Brasil (atualizada)
Manifestantes tentam invadir e danificam o Itamaraty
por Lusa, publicado por Luís Manuel Cabral Hoje
Grupo de manifestantes junto ao Palácio do Itamaraty Fotografia © Gustavo Froner - Reuters
Um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, e foram reprimidos pela polícia que utilizou bombas de gás para dispersá-los, segundo imagens da televisão local.
O edifício, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é um dos mais importantes da capital brasileira.
No Rio de Janeiro, 22 pessoas deram entradas no Hospital Souza Aguiar com sintomas de ferimentos provocados por balas de borracha e pedras, segundo informações da emissora de televisão "Globo".
Manifestantes lançaram uma bomba no acesso ao Hospital onde os feridos estavam a ser atendidos, gerando um foco de incêndio. O fogo foi controlado pelos bombeiros.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, António Patriota, afirmou hoje que os danos ao edifício do Itamaraty foram "consideráveis" e condenou os atos de vandalismo ocorridos durante a manifestação desta quinta-feira na capital brasileira.
"Fiquei muito indignado com o que ocorreu, o prédio é um património da nação brasileira, que representa a busca do entendimento pelo diálogo com base no direito, foi um ato de vandalismo que não pode se repetir", afirmou o ministro em entrevista à emissora de rádio "CBN".
Durante a manifestação, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em Brasília na quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Lisboa), uma parte dos manifestantes tentou invadir o Palácio do Itamaraty enquanto outros atiraram pedras contra o edifício, considerado uma das grandes obras da arquitetura moderna.
De acordo com o ministro, havia um número reduzido de funcionários dentro do prédio no momento do conflito, mas ninguém ficou ferido. Já os danos materiais foram importantes, com vidros partidos e buracos, "provavelmente provocados por algum tipo de bala".
"Conclamaria a todos os manifestantes que observassem a calma e que respeitassem o património da nação brasileira. Saudamos as manifestações pacíficas, mas quando se trata de distribuição do património já são ações que precisam ser condenadas", reforçou.
Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil e de outros países.
A repressão policial às manifestações motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de manifestação, bem como outras queixas, entre quais corrupção e a falta de transparência.
Em particular, as manifestações criticam os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de outras áreas como a saúde e na educação.
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior. ... LP&page=-1
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Presidente do Brasil convoca ministro da Justiça para avaliar protestos
Lusa 21 Jun, 2013, 07:14 / atualizado em 21 Jun, 2013, 07:14
A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, marcou uma reunião de emergência com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, após mais uma noite de protestos que
reuniu cerca de um milhão de pessoas em todo o país.
O encontro consta na agenda oficial de Dilma Rousseff, divulgada no final da noite de quinta-feira (madrugada de sexta-feira em Lisboa) pela assessoria da Presidência da República.
A líder brasileira já havia cancelado esta quinta-feira a viagem oficial de uma semana que faria ao Japão, a partir do próximo domingo. A justificativa, de acordo com seus assessores, era de que Dilma Rousseff preferiu não deixar o país nesse momento.
De acordo com a imprensa brasileira, outros ministros também foram convocados para a reunião, na qual a líder brasileira deverá avaliar a proporção e o alcance dos atos que terminaram com episódios de vandalismo e violência em algumas cidades, incluindo Brasília e Rio de Janeiro.
O vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que estavam em visita à Rússia, anteciparam os seus regressos ao país e chegaram esta noite a Brasília.
As manifestações, que começaram no início de junho, foram originalmente convocadas para protestar contra o aumento da tarifa do transporte público.
Os atos ganharam força após imagens de repressão policial na semana passada, tendo reunido mais 65 mil pessoas, em São Paulo, e 100 mil pessoas, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira.
A crescente adesão ao movimento fez com que uma série de cidades brasileiras revogasse o aumento das tarifas na quarta-feira à noite.
O anúncio, no entanto, não foi o suficiente para conter as insatisfações e os protestos que já estavam marcados para esta quinta-feira foram mantidos.
Somente no Rio de Janeiro, mais de 300 mil pessoas foram às ruas em uma passeata sem incidentes nas duas primeiras horas, mas que terminou com confrontos com polícias, focos de incêndio e instalações públicas depredadas no final da noite.
Em Brasília, um pequeno grupo de radicais tentou invadir o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores e uma das obras arquitetónicas mais importantes do capital brasileira, tendo sido contido com bombas de efeito e gás pimenta pela polícia.
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