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Mensagem
por Túlio » Qua Jul 24, 2013 11:39 am
Peço perdão aos colegas, temo ter desvirtuado um tópico tão legal, tirando o foco original - que era a necessidade (ou não) da existência de uma GU meio "estranha", em termos Doutrinários, em RR - e foquei puramente em determinados equipamentos.
Bem, ficou off topic, retomemos então o tema. Isso que o Hélio escreveu era o que EU deveria ter escrito, cheguei a pensar em algumas coisas a respeito ontem mas acabei não postando.
Por exemplo, com tanta mistura de equipamentos, qual seria o tamanho do B Log? Bobear e seria o maior e mais caro do EB, porque até aqui no RS, onde fica sediado o grosso das Forças Blindadas do Brasil, há trechos praticamente intransponíveis a CCs, como estradas estreitas demais e pontes de madeira - é, século XXI e... - e até lugares onde sequer há meios diretos de travessia de rios. Um exemplo: se uma unidade de Leo1 sai de Santa Maria para enfrentar um inimigo em Charqueadas, tem duas opções: ou atravessa o Rio Jacuí de balsa, um por um, ali em Triunfo (e não sei se aquela balsa aguenta um CC mais seu caminhão), ou dá uma baita volta (e não sei se a ponte levadiça do Rio Guaíba aguenta). Em ambos os casos vai ser uma tremenda perda de tempo e combustível. Se no RS é assim, imagino em Roraima...
A rigor, me parece que o citado B Log teria de ser, na presença de CCs pesados como os citados M-60 e Leo2, na verdade um Parque de Manutenção, pois TUDO teria que ser feito ali. A FAB não tem meios aéreos - nem previsão de vir a ter - capazes de transportar uma VTR dessas, assim como tenho minhas dúvidas sobre a eficiência de se usar um NDCC - que eu saiba a MB só tem um mesmo - para transportar o que necessitam de maiores consertos até algum lugar onde isso possa ser feito, BEEEEEM ao sul.
Mas a idéia de uma GU de Cavalaria Mecanizada parece ter suas vantagens sim, um Iveco pode ser transportado por um Hércules - conforme a versão, já sai "de casa" meio "pelado" para caber no envelope da aeronave. Isso será simplificado/melhorado com a chegada do 390. Versões VBTP (.50), VCI (30 mm) e VBR (105 mm, no mínimo), além de uma com Mrt 120 mm (prevista) e provavelmente uma capaz de conduzir algum tipo de obuseiro (nunca ouvi falar mas a necessidade é a mãe da invenção). Além disso, o ASTROS também cabe tanto no 130 quanto no 390. Para completar, um Batalhão de Engenharia e outro de Aviação, este com helis utilitários como o Blackhawk, leves para esclarecimento e ligação como o Esquilo e talvez Panteras com mísseis AC completariam o time.
Estou "tocando de ouvido", supondo que, conforme informado pelo colega Gitanoba, haja mesmo amplas áreas propícias à operação de meios mecanizados/blindados em RR, pois não conheço a região. Mas não vou deixar, como lamentavelmente o fiz ontem, de externar outra dúvida: o relevo e vegetação são tudo? E o clima? Como se sairão veículos cheios de sensores delicados e sofisticados em plena estação das chuvas? E a consistência do dito terreno nesta época, permitiria a operação normal das ditas VTRs?
Mas repito, é um bom tema para debate, a meu ver.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)