Alternativas para fim do FX2

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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LeandroGCard
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3856 Mensagem por LeandroGCard » Sex Dez 06, 2013 5:40 pm

Skyway escreveu:Acredito que a principal diferença entre minha opinião e a tua Leandro, é que você considera que uma aeronave pode subir de geração na medida que é modernizado. E eu acho que a geração da aeronave é imutável, independente do que seja feito. Não? Por isso não considero nunca um F-16 ou um Su-35 no mesmo patamar que um SH, Typhoon ou Rafale, considero um tiro no pé se um F-16 pousar aqui com os dizeres "Força Aérea Brasileira" nas laterais.

Já pelo seu ponto de vista, se não tivermos como comprar um Typhoon ou Rafale, um F-16 Fuderator é da mesma geração/patamar, e portanto seria bem vindo. É isso?
Não Sky, não é este o meu ponto.

Também acho que um Rafale ou Typhoon, vão estar em um patamar tecnológico superior ao de um F-16 ou M2000, o que não acho é que o SH esteja no mesmo patamar dos dois primeiros. Ele incorporou apenas aumento de tamanho, o que não quer dizer nada em termos de tecnologia, e melhor eletrônica, o que pode ser incorporado a qualquer plataforma. É basicamente a mesma situação que ocorre entre o Su-27 e o 35, pois embora estes dois tenham o mesmo tamanho as alterações introduzidas em termos estruturais e eletrônicos são até maiores que entre o Hornet e o SH.

Mas percebo que na verdade a sua principal preocupação não está em qual a classificação de cada aeronave, mas sim em que nível de ganhos tecnológicos o Brasil pode obter na aquisição de cada modelo. E aí a questão de a qual geração pertence o caça adquirido pode acabar sendo até irrelevante. Se por exemplo a Dilma recebesse uma oferta irrecusável dos europeus entregando Typhoon novinhos a preço de banana, mas eles viessem como produtos de prateleira, prontos, acabados e sem possibilidade nenhuma de envolvimento da indústria nacional (armamento nosso até seria integrado, mas na Europa), de que adianta ele pertencer a uma geração mais moderna?

Ou, no caso em questão, se comprássemos o SH mas todos os detalhes importantes da eletrônica e da programação fossem vetados pelo DoD e só pudéssemos produzir aqui peças de reposição (como elementos estruturais usinados, pastilhas de freio e chapas conformadas de alumínio, tudo o que já sabemos fazer perfeitamente bem), sendo a própria integração do nosso armamento feita por americanos em um escritório da Boeing instalado em SJC, isso seria realmente melhor para nós do que arranjar algumas células já batidas de F-16 (A/B que fossem) mas reconstruí-las completamente (digamos, na já muito experiente oficina de tunagem da Embraer), incluindo reforços estruturais em materiais compostos desenvolvidos aqui, RAM, eletrônica de nossa escolha selecionada entre o que de melhor pudermos adquirir no mundo, link-BR, reprogramação total com integração de tudo o que quisermos e etc...? Tudo isso podemos desenvolver aqui, e o preço final e prazo de entrega talvez ainda fiquem menores do que o da aquisição de qualquer caça novo, principalmente se isso acelerar uma decisão pelo governo.

Neste caso, um SH de última geração seria mesmo melhor para nosso país do que um F-16BR, que pela sua classificação pertenceria a uma geração anterior? Acho que esta é a questão que realmente deve ser avaliada.


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Carlos Lima
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3857 Mensagem por Carlos Lima » Sex Dez 06, 2013 8:45 pm

Antigamente essa historia de geracoes era bem mais facil de ser determinada.

Desde que a eletronica evoluiu da maneira que evoluiu, e com o Mercado de 'upgrades' inundando tanto aeronaves menos capazes e melhorando aeronaves mais capazes, passaram a surgir os "++++" aonde na minha interpretacao seria algo como... aeronave da geracao 'x' melhorada a ponto de quase alcancar o desempenho da geracao seguinte.

O F-16 'e um exemplo desses saltos aonde um F-16B60 com AESA e misseis de cruzeiro esta a par com as aeronaves mais modernas em servico hoje, embora ele seja ancestral da primeira geracao de aeronaves de combate com FBW produzidas em escala industrial.

Na minha cabeca, se eu fosse colocar atributos 'fisicos' para determinar a geracao de uma aeronave, eu diria que de um modo geral algo parecido como:

3 Geracao - Radar, Supersonico, alguma mulltifuncao, Defesa de ponto, capacidade de REVO (com ou sem upgrades para isso)
4 Geracao (tudo da Terceira geracao) - Pulso Doppler, FBW, total multifuncao, capacidade de REVO "by design"
5 Geracao (tudo da quarta geracao) - Supermanobrabilidade, Furtividade, ISR

* Algumas dessas caracteristicas nao se aplicam a todas as aeronaves (tipo A-4 na 3 geracao) e outras 'roubam' caracteristicas da geracao seguinte (Supermanobrabilidade e o Su-35).

* E claro que existem nesse meio ai aeronaves 'especializadas' como o AM-X, o Su-25 ou o A-10, e mesmo aeronaves 'puxadas' de outras missoes como o BAe Hawk ou o Harrier que tem outro tipo de atributos associados e mereceriam uma outra 'tabela' na minha opiniao.

** Tecnologias como Datalink, embora super importantes estao em uso a muito tempo e mesmo ela tem inumeros usos e 'e algo que vai depender muito de como cada F Aerea e' estruturada... exemplo 'e que para os Americanos o Datalink passou a ser mais importante com os Wolf packs que o F-35 vai formar ou as taticas de 'bait and switch' que o F-22 faz do que entre os seus F-14/15/16/18 que trabalhavam com varios tipos de 'links' com outros vetores tipo AEW ao inves de entre si.

Ja para os suecos a coisa 'e muito mais integrada, e para os russos era uma maneira deles controlarem as interceptacoes 'automaticas', o que mudou com o Mig-31, ja para nos ainda estamos nos encontrando nessa area (apesar de termos acumulado um Sr conhecimento todos esses anos) e acho que alcancaremos algo mais 'nosso' com o Link BR, etc etc etc.

Enfim... eu mesmo pensando sobre o assunto e tentando manter aeronaves em 'compartimentos' de geracoes confesso que tenho problemas com isso porque existe na minha opiniao uma 'area cinzenta' aonde aeronaves de geracoes diferentes se embolam. :D

Meus 2 cents por enquanto. ;)

[]s
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3858 Mensagem por Penguin » Sex Dez 06, 2013 9:51 pm

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3859 Mensagem por Skyway » Sáb Dez 07, 2013 12:26 am

LeandroGCard escreveu:
Skyway escreveu:Acredito que a principal diferença entre minha opinião e a tua Leandro, é que você considera que uma aeronave pode subir de geração na medida que é modernizado. E eu acho que a geração da aeronave é imutável, independente do que seja feito. Não? Por isso não considero nunca um F-16 ou um Su-35 no mesmo patamar que um SH, Typhoon ou Rafale, considero um tiro no pé se um F-16 pousar aqui com os dizeres "Força Aérea Brasileira" nas laterais.

Já pelo seu ponto de vista, se não tivermos como comprar um Typhoon ou Rafale, um F-16 Fuderator é da mesma geração/patamar, e portanto seria bem vindo. É isso?
Não Sky, não é este o meu ponto.

Também acho que um Rafale ou Typhoon, vão estar em um patamar tecnológico superior ao de um F-16 ou M2000, o que não acho é que o SH esteja no mesmo patamar dos dois primeiros. Ele incorporou apenas aumento de tamanho, o que não quer dizer nada em termos de tecnologia, e melhor eletrônica, o que pode ser incorporado a qualquer plataforma. É basicamente a mesma situação que ocorre entre o Su-27 e o 35, pois embora estes dois tenham o mesmo tamanho as alterações introduzidas em termos estruturais e eletrônicos são até maiores que entre o Hornet e o SH.

Mas percebo que na verdade a sua principal preocupação não está em qual a classificação de cada aeronave, mas sim em que nível de ganhos tecnológicos o Brasil pode obter na aquisição de cada modelo. E aí a questão de a qual geração pertence o caça adquirido pode acabar sendo até irrelevante. Se por exemplo a Dilma recebesse uma oferta irrecusável dos europeus entregando Typhoon novinhos a preço de banana, mas eles viessem como produtos de prateleira, prontos, acabados e sem possibilidade nenhuma de envolvimento da indústria nacional (armamento nosso até seria integrado, mas na Europa), de que adianta ele pertencer a uma geração mais moderna?

Ou, no caso em questão, se comprássemos o SH mas todos os detalhes importantes da eletrônica e da programação fossem vetados pelo DoD e só pudéssemos produzir aqui peças de reposição (como elementos estruturais usinados, pastilhas de freio e chapas conformadas de alumínio, tudo o que já sabemos fazer perfeitamente bem), sendo a própria integração do nosso armamento feita por americanos em um escritório da Boeing instalado em SJC, isso seria realmente melhor para nós do que arranjar algumas células já batidas de F-16 (A/B que fossem) mas reconstruí-las completamente (digamos, na já muito experiente oficina de tunagem da Embraer), incluindo reforços estruturais em materiais compostos desenvolvidos aqui, RAM, eletrônica de nossa escolha selecionada entre o que de melhor pudermos adquirir no mundo, link-BR, reprogramação total com integração de tudo o que quisermos e etc...? Tudo isso podemos desenvolver aqui, e o preço final e prazo de entrega talvez ainda fiquem menores do que o da aquisição de qualquer caça novo, principalmente se isso acelerar uma decisão pelo governo.

Neste caso, um SH de última geração seria mesmo melhor para nosso país do que um F-16BR, que pela sua classificação pertenceria a uma geração anterior? Acho que esta é a questão que realmente deve ser avaliada.


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Po Leandro, mas aí você ta usando um saco de "se". :mrgreen:

Volta tudo ao que eu falei...vai depender do que a FAB quer. SE ela quer tecnologia, olhando para o futuro, vai existir um contrato colocando como clausula a exigência da transferência de mais do que tecnologia de peças de reposição, e ainda exigindo o nível mínimo dessa tecnologia. E ai, SE esse for o cenário, não existe lugar para F-16, M2000 e etc...vai ser como querer encaixar no quebra-cabeça uma peça de outro quebra-cabeça. Por que ao contrário de um Rafale que vem com seus sistemas nativos e dominados pelo fabricante, vem um F-16 com um monte de equipamentos de diversas fontes, muitas vezes únicos da nossa versão, e que vai ser por motivos óbvios impossível atingir o mesmo nível de ToT.

Então, SE agora a FAB está na ânsia de ter QUALQUER aeronave para proteger Brasília, independente dos objetivos estratégicos traçados na época do FX-2, então eu fico quieto na minha insignificância e fico só vendo todo mundo fazendo festa por que pousou o primeiro F-16BR em Anápolis.

Porque, ora bolas..se um F-16BR com tudo que tem nas prateleiras do mercado, seja Wall Mart, Mundial ou Carrefur, garantisse o mesmo nível de ToT que se pretendia na época do finado FX-2, então por que RAIOS nós não compramos logo ele?? Muito mais barato que qualquer um da Short-list. Marcamos toca...

Agora, imagina SE a Dilma recebe uma oferta irrecusável de Rafale, com ToT do jeitinho que nós queremos(queremos?), e uma oferta de F-16BR, com o máximo de ToT que essa versão pode passar, com tudo liberado pelo congresso e etc, tudo bonitinho...e obviamente muito mais barato que o Rafale e em maior número...Qual das duas você, Leandro, preferiria?

PS: Troca Rafale por SH se achar mais coerente. :P
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3860 Mensagem por Boss » Sáb Dez 07, 2013 1:02 am

A nossa última esperança é o resultado sair na visita do Hollande este mês, obviamente com o Rafale vencedor.

Se não sair, ano que vem é difícil.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3861 Mensagem por Bourne » Sáb Dez 07, 2013 2:28 am

A ToT não é foco ou problema. É sim a desculpa suprema para não acertar nada em conjunto com a falta de disponibilidade financeira.

Na real, não deve ter nada demais no ToT, principalmente por que depende das empresas e outras interessadas em obter ou não certo conhecimento. Não parece ser a prioridade do FX, mas sim manter os aviões voando. De qualquer forma não é nem sombra da lenda criada na internet e pelos políticos. O projeto prioritário para a FAB é o C-390. Não precisa do ToT milagrosa ou FX para sair. o resto se dá um jeito.

Sobre o visita do Hollande é protocolar. Vai tentar vender o Rafale e ouvirá "vamos analisar a proposta com calma e nos próximos meses teremos uma posição. Podemos garantir que a proposta é muito boa, mas precisamos analisar melhor". De lá não vem nada. Vou me assustar se acertarem algo relevante em alguma área. Sabem que a Dona Dilma não se importa com o que ocorre além das fronteiras brasileiras.
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3862 Mensagem por Skyway » Sáb Dez 07, 2013 5:35 am

Bourne escreveu:A ToT não é foco ou problema. É sim a desculpa suprema para não acertar nada em conjunto com a falta de disponibilidade financeira.

Na real, não deve ter nada demais no ToT, principalmente por que depende das empresas e outras interessadas em obter ou não certo conhecimento. Não parece ser a prioridade do FX, mas sim manter os aviões voando. De qualquer forma não é nem sombra da lenda criada na internet e pelos políticos. O projeto prioritário para a FAB é o C-390. Não precisa do ToT milagrosa ou FX para sair. o resto se dá um jeito.

Sobre o visita do Hollande é protocolar. Vai tentar vender o Rafale e ouvirá "vamos analisar a proposta com calma e nos próximos meses teremos uma posição. Podemos garantir que a proposta é muito boa, mas precisamos analisar melhor". De lá não vem nada. Vou me assustar se acertarem algo relevante em alguma área. Sabem que a Dona Dilma não se importa com o que ocorre além das fronteiras brasileiras.
Ah sim, mas ToT é isso agora, anos depois q as propostas de verdade foram postas na mesa e quem tinha que decidir ficou olhando pro céu procurando passarinho.

Na época do FX-2, com a coisa muito bem delineada, a exigência de ToT era elevada, complexa, com valor determinante. Existia uma visão de futuro, uma tentativa de fazer a coisa, pela primeira vez nesse país, ser bem feita. Mas isso aqui é Brasil, e coisa bem feita, pensando em longo prazo e na defesa de nossas riquezas, é algo que simplesmente não acontece. Político não entende como alguém pode gastar tanta energia e tanto tempo em algo para depois de seus dois possíveis mandatos diretos (e dois indiretos, se é que me entende).

Por isso que eu pergunto...o que a FAB quer? Porque por mais q falem, xinguem e etc, ela fez a parte dela, e o pessoal de dentro dela sabe o quanto eles merecem um avião de verdade e a tecnologia que eles ja estavam sonhando em colocar as mãos.

AGORA, em 2014, se ToT significa manter os aviões voando...entao que venha F-16 velho e etc. Inclusive, se procurar bem, ainda acha uns F-5 que estão uma tetéia...
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3863 Mensagem por Arataca » Dom Dez 08, 2013 11:03 am

Prezados,

Eu, na minha limitada inteligência, não tinha a menor dúvida!!!!!!
Dilma vai terminar mandato sem caças
08 Dez 2013 - Correio Braziliense


Se depender da peça orçamentária em tramitação no Congresso, a compra dos aviões responsáveis pela vigilância do espaço aéreo nacional ficará para o próximo presidente. Três empresas são finalistas do programa F-X2, iniciado em 2007
LEANDRO KLEBER


A presidente Dilma Rousseff entrará no último ano do mandato sem comprar os tão esperados caças que reforçariam a segurança nacional. O Orçamento de 2014 que tramita no Congresso não traz qualquer programação de recursos para a aquisição dos 36 aviões previstos no programa do Ministério da Defesa. Caso Dilma decida pela compra dos caças nos próximos 12 meses, o desembolso deverá ser feito apenas a partir de 2015 . A verba estimada para o Ministério da Defesa no próximo ano é questionada pelos militares. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, no começo de novembro, eles afirmaram, em nota técnica, que faltam mais de R$ 13 bilhões para as Três Forças fazerem "o mínimo necessário" no ano que vem. Só para a compra das aeronaves o país deve desembolsar mais de R$ 10 bilhões.

Os finalistas do programa F-X2, seleção feita pela Força Aérea Brasileira (FAB), são os caças F18 Super Hornet, fabricado pela empresa norte-americana Boeing; o Rafale F3, produzido pela francesa Dassault; e o Gripen NG, proposto pela sueca SAAB. De acordo com a proposta orçamentária de 2014, a pasta chefiada por Celso Amorim terá pouco mais de R$ 8,4 bilhões para investimentos. O valor é um pouco maior do que os R$ 8,1 bilhões previstos para 2013, mas está muito aquém das necessidades da área, que ainda sofre com bloqueio de recursos (contingenciamento) imposto pela equipe econômica de Dilma. A Defesa prevê aplicar R$ 87 milhões, por exemplo, com a aquisição de sistemas de artilharia antiaérea.


Sucateamento

Os militares avaliam que a decisão de comprar os caças não está mais nas mãos da Defesa. Eles dizem que cabe agora à presidente indicar qual das três empresas será a parceira estratégica do país, que sofre com sucateamento na área. Neste mês, os caças Mirage, que compõem o aparelhamento brasileiro de segurança ao lado do F5 e dos supertucanos, serão aposentados. O espaço aéreo brasileiro será vistoriado pelos F5, uma situação temporária longe da ideal, confessam os militares. A compra dos caças não é considerada uma operação simples, pois ainda envolve a transferência de tecnologia e um índice de produção nacional, além de gerar obrigações contratuais durante um longo período. Mas, apesar de cara, é avaliada pelos militares como uma compra necessária para a proteção do território nacional. O país tem uma fronteira com quase 16,9 mil quilômetros de extensão, sendo 7,4 mil quilômetros de linha seca e 9,5 mil de rio, lagos e canais.

O relator-geral do Orçamento de 2014, Miguel Corrêa (PT-MG), admite que não existe qualquer previsão para a compra dos caças no próximo ano. Segundo ele, a aquisição não está prevista no texto porque "não é prioridade para o governo brasileiro neste momento". O deputado afirmou que a defesa é a que mais sofre pressão por recursos. "Disparada é a área em que mais houve pressão. Está longe do segundo lugar entre os pleitos mais solicitados", conta. Segundo Côrrea, todos os dias, ele recebe até seis telefonemas de pessoas do setor que lhe pedem para incluir mais verba em projetos considerados estratégicos. "Já previmos investimentos para os programas Astros (produção de míssil e foguete guiado) e Guarani (projeto do Exército para aquisição de blindados). As emendas, principalmente de bancadas e de comissão, contemplaram bem a área da defesa", explicou Corrêa.


Dificuldade

Para Gunter Grudzit, especialista em segurança internacional e professor de relações internacionais da Faculdade Rio Branco, a situação fiscal atual vivida pelo país prejudica a escolha brasileira. Porém, ele ressalta que, se a presidente Dilma tomar a decisão nos dias de hoje, o pagamento só ocorrerá futuramente. "Essa decisão já poderia ter sido tomada há mais tempo, quando a economia estava melhor. Não teria impacto negativo (como hoje)", diz. Grudzit acredita que a presidente estava inclinada a fechar o negócio com a Boeing, dos americanos, mas, depois de um questionamento judicial nos Estados Unidos contra uma vitória da Embraer em uma licitação de venda de caças leves e da revelação da espionagem de autoridades brasileiras, o negócio ficou "impossível" de ser concluído agora.

Para conquistar os brasileiros, os americanos defendem que o Super Hornet é acessível, representa baixo risco e está em operação na Marinha dos Estados Unidos e na Real Força Aérea Australiana. De acordo com a Boeing, o Super Hornet acumula mais de 1 milhão de horas de voos, sendo mais de 168 mil em combate. Os americanos argumentam ainda que se trata da maior empresa aeroespacial do mundo, com vasta rede de fornecedores e acesso aos mercados globais e de defesa dos Estados Unidos.

Já os suecos sustentam que o Gripen NG é um dos caças multiempregos mais avançados do mundo e que a versatilidade dele "é a chave para enfrentar e derrotar qualquer ameaça ao Brasil, presente ou futura". De acordo com o projeto específico para a defesa brasileira, as armas da aeronave são precisas e teleguiadas, podendo atacar e destruir alvos aéreos, marítimos e terrestres, 24 horas por dia, em qualquer condição meteorológica.

Na próxima quinta-feira, o presidente da França, François Hollande, vem ao Brasil pela primeira vez desde que tomou posse para se encontrar com a presidente Dilma. A França é, atualmente, um dos principais parceiros estratégicos do Brasil no setor de defesa e espera fechar acordo com os seus jatos Rafale. A Índia, que intregra os Brics, a exemplo do Brasil, concluiu uma concorrência no ano passado para aquisição de 126 caças para sua força aérea, vencida pelos franceses. A reportagem encaminhou perguntas ao Palácio do Planalto para saber se a compra será realizada no ano que vem, se o modelo dos caças já havia sido escolhido e por que, até hoje, o país não os adquiriu. Porém, até o fechamento desta edição, o órgão não tinha se manifestado.



Cronologia
Anos 1990 - A discussão em torno da compra de caças pelo Brasil começou ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. O projeto tinha o nome de F-X e previa a substituição da frota, considerada obsoleta.

2003 - O então presidente Lula assume o governo e suspende o programa F-X

2007 - Governo lança projeto para a compra de caças, chamado de FX-2. A ideia era adquirir 36 aviões

2008 - Três fabricantes são finalistas do processo de escolha: Dassault, da França, com os caças Rafale F3; SaaB-BAE, da Suécia, com os Gripen NG; e Boeing, dos EUA, com os caças F18 Super Hornet

2009 - No desfile da Independência, o então presidente Lula anuncia, em comunicado produzido em conjunto com o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, a abertura de negociação para a aquisição dos Rafale F3. A informação surpreende a todos os participantes do processo porque significa o encerramento do programa FX-2. Depois do mal-estar, o governo foi obrigado a declarar que o procedimento ainda estava em andamento e com os outros países na disputa

2013 - A presidente Dilma Rousseff ainda não decidiu com quem o país fechará negócio



Batalha no céu
Confira os modelos que disputam a preferência brasileira
Rafale F3

Fabricante: Dassault

Origem: França

Bimotor

Armamento: um canhão, mísseis e bombas

Proposta: transferência tecnológica de tudo que for pedido pela FAB



Gripen NG

Fabricante: SAAB

Origem: Suécia

Monomotor

Armamento: um canhão e mísseis

Proposta: transferência tecnológica de todos os componentes suecos do avião e parceria na venda para todo o mundo



F18 Super Hornet

Fabricante: Boeing

Origem: Estados Unidos

Bimotor

Armamento: um canhão e mísseis

Proposta: venda direta. Possibilidade de transferir algumas tecnologias, dependendo da aprovação do Congresso Americano
1 abraço e bom domingo! Muita cerveja!
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3864 Mensagem por Túlio » Dom Dez 08, 2013 1:29 pm

Carlos Lima escreveu:S'o um ponto.

O Rafale opera nos mesmos tipos de ambiente do que o SHornet. Entao ele teria tanta facilidade quanto o SH para operar na Amazonia.



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Cupincha, isso me parece INEXATO: o Rafale mais resistente a ambiente BEM hostil é o Marine, e a FAB, até onde eu saiba, jamais iria escolhê-lo em detrimento do "terrestre", mais leve e capaz. Aliás, uma versão TERRESTRE do F/A-18A/B, inicialmente chamada F-18L, jamais foi comprada por ninguém e ficou por isso mesmo, só na prancheta. Seria mais veloz, manobrável e levaria mais carga que os "navais", justamente por não precisar de tantos reforços estruturais e no trem de pouso. Pena, a meu ver.

Reitero, portanto, que, para operar em ambiente bastante agressivo, o SH seria a escolha. Claro, Brasil não é só Amazônia...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3865 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 08, 2013 2:33 pm

Veio

Todos os Rafales tem a mesma construcao no que diz Respeito a essa resistencia a que vc Se refere.

Isso diminui os custos de construcao ;)

A diferenca do Rafale Naval e ter 1 cabide a menos, trem de pouso mais resistente e reforcos para o gancho de parada e acho q tem tb mais uma coisa em termos de reforcos.

O resto em termos de estrutura e o mesmo aviao ;)

[]s
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3866 Mensagem por Túlio » Dom Dez 08, 2013 2:36 pm

Tipo proteção anticorrosiva, tanto para a célula quanto para os sistemas a bordo e capacidade, graças ao trem reforçado, de operar em pistas improvisadas? Brabo, hein?
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3867 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 08, 2013 2:50 pm

Túlio escreveu:Tipo proteção anticorrosiva, tanto para a célula quanto para os sistemas a bordo e capacidade, graças ao trem reforçado, de operar em pistas improvisadas? Brabo, hein?
Essa protecao e a mesma... E um trem de pouso Naval nao tem nada a ver com op em pistas improvisadas Veio.

Isso e aviao q vem operando da Europa ate o meio do Tchad e cafundo do Judas na Africa e sera q por la e' tudo pista 'limpinha' ?

;)

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Re: Alternativas para fim do FX2

#3868 Mensagem por Túlio » Dom Dez 08, 2013 2:54 pm

Sei lá, apenas fico DESCONFIADO: o SH eu sei, o resto eu até posso ACHAR, daews... :wink: 8-]
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3869 Mensagem por Carlos Lima » Dom Dez 08, 2013 3:15 pm

Bom... Eu sou estou tentando ajudar com uma informacao que eu sei que e verdadeira e o uso operacional da aeronave ajuda a comprovar. Mas vc pode pesquisar e verificar por vc mesmo ;)

Alem disso e bom nao confundir umidade da Amazonia com sal do mar que e o grande vilao naquele ambiente em termos de corrosao ;)

[]s
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Re: Alternativas para fim do FX2

#3870 Mensagem por Túlio » Dom Dez 08, 2013 3:35 pm

Umidade + calor são tão ruins quanto frio + sal, Lima véio... :wink: 8-]

E moras nos EUA, portanto SABES que, ao contrário dos Europeus, os caras mantêm parte de seus aviões - caças inclusive - permanentemente no convés, afrontando os elementos. Mas tá tri, não estou defendendo este ou aquele caça (o meu é o FLANKER, como sabes)... :wink: 8-]
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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