso do tablet durante as aulas, como a Jean Piaget, em São Bernardo. A instituição adotou o slogan "sistema de ensino multimídia" e até incentiva os pais a comprarem o modelo da Apple, o iPad, que sai entre R$ 1,3 mil e R$ 2,5 mil.
Na rede pública, a tecnologia ainda é netbook. "O ABC não tem tablets", afirma a coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Educação do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Ana Lúcia Sanches, secretária-adjunta de Educação de Santo André. A justificativa é que do produto é caro. "Todos preferiram investir, nos últimos anos, em computadores. Só São Bernardo [e São Caetano] despontaram com outras opções, os netbook", frisa.
Santo André tem 42 tablets distribuídos por ONG em duas escolas de ensino fundamental. Os aparelhos não são levados para casa. "O tablet serve para fortalecer o projeto educativo", justifica. Mauá e Ribeirão Pires possuem laboratórios equipados com computadores. Rio Grande da Serra não tem a tecnologia, e São Bernardo, além de laboratórios, liberou 14,7 mil netbooks.
Em São Caetano, pouco mais de 1,2 mil tablets foram distribuídos, mas como prêmio por participação em cursos e regalia a formandos, sem ônus à Prefeitura. De acordo com a secretária adjunta de Educação do município, Ivone Braido Voltarelli, aproximadamente 16 mil netbooks estão disponíveis nas 20 escolas de ensino fundamental. "O tablet não é prioridade", diz.