Aqui eles tentam olhar o mercado pelo lado positivo, sim as vendas aumentaram, não porque a procura aumentou, mas porque agora existe oferta, apartamentos de um dormitório em São Paulo são quase inexistentes, hoje, com muitos em construção, daqui a alguns anos haverá muitos deles, ai com sorte, o preço cai.Segundo o Secovi, sindicato da habitação, o número de unidades de um dormitório vendidas no primeiro semestre deste ano cresceu 330%: foram 964 unidades de janeiro a junho de 2012, contra 4.147 neste ano.
MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Matheus
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Pagar 266 mil por algo que custa para construir 30 mil reais mais a porção do terreno é um absurdo!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Matheus, ainda não viu quanto custa essa porção do terreno...
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Sterrius
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Qualquer predio é caro, bem mais caro que uma casa.
Se uma casa normalmente custaria 30mil, ao ser feito no formato de prédio você botar bem mais no valor, dependendo dos extras. (Como elevador, estacionamento pra visitantes, area de lazer etc).
O empresario tb paga o IPTU e taxas do apartamento até sair das mãos dele e até a obra ficar pronta! E deve pagar o habite-se e outras taxas.
Predio da lucro, mas é um trabalho de logística e tanto!
Se uma casa normalmente custaria 30mil, ao ser feito no formato de prédio você botar bem mais no valor, dependendo dos extras. (Como elevador, estacionamento pra visitantes, area de lazer etc).
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- prp
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A 5 anos atrás com 266 mil vc comprava o prédio todo.Sterrius escreveu:Qualquer predio é caro, bem mais caro que uma casa.
Se uma casa normalmente custaria 30mil, ao ser feito no formato de prédio você botar bem mais no valor, dependendo dos extras. (Como elevador, estacionamento pra visitantes, area de lazer etc).
O empresario tb paga o IPTU e taxas do apartamento até sair das mãos dele e até a obra ficar pronta! E deve pagar o habite-se e outras taxas.
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- irlan
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Pagar isso tudo por um cubo?, tá doido..XD
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
- rodrigo
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
É absurdo, mas com o comportamento de manada que temos no Brasil de hoje, principalmente em relação a compra de imóveis e automóveis, não há limite de ridículo. 19 m2 com banheiro e lugar de fazer comida?
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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- irlan
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Acho que deu uma reportagem sobre isso na tv esses dias...
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- Bourne
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Por algum motivos vários camaradas estão pegando a malinha e buscando oportunidades em outras províncias. Sejam os estrangeiros que vieram estudar e trabalhar por um tempo ou nativos que se cansaram de São paulo, Rio entre outras. Mesmo que ganham menos.
Outro movimento interessante é de gente morando cada vez mais longe do centro das cidades médias e grandes. Para evitar o estress.
Outro movimento interessante é de gente morando cada vez mais longe do centro das cidades médias e grandes. Para evitar o estress.
- Matheus
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Pelo CUB/RS, o custo de construção por m² de prédios de alto padrão é de 1350 reais. Um cubículo destes, dá pra construir uma porção por andar, diluindo bastante o custo do terreno. 13 mil/m² pra viver numa coisa do tamanho do meu quarto é um estupro ao bom senso.Sterrius escreveu:Qualquer predio é caro, bem mais caro que uma casa.
Se uma casa normalmente custaria 30mil, ao ser feito no formato de prédio você botar bem mais no valor, dependendo dos extras. (Como elevador, estacionamento pra visitantes, area de lazer etc).
O empresario tb paga o IPTU e taxas do apartamento até sair das mãos dele e até a obra ficar pronta! E deve pagar o habite-se e outras taxas.
Predio da lucro, mas é um trabalho de logística e tanto!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Eu concordo matheus, mas não posso usar a media desse prédio em particular como a regra.
Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Que merda hein?
Depósitos em poupança superam
saques em R$ 53,459 bilhões no ano
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... oes-no-ano
Depósitos em poupança superam
saques em R$ 53,459 bilhões no ano
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... oes-no-ano
- rodrigo
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Piora fiscal pode levar à redução de nota do país
A piora das contas do governo somada à desaceleração da economia preocupa as agências de classificação de risco e, caso não seja freada, poderá levar a uma redução da nota de crédito do país.
O chamado "rating" concedido aos governos é uma espécie de selo de qualidade que indica o risco de se investir em uma economia.
O Brasil galgou posições na classificação das principais agências e atingiu o chamado grau de investimento, que sinaliza alta estabilidade econômica, após o crescimento maior atingido entre meados e o fim da década passada.
Agora, a combinação entre arrecadação fiscal menor e o aumento de gastos do governo tem levado a uma mudança na visão das agências:
"Nossas principais preocupações são a fraqueza econômica prolongada e o espaço fiscal limitado à luz do maior fardo da dívida pública e da falta de um colchão fiscal significativo para enfrentar choques", disse Shelly Shetty, chefe da área de risco soberano da Fitch Ratings para América Latina, à Folha.
Um dos fatores analisados pelas agências é a capacidade que os governos têm para reagir a choques--como uma forte desaceleração econômica--, aumentando gastos.
No Brasil, esse espaço de reação tem sido reduzido.
Segundo Shetty, o governo precisa recuperar sua credibilidade, cumprindo as metas fiscais assumidas, antes do início do ciclo eleitoral.
A Standard & Poors (S&P), outra importante agência, também se preocupa com a piora dos dados fiscais (ver texto nesta página).
Nas duas agências, o Brasil é grau de investimento com um degrau de folga. Ou seja, se for rebaixado em um nível de nota, ainda manterá o grau de investimento.
Já na consultoria Economist Intelligence Unit (EIU)--que, desde junho, também atua como agência de risco--uma piora de avaliação pode levar o Brasil a perder o grau de investimento. Segundo Robert Wood, diretor adjunto de risco, o país está no limite da zona de rebaixamento.
Em relatório recente, a agência afirma que um aumento da relação entre a dívida bruta do setor público e o PIB (Produto Interno Bruto) para acima de 60% tem o potencial de levar a uma redução da nota. Atualmente, essa relação é de 58,75%.
Embora os indicadores fiscais do Brasil sejam melhores que os de muitas nações desenvolvidas, o curto histórico de estabilidade econômica faz com que uma deterioração forte das contas públicas tenha impacto negativo rápido sobre outras variáveis.
Sinal disso tem sido o aumento da taxa de juros nos mercados futuros, que é uma medida de quanto os investidores estão cobrando para financiar o governo.
Procurada pela Folha, a Moody's, outra agência grande, afirmou apenas que a perspectiva estável para a nota do país--que também é grau de investimento--reflete sua visão de médio prazo.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... ocos.shtml
A piora das contas do governo somada à desaceleração da economia preocupa as agências de classificação de risco e, caso não seja freada, poderá levar a uma redução da nota de crédito do país.
O chamado "rating" concedido aos governos é uma espécie de selo de qualidade que indica o risco de se investir em uma economia.
O Brasil galgou posições na classificação das principais agências e atingiu o chamado grau de investimento, que sinaliza alta estabilidade econômica, após o crescimento maior atingido entre meados e o fim da década passada.
Agora, a combinação entre arrecadação fiscal menor e o aumento de gastos do governo tem levado a uma mudança na visão das agências:
"Nossas principais preocupações são a fraqueza econômica prolongada e o espaço fiscal limitado à luz do maior fardo da dívida pública e da falta de um colchão fiscal significativo para enfrentar choques", disse Shelly Shetty, chefe da área de risco soberano da Fitch Ratings para América Latina, à Folha.
Um dos fatores analisados pelas agências é a capacidade que os governos têm para reagir a choques--como uma forte desaceleração econômica--, aumentando gastos.
No Brasil, esse espaço de reação tem sido reduzido.
Segundo Shetty, o governo precisa recuperar sua credibilidade, cumprindo as metas fiscais assumidas, antes do início do ciclo eleitoral.
A Standard & Poors (S&P), outra importante agência, também se preocupa com a piora dos dados fiscais (ver texto nesta página).
Nas duas agências, o Brasil é grau de investimento com um degrau de folga. Ou seja, se for rebaixado em um nível de nota, ainda manterá o grau de investimento.
Já na consultoria Economist Intelligence Unit (EIU)--que, desde junho, também atua como agência de risco--uma piora de avaliação pode levar o Brasil a perder o grau de investimento. Segundo Robert Wood, diretor adjunto de risco, o país está no limite da zona de rebaixamento.
Em relatório recente, a agência afirma que um aumento da relação entre a dívida bruta do setor público e o PIB (Produto Interno Bruto) para acima de 60% tem o potencial de levar a uma redução da nota. Atualmente, essa relação é de 58,75%.
Embora os indicadores fiscais do Brasil sejam melhores que os de muitas nações desenvolvidas, o curto histórico de estabilidade econômica faz com que uma deterioração forte das contas públicas tenha impacto negativo rápido sobre outras variáveis.
Sinal disso tem sido o aumento da taxa de juros nos mercados futuros, que é uma medida de quanto os investidores estão cobrando para financiar o governo.
Procurada pela Folha, a Moody's, outra agência grande, afirmou apenas que a perspectiva estável para a nota do país--que também é grau de investimento--reflete sua visão de médio prazo.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/20 ... ocos.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
ECONOMIA
A CELEUMA DO TRIPÉ
Incensado pela ex-senadora e potencial candidata à presidência da República, Marina Silva, como se fosse a panaceia para os problemas da economia brasileira, o famoso tripé - estabilidade monetária, flutuação cambial e superávit fiscal primário - nada mais é do que o ponto de partida, básico, para qualquer governo de qualquer país que tenha um mínimo de responsabilidade social, política e econômica.
Portanto, a ex-senadora não disse nada demais, e nem de novo. Manter de pé o tripé que dá sustentação fiscal, monetária e cambial à governabilidade é condição necessária, mas, infelizmente, não suficiente para a condução da economia. Do ponto de vista retórico, firmar compromisso público com o tripé em fase eleitoral pode ter algum efeito sobre a arrecadação de fundos para financiamento de campanha, mas não agrega votos na disputa pelas urnas.
A dobradinha Marina Silva-Eduardo Campos fica devendo aos eleitores o programa econômico, seus planos e metas, com o qual pretende governar o país, sabendo que uma plataforma eleitoral séria deve ir além de coalizões políticas, verbas de financiamento e tripés. É claro que não houve tempo para as duas forças terem superado suas divergências de origem e colocado no papel suas diretrizes programáticas de forma consensual. Pois é disso que se trata. Programático remete a programa.
Ninguém ganhará votos falando do Plano Real ou da melhoria da renda. Isso já foi incorporado pelos brasileiros Desde que os militares saíram do poder, o Brasil passou por várias etapas. Demorou anos para debelar a inflação, algo realmente de fôlego, na casa dos 5%, 10%, 20% e até 50% ao mês. Exatamente, oito anos e seis diferentes planos de estabilização. O primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique foi dedicado à prioridade da estabilização da moeda, ao custo, como se sabe, de uma tremenda valorização do real. Era a arma disponível para acabar com a chamada memória inflacionária. O segundo mandato patinou em meio à crise cambial externa que derrubou em cascata as economias em desenvolvimento, da Ásia às Américas e da qual o Brasil não escapou. Foram anos negros, de drástica perda de reservas e recuo de investimentos.
Na era Lula, privilegiou-se a distribuição de renda com políticas públicas que conseguiram tirar da pobreza um bocado de gente - quase quatro Portugais! Fortaleceu-se o mercado interno, com mais oportunidades de trabalho e de educação. O governo de Dilma Rousseff procurou dar continuidade aos avanços sociais, mas ficou claro que só isso já não basta. Tornou-se premente o investimento pesado em infra estrutura, algo que está abandonado desde o início dos anos 80. Falta um planejamento bem amarrado e formas sustentáveis de financiamento, capazes de garantir os estimados R$ 500 bilhões necessários a projetos que ampliem o padrão de eficiência da economia brasileira.
Esse é o ponto mais vulnerável do atual governo. A presidente Dilma terá de ser convincente sobre os planos e programas de infraestrutura dos próximos quatro anos de modo a reverter as expectativas em seu favor. Em verdade, nenhum candidato escapará desta cobrança, haja vista a patente deterioração de estradas, portos, aeroportos, entre outros grandes "buracos", e o crescente descontentamento nas ruas e na internet.
O tal tripé continuará sendo perseguido como tem sido desde a crise cambial que assolou o país no início de 1999. Com alguns desvios de tempos em tempos, é certo, mas nenhum governante ousará fugir dele.
A percepção importante a reter é que a economia brasileira é muito maior e mais complexa. Pode-se governar tendo apenas o tripé como alvo, mas sob pena de uma administração medíocre.
Tudo indica que a vida dos candidatos à Presidência da República não será nada fácil desta vez. Já se sabe que tipo de compromisso será cobrado da presidente Dilma e nada muito diferente deve orientar as expectativas com relação à dupla Campos-Marina e ao candidato do PSDB, qualquer que seja ele. Os brasileiros querem saber o que os espera pela frente. Não adianta falar do passado. Nem o PSDB ganhará votos com o Plano Real (essa possibilidade há muito ficou para trás, tendo sido desprezada pelo próprio partido) e nem o PT arregimentará mais simpatizantes se o discurso ficar limitado às conquistas da melhoria da renda. Tudo isso está já incorporado ao dia a dia do brasileiro, preocupado cada vez mais com as muitas demandas não atendidas: melhor transporte, melhor saúde, melhor educação, mais segurança, enfim.
A dupla Campos-Marina tem o desafio de mostrar que será capaz de encontrar a coerência e afastar, assim, o receio com a perspectiva de um governo confuso e inexperiente, seja no campo da economia, seja na gerência da política. O PSDB, bem mais tarimbado em cargos executivos no âmbito estadual e federal, terá de se reinventar, não apenas como partido, mas como plataforma propositiva. Desta vez, como mostram as primeiras pesquisas, o principal adversário dos social-democratas na corrida pelos votos será o PSB turbinado pelos marinistas. Perderão tempo com discursos de oposição ao governo constituído se quiserem chegar ao segundo turno. Recomenda-se ao PSDB que comece a colocar no papel um programa consistente de governo, com projetos concretos, em vez da retórica meramente combativa.
A presidente Dilma terá sempre a seu favor o peso político do ex-presidente Lula, um inegável catalisador de votos. Mas não deve se iludir, pois tem deixado muitos flancos abertos ao ataque dos adversários. Esta temporada eleitoral promete.
Maria Clara R. M. do Prado, jornalista, é sócia diretora da Cin - Comunicação Inteligente e autora do livro "A Real História do Real". Escreve mensalmente às quintas-feiras. E-mail: mclaraprado@ig.com.br
VALOR ECONÔMICO
http://www.iica.int/Esp/regiones/sur/br ... px?ID=8777
A CELEUMA DO TRIPÉ
Incensado pela ex-senadora e potencial candidata à presidência da República, Marina Silva, como se fosse a panaceia para os problemas da economia brasileira, o famoso tripé - estabilidade monetária, flutuação cambial e superávit fiscal primário - nada mais é do que o ponto de partida, básico, para qualquer governo de qualquer país que tenha um mínimo de responsabilidade social, política e econômica.
Portanto, a ex-senadora não disse nada demais, e nem de novo. Manter de pé o tripé que dá sustentação fiscal, monetária e cambial à governabilidade é condição necessária, mas, infelizmente, não suficiente para a condução da economia. Do ponto de vista retórico, firmar compromisso público com o tripé em fase eleitoral pode ter algum efeito sobre a arrecadação de fundos para financiamento de campanha, mas não agrega votos na disputa pelas urnas.
A dobradinha Marina Silva-Eduardo Campos fica devendo aos eleitores o programa econômico, seus planos e metas, com o qual pretende governar o país, sabendo que uma plataforma eleitoral séria deve ir além de coalizões políticas, verbas de financiamento e tripés. É claro que não houve tempo para as duas forças terem superado suas divergências de origem e colocado no papel suas diretrizes programáticas de forma consensual. Pois é disso que se trata. Programático remete a programa.
Ninguém ganhará votos falando do Plano Real ou da melhoria da renda. Isso já foi incorporado pelos brasileiros Desde que os militares saíram do poder, o Brasil passou por várias etapas. Demorou anos para debelar a inflação, algo realmente de fôlego, na casa dos 5%, 10%, 20% e até 50% ao mês. Exatamente, oito anos e seis diferentes planos de estabilização. O primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique foi dedicado à prioridade da estabilização da moeda, ao custo, como se sabe, de uma tremenda valorização do real. Era a arma disponível para acabar com a chamada memória inflacionária. O segundo mandato patinou em meio à crise cambial externa que derrubou em cascata as economias em desenvolvimento, da Ásia às Américas e da qual o Brasil não escapou. Foram anos negros, de drástica perda de reservas e recuo de investimentos.
Na era Lula, privilegiou-se a distribuição de renda com políticas públicas que conseguiram tirar da pobreza um bocado de gente - quase quatro Portugais! Fortaleceu-se o mercado interno, com mais oportunidades de trabalho e de educação. O governo de Dilma Rousseff procurou dar continuidade aos avanços sociais, mas ficou claro que só isso já não basta. Tornou-se premente o investimento pesado em infra estrutura, algo que está abandonado desde o início dos anos 80. Falta um planejamento bem amarrado e formas sustentáveis de financiamento, capazes de garantir os estimados R$ 500 bilhões necessários a projetos que ampliem o padrão de eficiência da economia brasileira.
Esse é o ponto mais vulnerável do atual governo. A presidente Dilma terá de ser convincente sobre os planos e programas de infraestrutura dos próximos quatro anos de modo a reverter as expectativas em seu favor. Em verdade, nenhum candidato escapará desta cobrança, haja vista a patente deterioração de estradas, portos, aeroportos, entre outros grandes "buracos", e o crescente descontentamento nas ruas e na internet.
O tal tripé continuará sendo perseguido como tem sido desde a crise cambial que assolou o país no início de 1999. Com alguns desvios de tempos em tempos, é certo, mas nenhum governante ousará fugir dele.
A percepção importante a reter é que a economia brasileira é muito maior e mais complexa. Pode-se governar tendo apenas o tripé como alvo, mas sob pena de uma administração medíocre.
Tudo indica que a vida dos candidatos à Presidência da República não será nada fácil desta vez. Já se sabe que tipo de compromisso será cobrado da presidente Dilma e nada muito diferente deve orientar as expectativas com relação à dupla Campos-Marina e ao candidato do PSDB, qualquer que seja ele. Os brasileiros querem saber o que os espera pela frente. Não adianta falar do passado. Nem o PSDB ganhará votos com o Plano Real (essa possibilidade há muito ficou para trás, tendo sido desprezada pelo próprio partido) e nem o PT arregimentará mais simpatizantes se o discurso ficar limitado às conquistas da melhoria da renda. Tudo isso está já incorporado ao dia a dia do brasileiro, preocupado cada vez mais com as muitas demandas não atendidas: melhor transporte, melhor saúde, melhor educação, mais segurança, enfim.
A dupla Campos-Marina tem o desafio de mostrar que será capaz de encontrar a coerência e afastar, assim, o receio com a perspectiva de um governo confuso e inexperiente, seja no campo da economia, seja na gerência da política. O PSDB, bem mais tarimbado em cargos executivos no âmbito estadual e federal, terá de se reinventar, não apenas como partido, mas como plataforma propositiva. Desta vez, como mostram as primeiras pesquisas, o principal adversário dos social-democratas na corrida pelos votos será o PSB turbinado pelos marinistas. Perderão tempo com discursos de oposição ao governo constituído se quiserem chegar ao segundo turno. Recomenda-se ao PSDB que comece a colocar no papel um programa consistente de governo, com projetos concretos, em vez da retórica meramente combativa.
A presidente Dilma terá sempre a seu favor o peso político do ex-presidente Lula, um inegável catalisador de votos. Mas não deve se iludir, pois tem deixado muitos flancos abertos ao ataque dos adversários. Esta temporada eleitoral promete.
Maria Clara R. M. do Prado, jornalista, é sócia diretora da Cin - Comunicação Inteligente e autora do livro "A Real História do Real". Escreve mensalmente às quintas-feiras. E-mail: mclaraprado@ig.com.br
VALOR ECONÔMICO
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Folha torce contra o País, mas quem caiu foi a França

Em longa reportagem publicada nesta sexta, o jornal de Otávio Frias Filho prevê que a piora na situação fiscal poderá reduzir a classificação de risco da economia brasileira, o que já foi negado pela principal agência do mundo, a Standard & Poors; na verdade, a S&P hoje preferiu rebaixar a França, governada por François Hollande.
Brasil 247 - Em reportagem de página inteira publicada nesta sexta-feira, a Folha de S. Paulo previu que o Brasil poderá ser rebaixado por agências internacionais de risco, em razão da situação fiscal da economia brasileira.
Ontem, esse risco foi descartado pela analista Lisa Schineller, da Standard & Poor's, principal agência de risco do mundo (leia aqui). E, hoje, a S&P decidiu rebaixar a França. Leia, abaixo, notícia da Reuters:
SYDNEY, 8 Nov (Reuters) - A Standard & Poor's rebaixou os ratings de crédito de longo prazo em moeda local e estrangeira da França nesta sexta-feira em um degrau, de "AA+" para "AA".
A S&P informou que o alto desemprego está enfraquecendo o apoio por mais medidas de políticas estruturais e fiscais significativas, acrescentando que as reformas macroeconômicas do governo francês não elevarão substancialmente as perspectivas de crescimento de médio prazo do país.
A S&P também revisou a perspectiva de crédito soberano da França para estável, de negativo.
(Reportagem de Thuy Ong)

Em longa reportagem publicada nesta sexta, o jornal de Otávio Frias Filho prevê que a piora na situação fiscal poderá reduzir a classificação de risco da economia brasileira, o que já foi negado pela principal agência do mundo, a Standard & Poors; na verdade, a S&P hoje preferiu rebaixar a França, governada por François Hollande.
Brasil 247 - Em reportagem de página inteira publicada nesta sexta-feira, a Folha de S. Paulo previu que o Brasil poderá ser rebaixado por agências internacionais de risco, em razão da situação fiscal da economia brasileira.
Ontem, esse risco foi descartado pela analista Lisa Schineller, da Standard & Poor's, principal agência de risco do mundo (leia aqui). E, hoje, a S&P decidiu rebaixar a França. Leia, abaixo, notícia da Reuters:
SYDNEY, 8 Nov (Reuters) - A Standard & Poor's rebaixou os ratings de crédito de longo prazo em moeda local e estrangeira da França nesta sexta-feira em um degrau, de "AA+" para "AA".
A S&P informou que o alto desemprego está enfraquecendo o apoio por mais medidas de políticas estruturais e fiscais significativas, acrescentando que as reformas macroeconômicas do governo francês não elevarão substancialmente as perspectivas de crescimento de médio prazo do país.
A S&P também revisou a perspectiva de crédito soberano da França para estável, de negativo.
(Reportagem de Thuy Ong)