CB Lima,Carlos Lima escreveu:Acho que esbarramos na questão do "ovo e a galinha".
O que muita gente critica não é a FAB em si. Não custa repetir mais uma vez... ninguém é maluco de dizer que todas as pessoas da FAB que dão sangue, suór e lágrimas para manter esses F-5 velhos voando não merecem algo melhor ou "são culpados" por isso ou aquilo.
As críticas que nós lemos por aí são por conta da meia-dúzia de 10 ou 12 que preferem "fazer política" ao invés de se preocupar em fazer a FAB voar que é a sua missão.
Se o Governo faz isso, é uma droga, e lamentável e tem que ser criticado mesmo. Não é correto nos deixar com uma Força de combate obsoleta da maneira que vem sendo a muitos anos. O problema piora quando gente de dentro quer também fazer política. Isso certamente esbarra em um Sr problema e daí temos o que temos.
Quando vemos um Comandante de uma Força ir e dizer... olha... o candidato X é o meu preferido, e indo a embaixada de um dos concorrentes dar dicas de como melhorar as suas propostas isso é um absurdo pois mostra que não existe "concorrência".
Existe de fato uma vontade nos últimos anos de um grupo que tem feito de tudo para que se torne realidade (com direito a vazamentos, reuniões em embaixadas e afins) e que se dane os principios éticos que um Comandante desses deveria ter.
Ora, isso começa a colocar em questão todo o processo a começar pela short-list em si. Essa coisa de "ter preferência" é um direito reservado ao Presidente e é essa pessoa quem vai bater o martelo no fim das contas.
Mas qual Presidente vai querer escolher avião de caça nesse clima? Politicamente isso é uma loucura e não vai acontecer. Afinal caça não chama voto.
Então nenhuma decisão passa ser a melhor coisa, já que na prática, só afeta um esquadrão da FAB pelo menos por enquanto até que alguma decisão possa ser tomada. Quando acontecerá isso? Só a Presidente sabe qual será o momento bom "para ela" tomar essa decisão.
E é claro no meio disso tudo estamos aí com um escândalo de espionagem que a cada dia só piora cada vez mais, e mesmo diante disso o Comandante da Aeronáutica vem dizendo que prefere o caça Americano. Quer dizer... o camarada viu o que está acontecendo e ainda faz juras de amor para os Americanos.
Mas ao que parece ele não é unanimidade dentro da própria Força e quem sabe por conta disso uma solução para esse impasse seja encontrada.
Tomara.
Mas se nada acontrecer, temos mais 11 F-5 para receber e infelizmente quem tem que voar esses aviões obsoletos ainda vai ter que pastar por um bom tempo.
Espero que isso não aconteça.
[]s
CB_Lima
Queira me perdoar, no seu texto você escreve de tudo, mas no final qual a conclusão? Você ainda quer insistir nessa versão conspiratória que existe um grupinho dentro da FAB fazendo política? Essa tese é fraca.
O que tenho visto nos últimos anos é uma turminha querendo denegrir a imagem da FAB por não haver um desfecho para o FX-2. Além do mais, ainda insistem em fazer comparações com a MB. Da mesma forma que a FAB não caças, a MB não possui fragatas. Afinal, cadê o Prosuper? Está na mesma mesa com o relatório do FX-2. Quando a MB disse que rejeitara os russos no Prosub porque eles não estavam dispostos a transferir tecnologias, ninguém aqui no FDB se levantou para protestar. Agora, bastou a FAB eliminar o SU-35 que a mesma se tornou um capacho dos EUA. Estranho esse comportamento seletivo, não acha?! Ainda mais se considerarmos que a FAB é a maior operadora de equipamentos russos no Brasil.
O texto anterior só reforça a opinião que já vinha sendo debatida no FDB nos últimos anos. O presidente Sarkozy negociou diretamente com o presidente Lula, mas até o presente momento não sabemos se de fato ele conseguiu convencer a Dassault a colocar tudo isso no papel. Acrescente-se a isso, o episódio envolvendo Brasil-Turquia-Irã e a postura da França na negociação envolvendo o acordo nuclear. Guardadas as devidas proporções, o que aconteceu naquela época entre Brasil e França, aconteceu agora entre Brasil e EUA, ou seja, não existia clima para negociações. O resto é só história de pescador...
Abraços,
Wesley