minfisto escreveu:Prezado minfisto, mas além da remuneração, condições adequadas de trabalho precisam acontecer. Tenho um amigo que fui padrinho de seu casamento, que é otorrino, formado na Ufrj e trabalha aqui em Gyn, que disse que o governo demora a comprar coisas para os hospitais públicos, mas quando o faz, compra coisas de primeira. Mas há fartos relatos país afora de casos em que há hospitais equipados, remuneração adequada e, mesmo assim, médicos não querem ir para lá. A verdade é que, em se tratando de saúde, para além de discussões políticas ou classistas, há que se ter concessões por ambos os lados para o bem maior, que é a saúde da população e a razão de ser da medicina. Sobre seu conhecido amigo juiz, data venia do entendimento exarado por sua excelência o mm magistrado, caso ocorresse algo com o paciente, não tendo o médico agido com dolo, atendendo em caráter emergencial, não poderia ser condenado com base em dolo eventual, pela falta de condições adequadas (isso teria que ser apontado ao gestor que deixou a situação assim ficar). Caso ocorresse isso, penso eu, no meu pequeno conhecimento jurídico, que tal sentença seria facilmente derrubada em segundo grau e/ou pelas instâncias superiores. Com relação ao engenheiro, se ele soubesse sim do material da obra ser de segunda e anuisse com a obra, seria sim condenado.
Gde abs
Concordo que tem que haver abertura de ambos os lados, mas, pq entao o governo nao cria carreira para médicos assim como os magistrados como forma de estimular a fixação de pessoas em regioes com menos densidade de médicos, em vez da medida intransigente de obrigar estudantes de medicina a trabalhar por 2 anos apos a conclusão de 6 anos de faculdade.
Em relação ao caso que citei, teria culpa sim, inclusive consultei na época o crm, e disse que como a cirurgia inicial era eletiva o medico assume o risco operando em um local onde sabidamente o centro Cirurgico fecha a noite. É a mesma coisa que vc realizar uma cirurgia eletiva de grande porte sabendo que esse pode necessitar de UTI, num hospital sem UTI. Inclusive nesses casos seria punido até pelo CRM.
Deve ter lugares como vc citou onde há estrutura e salários descentes e faltam médicos, porem, te garanto que sao a minoria, e pode apostar que tem coisa errada, quando me formei, fui trabalhar numa cidade bem pequena aqui no Paraná, com promessa de salário de R$10.000, trabalhei 3 meses e até hj nao recebi nada.....alias essa é outra pratica comum, calote.....no Sus vc trabalha hj pra receber daqui a 4 meses, no caso de trabalho por produção.[/quote]
Se for eletiva é outra conversa, achei que fosse emergencial, pelo sangramento. Aliás o próprio código de ética médica não obriga atendimento em caso de emergência? Se for assim como equalizar a baliza falta de condições com atendimento emergencial? Creio a tentativa de salvar a vida ser prioritária.Mas mesmo assim o médico teria grandes chances de resolver juridicamente a questão a seu favor, penso eu (aliás a jurisprudência é forte no sentido de condenações só em caso de dolo, erro médico, ou agindo com neglic, imprud ou imperícia).
Com relação a proposta, se fosse reduzido o tempo de 2 anos para 1 ano será que os médicos poderiam aceitar? Isso demonstraria pelo menos disposição para negociação. Pelo divulgado eles são contra geral, qualquer tempo.
Sou favorável à criação da carreira médica, mas não nos moldes máximos equiparados a juiz/promotor, não por um ser mais importante que outro, nada disso, mas pelo fato que ao juiz, só é permitido outro emprego como professor, se não houver choque de horários. Os médicos podem ter vários empregos (tanto é que há aqueles problemas as vezes relatados de não cumprimento de jornada, mesmo em caso de 20h). Mas o governo poderia equipará-los as carreiras da Pf, jurídicas ou fiscalização federal, que tem remuneração entre 14 e 20 mil (até 2015 aprox. entre 15 e 22,5 mil), mas isso para 40h. Para 20 h, seria a metade. Gostaria também que sendo criada a carreira médica, houvesse uma conscientização dos doutores para integral cumprimento da carga horária (20 ou 40 h) e fiscalização rigorosa por parte dos órgáos de fiscalização, Mps etc.
abs