Operações Policiais e Militares
Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61442
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6292 vezes
- Agradeceram: 6641 vezes
- Contato:
Re: Operações Policiais e Militares
Aí uma visão sobre o "politizado" e "europeizado" e "desenvolvido" RS:
Albergue de Charqueadas é interditado
Com a interdição do Instituto Penal de Charqueadas, ontem, sobe para 18 o número de casas prisionais do Estado proibidas de receber novos detentos por determinação judicial. O albergue do regime semiaberto, que já estava fechado parcialmente desde setembro do ano passado, foi alvo de nova ação, sob o argumento de que a situação de descontrole e violência verificada na instituição só se agravou.
A decisão, assinada pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre Sidinei Brzuska, atende a um pedido do Ministério Público, com a avaliação de que o “Estado não tem controle sobre os presos e que a situação está mudando para pior, afigurando-se impossível e irresponsável conviver com a realidade de insegurança”, como escrito no documento.
O estopim foram os fatos registrados em 2 de julho, quando “vários presos, armados com revólveres e pistolas, renderam os funcionários e resgataram outro apenado, que tinha sido detido com um telefone celular e algemado, sendo que os servidores não puderam esboçar reação, visto que estavam inferiorizados em números e em quantidade de armas”.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a medida não tem grande impacto porque, desde a interdição parcial, o número de detentos já vem sendo reduzido. Atualmente, seriam 125 presos, para 316 vagas.
http://www.blogdocavalcanti.com/2013/08 ... html#links
COMENTÁRIO: ainda bem que me aposentei tão logo a Lei permitiu...
Albergue de Charqueadas é interditado
Com a interdição do Instituto Penal de Charqueadas, ontem, sobe para 18 o número de casas prisionais do Estado proibidas de receber novos detentos por determinação judicial. O albergue do regime semiaberto, que já estava fechado parcialmente desde setembro do ano passado, foi alvo de nova ação, sob o argumento de que a situação de descontrole e violência verificada na instituição só se agravou.
A decisão, assinada pelo juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre Sidinei Brzuska, atende a um pedido do Ministério Público, com a avaliação de que o “Estado não tem controle sobre os presos e que a situação está mudando para pior, afigurando-se impossível e irresponsável conviver com a realidade de insegurança”, como escrito no documento.
O estopim foram os fatos registrados em 2 de julho, quando “vários presos, armados com revólveres e pistolas, renderam os funcionários e resgataram outro apenado, que tinha sido detido com um telefone celular e algemado, sendo que os servidores não puderam esboçar reação, visto que estavam inferiorizados em números e em quantidade de armas”.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a medida não tem grande impacto porque, desde a interdição parcial, o número de detentos já vem sendo reduzido. Atualmente, seriam 125 presos, para 316 vagas.
http://www.blogdocavalcanti.com/2013/08 ... html#links
COMENTÁRIO: ainda bem que me aposentei tão logo a Lei permitiu...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
Lembrando Huxley, quem los Hermanos vão adotar como Deus? Buick? Oldsmobile? Lada? Brabant? Quiçá um prosaico Studebaker?Túlio escreveu:O Mestre Bacchi mencionou uma FICÇÃO futurística - li tudo de Huxley, tendo particularmente apreciado "Os Demônios de Loudun", talvez o mais belo texto em prosa que já li - ao qual eu replico com um FATO REAL ocorrido há mais de mil anos:
Pesquisem sobre quem foram os HASHISHIN, termo que deu origem a dois outros: "HAXIXE" e "ASSASSINO". Foi preciso as hordas do próprio Genghis Khan para dar cabo deles...
Em poucas décadas o Uruguay terá as mais temíveis FFAA do mundo!!!
Wingate
- Matheus
- Sênior
- Mensagens: 6182
- Registrado em: Qui Abr 28, 2005 4:33 pm
- Agradeceu: 341 vezes
- Agradeceram: 432 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
É perigoso que o policial perca a presunção da inocência”
(...) A PM não é contra o controle externo; pelo contrário, é preciso ter supervisão e acompanhamento do efetivo. Mas não se pode ter um comportamento generalizado em relação à instituição. É isso que pedimos ao Ministério Público. Toda generalização é perigosa, assim como é perigoso o policial perder a presunção da inocência. Felizmente ou infelizmente, é melhor confiarmos nesta polícia, até que se prove o contrário. Só que essa prova em contrário tem de ser construída de forma democrática, porque senão vamos dar todos os direitos humanos ao criminoso e vamos vilipendiar os direitos do policial. Com que garantias que esse homem iria às ruas, se lá fora estarão desconfiando de mim de antemão? Dessa forma, o trabalho fica muito difícil, porque ele é extremo e, invariavelmente, uma hora haverá um flagrante e uma troca de tiros. Se acontecer de haver necessidade de uso letal da força e o suspeito morrer, fica a questão: esse policial vai se perguntar sobre o que vai consigo, com sua família. Ir à rua com a sociedade desconfiando de seu trabalho é o que há de pior para o policial. O eletricista, o padeiro, todo profissional tem sua garantia. O policial tem de conviver com expressões, divulgadas inclusive pela mídia, que já colocam seu trabalho em dúvida. Uma delas é “suposta troca de tiros”. Essa palavra “suposta” tem uma carga negativa muito forte. Se a polícia chegar a tempo em uma ocorrência de flagrante, por exemplo, o assalto a uma lotérica, vai haver troca de tiros mesmo, porque os bandidos não vão se entregar. Como vou partir para um enfrentamento desses, se já há alguém dizendo que isso é uma “suposta troca de tiros”? É como um trabalhador da Celg levar um choque e alguém dizer que ele tomou um choque enquanto “supostamente” estava mexendo na fiação elétrica! (enfático) O policial tem de ter a presunção, por parte da sociedade, de que estava trabalhando corretamente. Inferir se ele tinha algum desvio ou cometeu algum excesso é algo para ser discutido a posteriori. A priori, esse policial tem de ter a minha confiança, como cidadão. Depois há as vias legais, por meio de um processo, o qual não tem como ser engavetado, que será acompanhado pelo Ministério Público, chegar ao Judiciário etc. A atuação do policial é totalmente coberta por um controle externo muito forte. E pior, vão julgá-lo em meio ao ar-condicionado sobre uma ação na qual ele teve dez segundos para decidir e executar. Só quem passa pelo fragor de uma demanda de uma ocorrência crítica, por essa adrenalina, é que sabe o que pode acontecer. Enfim, temos de construir um sistema em que haja confiança na polícia até se provar o contrário, com todas as instituições fortes no acompanhamento do processo.
Fonte: http://www.jornalopcao.com.br/posts/ent ... -inocencia
(...) A PM não é contra o controle externo; pelo contrário, é preciso ter supervisão e acompanhamento do efetivo. Mas não se pode ter um comportamento generalizado em relação à instituição. É isso que pedimos ao Ministério Público. Toda generalização é perigosa, assim como é perigoso o policial perder a presunção da inocência. Felizmente ou infelizmente, é melhor confiarmos nesta polícia, até que se prove o contrário. Só que essa prova em contrário tem de ser construída de forma democrática, porque senão vamos dar todos os direitos humanos ao criminoso e vamos vilipendiar os direitos do policial. Com que garantias que esse homem iria às ruas, se lá fora estarão desconfiando de mim de antemão? Dessa forma, o trabalho fica muito difícil, porque ele é extremo e, invariavelmente, uma hora haverá um flagrante e uma troca de tiros. Se acontecer de haver necessidade de uso letal da força e o suspeito morrer, fica a questão: esse policial vai se perguntar sobre o que vai consigo, com sua família. Ir à rua com a sociedade desconfiando de seu trabalho é o que há de pior para o policial. O eletricista, o padeiro, todo profissional tem sua garantia. O policial tem de conviver com expressões, divulgadas inclusive pela mídia, que já colocam seu trabalho em dúvida. Uma delas é “suposta troca de tiros”. Essa palavra “suposta” tem uma carga negativa muito forte. Se a polícia chegar a tempo em uma ocorrência de flagrante, por exemplo, o assalto a uma lotérica, vai haver troca de tiros mesmo, porque os bandidos não vão se entregar. Como vou partir para um enfrentamento desses, se já há alguém dizendo que isso é uma “suposta troca de tiros”? É como um trabalhador da Celg levar um choque e alguém dizer que ele tomou um choque enquanto “supostamente” estava mexendo na fiação elétrica! (enfático) O policial tem de ter a presunção, por parte da sociedade, de que estava trabalhando corretamente. Inferir se ele tinha algum desvio ou cometeu algum excesso é algo para ser discutido a posteriori. A priori, esse policial tem de ter a minha confiança, como cidadão. Depois há as vias legais, por meio de um processo, o qual não tem como ser engavetado, que será acompanhado pelo Ministério Público, chegar ao Judiciário etc. A atuação do policial é totalmente coberta por um controle externo muito forte. E pior, vão julgá-lo em meio ao ar-condicionado sobre uma ação na qual ele teve dez segundos para decidir e executar. Só quem passa pelo fragor de uma demanda de uma ocorrência crítica, por essa adrenalina, é que sabe o que pode acontecer. Enfim, temos de construir um sistema em que haja confiança na polícia até se provar o contrário, com todas as instituições fortes no acompanhamento do processo.
Fonte: http://www.jornalopcao.com.br/posts/ent ... -inocencia
-
- Sênior
- Mensagens: 2427
- Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
- Agradeceu: 40 vezes
- Agradeceram: 205 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
SP: sargento da Rota e família são executados
Segundo o Brasil Urgente, a mulher, o filho, a cunhada e a sogra do oficial também foram vítimas de tiros nesta segunda-feira.
Um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a mulher - soldado da PM (Polícia Militar) - e o filho do casal, de 12 anos, foram executados na tarde desta segunda-feira. O caso aconteceu na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo.
De acordo com informações extraoficiais obtidas com exclusividade pelo Brasil Urgente, ao menos mais duas pessoas que estavam na casa foram mortas - a cunhada e a sogra do sargento.
Segundo o repórter Marcelo Moreira, da Band, o oficial e o filho haviam acabado de chegar em casa quando aconteceu o crime. Fuzis, submetralhadoras e pistolas foram usados pelos criminosos.
A polícia faz rondas pela região e investiga a possibilidade de que a ação tenha sido realizada pelo crime organizado, por uma possível vingança.
http://noticias.band.uol.com.br/cidades ... paulo.html
Hummm algo me diz que ate o final de semana quem fez isso vai acorda numa vala rasa
Segundo o Brasil Urgente, a mulher, o filho, a cunhada e a sogra do oficial também foram vítimas de tiros nesta segunda-feira.
Um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a mulher - soldado da PM (Polícia Militar) - e o filho do casal, de 12 anos, foram executados na tarde desta segunda-feira. O caso aconteceu na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo.
De acordo com informações extraoficiais obtidas com exclusividade pelo Brasil Urgente, ao menos mais duas pessoas que estavam na casa foram mortas - a cunhada e a sogra do sargento.
Segundo o repórter Marcelo Moreira, da Band, o oficial e o filho haviam acabado de chegar em casa quando aconteceu o crime. Fuzis, submetralhadoras e pistolas foram usados pelos criminosos.
A polícia faz rondas pela região e investiga a possibilidade de que a ação tenha sido realizada pelo crime organizado, por uma possível vingança.
http://noticias.band.uol.com.br/cidades ... paulo.html
Hummm algo me diz que ate o final de semana quem fez isso vai acorda numa vala rasa
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
O que vai acontecer é óbvio: a polícia passará a se constituir de uma "tropa de Pilatos". Todo mundo vai lavar a mão, ao invés de sair para um enfrentamento com bandidos arriscando:Matheus escreveu:E pior, vão julgá-lo em meio ao ar-condicionado sobre uma ação na qual ele teve dez segundos para decidir e executar. Só quem passa pelo fragor de uma demanda de uma ocorrência crítica, por essa adrenalina, é que sabe o que pode acontecer.
1) a vida, ou uma mutilação, ao trocar tiros com marginais.
2) a liberdade e a carreira, ao ser, de antemão, acusado de "homicídio".
E o cidadão inocente, vítima de uma ação criminosa estará perdido por duas razões:
1) não tem direito à autodefesa armada, cassado pelo estado.
2) não terá direito à defesa armada pelos policiais, pois estes estarão temendo serem enquadrados como criminosos, ao matarem um meliante armado.
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
Querem uma polícia britânica (aquela de há pouco tempo atrás, cujos "bobbies" andavam desarmados) para policiar Dodge City .Clermont escreveu:O que vai acontecer é óbvio: a polícia passará a se constituir de uma "tropa de Pilatos". Todo mundo vai lavar a mão, ao invés de sair para um enfrentamento com bandidos arriscando:Matheus escreveu:E pior, vão julgá-lo em meio ao ar-condicionado sobre uma ação na qual ele teve dez segundos para decidir e executar. Só quem passa pelo fragor de uma demanda de uma ocorrência crítica, por essa adrenalina, é que sabe o que pode acontecer.
1) a vida, ou uma mutilação, ao trocar tiros com marginais.
2) a liberdade e a carreira, ao ser, de antemão, acusado de "homicídio".
E o cidadão inocente, vítima de uma ação criminosa estará perdido por duas razões:
1) não tem direito à autodefesa armada, cassado pelo estado.
2) não terá direito à defesa armada pelos policiais, pois estes estarão temendo serem enquadrados como criminosos, ao matarem um meliante armado.
Wingate
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
Quem fez isso já morreu. Estão cogitando suicídio.Lirolfuti escreveu:SP: sargento da Rota e família são executados
Segundo o Brasil Urgente, a mulher, o filho, a cunhada e a sogra do oficial também foram vítimas de tiros nesta segunda-feira.
Um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a mulher - soldado da PM (Polícia Militar) - e o filho do casal, de 12 anos, foram executados na tarde desta segunda-feira. O caso aconteceu na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo.
De acordo com informações extraoficiais obtidas com exclusividade pelo Brasil Urgente, ao menos mais duas pessoas que estavam na casa foram mortas - a cunhada e a sogra do sargento.
Segundo o repórter Marcelo Moreira, da Band, o oficial e o filho haviam acabado de chegar em casa quando aconteceu o crime. Fuzis, submetralhadoras e pistolas foram usados pelos criminosos.
A polícia faz rondas pela região e investiga a possibilidade de que a ação tenha sido realizada pelo crime organizado, por uma possível vingança.
http://noticias.band.uol.com.br/cidades ... paulo.html
Hummm algo me diz que ate o final de semana quem fez isso vai acorda numa vala rasa
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2 ... em-sp.html
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- henriquejr
- Sênior
- Mensagens: 5445
- Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
- Localização: Natal/RN
- Agradeceu: 383 vezes
- Agradeceram: 431 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
O pior de tudo é saber que a polícia prende mas a nossa legislação não pune adequadamente ninguém, e em pouco tempo o bandido estar nas ruas de novo e o policial que o prendeu fez outro inimigo que tem muito pouco (ou nada) a perder para ao tentar sua vingança, enquanto isso o policial tem sua família, seu emprego, sua reputação... O que fazer diante disso? Ficar a mercê da bandidagem que praticamente age livremente sob batuta da própria justiça?Wingate escreveu:Querem uma polícia britânica (aquela de há pouco tempo atrás, cujos "bobbies" andavam desarmados) para policiar Dodge City .Clermont escreveu: O que vai acontecer é óbvio: a polícia passará a se constituir de uma "tropa de Pilatos". Todo mundo vai lavar a mão, ao invés de sair para um enfrentamento com bandidos arriscando:
1) a vida, ou uma mutilação, ao trocar tiros com marginais.
2) a liberdade e a carreira, ao ser, de antemão, acusado de "homicídio".
E o cidadão inocente, vítima de uma ação criminosa estará perdido por duas razões:
1) não tem direito à autodefesa armada, cassado pelo estado.
2) não terá direito à defesa armada pelos policiais, pois estes estarão temendo serem enquadrados como criminosos, ao matarem um meliante armado.
Wingate
Eu não sou contra de um controle rigoroso da polícia, muito pelo contrário, acho sim que isso é necessário, mas os policiais também precisam de garantias de que seu trabalho vai valer a pena, que o bandido que ele prendeu vai passar um bom tempo preso, incomunicável e, se possível, recuperado! Ele precisa saber que seu trabalho é eficaz e não ter a sensação de que estar apenas "enxugando gelo", tento que enfrentar os mesmos bandidos em diversas ocasiões, até que um deles (bandido ou policial) tombe, com a vantagem para o primeiro, que pode agir da forma que achar melhor, inclusive ameaçando os familiares do policial.
Faz tempo que venho dizendo que o maior problema do nosso país se chama IMPUNIDADE! É a IMPUNIDADE que tem matado milhares de pessoas todos os anos, que tem gerado tanta violência, que tem gerado tanta corrupção, etc...
.
- PQD
- Sênior
- Mensagens: 2342
- Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 6 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2 ... upcao.html
Brigas internas e estratégia do Planalto travam operações da PF contra corrupção
Na corporação, delegados e agentes divergem sobre atribuições; por ordem do governo, prioridade agora está em grandes eventos e combate ao tráfico de drogas
Considerada uma das instituições com maior credibilidade no País, a Polícia Federal (PF) vive uma crise de identidade. Segundo delegados e agentes, uma mudança de orientação do governo federal tem consequências diretas nas operações de combate à corrupção, que nos últimos anos se tornaram marca registrada do órgão. Além disso, segundo integrantes da corporação, a crise se agrava diante de uma disputa velada de poder entre agentes e delegados.
Leia mais: Cartilha sobre "trabalho dentro da lei" pode travar operações da PF
No ano passado, o governo Dilma Rousseff (PT) redirecionou o planejamento estratégico da PF e mudou o foco de trabalho no órgão. Se antes o órgão tinha como prioridade ações contra a improbidade administrativa e desvio de recursos públicos, hoje as ações prioritárias da PF estão voltadas ao combate ao tráfico de drogas, resguardo das fronteiras brasileiras e ações estratégicas dos grandes eventos.
Essa mudança de prioridade irritou uma parcela dos delegados e agentes da PF. Para eles, a alteração transformou a Polícia Federal de um órgão estratégico dentro do governo para uma polícia de caráter meramente administrativa. De acordo com um delegado ouvido pelo iG , a avaliação é de que, embora também sejam “importantes”, as medidas de combate ao tráfico e segurança em eventos não garantem à Polícia Federal a mesma “notoriedade” conquistada com grandes operações de combate à corrupção dos anos 2000.
Segundo fontes da PF, os principais eventos realizados este ano, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os meses de junho e julho, praticamente paralisaram as investigações.
Hoje, a PF tem aproximadamente 13 mil servidores, incluindo os delegados. Desses, 3,5 mil servidores, entre os quais investigadores, foram deslocados especificamente para o esquema de segurança da Copa das Confederações. Os homens da PF foram usados, por exemplo, como guarda-costas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, no período em que eles estiveram no Brasil.
A situação foi semelhante na Jornada Mundial da Juventude. Pelo menos mil agentes e servidores da PF foram deslocados também de ações de investigação para atuar na segurança do papa .
“O órgão passa por uma falência total. Enquanto não acontecer um grande encontro para que possamos trabalhar em um novo projeto de instituição, a PF está com os dias contados”, declara o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal. Essa mudança de foco é um dos motivos apontados pela Fenapef pelo alto grau de insatisfação dos agentes. Segundo pesquisa divulgada em julho pela Fenapef, 90% dos servidores sentem-se subaproveitados. “Se antes era orgulho trabalhar na PF, hoje servidores mais antigos contam os dias para entrar com pedido de aposentadoria”, diz Leal.
Disputa
Se de um lado a mudança de foco e os constantes contingenciamentos de investigadores são apontados como um obstáculo ao combate à corrupção, do outro delegados e agentes disputam o poder para comandar e dar encaminhamento às investigações.
Os delegados reclamam de atos de insubordinação de agentes. E os investigadores se proclamam vítimas de assédio moral e alegam que, somente no ano passado, 12 servidores teriam cometido suicídio por esse motivo. Uma assertiva classificada como desonesta pelos delegados.
Hoje, os agentes lutam por uma reestruturação da PF e querem dividir o órgão em três áreas: polícia técnica (responsável por laudos e perícias), comandada por peritos; polícia administrativa (responsável por expedição de passaportes, por exemplo) e polícia judiciária, esta a ser comandada por delegados. Nessa estrutura, os agentes conseguiriam tirar força e poder dos delegados de polícia, responsáveis pelo comando de todas as áreas da PF.
Essa disputa de poder resultou, por exemplo, em algumas situações inusitadas. No início deste ano, o iG revelou que houve a distribuição de uma cartilha recomendando que os agentes cruzassem os braços diante de serviços que não estejam dentro das atribuições previstas em lei . Pela legislação, o responsável pelos inquéritos é o delegado de polícia. Assim, alguns agentes passaram a não transcrever escutas telefônicas das operações relacionadas ao combate à corrupção. Agora, essa função, considerada uma das mais importantes (e tediosas) do processo de investigação, passou a ser feita apenas pelos presidentes dos inquéritos.
Esses atos de indisciplina provocaram uma reação dos delegados, que pediram maior rigor do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra. Os delegados cobram punições mais pesadas contra os investigadores que desacatem ordens superiores. “Esses agentes querem que o rabo abane o cachorro”, comparou um delegado que preferiu não se identificar.
O desentendimento entre agentes e delegados ficou ainda mais evidente em junho deste ano, quando foi expedido um comunicado interno ratificando as diretrizes da lei 12.830/2013, que regulamenta a investigação criminal dos delegados de polícia (inclusive os da PF).
Além de ratificar que cabe “ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, a condução da investigação criminal” a lei ainda afirma que o cargo de polícia é privativo de bacharel de Direito “devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados”. Na interpretação dos agentes, o comunicado interno obrigou os agentes de polícia a chamar os delegados da PF de “vossas excelências”. Os delegados negam.
A situação acirrou o ânimo entre agentes e delegados. “Os delegados entendem as reivindicações legítimas dos agentes, mas esperam que haja a superação desse momento de negociação com o governo para que possamos retomar as atividades da PF à normalidade”, amenizou o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro.
A disputa entre delegados e agentes é tão evidente que dentro da PF não houve consenso nem quanto a um posicionamento oficial relacionado à PEC 37, que retirava o poder de investigação do Ministério Público. Caso a PEC 37 tivesse sido aprovada pelo Congresso, a PF e as polícias estaduais monopolizariam as investigações criminais e de combate à corrupção. Por isso, delegados da PF são favoráveis à PEC 37; já os agentes, temendo um ganho de poder dos delegados, lutaram pela derrubada da emenda.
A direção Polícia Federal foi procurada pela reportagem para comentar esses desentendimentos internos, mas preferiu não se pronunciar.
Brigas internas e estratégia do Planalto travam operações da PF contra corrupção
Na corporação, delegados e agentes divergem sobre atribuições; por ordem do governo, prioridade agora está em grandes eventos e combate ao tráfico de drogas
Considerada uma das instituições com maior credibilidade no País, a Polícia Federal (PF) vive uma crise de identidade. Segundo delegados e agentes, uma mudança de orientação do governo federal tem consequências diretas nas operações de combate à corrupção, que nos últimos anos se tornaram marca registrada do órgão. Além disso, segundo integrantes da corporação, a crise se agrava diante de uma disputa velada de poder entre agentes e delegados.
Leia mais: Cartilha sobre "trabalho dentro da lei" pode travar operações da PF
No ano passado, o governo Dilma Rousseff (PT) redirecionou o planejamento estratégico da PF e mudou o foco de trabalho no órgão. Se antes o órgão tinha como prioridade ações contra a improbidade administrativa e desvio de recursos públicos, hoje as ações prioritárias da PF estão voltadas ao combate ao tráfico de drogas, resguardo das fronteiras brasileiras e ações estratégicas dos grandes eventos.
Essa mudança de prioridade irritou uma parcela dos delegados e agentes da PF. Para eles, a alteração transformou a Polícia Federal de um órgão estratégico dentro do governo para uma polícia de caráter meramente administrativa. De acordo com um delegado ouvido pelo iG , a avaliação é de que, embora também sejam “importantes”, as medidas de combate ao tráfico e segurança em eventos não garantem à Polícia Federal a mesma “notoriedade” conquistada com grandes operações de combate à corrupção dos anos 2000.
Segundo fontes da PF, os principais eventos realizados este ano, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os meses de junho e julho, praticamente paralisaram as investigações.
Hoje, a PF tem aproximadamente 13 mil servidores, incluindo os delegados. Desses, 3,5 mil servidores, entre os quais investigadores, foram deslocados especificamente para o esquema de segurança da Copa das Confederações. Os homens da PF foram usados, por exemplo, como guarda-costas do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, no período em que eles estiveram no Brasil.
A situação foi semelhante na Jornada Mundial da Juventude. Pelo menos mil agentes e servidores da PF foram deslocados também de ações de investigação para atuar na segurança do papa .
“O órgão passa por uma falência total. Enquanto não acontecer um grande encontro para que possamos trabalhar em um novo projeto de instituição, a PF está com os dias contados”, declara o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal. Essa mudança de foco é um dos motivos apontados pela Fenapef pelo alto grau de insatisfação dos agentes. Segundo pesquisa divulgada em julho pela Fenapef, 90% dos servidores sentem-se subaproveitados. “Se antes era orgulho trabalhar na PF, hoje servidores mais antigos contam os dias para entrar com pedido de aposentadoria”, diz Leal.
Disputa
Se de um lado a mudança de foco e os constantes contingenciamentos de investigadores são apontados como um obstáculo ao combate à corrupção, do outro delegados e agentes disputam o poder para comandar e dar encaminhamento às investigações.
Os delegados reclamam de atos de insubordinação de agentes. E os investigadores se proclamam vítimas de assédio moral e alegam que, somente no ano passado, 12 servidores teriam cometido suicídio por esse motivo. Uma assertiva classificada como desonesta pelos delegados.
Hoje, os agentes lutam por uma reestruturação da PF e querem dividir o órgão em três áreas: polícia técnica (responsável por laudos e perícias), comandada por peritos; polícia administrativa (responsável por expedição de passaportes, por exemplo) e polícia judiciária, esta a ser comandada por delegados. Nessa estrutura, os agentes conseguiriam tirar força e poder dos delegados de polícia, responsáveis pelo comando de todas as áreas da PF.
Essa disputa de poder resultou, por exemplo, em algumas situações inusitadas. No início deste ano, o iG revelou que houve a distribuição de uma cartilha recomendando que os agentes cruzassem os braços diante de serviços que não estejam dentro das atribuições previstas em lei . Pela legislação, o responsável pelos inquéritos é o delegado de polícia. Assim, alguns agentes passaram a não transcrever escutas telefônicas das operações relacionadas ao combate à corrupção. Agora, essa função, considerada uma das mais importantes (e tediosas) do processo de investigação, passou a ser feita apenas pelos presidentes dos inquéritos.
Esses atos de indisciplina provocaram uma reação dos delegados, que pediram maior rigor do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra. Os delegados cobram punições mais pesadas contra os investigadores que desacatem ordens superiores. “Esses agentes querem que o rabo abane o cachorro”, comparou um delegado que preferiu não se identificar.
O desentendimento entre agentes e delegados ficou ainda mais evidente em junho deste ano, quando foi expedido um comunicado interno ratificando as diretrizes da lei 12.830/2013, que regulamenta a investigação criminal dos delegados de polícia (inclusive os da PF).
Além de ratificar que cabe “ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, a condução da investigação criminal” a lei ainda afirma que o cargo de polícia é privativo de bacharel de Direito “devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados”. Na interpretação dos agentes, o comunicado interno obrigou os agentes de polícia a chamar os delegados da PF de “vossas excelências”. Os delegados negam.
A situação acirrou o ânimo entre agentes e delegados. “Os delegados entendem as reivindicações legítimas dos agentes, mas esperam que haja a superação desse momento de negociação com o governo para que possamos retomar as atividades da PF à normalidade”, amenizou o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro.
A disputa entre delegados e agentes é tão evidente que dentro da PF não houve consenso nem quanto a um posicionamento oficial relacionado à PEC 37, que retirava o poder de investigação do Ministério Público. Caso a PEC 37 tivesse sido aprovada pelo Congresso, a PF e as polícias estaduais monopolizariam as investigações criminais e de combate à corrupção. Por isso, delegados da PF são favoráveis à PEC 37; já os agentes, temendo um ganho de poder dos delegados, lutaram pela derrubada da emenda.
A direção Polícia Federal foi procurada pela reportagem para comentar esses desentendimentos internos, mas preferiu não se pronunciar.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
-
- Sênior
- Mensagens: 2427
- Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
- Agradeceu: 40 vezes
- Agradeceram: 205 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
Estou achando essa historia da suposta autoria do menino muito estranha a muitas contradições entre que a policia diz e o que as testemunhas ( vizinhos dizem ). Exemplo estava ouvindo hoje na bandnewns FM que os vizinhos ouvirão 5 disparos no período da manha quando ele estava na escola e segundo o delegado forao 5 disparos 1 na cabeça de cada vitima ( aqui ja á contradições, ou alguém mato a família e o garoto chegou na hora e foi surpreendido e tbm foi morto pois ngm da 1 tiro na cabeça de 5 pessoas dentro duma casa sem ngm ouvir ou tentar uma reação sendo os pais policiais)Bolovo escreveu:Quem fez isso já morreu. Estão cogitando suicídio.Lirolfuti escreveu:SP: sargento da Rota e família são executados
Segundo o Brasil Urgente, a mulher, o filho, a cunhada e a sogra do oficial também foram vítimas de tiros nesta segunda-feira.
Um sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), a mulher - soldado da PM (Polícia Militar) - e o filho do casal, de 12 anos, foram executados na tarde desta segunda-feira. O caso aconteceu na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo.
De acordo com informações extraoficiais obtidas com exclusividade pelo Brasil Urgente, ao menos mais duas pessoas que estavam na casa foram mortas - a cunhada e a sogra do sargento.
Segundo o repórter Marcelo Moreira, da Band, o oficial e o filho haviam acabado de chegar em casa quando aconteceu o crime. Fuzis, submetralhadoras e pistolas foram usados pelos criminosos.
A polícia faz rondas pela região e investiga a possibilidade de que a ação tenha sido realizada pelo crime organizado, por uma possível vingança.
http://noticias.band.uol.com.br/cidades ... paulo.html
Hummm algo me diz que ate o final de semana quem fez isso vai acorda numa vala rasa
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2 ... em-sp.html
- wagnerm25
- Sênior
- Mensagens: 3590
- Registrado em: Qui Jan 15, 2009 2:43 pm
- Agradeceu: 83 vezes
- Agradeceram: 198 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
E sobre o sargento da ROTA, olhem (e vomitem) o que publicou o Carlos Latuff, cartunista ídolo da esquerda furiosa.
- henriquejr
- Sênior
- Mensagens: 5445
- Registrado em: Qui Mai 25, 2006 11:29 am
- Localização: Natal/RN
- Agradeceu: 383 vezes
- Agradeceram: 431 vezes
- Wingate
- Sênior
- Mensagens: 5130
- Registrado em: Sex Mai 05, 2006 10:16 am
- Localização: Crato/CE
- Agradeceu: 819 vezes
- Agradeceram: 239 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
Esse sujeito deveria usar tinta marrom...pelo que escrevewagnerm25 escreveu:E sobre o sargento da ROTA, olhem (e vomitem) o que publicou o Carlos Latuff, cartunista ídolo da esquerda furiosa.
Wingate
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
nada.. o latuff é foda
é isso mesmo
vim polemizar no DB
é isso mesmo
vim polemizar no DB
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: Operações Policiais e Militares
A UPP é uma mentira?
Ruth de Aquino - Epoca - 10.08.13.
Só os ingênuos, sem perspectiva histórica ou com má-fé podem proclamar que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é uma enganação para inglês ver. Que jovens de 18 anos de berço esplêndido confundam tudo, até entendo. Mas adultos que sobreviveram aos governos Garotinho e Rosinha (argh!) e à última fase da prefeitura Cesar Maia (argh!) só têm uma desculpa para dizer que a UPP é uma mentira: a pendenga partidária que desmerece tudo que vier de um adversário político. Quando bandeiras de partidos substituem os valores de nossa consciência, a vida e a inteligência naufragam.
Impossível não lembrar – a não ser que sejamos acometidos de uma amnésia oportunista – o pacote dos ex-desgovernos do Rio: a politização da política de segurança do Estado, os pactos sórdidos com traficantes, o descontrole no número de “autos de resistência” (eufemismo para extermínios nos becos por homens fardados), a absurda mortalidade de jovens favelados em brigas de gangues, o abandono total das favelas, que se espalhavam pelas matas e por áreas de risco.
Nossas favelas eram fortalezas do tráfico e do crime organizado, isoladas por barricadas. Havia o terror imposto aos moradores de bem, o aliciamento escancarado de garotos, a gravidez precoce de garotas encantadas pelos chefões, modelos de “heróis” armados e donos do pedaço. Jornalista só entrava ali após acordo prévio com o chefão ou assumindo risco de morte, como aconteceu com Tim Lopes.
É irresponsabilidade com o Rio de Janeiro e com o futuro dos jovens no asfalto e no morro tentar dinamitar o projeto das UPPs só porque a população tomou ódio ao governador Sérgio Cabral em seu segundo mandato, depois de ele ser reeleito com 66,08% dos votos e com a bênção de Lula. Um ódio compreensível diante da arrogância que Cabral construiu, ao menosprezar qualquer crítica e se fazer de “ixperto” como seu ídolo na terra e no céu, Lula.
Quantos Amarildos sumiram nas favelas, quantos pedreiros e filhos e mulheres de pedreiros foram incendiados em fornos por traficantes ou executados por policiais corruptos e metidos no tráfico e ninguém falou nada? Cariocas que hoje condenam pesadamente as UPPs iam à praia, subiam a serra, lotavam os bares e saíam em seus carrões 4x4 sem tomar conhecimento das chacinas nos morros. Era um assunto inconveniente. Os cariocas de bem nunca tinham enlameado nas ladeiras da Rocinha seus tênis made in China – a não ser para comprar droga.
Só comecei a entender a Rocinha quando dormi ali uns dias, em agosto de 2007, na Rua 2, para escrever sobre a urbanização comandada pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo. Já no governo Cabral, mas antes das UPPs. Uma cena nunca me saiu da cabeça. Eu bebia cerveja num boteco. Um rapaz passou na ruela, com um saco de mercado numa das mãos e uma submetralhadora cromada na outra, apontada para baixo. Eu não conseguia enxergar a arma, mesmo alertada por minha amiga. Como todos do asfalto, reconheço uma arma apenas quando é apontada para mim. Ali, na Rocinha, a submetralhadora equivalia às frutas e verduras, quase um peso compensando o outro, carregados com a naturalidade do cotidiano, como se não houvesse contradição entre a fonte da vida e o instrumento da morte.
Vamos, sim, criticar: está muito longe o cumprimento das promessas das UPPs. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, está consciente das frustrações. Sempre foi claro: o objetivo era recuperar os territórios e abrir caminho para a ocupação social do Estado e para a integração das favelas e dos jovens à cidade. Nunca se prometeu prender todos os traficantes ou acabar com o tráfico.
Há dois problemas sérios. Um é o Estado, incompetente para tornar prioridade a infraestrutura das favelas. É lenta demais a ocupação social – com saneamento, serviços essenciais de limpeza, luz, habitação, educação, saúde. O outro problema é a força policial: há casos excessivos de desvio de conduta. Foram expulsos 1.500 da corporação? Muito mais terão de ser expulsos.
Os equipamentos desligados simultaneamente na Rocinha – câmeras e GPS – no dia em que Amarildo foi detido bastariam para afastar o comando local da UPP até que se concluíssem as investigações. Ah, agora a versão é que ele e a mulher, Bete, ajudavam o tráfico nas horas vagas? É uma versão plausível, sim. Nada nas favelas é preto no branco. Há uma zona cinzenta, familiar e histórica que não acabará de um dia para o outro. Mesmo que Amarildo e Bete ajudassem, ele não poderia ter sumido depois de ser levado de casa num carro da UPP. Foi morto por traficantes? Por policiais? Ou por ambos?
É forçada a palavra “pacificação”. Não existem favelas pacificadas. Esse “P” da sigla talvez seja um equívoco, porque promete uma utopia irrealizável. Nenhuma cidade deste país, grande ou pequena, está livre de tráfico, assassinatos, latrocínios. Como exigir que uma favela seja uma ilha da fantasia, dissociada da realidade da violência urbana? O Brasil está longe de ser “pacificado”.
Ruth de Aquino - Epoca - 10.08.13.
Só os ingênuos, sem perspectiva histórica ou com má-fé podem proclamar que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é uma enganação para inglês ver. Que jovens de 18 anos de berço esplêndido confundam tudo, até entendo. Mas adultos que sobreviveram aos governos Garotinho e Rosinha (argh!) e à última fase da prefeitura Cesar Maia (argh!) só têm uma desculpa para dizer que a UPP é uma mentira: a pendenga partidária que desmerece tudo que vier de um adversário político. Quando bandeiras de partidos substituem os valores de nossa consciência, a vida e a inteligência naufragam.
Impossível não lembrar – a não ser que sejamos acometidos de uma amnésia oportunista – o pacote dos ex-desgovernos do Rio: a politização da política de segurança do Estado, os pactos sórdidos com traficantes, o descontrole no número de “autos de resistência” (eufemismo para extermínios nos becos por homens fardados), a absurda mortalidade de jovens favelados em brigas de gangues, o abandono total das favelas, que se espalhavam pelas matas e por áreas de risco.
Nossas favelas eram fortalezas do tráfico e do crime organizado, isoladas por barricadas. Havia o terror imposto aos moradores de bem, o aliciamento escancarado de garotos, a gravidez precoce de garotas encantadas pelos chefões, modelos de “heróis” armados e donos do pedaço. Jornalista só entrava ali após acordo prévio com o chefão ou assumindo risco de morte, como aconteceu com Tim Lopes.
É irresponsabilidade com o Rio de Janeiro e com o futuro dos jovens no asfalto e no morro tentar dinamitar o projeto das UPPs só porque a população tomou ódio ao governador Sérgio Cabral em seu segundo mandato, depois de ele ser reeleito com 66,08% dos votos e com a bênção de Lula. Um ódio compreensível diante da arrogância que Cabral construiu, ao menosprezar qualquer crítica e se fazer de “ixperto” como seu ídolo na terra e no céu, Lula.
Quantos Amarildos sumiram nas favelas, quantos pedreiros e filhos e mulheres de pedreiros foram incendiados em fornos por traficantes ou executados por policiais corruptos e metidos no tráfico e ninguém falou nada? Cariocas que hoje condenam pesadamente as UPPs iam à praia, subiam a serra, lotavam os bares e saíam em seus carrões 4x4 sem tomar conhecimento das chacinas nos morros. Era um assunto inconveniente. Os cariocas de bem nunca tinham enlameado nas ladeiras da Rocinha seus tênis made in China – a não ser para comprar droga.
Só comecei a entender a Rocinha quando dormi ali uns dias, em agosto de 2007, na Rua 2, para escrever sobre a urbanização comandada pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo. Já no governo Cabral, mas antes das UPPs. Uma cena nunca me saiu da cabeça. Eu bebia cerveja num boteco. Um rapaz passou na ruela, com um saco de mercado numa das mãos e uma submetralhadora cromada na outra, apontada para baixo. Eu não conseguia enxergar a arma, mesmo alertada por minha amiga. Como todos do asfalto, reconheço uma arma apenas quando é apontada para mim. Ali, na Rocinha, a submetralhadora equivalia às frutas e verduras, quase um peso compensando o outro, carregados com a naturalidade do cotidiano, como se não houvesse contradição entre a fonte da vida e o instrumento da morte.
Vamos, sim, criticar: está muito longe o cumprimento das promessas das UPPs. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, está consciente das frustrações. Sempre foi claro: o objetivo era recuperar os territórios e abrir caminho para a ocupação social do Estado e para a integração das favelas e dos jovens à cidade. Nunca se prometeu prender todos os traficantes ou acabar com o tráfico.
Há dois problemas sérios. Um é o Estado, incompetente para tornar prioridade a infraestrutura das favelas. É lenta demais a ocupação social – com saneamento, serviços essenciais de limpeza, luz, habitação, educação, saúde. O outro problema é a força policial: há casos excessivos de desvio de conduta. Foram expulsos 1.500 da corporação? Muito mais terão de ser expulsos.
Os equipamentos desligados simultaneamente na Rocinha – câmeras e GPS – no dia em que Amarildo foi detido bastariam para afastar o comando local da UPP até que se concluíssem as investigações. Ah, agora a versão é que ele e a mulher, Bete, ajudavam o tráfico nas horas vagas? É uma versão plausível, sim. Nada nas favelas é preto no branco. Há uma zona cinzenta, familiar e histórica que não acabará de um dia para o outro. Mesmo que Amarildo e Bete ajudassem, ele não poderia ter sumido depois de ser levado de casa num carro da UPP. Foi morto por traficantes? Por policiais? Ou por ambos?
É forçada a palavra “pacificação”. Não existem favelas pacificadas. Esse “P” da sigla talvez seja um equívoco, porque promete uma utopia irrealizável. Nenhuma cidade deste país, grande ou pequena, está livre de tráfico, assassinatos, latrocínios. Como exigir que uma favela seja uma ilha da fantasia, dissociada da realidade da violência urbana? O Brasil está longe de ser “pacificado”.