[]´sA fibra de carbono produzida através do bagaço da cana
Enviado por luisnassif, seg, 30/07/2012 - 13:31
Por Gustavo Belic Cherubine
Da Folha
UFRJ transforma o bagaço de cana em fibra de carbono
Pesquisa pode trazer alto valor agregado a 'resíduo do resíduo' do etanol
Material é valorizado pela indústria de alta tecnologia; cientistas pretendem patentear o novo procedimento
GIULIANA MIRANDA
Peças de carro, materiais da indústria de petróleo e até armações de óculos podem estar prestes a se juntar a etanol, cachaça e açúcar como produtos derivados da cana.
Cientistas brasileiros desenvolveram um jeito de transformar os resíduos da planta em fibra de carbono, material um bocado valorizado pela indústria.
Hoje, o bagaço da cana-de-açúcar é o principal resíduo do agronegócio brasileiro. Uma tonelada da planta usada para fazer etanol produz, em média, 140 kg de bagaço.
Boa parte desses restos acaba queimada nas próprias usinas como forma de gerar energia, mas é uma destinação que ainda não consegue absorver todos os resíduos gerados. Se armazenados incorretamente, eles podem se tornar um fator sério de poluição ambiental.
Foi pensando nisso que um grupo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiu agir e dar uma destinação mais nobre ao "lixo".
Eles desenvolveram um método que extrai a lignina -uma importante molécula "estrutural" dos vegetais, responsável, entre outras coisas, pela sustentação- do bagaço da cana e a trata para que ela seja transformada em fibra de carbono.
"Não é como transformar garrafa pet em tapete ou em árvore de Natal. É uma reciclagem com alto valor agregado, que pode gerar boas oportunidades, porque o Brasil ainda não tem produção industrial de fibra de carbono", diz Veronica Calado, coordenadora do trabalho e também do Núcleo de Biocombustíveis, de Petróleo e de seus Derivados da UFRJ.
Na verdade, o grupo de Calado aproveita o "lixo do lixo" da cana-de-açúcar. Novas técnicas já permitem que o bagaço da produção de etanol seja tratado quimicamente e usado para dar origem a mais álcool, o chamado etanol de segunda geração.
ÚLTIMA ETAPA
A fibra de carbono é obtida depois que o bagaço já passou por esse segundo processo. A lignina extraída do bagaço é processada e passa por vários processos, que vão aumentando o teor de carbono. No fim, obtém-se a fibra, que é laminada e pode ser vendida para as mais diversas aplicações.
Dez vezes mais forte do que o aço, mas ainda maleável e com elevada resistência à temperatura, a fibra de carbono é um material muito valorizado no mercado, com preços que podem variar entre US$ 25 e US$ 120 por kg.
A principal maneira de obtê-la hoje é derivá-la do petróleo, com muitos aditivos.
"A fibra de carbono pelo reaproveitamento da cana também é sustentável nesse sentido, porque vai diminuir a dependência do petróleo para mais um uso", avalia Verônica, da UFRJ.
No mundo, já existem outras iniciativas para transformar a lignina em fibra de carbono. Todos esses projetos estão também em fase experimental. O grupo brasileiro, porém, orgulha-se de conseguir fazer o trabalho com menos aditivos, obtendo ainda um "extrato" de lignina mais puro e com maior potencial de transformação.
O trabalho carioca ainda está restrito aos laboratórios, mas a técnica já se mostrou funcional. A coordenadora do estudo diz que não há ideia do preço final da fibra, mas que "com certeza ela será mais barata do que a vinda do petróleo".
Agora, os cientistas estudam a melhor maneira de patentear o projeto.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... co-da-cana
Repositório do Etanol
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Re: Repositório do Etanol
Mais um subproduto da cana.....Cada vez mais o conceito de usina terá que ser suplantado pelo de "biofábrica".
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Re: Repositório do Etanol
[]´sBNDES aprova projeto de inovação em cana-de-açúcar da holandesa DSM
18/09/2012 - 20h03
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o projeto da multinacional holandesa DSM e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para produção do ácido succínico a partir da cana-de-açúcar. Os valores a serem liberados ainda estão sendo discutidos, mas segundo o diretor de Desenvolvimento de Biotecnologia para a América Latina da DSM, Frank Nadimi, devem ficar próximos de R$ 8 milhões.
O anúncio foi feito nesta terça-feira em evento em São Paulo pelo chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Cavalcanti, que acrescentou que o financiamento será feito via Fundo Tecnológico (BNDES Funtec).
"Trata-se da primeira operação aprovada dentro do programa de apoio a projetos de inovação tecnológica a partir do uso da cana-de-açúcar como matéria-prima", afirmou Cavalcanti. Ele observa que a demanda total, hoje em trâmite no banco, por esse tipo de projeto é de cerca de R$ 3 bilhões.
Nadimi, da DSM, explica que o ácido succínico já está sendo produzido pela empresa na Europa, no entanto, usando amido como matéria-prima. "O ácido pode ser usado como substituto do ácido adípico, matéria-prima do nylon. No entanto, emite bem menos gases de efeito estufa do que o adípico que deriva do petróleo", explica Nadimi. O projeto de pesquisa aprovado no BNDES consiste no desenvolvimento do ácido succínico a partir da cana-de-açúcar.
http://economia.uol.com.br/ultimas-noti ... a-dsm.jhtm
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Re: Repositório do Etanol
[]´s
Carro movido a bagaço e palha de cana pode circular em 2014
André Cabette Fábio Do UOL, em São Paulo
05/08/201306h00
Na metade do ano que vem, o bagaço e a palha da cana-de-açúcar irão se transformar em matéria-prima para a produção de combustível, conhecido no mercado como "etanol de segunda geração".
Atualmente, o etanol disponível nos postos de gasolina é obtido por meio da fermentação do açúcar contido na cana. O bagaço da planta é usado apenas por algumas usinas para gerar energia elétrica, e parte da palha fica na lavoura, como fertilizante para a terra.
Com esse reforço de matéria-prima, será possível elevar a produção total de biocombustível em 30% sem precisar aumentar o cultivo de cana-de-açúcar, calcula Robson Freitas, diretor de negócios em novas tecnologias do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Localizado em Piracicaba (a 160 km de São Paulo), é considerado um dos maiores institutos de pesquisa em cana-de-açúcar do mundo.
Depois de sete anos de estudo, o centro será responsável pela produção do novo biocombustível --que ainda não tem data definida para chegar aos postos. A produção inicial será de 3 milhões de litros de etanol de segunda geração (também chamado de celulósico) por ano, na usina São Manoel, localizada em município paulista de mesmo nome.
Preço ainda não foi definido; desempenho do carro não muda
Ainda é cedo para estimar o preço do novo biocombustível, diz Freitas, mas ele diz acreditar que será competitivo. "Certamente, não será maior que o etanol convencional, cotado entre R$ 1,60 e R$ 1,80 por litro", diz.
Segundo o professor Silvio Shizuo, da Fundação Educacional Inaciana (FEI), o etanol de segunda geração não tem chances de interferir no desempenho dos carros. "O combustível não vai exigir maior potência dos motores porque é similar ao convencional", diz.
Para Shizuo, a produção do biocombustível mostra a importância do país no reaproveitamento de matérias-primas disponíveis no campo. "E sem a necessidade de aumentar um hectare de plantio de cana", afirma.
Projeto teve R$ 230 milhões do BNDES
Há sete anos, o Centro de Tecnologia Canavieira estuda essa tecnologia, que sempre se esbarrou em um percalço: encontrar uma enzima capaz de quebrar a celulose, que fica escondida no bagaço da cana, em moléculas de glicose, essencial para a produção do biocombustível. "Sem essa transformação não há etanol", diz Freitas.
A produção do CTC é fruto de uma parceria com a Novozymes, uma das maiores produtoras de enzimas do mundo. Há três anos, a empresa trabalha na seleção da enzima.
O projeto contou com a liberação de R$ 230 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem um programa de apoio a projetos que tragam inovação no uso do bagaço ou da palha da cana.
Usinas investem em projetos de etanol de segunda geração
Estima-se que os investimentos públicos e privados ultrapassam os R$ 2 bilhões para o desenvolvimento dessa tecnologia. Um dos projetos particulares mais adiantados é o da usina GranBio, localizada em Alagoas. A empresa espera entrar em operação no próximo ano, e atingir sua capacidade de 82 milhões de litros anuais do biocombustível de segunda geração.
Desde 2004, a Petrobras investe nesse setor e se prepara para iniciar a produção em escala comercial em 2015. Por enquanto, foram produzidos apenas 80 mil litros em caráter experimental. O investimento na tecnologia faz parte dos US$ 300 milhões previstos para pesquisas em biocombustíveis nos próximos anos.
Consumo do etanol em alta
Para a safra atual, a 2013/2014, a previsão é que o Brasil produza 26,6 bilhões de litros do biocombustível tradicional, 13,67% a mais que o ciclo passado, conforme a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Segundo a entidade, a procura por etanol está mais forte neste ano porque o governo federal ampliou de 20% para 25% a mistura do biocombustível à gasolina.
http://economia.uol.com.br/noticias/red ... m-2014.htm
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Re: Repositório do Etanol
Depois de anos abastecendo com gasolina, ontem voltei a encher o tanque com etanol. O motivo é que o etanol está por 1,79 e a gasolina 2,69. A diferença para o etanol é baixa e autonomia também, mas o carro fica fortinho.
Cheguei a subir um ladeira perto de casa em terceira que é possível apenas quando o carro está alcoolizado. Nem lembrava como era.
Cheguei a subir um ladeira perto de casa em terceira que é possível apenas quando o carro está alcoolizado. Nem lembrava como era.