Infelizmente Gingerfish, os modelos que você citou não disponibilizam vagas para o CAN...gingerfish escreveu:Ah, eu vou me inscrever nisso aí quando tiver saindo um Mirrage 2000B de Anápolis com destino a Anápolis, hein, show!!!
Ou quando tiver um tucaninho do EDA de Pirassununga com destino a Pirassununga!!! Tô por conta!
NOTÍCIAS
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Re: NOTÍCIAS
[justificar]“ Se não eu, quem?
Se não agora, quando?”[/justificar]
Se não agora, quando?”[/justificar]
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Re: NOTÍCIAS
Novo Su 30 SM da Força Aérea Russa
A MAKS-2013, que inicia-se em 27 de agosto em Zhukovsky, terá pela primeira vez a ilustre participação do novo caça polivalente Su-30SM. A aeronave será parte integrante da exposição aérea e efetuará acrobacias aéreas.
O Su-30SM é uma evolução da família de aviões de combate Su-30MKI, dos quais a Força Aérea Russa encomendou recentemente cerca de 60 aeronaves. As primeiras aeronaves foram entregues ao cliente em 2012.
O Su-30SM tem boa capacidade de manobra, está equipado com um radar de antenas PESA, e possui motores com controle de vetorização de empuxo. O caça possui capacidade de efetuar ataques simultâneas aos alvos tanto no ar como no solo. A aeronave tem um grande alcance e ainda conta com sistemas de reabastecimento em voo, é apta a receber todos os arsenais de armas inteligentes hoje operados pelas Forças Armadas Russas.
http://www.planobrazil.com/novo-su-30-s ... rea-russa/
A MAKS-2013, que inicia-se em 27 de agosto em Zhukovsky, terá pela primeira vez a ilustre participação do novo caça polivalente Su-30SM. A aeronave será parte integrante da exposição aérea e efetuará acrobacias aéreas.
O Su-30SM é uma evolução da família de aviões de combate Su-30MKI, dos quais a Força Aérea Russa encomendou recentemente cerca de 60 aeronaves. As primeiras aeronaves foram entregues ao cliente em 2012.
O Su-30SM tem boa capacidade de manobra, está equipado com um radar de antenas PESA, e possui motores com controle de vetorização de empuxo. O caça possui capacidade de efetuar ataques simultâneas aos alvos tanto no ar como no solo. A aeronave tem um grande alcance e ainda conta com sistemas de reabastecimento em voo, é apta a receber todos os arsenais de armas inteligentes hoje operados pelas Forças Armadas Russas.
http://www.planobrazil.com/novo-su-30-s ... rea-russa/
- irlan
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Re: NOTÍCIAS
O caça mais avançado da família SU-35, não era o tal do Su-35BM?
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
- gabriel219
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Re: NOTÍCIAS
Até onde sei o SU-35BM é o Su-35S ... BM grande modernização é o marketing externo do SU-35S ... digamos modelo de exportação.gabriel219 escreveu:Não, dos descendentes do Su-27, o mais avançado é o Su-35S.
Me corrijam se eu estiver errado !
Sds
kirk
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Os Estados não se defendem exigindo explicações, pedidos de desculpas ou com discursos na ONU.
“Quando encontrar um espadachim, saque da espada: não recite poemas para quem não é poeta”
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- gabriel219
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Re: NOTÍCIAS
Sei lá, lembro de ser dito que o Su-35S é uma versão melhorada do Su-35BM.
Esses Russos....
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- Bolovo
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Re: NOTÍCIAS
Uma coisa é a denominação da fabricante e outra é da Força Aérea Russa. É que a sigla Su-35 foi utilizada também pela versão antiga, aquela que voou nos anos 90 e nos foi oferecida no FX1, então rola muita confusão. Esse antigo era o Su-35, chamado pela FA russa de Su-27M. O atualmente oferecido é chamado de Su-35BM (Bolshaya Modernizatsiya/Grande Modernização) pela fabricante, de Su-35S (que é o Su-35C, só que se escreve "S" porque está no alfabeto cirílico, tal como é o MiG-29S, que em latinizado é MiG-29C) para diferenciar da primeira versão do Su-35. Se não me engano, é chamado pela FA russa de Su-27M2. Não tem confusão nenhuma, tudo muito simples, é nada mais nada menos do que um Su-27 bem mais modernão.gabriel219 escreveu:Sei lá, lembro de ser dito que o Su-35S é uma versão melhorada do Su-35BM.
Esses Russos....
Quanto ao Su-30SM, a parada é outra. O Flanker é projetado pela Sukhoi mas fabricado por duas empresas distintas, a KnAAPO e a Irkut. Os Su-27, Su-30MK, Su-34, Su-35 e PAK-FA são da primeira fabricante. A segunda fabricante é especializada na família Su-30 pra exportação, em especial a MKI indiana, no qual esse Su-30SM foi baseado. Por exemplo, o HUD desse Su-30SM é francês, muito parecido com o do Rafale. O governo russo pra manter encomendas das duas fabricantes fez esse pedido de Su-30SM a Irkut e o de Su-35 e todo resto pra KnAAPO.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: NOTÍCIAS
Pelo que eu saiba Su-35BM e Su-35S são a mesma aeronave, sem mudar nada. O projeto começou falando em Su-35BM e que depois foi oficializado como Su-35S. É como muitos estão fazendo agora, chamando o T-50 de Su-50 ou até mesmo como firefox, enquanto a própria Rússia não colocou um nome oficial.
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Re: NOTÍCIAS
Lí, re-li e continuo achando estranho, alguém se habilita
Expectativas com a ida de Dilma aos EUA
A espionagem dos Estados Unidos sobre as comunicações via Internet incomoda, claro, o governo brasileiro; mas, se um tema realmente azedou o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o secretário de Estado americano, John Kerry, neste mês, em Brasília, não foi a bisbilhotagem denunciada mundialmente pelo ex-espião Edward Snowden. O que mais irrita autoridades, no Planalto, às vésperas da viagem de Dilma aos EUA, são helicópteros das Forças Armadas brasileiras, modelo Black Hawk, comprados dos americanos e fora de operação por dificuldades em obter autorização de Washington para "transferência de tecnologia".
http://www.valor.com.br/brasil/3246258/ ... z2d2kJOn3Z
Expectativas com a ida de Dilma aos EUA
A espionagem dos Estados Unidos sobre as comunicações via Internet incomoda, claro, o governo brasileiro; mas, se um tema realmente azedou o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o secretário de Estado americano, John Kerry, neste mês, em Brasília, não foi a bisbilhotagem denunciada mundialmente pelo ex-espião Edward Snowden. O que mais irrita autoridades, no Planalto, às vésperas da viagem de Dilma aos EUA, são helicópteros das Forças Armadas brasileiras, modelo Black Hawk, comprados dos americanos e fora de operação por dificuldades em obter autorização de Washington para "transferência de tecnologia".
http://www.valor.com.br/brasil/3246258/ ... z2d2kJOn3Z
Brava Gente, Brasileira!!!
- Bourne
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Re: NOTÍCIAS
Na imprensa "civil" espero tudo. Eles não são iniciados.
Sobre os Brachoki imperialistas é estranho. Espero que tenham comprado o pacote de logística e assistência técnica para mantê-los voando. Não é nada de outro mundo.
Sobre os Brachoki imperialistas é estranho. Espero que tenham comprado o pacote de logística e assistência técnica para mantê-los voando. Não é nada de outro mundo.
- NovaTO
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Re: NOTÍCIAS
Que eu saiba os Black Hawk são compras de prateleira. E mesmo que tivesse Tots, não seria impeditivo para voarem. Pode ser problemas logísticos mesmo.
[]'s
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Re: NOTÍCIAS
Os BH brasileiros só voam se os americanos mantiverem aberta a sua linha logística de apoio, que depende do envio de peças e manutenção vindas de lá e feitas atqui. No no caso dos helos da FAB e EB, até onde sei, são mantidos por pacotes de serviços contratados diretamente à Sikorsky, No caso dos da MB não sei a que nível foi estabelecido a manutenção e apoio logísitco dos H-60, mas a lógica é que a própria fabricante forneça também este apoio.
Usar material americano, apesar de muito bons e desejo de 10 entre 10 milicos brasileiros, tem lá as suas restrições. Manutenção e logística é uma delas. A qualquer sinal de fumaça, entre os dois países, já viu...
abs.
Usar material americano, apesar de muito bons e desejo de 10 entre 10 milicos brasileiros, tem lá as suas restrições. Manutenção e logística é uma delas. A qualquer sinal de fumaça, entre os dois países, já viu...
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Re: NOTÍCIAS
Com os americanos o dinheiro resolve, e com outros países que são completamente negligentes no pós-venda?FCarvalho escreveu:Os BH brasileiros só voam se os americanos mantiverem aberta a sua linha logística de apoio, que depende do envio de peças e manutenção vindas de lá e feitas atqui. No no caso dos helos da FAB e EB, até onde sei, são mantidos por pacotes de serviços contratados diretamente à Sikorsky, No caso dos da MB não sei a que nível foi estabelecido a manutenção e apoio logísitco dos H-60, mas a lógica é que a própria fabricante forneça também este apoio.
Usar material americano, apesar de muito bons e desejo de 10 entre 10 milicos brasileiros, tem lá as suas restrições. Manutenção e logística é uma delas. A qualquer sinal de fumaça, entre os dois países, já viu...
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"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: NOTÍCIAS
Nem sempre rodrigo. Nem sempre. Dinheiro por lá pode não comprar tudo, como não poucos ainda creem por aqui.
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Re: NOTÍCIAS
Reportagem do ‘Valor’ afirma que Black Hawk do Brasil estão fora de operação por ‘falta de transferência de tecnologia’
A espionagem dos Estados Unidos sobre as comunicações via Internet incomoda, claro, o governo brasileiro; mas, se um tema realmente azedou o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o secretário de Estado americano, John Kerry, neste mês, em Brasília, não foi a bisbilhotagem denunciada mundialmente pelo ex-espião Edward Snowden. O que mais irrita autoridades, no Planalto, às vésperas da viagem de Dilma aos EUA, são helicópteros das Forças Armadas brasileiras, modelo Black Hawk, comprados dos americanos e fora de operação por dificuldades em obter autorização de Washington para “transferência de tecnologia”.
O tema dos helicópteros foi mencionado por Dilma na conversa que ela teve com o vice-presidente Joe Biden, também em Brasília, em maio, antes de estourar o escândalo da espionagem americana. Havia expectativa de que o governo americano aproveitasse a visita de Estado de Dilma, em outubro, para remover obstáculos que mantém no solo aeronaves compradas aos EUA – afinal, os americanos prometem facilidades em transferência de tecnologia caso a Boeing seja a escolhida para fornecer os novos caças da Força Aérea Brasileira.
Os sinais de Biden e Kerry não encorajam a esperança de maior flexibilidade, no caso dos helicópteros. Argumenta-se nos EUA que o Brasil recebe a mesma atenção (e restrições) que recebem parceiros fiéis dos americanos, como o Canadá. Não é conversa que agrade à presidente. Ela, no entanto, também se empenha pelo sucesso da viagem aos EUA, espiões à parte.
Helicópteros incomodam mais do que a espionagem
Sem ser caloroso, o encontro entre Dilma e Kerry foi mais cordial do que se imagina, apesar do descontentamento brasileiro com as revelações de espionagem da National Security Agency (NSA). A decisão, em si, de receber o secretário de Estado americano, em uma audiência longa, contrasta com as repetidas recusas de Dilma em ter mais que encontros breves, em locais públicos, com a antecessora, Hillary Clinton.
“Ele o tratou bem?”, perguntou a presidente, ao receber Kerry, referindo-se ao ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, que o acompanhava. Tratou, sim, reconheceu o enviado de Barack Obama. No encontro reservado, Patriota cobrou de Kerry explicações sobre as atividades de espionagem, e já disse explicitamente que são insatisfatórias as justificativas apresentadas até agora. Mas, foi um tema entre muitos outros.
Das 803 palavras que proferiu ao abrir a entrevista à imprensa ao lado do americano, apenas 119 trataram do caso. Em toda a entrevista, Patriota usou cerca de 1.380 palavras para falar das relações Brasil-EUA; em somente 266 delas abordou cautelosamente a questão da vigilância da NSA sobre a Internet.
Há temor, especialmente, no Planalto, de que o governo americano não encontre recheio saboroso o suficiente para preencher a visita de Estado que Dilma fará em outubro, ainda que a visita, em si, já seja considerada importante por simbolizar uma reaproximação entre Brasília e Washington.
A visita de Kerry foi considerada por alguns interlocutores da presidente uma perda de tempo, já que não houve avanços em relação ao encontro, anterior, esse sim, comemorado, com Joe Biden.
Do Itamaraty e do próprio governo americano, porém, saem garantias de que o esforço será grande para sair da retórica. Um dos pontos altos da visita, espera-se, será um acordo de transferência de tecnologia e experiências dos EUA para exploração, no Brasil, do gás de xisto. O Brasil, significativamente, recebeu três secretários de Estado americanos em agosto, e um deles, o de Energia, Ernest Moniz, aprofundou a discussão sobre a cooperação em energia, que foi um dos principais pontos da conversa de Kerry em Brasília.
Os americanos disseram às autoridades brasileiras ter muito interesse também em cooperação em energia nuclear (detalhe interessante, quando se recorda que foi a intervenção brasileira nas negociações com o Irã em torno do programa nuclear iraniano a causa do esfriamento das relações bilaterais, em 2010). Energias renováveis são outro tema que pode gerar acordos durante a visita.
Os próprios diplomatas americanos veem a viagem de Dilma como uma chance de apressar decisões em Washington, o que costuma acontecer nas visitas de Estado, por sua importância diplomática. O problema é o risco de que a chegada de Dilma coincida com um momento ruim na polarização entre governo e oposição em torno dos cortes no orçamento americano – uma sombra mais ameaçadora sobre a visita que o incômodo com espiões virtuais dos EUA.
Os dois países tentam concluir nos próximos dias as preliminares para um acordo de criação do “laboratório binacional de inovação”, que poderá dar aos brasileiros acesso a grandes centros de pesquisa e inovação nos Estados Unidos. Em setembro, grandes empresas americanas e brasileiras participarão em Brasília de uma conferência dedicada ao tema, que, espera-se, poderá gerar resultados concretos para anúncio durante a visita de Dilma.
A movimentação recente do governo brasileiro, para atrair investimentos, com desburocratização, maior abertura ao capital externo e desburocratização deve facilitar a reaproximação com os Estados Unidos, como acredita o diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center, Paulo Sotero, jornalista veterano com trânsito privilegiado nos dois governos. “O episódio da NSA ilustrou a importância de os governos investirem em confiança mútua”, comenta Sotero. “Sem isso, várias iniciativas que podem dar substância à relação dificilmente prosperarão”.
No Palácio do Planalto, afirma-se que a bola está no campo americano. E o jogo pode ter lances decisivos ainda em setembro.
Reportagem de Sergio Leo
SERÁ QUE AINDA IREMOS COMPRAR OS CAÇAS COM ELES ???
A espionagem dos Estados Unidos sobre as comunicações via Internet incomoda, claro, o governo brasileiro; mas, se um tema realmente azedou o encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o secretário de Estado americano, John Kerry, neste mês, em Brasília, não foi a bisbilhotagem denunciada mundialmente pelo ex-espião Edward Snowden. O que mais irrita autoridades, no Planalto, às vésperas da viagem de Dilma aos EUA, são helicópteros das Forças Armadas brasileiras, modelo Black Hawk, comprados dos americanos e fora de operação por dificuldades em obter autorização de Washington para “transferência de tecnologia”.
O tema dos helicópteros foi mencionado por Dilma na conversa que ela teve com o vice-presidente Joe Biden, também em Brasília, em maio, antes de estourar o escândalo da espionagem americana. Havia expectativa de que o governo americano aproveitasse a visita de Estado de Dilma, em outubro, para remover obstáculos que mantém no solo aeronaves compradas aos EUA – afinal, os americanos prometem facilidades em transferência de tecnologia caso a Boeing seja a escolhida para fornecer os novos caças da Força Aérea Brasileira.
Os sinais de Biden e Kerry não encorajam a esperança de maior flexibilidade, no caso dos helicópteros. Argumenta-se nos EUA que o Brasil recebe a mesma atenção (e restrições) que recebem parceiros fiéis dos americanos, como o Canadá. Não é conversa que agrade à presidente. Ela, no entanto, também se empenha pelo sucesso da viagem aos EUA, espiões à parte.
Helicópteros incomodam mais do que a espionagem
Sem ser caloroso, o encontro entre Dilma e Kerry foi mais cordial do que se imagina, apesar do descontentamento brasileiro com as revelações de espionagem da National Security Agency (NSA). A decisão, em si, de receber o secretário de Estado americano, em uma audiência longa, contrasta com as repetidas recusas de Dilma em ter mais que encontros breves, em locais públicos, com a antecessora, Hillary Clinton.
“Ele o tratou bem?”, perguntou a presidente, ao receber Kerry, referindo-se ao ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, que o acompanhava. Tratou, sim, reconheceu o enviado de Barack Obama. No encontro reservado, Patriota cobrou de Kerry explicações sobre as atividades de espionagem, e já disse explicitamente que são insatisfatórias as justificativas apresentadas até agora. Mas, foi um tema entre muitos outros.
Das 803 palavras que proferiu ao abrir a entrevista à imprensa ao lado do americano, apenas 119 trataram do caso. Em toda a entrevista, Patriota usou cerca de 1.380 palavras para falar das relações Brasil-EUA; em somente 266 delas abordou cautelosamente a questão da vigilância da NSA sobre a Internet.
Há temor, especialmente, no Planalto, de que o governo americano não encontre recheio saboroso o suficiente para preencher a visita de Estado que Dilma fará em outubro, ainda que a visita, em si, já seja considerada importante por simbolizar uma reaproximação entre Brasília e Washington.
A visita de Kerry foi considerada por alguns interlocutores da presidente uma perda de tempo, já que não houve avanços em relação ao encontro, anterior, esse sim, comemorado, com Joe Biden.
Do Itamaraty e do próprio governo americano, porém, saem garantias de que o esforço será grande para sair da retórica. Um dos pontos altos da visita, espera-se, será um acordo de transferência de tecnologia e experiências dos EUA para exploração, no Brasil, do gás de xisto. O Brasil, significativamente, recebeu três secretários de Estado americanos em agosto, e um deles, o de Energia, Ernest Moniz, aprofundou a discussão sobre a cooperação em energia, que foi um dos principais pontos da conversa de Kerry em Brasília.
Os americanos disseram às autoridades brasileiras ter muito interesse também em cooperação em energia nuclear (detalhe interessante, quando se recorda que foi a intervenção brasileira nas negociações com o Irã em torno do programa nuclear iraniano a causa do esfriamento das relações bilaterais, em 2010). Energias renováveis são outro tema que pode gerar acordos durante a visita.
Os próprios diplomatas americanos veem a viagem de Dilma como uma chance de apressar decisões em Washington, o que costuma acontecer nas visitas de Estado, por sua importância diplomática. O problema é o risco de que a chegada de Dilma coincida com um momento ruim na polarização entre governo e oposição em torno dos cortes no orçamento americano – uma sombra mais ameaçadora sobre a visita que o incômodo com espiões virtuais dos EUA.
Os dois países tentam concluir nos próximos dias as preliminares para um acordo de criação do “laboratório binacional de inovação”, que poderá dar aos brasileiros acesso a grandes centros de pesquisa e inovação nos Estados Unidos. Em setembro, grandes empresas americanas e brasileiras participarão em Brasília de uma conferência dedicada ao tema, que, espera-se, poderá gerar resultados concretos para anúncio durante a visita de Dilma.
A movimentação recente do governo brasileiro, para atrair investimentos, com desburocratização, maior abertura ao capital externo e desburocratização deve facilitar a reaproximação com os Estados Unidos, como acredita o diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson Center, Paulo Sotero, jornalista veterano com trânsito privilegiado nos dois governos. “O episódio da NSA ilustrou a importância de os governos investirem em confiança mútua”, comenta Sotero. “Sem isso, várias iniciativas que podem dar substância à relação dificilmente prosperarão”.
No Palácio do Planalto, afirma-se que a bola está no campo americano. E o jogo pode ter lances decisivos ainda em setembro.
Reportagem de Sergio Leo
SERÁ QUE AINDA IREMOS COMPRAR OS CAÇAS COM ELES ???