Ministério da Defesa

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Re: Ministério da Defesa

#151 Mensagem por Paisano » Dom Nov 18, 2012 2:36 pm

O Brasil prepara a sua defesa

Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012 ... ua-defesa/
A nossa defesa é uma tarefa do povo brasileiro, tendo como vanguarda os corpos armados.

Jornal do Brasil
Mauro Santayana


Sobre a mesa de centro da sala de espera há dois quepes militares, sendo estrangeiro um deles. Isso explica porque o Ministro da Defesa, Celso Amorim, me atenda alguns minutos depois da hora marcada: ele se despedia do Comandante da Marinha do Senegal, contra-almirante Mohamed Sane, que recebera meia hora antes.

O ex-chanceler é homem de boa biografia para ocupar o cargo, porque sempre foi afirmativo em suas posições. Em 1982, presidente da Embrafilme, teve a coragem de financiar, com dinheiro do Estado, a primeira denúncia cinematográfica das torturas cometidas pelos agentes da Ditadura, com o filme “Pra Frente, Brasil!”, de Roberto Farias. Foi, é claro, demitido.

Ao assumir o cargo de Chanceler, no governo Lula, Amorim – na presença da Embaixadora dos Estados Unidos – recomendou aos jovens diplomatas que, acima de tudo, não tivessem medo. E mostrou a que viera, ao nomear, para a Secretaria-Geral do Itamaraty, o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que fora ostensivamente hostilizado durante o governo anterior, em razão de sua firme atitude nacionalista. Conduziu política externa de afirmação nacional, coerente com a de alguns de seus antecessores, também do regime militar, que foi oposta à dos oito anos anteriores, os de Fernando Henrique Cardoso, e bem próxima de sua atuação quando, no governo Itamar Franco, ocupou pela primeira vez a Secretaria de Estado.

Imagem
Ministro Celso Amorim diz que defesa do Brasil é tarefa do povo brasileiro

A nossa conversa começou com uma olhada ao mundo. Se, de acordo com a visão de Clausewitz, política internacional e guerra se complementam, com os embates armados se seguindo à movimentação diplomática, Amorim está no lugar certo. Ele, diplomata atento, conhece bem a história política internacional – e não só a partir do Tratado de Westphalia, que é tido como o alicerce do poder mundial de nosso tempo. Seus olhos vão mais atrás, na longa crônica dos conflitos planetários, desde que deles há registros. Enfim, o mundo é da forma que é. Sendo assim, temos que nos preparar, e conviver com a realidade - não com o sonho.

Não queremos outro poder que não seja o de garantir a nossa soberania territorial e o respeito internacional à nossa autodeterminação

Todos os países têm uma estratégia de poder, e a mais conhecida delas, no mundo contemporâneo, é a dos Estados Unidos. Os norte-americanos nunca esconderam o seu projeto expansionista, exposto a partir de 1845 – quando se preparavam para a guerra com o México, com a doutrina do Destino Manifesto. A frase foi criada pelo jornalista John Sullivan, ao exigir, em artigo, a anexação do Texas: a “divina providência” dotara o país da missão de dominar o mundo.

JB - Ministro, qual é a estratégia de poder do Brasil?

CA - O Brasil – e isso não é só uma convicção nossa, mas é também do conhecimento da comunidade internacional – não tem o objetivo estratégico de expansão de seu poder no mundo. O que a natureza e a história nos deram é bastante. Não queremos outro poder que não seja o de garantir a nossa soberania territorial e o respeito internacional à nossa autodeterminação. Para isso, é claro, devemos dispor de suficiente capacidade militar de defesa. A nossa estratégia pode ser resumida em uma ideia básica: cooperação ativa com os nossos vizinhos continentais, a fim de manter a paz e a defesa de nossos interesses comuns, e capacidade bélica a fim de dissuadir a agressão de eventuais adversários externos à nossa região, por mais poderosos sejam. Não nos amedrontamos: estamos dispostos a resistir a qualquer agressão com determinação e bravura. É nesse duplo movimento que o Brasil vem agindo e continuará a agir.

Preocupações com a África

O Ministro lembra que a situação geopolítica do Brasil, com a nossa extensa costa atlântica, vis-à-vis com a África Ocidental, traz-nos responsabilidade e preocupação com essas águas, que sempre singramos, em nossas relações seculares com o outro grande continente meridional. Temos excelentes relações, também de natureza militar, com as novas nações, e não as limitamos àquelas que, tendo sido colonizadas por Portugal, são nossas irmãs históricas. A propósito, faz menção à visita de cortesia do contra-almirante Mohamed Sane, do Senegal, que acabara de receber. No decorrer do encontro o contra-almirante referiu-se a uma ação da Marinha Brasileira, em Cabo Verde, de treinamento de tripulações para atendimento médico e social das populações litorâneas e ribeirinhas, e mostrou interesse em receber a mesma colaboração.

Nesse particular, recordou que, terminado o regime de apartheid na África do Sul, tão logo a última nave de guerra sul-africana deixou o porto da Baía de Walvis, na Namíbia, nele encostou uma fragata brasileira. O Brasil está presente na Namíbia, ajudando seu povo a construir a nação, depois de dura dominação européia, iniciada pelos holandeses, há mais de 200 anos. Está presente na Namíbia, como está na Guiné, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe e, naturalmente, em Angola. E em Moçambique – do outro lado do continente – isso sem falar em Timor Leste. Enfim, o Brasil não está ausente do mundo.

Amorim é cuidadoso nas respostas. Como Ministro da Defesa cabe-lhe preparar as forças militares a fim de cumprir as decisões tomadas pela Chefia do Governo e do Estado, a partir de uma visão conjunta do país e do planeta. Esse cuidado é ainda mais nítido, quando fala na geopolítica brasileira, a fim de não entrar nas atribuições do Itamaraty – que conduziu por mais de onze anos.

Não lhe é difícil, no entanto, manter, como diretriz mental, a linha básica da política externa que vem sendo a mesma, desde a Independência, mas de forma mais nítida com a República e com Rio Branco: a da permanente e pragmática defesa da soberania nacional, a do não alinhamento automático a essa ou àquela potência, e da autodeterminação dos povos, dentro das condições objetivas de seu tempo - ainda que eventualmente desprezada por certos governantes, como ocorreu com a doutrina das fronteiras ideológicas da Ditadura. Amorim, como bom diplomata, faz silêncio, quando lembro o alinhamento constrangedor do governo de Fernando Henrique a Washington.

Operação na fronteira

Conversamos dias depois de terminada a Operação Ágata VI que teve ampla repercussão internacional, mas foi pouco divulgada pela imprensa brasileira. O ministro está satisfeito com o desempenho das três forças no exercício de patrulhamento intensivo da fronteira. Ao mesmo tempo em que as tropas se preparam para eventuais combates na defesa do território – não contra os vizinhos, dos quais nada temos a temer – realizam a necessária coerção contra o contrabando, de armas e de drogas. E presta assistência médica e social às populações que vivem quase isoladas nos confins do Oeste e do Norte. Nossas fronteiras terrestres são extensas, e não há como delas cuidar apenas com as corporações policiais. É preciso, assim, ter tropas adestradas para intervir, sempre que necessário.

- Temos convidado os países vizinhos para enviar observadores a essas operações. Alguns os enviaram, outros, não. Houve ainda os que, decidiram realizar operações semelhantes e simultâneas em seu próprio território, e isso tornou a nossa tarefa ainda mais fácil – disse o Ministro.

Amorim, que é homem de formação intelectual inclinada para a cultura, como cineasta que foi (e pai de cineastas), não se sente deslocado entre os militares. Sempre entendeu que a ordem é a razão dos corpos armados, o que significa absoluto respeito à hierarquia. Na verdade, disciplina e hierarquia são atributos profissionais dos soldados, o que não impediu que houvesse sempre chefes militares que atuassem como homens de Estado.

O ministro cita Caxias, um clausewtziano, que, obtida a vitória sobre o Paraguai, com a tomada de Assunção, sugeriu o armistício generoso e o fim das hostilidades – e foi substituído no comando pelo Conde d’Eu. O genro do Imperador, impelido pelo ânimo vingador do Trono, atuou ali com os exageros que conhecemos e ainda nos constrange. Antes disso, na repressão aos movimentos libertários e descentralizadores das províncias, o Duque sempre promovera a anistia aos revoltosos, no momento em que as armas silenciavam.

Amorim não diz nada, mas entende a pausa de silêncio do entrevistador e a ela responde com a frase lateral:

- As experiências mais recentes estão cimentando, nas Forças Armadas, a opinião de que devem profissionalizar-se ao extremo e dispor dos mais avançados instrumentos de combate para a sua missão constitucional. Sempre repito a ideia de que a nossa defesa é indelegável. Por melhores amigos que tenhamos no mundo, não serão eles os responsáveis pela segurança de nossas fronteiras e de nossas razões. Essa é uma tarefa do povo brasileiro, tendo como vanguarda os corpos armados. As guerras modernas, sempre indesejáveis, mobilizam as nações em seu todo, e isso ficou bem claro na Segunda Guerra Mundial. Nenhuma política de defesa será eficaz se não houver o perfeito entrosamento patriótico entre os cidadãos uniformizados e os civis.

Tecnologia bélica

Entramos na questão da tecnologia bélica, que Amorim prefere qualificar como “de defesa”. Reitero-lhe uma preocupação, exposta neste mesmo Jornal do Brasil, com a desnacionalização da já de si modesta indústria brasileira de armamentos.

O Ministro procura tranquilizar a inquietação nacional com relação ao problema. Reconhece que descuidamos um pouco do assunto e que as dificuldades econômicas nacionais, manifestadas na dívida externa que consumia a maior parte das receitas orçamentárias, impediram o desenvolvimento da indústria estatal de armamentos e munições, e que empresas estrangeiras acabaram se associando às indústrias privadas nacionais do setor, absorvendo algumas delas. Mas pondera que nenhuma nação do mundo dispõe de indústria militar totalmente autônoma, mesmo que disponha de conhecimento para isso. Sempre compra alguma coisa que não consegue ainda produzir ou porque há outras razões, entre elas as da reciprocidade no comércio exterior.

- Já que temos de comprar, por que não comprar dos BRIC?

Amorim explica que estamos mantendo cooperação na área militar com a Índia, com aviões radares, que produzimos e os indianos equipam com os instrumentos eletrônicos. E que adquirimos helicópteros russos de ataque para a Força Aérea. Quanto aos aviões de caça, que muitos davam como certa a aquisição dos Raffale, da França, nada está ainda decidido. Caberá à Presidente (ou presidenta, como prefere o Ministro) a palavra final.

Autonomia da indústria de defesa

- Creio, diz o ministro, que nossa colaboração mais estreita se faz e se fará ainda mais no âmbito do IBAS – Índia, Brasil e África do Sul. Com esses países realizamos exercícios navais conjuntos e trabalhamos no desenvolvimento de equipamentos e petrechos de defesa. São países democráticos, com problemas sociais internos semelhantes e desafios idênticos, cada um deles de grande importância em seus continentes respectivos. E todos os três situados politicamente no Hemisfério Sul, ainda que a Índia esteja acima do Equador.

Mas ele ressalva a necessidade de incentivar a indústria nacional.

- Nossa preocupação maior, no entanto, é com o máximo de autonomia na indústria da defesa. Tudo o que nos for possível fabricar em nosso país, devemos fabricar. Sabemos que, em caso de um conflito, nem sempre podemos contar com alguns fornecedores. A Embraer está vendendo supertucanos para o mundo inteiro e acaba de exportá-los para a Indonésia. Ainda que não estejamos mais produzindo os blindados Osório – que teve uma encomenda volumosa para um país árabe desfeita por pressão de terceiros - começamos a produzir os Guaranis, em Minas Gerais. Estamos, com a Amazul, cuidando da modernização da Marinha, e queremos produzir nossas belonaves aqui mesmo. A Avibrás, por decisão da presidenta, está fabricando lançadores de foguetes. Avançamos na produção de munições não letais, e estamos na vanguarda dessa indústria, mas não descuidamos a produção de cartuchos convencionais, de que somos dos maiores produtores do mundo. A nossa indústria bélica se refaz, para chegar ao nível da necessidade. A indústria bélica é, sobretudo, tecnologia, que em nossos dias, significa eletrônica.

Como uma ideia puxa a outra, entramos na questão da cibernética, como um dos modernos meios de guerra. Amorim diz que não estamos alheios ao problema. Cita uma reunião ocorrida recentemente em Brasília, da qual participaram militares e especialistas civis.

- Nesse encontro, diz o ministro, um professor afirmou que a guerra cibernética já começou. Temos um Centro de Guerra Eletrônica em funcionamento e desenvolvemos pesquisas intensivas nesse campo de conhecimento. Em suma, não estamos desatentos. Sabemos que, sobretudo para a vigilância de nossos dois espaços mais vulneráveis, o da Amazônia, com seus imensos recursos naturais, e as águas atlânticas brasileiras, com o pré-sal, as armas eletrônicas têm prioridade absoluta.

O ministro está otimista. O Brasil cresce em seus entendimentos, na área da defesa, com os demais países do Continente. A Unasul e o Conselho de Defesa continental trabalham em conjunto e de forma a cada dia mais harmônica. Trata-se de uma fatalidade geográfica: a Natureza e a História nos uniram, e devemos dar a essa realidade uma construção política, na qual a autodeterminação de todos e de cada um esteja assegurada, e, da mesma forma, assegurada a paz na região, para servir à paz no mundo.




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Re: Ministério da Defesa

#152 Mensagem por FCarvalho » Seg Nov 19, 2012 10:23 am

Porque será que este ministro toda a vez que abre a boca para falar de defesa não me convence? Será porque ele não consegue convencer nem a si mesmo?

abs.




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Re: Ministério da Defesa

#153 Mensagem por NettoBR » Sex Dez 28, 2012 3:22 pm

Brasil aprova política de defesa cibernética para a Copa
27 de Dezembro de 2012 • 14h42

O Ministério da Defesa aprovou a política que define estratégias de defesa cibernética nos níveis operacional e tático e que deve ser aplicada nos grandes eventos que serão sediados no País, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Portaria que aprova a Política Cibernética de Defesa foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União.

De acordo com o documento, caberá ao ministério, em conjunto com as Forças Armadas, impedir ou dificultar a utilização criminosa da rede. Para isso, a política prevê a implantação do Sistema Militar de Defesa Cibernética, composto por militares e civis, e o fornecimento da estrutura e infraestrutura para que as atividades de defesa sejam desempenhadas.

Deverão ser criados e normatizados processos de segurança cibernética para padronizar os procedimentos de defesa da rede. Deverão também ser estabelecidos programas e projetos para assegurar a capacidade de atuar em rede com segurança. A política deve integrar as ações já em curso de defesa cibernética no país.

Em agosto de 2011, foi criada, por meio do Decreto 7.538, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, responsável por planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações de segurança para esse tipo de evento, promovendo a integração entre os órgãos de segurança pública federais, estaduais, distrital e municipais envolvidos com a questão.

Já em agosto deste ano, portaria do Ministério da Defesa estabeleceu as diretrizes que vão nortear a atuação dos militares do Exército, da Marinha e Aeronáutica durante os grandes eventos.
A portaria também autoriza o Ministério da Defesa a empregar, temporariamente, as Forças Armadas para atuar na segurança e defesa cibernética, defesa contra terrorismo, fiscalização de explosivos, contingência e defesa contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares; e em outras atribuições constitucionais das Forças Armadas, em todas as cidades-sede, durante a Copa e as Olimpíadas.

Apesar de não ter sofrido nenhum grande atentado virtual, o Brasil é um dos países com maior ocorrência de crimes cibernéticos. Em pesquisa realizada pela empresa norte-americana Norton, especializada em antivírus, o Brasil estava, em 2011, em quarto lugar em uma lista de 24 países com maior quantidade de crimes cibernéticos aplicados, abaixo da China, África do Sul e México.

Segundo a pesquisa, 80% dos adultos brasileiros já foram vítimas desse tipo de crime. A cada 11 dias, uma nova vítima de crime cibernético é registrada no país. Calcula-se que, em 2011, o prejuízo tenha chegado a US$ 15 bilhões.

Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/internet ... aRCRD.html




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Re: Ministério da Defesa

#154 Mensagem por NettoBR » Ter Fev 19, 2013 10:53 am

Angola quer ajuda do Brasil para criar indústria de defesa
Agência Lusa | Atualizado em 18.02.2013 - 17h50

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A visita de Celso Amorim ocorre cerca de duas semanas depois de a Embraer Defesa e Segurança ter entregue os três primeiros aviões A-29 Super Tucano, turbo-hélices de ataque leve e treino avançado à Força Aérea Nacional de Angola (Antônio Cruz/ABr)

Luanda - Durante encontro realizado nesta segunda-feira (18) em Luanda, capital de Angola, o país africano pediu ajuda ao Brasil ajuda para criar uma indústria de defesa com objetivo de reduzir a dependência do exterior na compra de material bélico.

O pedido foi feito pelo ministro da Defesa angolano, Cândido Van-Dúnem, na abertura das conversações com o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, que hoje iniciou uma visita de dois dias ao país. Cândido Van-Dúnem destacou em sua fala a ligação com o Brasil, primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975.

"É importante sublinhar, que no âmbito do processo de reestruturação e potencialização das Forças Armadas Angolanas, o nosso país tem mantido uma cooperação privilegiada com diversos países do mundo, em que se inscreve o Brasil, com quem partilhamos vantagens mútuas", afirmou.

Celso Amorim, que integra na sua delegação oficiais superiores dos três ramos das forças armadas brasileiras e empresários da indústria de defesa brasileira, visita nesta segunda-feira (18) a Base Naval de Luanda. As conversações bilaterais terminam na terça-feira com a assinatura do documento final, seguido da leitura de um comunicado de imprensa.

A visita de Celso Amorim ocorre cerca de duas semanas depois de a Embraer Defesa e Segurança ter entregue os três primeiros aviões A-29 Super Tucano, turbo-hélices de ataque leve e treino avançado à Força Aérea Nacional de Angola. Aqueles aparelhos, que serão empregados em missões de vigilância de fronteiras, constituem a primeira entrega, pois a encomenda de Angola são seis aviões A-29.

Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/internac ... -de-defesa




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Re: Ministério da Defesa

#155 Mensagem por NettoBR » Seg Abr 22, 2013 10:15 am

Ministério da Defesa recebe ufólogos para tratar de documentos sobre OVNIs
Brasília, 18/04/2013

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Membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e representantes das Forças Armadas reuniram-se na tarde desta quinta-feira, no Ministério da Defesa (MD), para tratar do acesso a documentos militares que tratam de relatos envolvendo Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs).

O encontro foi o desdobramento de uma reunião ocorrida no início de fevereiro, quando o ministério debateu procedimentos administrativos para responder a requisição de informações feitas por mais de 30 conferencistas do Brasil no IV Fórum Mundial de Ufologia.

Na ocasião, determinou-se que todos os documentos sob responsabilidade da Marinha, do Exército e da Aeronáutica relacionados ao assunto fossem tornados públicos, como estabelece a Lei de Acesso à Informação (LAI).

Durante a reunião desta quinta, os pesquisadores relataram as dificuldades encontradas para acessar documentos classificados como secretos e ultrassecretos. “Existem muitas questões sem resposta em casos famosos como o de Varginha, o da Corveta Mearim e da Ilha de Trindade”, disse Ademar Geavaerd, editor da revista UFO.

O secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério, Ari Matos, afirmou que as informações que ainda não se tornaram públicas são exceções. “A regra geral é disponibilizar todos os documentos. Alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, mas isso é uma questão que em breve será solucionada”, completou.

Segundo o diretor do Departamento de Organização e Legislação do MD, Adriano Portella, a Defesa tem feito todo o esforço para cumprir os prazos estabelecidos pela LAI no que diz respeito à desclassificação e publicação dos documentos. “A lei determina o prazo de dois anos, a partir de sua vigência, para a revisão das informações classificadas como secretas e ultrassecretas”, explicou Portella. “Esse trabalho já está sendo feito, e os documentos serão desclassificados dentro do prazo legal”.

Na avaliação de Ari Matos, o resultado mais importante do encontro foi estabelecer uma relação de parceria com os ufólogos. “A LAI abriu a possibilidade de o grande público acessar diversas informações produzidas pelo governo. É preciso criar um caminho regular de contato que atenda aos interesses da comunidade de ufólogos e da sociedade”, disse o secretário.

Ao final do encontro, os ufólogos comemoraram a iniciativa. “Essa é uma data que vai entrar para a história da Ufologia”, disse Fernando Aragão, da revista UFO. “É a primeira vez que o Ministério da Defesa de um país chama ufólogos para conversar formalmente sobre discos voadores”, celebrou. “Estamos otimistas com a porta que nos foi aberta e esperamos avançar nas discussões”, disse Aragão.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4070


Fonte: https://www.defesa.gov.br/index.php/ult ... obre-ovnis




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Re: Ministério da Defesa

#156 Mensagem por Sávio Ricardo » Sex Mai 03, 2013 11:27 am

Operação Prato: Defesa vai liberar documentos sobre óvnis


http://noticias.terra.com.br/ciencia/es ... aRCRD.html




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Re: Ministério da Defesa

#157 Mensagem por BrasilPotência » Sex Mai 03, 2013 1:16 pm

[009] [009] [009] [009] [009] :mrgreen:




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Re: Ministério da Defesa

#158 Mensagem por NettoBR » Ter Mai 21, 2013 9:51 am

http://www.youtube.com/watch?v=tC4z6J3LVr8




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Re: Ministério da Defesa

#159 Mensagem por FCarvalho » Ter Jun 11, 2013 10:57 am

10 de Junho, 2013 - 09:33 ( Brasília )
Defesa
MINISTÉRIO DA DEFESA COMEMORA 14 ANOS DE EXISTÊNCIA

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Há 14 anos, o Brasil passou a contar com um órgão para exercer a direção superior das Forças Armadas. Criado em 10 de junho de 1999, o Ministério da Defesa possui uma trajetória cronologicamente curta, mas com resultados expressivos em sua busca pelo desenvolvimento de uma mentalidade de defesa na sociedade.

Desde que foi criada, a pasta trabalhou intensamente na modernização das Forças, no desenvolvimento de centros de pesquisa, na cooperação com a manutenção da paz, na criação de uma indústria nacional de defesa, no fortalecimento de canais de interação entre governo–sociedade, na abertura de espaço para as mulheres nas Forças Armadas e no fortalecimento do próprio ministério como instituição.

Ao longo desta semana, essas conquistas serão celebradas em diversas solenidades. Deixamos aqui um pequeno resumo dos principais momentos do ministério nesses 14 anos de existência e parabenizamos todos aqueles que ajudaram, e continuam a ajudar, a construir essa história.

http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... existencia




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Re: Ministério da Defesa

#160 Mensagem por Guerra » Qui Jun 20, 2013 7:10 pm

Paisano escreveu:
A nossa defesa é uma tarefa do povo brasileiro, tendo como vanguarda os corpos armados.

Jornal do Brasil
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É sério isso?
Ficou melhor que: "pais rico é pais sem miséria"




Editado pela última vez por Guerra em Qui Jun 20, 2013 7:15 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Ministério da Defesa

#161 Mensagem por Guerra » Qui Jun 20, 2013 7:12 pm

NettoBR escreveu:Angola quer ajuda do Brasil para criar indústria de defesa
Agência Lusa | Atualizado em 18.02.2013 - 17h50
2
Voces não imaginam minha alegria de saber que tem pais pior que o nosso. Só podia ser na áfrica mesmo!




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Re: Ministério da Defesa

#162 Mensagem por Guerra » Qui Jun 20, 2013 7:14 pm

FCarvalho escreveu:Porque será que este ministro toda a vez que abre a boca para falar de defesa não me convence? Será porque ele não consegue convencer nem a si mesmo?

abs.
Sei lá, eu gostei de saber que ele se preocupa com UFOs e invasões alienigenas




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Re: Ministério da Defesa

#163 Mensagem por Guerra » Qui Jun 20, 2013 7:19 pm

FCarvalho escreveu:10 de Junho, 2013 - 09:33 ( Brasília )
Defesa
MINISTÉRIO DA DEFESA COMEMORA 14 ANOS DE EXISTÊNCIA

Imagem

Há 14 anos, o Brasil passou a contar com um órgão para exercer a direção superior das Forças Armadas. Criado em 10 de junho de 1999, o Ministério da Defesa possui uma trajetória cronologicamente curta, mas com resultados expressivos em sua busca pelo desenvolvimento de uma mentalidade de defesa na sociedade.

Desde que foi criada, a pasta trabalhou intensamente na modernização das Forças, no desenvolvimento de centros de pesquisa, na cooperação com a manutenção da paz, na criação de uma indústria nacional de defesa, no fortalecimento de canais de interação entre governo–sociedade, na abertura de espaço para as mulheres nas Forças Armadas e no fortalecimento do próprio ministério como instituição.

Ao longo desta semana, essas conquistas serão celebradas em diversas solenidades. Deixamos aqui um pequeno resumo dos principais momentos do ministério nesses 14 anos de existência e parabenizamos todos aqueles que ajudaram, e continuam a ajudar, a construir essa história.

http://www.defesanet.com.br/defesa/noti ... existencia
Realmente temos muito a comemorar, porque nesse memso período a evasão de profissionais foi as nuvens.
Eles deveriam é ter vergonha de mostrar essa linha do tempo recheada de coisas inuteis e de promessas.




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Re: Ministério da Defesa

#164 Mensagem por NettoBR » Sex Jun 21, 2013 12:11 pm

País precisa investir em defesa cibernética, diz Amorim
21/06/2013 - 03h00

A descoberta de um sistema de megaespionagem nos EUA preocupa o Brasil e é preciso investir em "defesa cibernética". Quem faz o alerta é o ministro da Defesa Celso Amorim. Ele próprio desconfia que pode ter sido alvo de escutas telefônicas no passado.

O ministro advoga o desenvolvimento de um pensamento de defesa para a região, que priorize os recursos naturais. "O Brasil é um país muito rico, tem muitas reservas naturais. E esses recursos naturais podem ser objeto de cobiça", afirma. Para ele, é necessário criar uma base industrial de defesa comum na América do Sul.

Nesta entrevista, concedida em São Paulo, Amorim, 71, trata da Comissão da Verdade e comenta as manifestações pelo país, que, na sua visão, refletem o distanciamento entre as estruturas de governo e a população.

O que está acontecendo no Brasil?
Não é só no Brasil. Isso é um tipo de enigma que temos que decifrar. Há uma pluralidade de agentes, gente ligada e não ligada a partidos. Tem pessoas reclamando especificamente da passagem de ônibus, onde começou tudo. Não é só no Brasil. Nós aqui não temos problema de desemprego entre os jovens como ocorre na Europa. Há, talvez, um desejo de maior participação. Não é nesse governo ou no anterior. É uma coisa genérica que aflora de tempos em tempos afloram. É preciso entender as razões desse mal estar.

Onde está esse mal estar?
Sempre se tem uma coisa para reclamar, alguma razão para um mal estar. As estruturas de governo em geral acabam levando a um certo distanciamento entre a população e o poder, qualquer que seja o poder. Quando a economia está crescendo muito ou há um projeto novo sendo realizado, isso às vezes se dissolve um pouco. Mas volta e meia reaparece. A atitude da presidente Dilma --eu sou suspeito para falar porque sou do governo-- é muito positiva ao dizer que respeita o direito de se manifestar. A defesa do direito de se manifestar é o primeiro passo para se ter um diálogo e se poder entender. As razões podem ser difusas. É preciso entender esse desejo de participação mais direta da população. Não de se criar uma democracia direta, como é na Suíça, onde tudo tem referendo. Mas há esse desejo participativo.

Quais são as consequências políticas desse movimento?
Talvez isso acentue a necessidade de uma reforma política que de alguma maneira aproxime todas as estruturas de poder dos cidadãos e dos jovens em geral. Todos temos que desenvolver mecanismos, canais de comunicação para que essas inquietações sejam expressas. Não vejo consequência negativa para o partido A ou B.

As Forças Armadas podem ser chamadas?
Não vejo isso acontecer. Os órgãos de segurança pública tem perfeito controle da situação. A questão é saber se agem com maior rigor ou com maior comedimento. É um equilíbrio às vezes delicado, mas acho que isso é encontrável.

Como o sr. analisa essa megaespionagem envolvendo governo e empresas privadas descoberta nos EUA?
Vou fazer uma brincadeirinha. Fiquei até decepcionado que em 2009 eles se interessaram pela Turquia, África do Sul, pela Rússia e não se interessaram pelo Brasil. É porque falamos tudo com muita clareza, talvez. Em 2009 não participei da parte financeira, mas estava lá. Tive uma reunião com o ministro das relações exteriores inglês. Não sei se a nossa reunião não foi gravada também.

Mas como essa megaespionagem afeta o Brasil?
Isso faz parte desse mal estar não só no Brasil, mas no mundo. Essa ideia de que há um controle total sobre a vida dos cidadãos, que a liberdade é permanentemente cerceada. No Brasil, que eu saiba, não ocorre nada parecido. Mas de um modo geral isso cria um clima de mal estar com as estruturas políticas e poder no mundo inteiro. Sempre tem que encontrar um equilíbrio. Se você tem uma ameaça muito premente, talvez em certos momentos...

Mas os brasileiros que estão conectados não podem estar sendo espionados?
Podem também, é óbvio. Mas o que se conhece é mais das agências norte-americanas. Agora saiu sobre a britânica. Não me consta que nada tenha saído sobre as agências brasileiras. Mas brasileiros podem ser sim [espionados]. É uma coisa especulativa. Pessoas que estão em posições-chave podem ser objeto de uma vigilância mais constante. Vou dizer francamente. Em dois momentos eu achei que o meu telefone não aqui no Brasil, um deles até aqui no Brasil não sei por qual agência, que os meus telefones estavam sendo gravados. Um, quando meu morava nos EUA e era embaixador na ONU. Cuidava de três comissões sobre a questão do Iraque. Meu telefone começou a fazer um ruído muito estranho, e, quando acabou a comissão sobre Iraque, acabou o ruído também. Alí havia um foco óbvio.

O sr. pediu alguma investigação?
Não, porque o que eu falava lá, falava em público. Curiosamente, quando eu saí do governo Lula mas continuei com muitas atividades sobre a questão nuclear, a questão do Irã e recebia telefonemas de embaixadas, também achei estranho meu telefone particular aqui no Brasil, no Rio. Mas também já sumiu. Descobriram que eu sou ministro da Defesa, ficaram mais... Eu não sei quem. Foram duas situações que eu suspeito, mas nem tenho certeza. Nem da onde partiu, nem o que foi. Pode ter sido coincidência, mas a gente desconfia das coincidências.

Do ponto de vista da defesa, isso preocupa o Brasil?
Claro, por isso temos que ter a defesa cibernética. Para evitar que entrem nos nossos sistemas, que saibam o que a gente está planejando. Por isso criamos um centro de defesa cibernética no Exército, com recursos não se comparam com o que eu acho que seriam necessários. Deve ser mais ou menos um terço do que gasta a Inglaterra em defesa cibernética, cerca de R$ 70 milhões.

Isso garante?
Não, é um passo, pois não se tinha nada. É uma estrutura de defesa cibernética que tem se concentrado em grandes eventos. Ninguém vai se tronar totalmente invulnerável. Leio que a maior ameaça aos EUA é o ataque cibernético. E eles são o país que tem as estruturas mais bem protegidas.

O sr. falou de recursos orçamentários insuficientes. É preciso aumentar os gastos em defesa?
A área de defesa em sido razoavelmente bem tratada dentro desse contexto de dificuldades. O fundamental é a sociedade passar a considerar a defesa como uma coisa importante. Quanto mais o Brasil se projeta no mundo, mais importante isso se torna. É razoável pretendermos um aumento progressivo. Hoje em dia temos 1,5% do PIB em gastos com defesa. A média dos Brics é 2,5%. Em 10 anos deveríamos chegar a 2%.

As pessoas se perguntam por que queremos um submarino nuclear. Queremos porque o Brasil tem a maior costa atlântica do mundo e provavelmente a maior reserva de petróleo no fundo do mar no mundo. Isso exige um tipo de defesa que equipamentos mais tradicionais não são capazes de dar. O submarino é de propulsão nuclear, não terá armas. A vantagem é que permite ficar mais tempo submerso, dá mais autonomia para ficar submerso e não ser detectado, e, portanto capaz de defender.

Quando se pensa em defesa, se pensa em novas ameaças, que são reais: pirataria, narcotráfico, terrorismo. Mas não podemos estar seguros de que as chamadas velhas ameaças não se reproduzirão. O Brasil é um país muito rico, tem muitas reservas naturais. E esses recursos naturais podem ser objeto de cobiça. Pode até se conceber que conflitos entre terceiros países tenham reflexos no nosso. Até para eu isso não aconteça, temos que mostrar que temos uma certa capacidade. Aí entra o submarino nuclear, a defesa antiaérea, que aviões, sistema de comunicação nas fronteiras. Temos quase 17 mil km de fronteira com outros países, É muita coisa. Dez vizinhos. Oito mil km de litoral, o maior litoral atlântico do mundo. Hoje em dia, o Brasil está fazendo cada vez mais parte dos clubes que tomam decisões no mundo. Então, tem que tomar conta da sua própria defesa.

Falando em ameaças convencionais, a criação da quarta frota norte-americana na região preocupa? Ela está relacionada com essa cobiça estrangeira que o sr. mencionou?
Não quero fazer um discurso de que estão todos querendo aqui. Não é bem assim. Não acho que a quarta frota foi feita por isso. Ela existiu, foi desativada e reativada. A quarta frota é, na realidade, uma frota virtual. O que não quer dizer que... Os americanos dizem que estão preocupados com narcotráfico, a pirataria. O fato é que isso, em certas situações, pode representar um incomôdo para o Brasil.

Mas o anúncio da reativação da quarta frota mais ou menos coincidiu com o anúncio o Pré-Sal, não?
Mais ou menos. Coincidiu com isso, com outras situações na região. Também com certos problemas na África. É motivo, sim, de preocupação. Ainda que sua existência seja de forma virtual, o fato de eles colocarem um olhar para cá. Não é por serem os EUA. Se fosse a China, a Rússia ou da Inglaterra, a preocupação seria idêntica. Nós queremos é manter o Atlântico Sul como uma zona de paz e cooperação, livre de armas nucleares. Nós não sabemos o que esta quarta frota pode conter, que navios seriam chamados. Digamos que aja um problema que não seja conosco. Mas que navios portadores de armas nucleares façam parte de uma mobilização. Que problemas podem provocar? Existe essa preocupação em manter o Atlântico Sul como uma zona de paz. Mas para isso nos temos que cuidar da nossa defesa. Temos que ter uma cooperação com outros países, tanto na América do Sul, quanto da África. Temos trabalhado nesse sentido, intensificado nossa colaboração com países africanos.

A questão das bases dos EUA no continente preocupa?
O caso mais concreto foi na Colômbia e isso foi discutido. Acordos dos EUA com a Colômbia passaram a incluir cláusula especifica de respeito à integridade territorial dos Estados e soberania. Temos uma relação de muita confiança dentro do conselho de defesa sul-americano. Falo de qualquer base estrangeira. Qualquer aproximação mais forte, com presença física dentro do território sul-americano, claro que será motivo de preocupação.

O poder norte-americano está cadente no continente?
Os EUA são a maior potência do mundo. Não só econômica, mas cultural. 70% dos programas de entretenimento, se não for novela, são americanos. Esse poder não vai terminar de uma hora para outra. Não é contra ninguém. No conceito novo de defesa se pensa em capacidades, em ter capacidade, o que já serve de dissuasão para quem quer que seja. Aquela grande insegurança, quando houve a polêmica bases dos EUA na Colômbia, arrefeceu. Houve medidas de confiança. As forças armadas estão se falando mais na América do Sul, têm havido reuniões periódicas, temos trabalhado com transparência, até fazendo operações conjuntas.

Além disso, temos que, paulatinamente, criar uma base industrial de defesa comum. É uma coisa de muito longo prazo, que pode levar, 30, 40 anos, mas tem que começar. Como o Brasil é o mais aditado hoje na indústria de defesa, alguns projetos nasceram aqui. É o caso desse avião cargueiro que, no Brasil, vai substituir o Hércules. A argentina participa dele, a Colômbia estuda participar, além de países de fora da região. Outro exemplo: aprovamos no conselho de defesa sul-americano um avião treinador básico. É uma ideia argentina, mas estamos ajudando no projeto. Precisávamos de lança patrulha robusta para combater narcotráfico na Amazônia. Resolvemos comprar da Colômbia. Poderíamos ter comprado da Suécia ou de outros países. Da mesma maneira, vendemos supertucanos para a Colômbia. Entendo que não é vender, mas contribuir para o desenvolvimento da indústria local.

Temos, assim, várias dimensões: criação de confiança; indústria de defesa e criar um pensamento sul-americano comum, que leve em conta as hipóteses que são mais prováveis para nós. Valorizo nossa cooperação com EUA e Canadá. Os problemas deles não são os nossos. Nós temos que combater o terrorismo como em qualquer lugar do mundo, mas não temos uma guerra global contra o terror, como identificação quase que religiosa. Temos que ver os nossos problemas. Quando olho para a América do Sul e nossos problemas comuns, o principal deles vai ser a defesa dos nossos recursos naturais. A América do Sul é grande produtora de alimentos, grande detentora de recursos de energia, maior detentora de água, grande detentora de biodiversidade. A especificidade sul-americana é a defesa dos recursos naturais. A nossa prioridade tem que ser a América do Sul e tem que haver um pensamento sul-americano em função dos nossos problemas. Não é um pensamento único, tem que admitir uma pluralidade de situações, mas com elementos comuns. O principal é a questão da defesa dos recursos naturais.

Depois do desmonte nos anos 1990, a indústria bélica no país entrou em processo de desnacionalização. Isso preocupa?
Não sou contra qualquer associação. O problema é saber como se maneja as associações. Aconteceu com uma empresa brasileira que produzia um componente essencial para o combustível de lançadores de satélite. Era uma petroquímica, foi comprada por uma petroquímica maior, e a petroquímica foi vendida para a Alemanha. Outro dia quisemos comprar esse combustível da Alemanha e disseram que não vendem porque é estratégico. Temos que voltar a desenvolver, e estamos tratando disso. Isso aconteceu há 20, 15 anos. Há essa preocupação. Acabamos de inaugurar, na Iveco, uma linha de fabricação do Guarani, em função de encomenda do Exército. A Fiat é uma empresa europeia, mas está no Brasil há muitos anos e a patente do veículo é do Exército brasileiro. No caso do submarino nuclear jamais poderíamos fazer sozinhos. No caso da aviação temos a Embraer. Na defesa antiaérea, vamos comprar um sistema russo, mas não vamos comprar ele pronto. Vamos usar radares brasileiros. Há empresas como a Avibras. Por outro lado, criamos uma legislação muito importante para empresas estratégicas de defesa. Exige valor agregado no país, controle decisório no país. O Brasil tem que fazer valer o seu poder de barganha. Os países que têm potencial de crescer na área de defesa são os emergentes, porque suas necessidades de defesa vão aumentar. Isso nos dá um enorme poder de barganha. Queremos ter certeza de que a absorção de tecnologia vai ocorrer. A presidente Dilma está muito preocupada com isso.

Sobre a novela dos caças, qual a perspectiva de decisão?
Não cheguei ao ponto de poder dizer assim: últimos capítulos. Estamos chegando perto dos últimos capítulos. Não tenho bola de cristal. A parte minha já foi feita. Estamos num processo ativo de análise que permita a presidente tomar uma decisão. Creio eu que possa ser tomada neste ano.

O fato de a Embraer ter ganho uma concorrência nos EUA de alguma maneira influencia a decisão?
É uma resposta que eu prefiro nem dar, porque qualquer resposta que eu dê vai dar uma leitura errada,

A Comissão da Verdade pede documentos e alguns integrantes defendem a revisão da lei da Anistia. As Forças Armadas dizem que eles não existem e resistem a admitir a tortura. Como desatar esse nó?
Temos buscado cooperar o máximo com a Comissão da Verdade. Obviamente não vou dizer que seja um processo fácil. Mandei uma quantidade enorme, mais de 500 mil documentos, e as pessoas têm que ir lá pesquisar. Inclusive cinquenta volumes encadernados do antigo EMFA. Não sei se tem o que a Comissão da Verdade está procurando, mas há vários documentos de várias naturezas que eram secretos e que foram mandados também para o arquivo nacional. Pessoalmente estive sempre muito empenhado em facilitar o diálogo e a comunicação entre a comissão e as forças. Até promovi um almoço com membros da Comissão e comandantes das Forças. Para possibilitar esse diálogo criamos mecanismos para que isso continue. Temos respondido às perguntas.

Os documentos existem? Não tenho nenhuma razão para não crer no que me dizem os comandantes. O que eles dizem é que o que tinha foi destruído. Acho até que isso tem uma certa lógica, independentemente do ponto de vista sobre o fato. Não estou discutindo a legitimidade ou legalidade da destruição. Alegam que a legislação da época permitia. Não me pronuncio sobre isso. Eles dizem que foi destruído e que não tem. Se alguns da reserva levaram para casa, isso é outra questão. A maneira como a Comissão da Verdade tem prosseguido, inclusive com audiências públicas, vai contribuir para que se saiba mais proximamente, com o grau de precisão possível, o que aconteceu. Haverá sempre insatisfação, mas tenho trabalhado com o máximo de abertura. Estou convencido que os comandantes têm procurado cooperar também.

A revisão da lei da anistia não está na agenda do governo. O momento histórico que estamos vivendo é esse. A lei que criou a Comissão da Verdade, por praticamente unanimidade no Congresso, se baseia em certos pressupostos. Ela reafirma a vigência da Lei da Anistia. Esse é o quadro legal que existe.

O sr. sente polarização, ressentimento?
O interesse do Brasil é conhecer a verdade. Quanto mais a gente reforça essa ideia de dois lados, mais difícil fica conhecer a verdade plenamente e passar para o futuro. A Comissão da Verdade é para apurar os fatos. E os fatos falam por si só uma vez apurados.

Como as Forças Armadas acompanham esse processo. Reavivou feridas?
Não vejo. As palavras, às vezes aqui ou ali, podem causar incômodo. Um ou outro procedimento. Mas percebem que o momento histórico do Brasil exige uma cooperação efetiva com a comissão que está encarregada de apurar os fatos. Acho que têm cooperado e reafirmado decisão de cooperar. É preciso que essa confiança se crie, se desenvolva. Tenho confiança nisso.

Vai sempre haver interpretações do que os fatos foram, sempre vai haver alguma diferença. Com o tempo, a sociedade brasileira vai formar sua visão histórica e vai compreender melhor. O importante é apurar os fatos e fazer com que eles apareçam. Mais tarde haverá interpretações diferentes. Tem gente que até hoje interpreta a revolução francesa. Tem gente que acha que foi um grande avanço, tem gente que não. Isso é coisa para os historiadores. O importante é que os fatos sejam apurados na sua maior integralidade e nós estamos cooperando com isso.

Qual a diferença entre Lula e Dilma?
Um pensador disse que diz o estilo é o homem. Agora o estilo é uma mulher. As posições básicas são muito parecidas, mas cada momento apresenta seus próprios desafios. Eu me sinto bem nos dois governos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013 ... orim.shtml




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Re: Ministério da Defesa

#165 Mensagem por marcolima » Ter Jul 09, 2013 7:27 pm

NettoBR escreveu:Ministério da Defesa recebe ufólogos para tratar de documentos sobre OVNIs
Brasília, 18/04/2013

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Membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) e representantes das Forças Armadas reuniram-se na tarde desta quinta-feira, no Ministério da Defesa (MD), para tratar do acesso a documentos militares que tratam de relatos envolvendo Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs).

O encontro foi o desdobramento de uma reunião ocorrida no início de fevereiro, quando o ministério debateu procedimentos administrativos para responder a requisição de informações feitas por mais de 30 conferencistas do Brasil no IV Fórum Mundial de Ufologia.

Na ocasião, determinou-se que todos os documentos sob responsabilidade da Marinha, do Exército e da Aeronáutica relacionados ao assunto fossem tornados públicos, como estabelece a Lei de Acesso à Informação (LAI).

Durante a reunião desta quinta, os pesquisadores relataram as dificuldades encontradas para acessar documentos classificados como secretos e ultrassecretos. “Existem muitas questões sem resposta em casos famosos como o de Varginha, o da Corveta Mearim e da Ilha de Trindade”, disse Ademar Geavaerd, editor da revista UFO.

O secretário de Coordenação e Organização Institucional do Ministério, Ari Matos, afirmou que as informações que ainda não se tornaram públicas são exceções. “A regra geral é disponibilizar todos os documentos. Alguns casos ainda têm que obedecer ao prazo legal, mas isso é uma questão que em breve será solucionada”, completou.

Segundo o diretor do Departamento de Organização e Legislação do MD, Adriano Portella, a Defesa tem feito todo o esforço para cumprir os prazos estabelecidos pela LAI no que diz respeito à desclassificação e publicação dos documentos. “A lei determina o prazo de dois anos, a partir de sua vigência, para a revisão das informações classificadas como secretas e ultrassecretas”, explicou Portella. “Esse trabalho já está sendo feito, e os documentos serão desclassificados dentro do prazo legal”.

Na avaliação de Ari Matos, o resultado mais importante do encontro foi estabelecer uma relação de parceria com os ufólogos. “A LAI abriu a possibilidade de o grande público acessar diversas informações produzidas pelo governo. É preciso criar um caminho regular de contato que atenda aos interesses da comunidade de ufólogos e da sociedade”, disse o secretário.

Ao final do encontro, os ufólogos comemoraram a iniciativa. “Essa é uma data que vai entrar para a história da Ufologia”, disse Fernando Aragão, da revista UFO. “É a primeira vez que o Ministério da Defesa de um país chama ufólogos para conversar formalmente sobre discos voadores”, celebrou. “Estamos otimistas com a porta que nos foi aberta e esperamos avançar nas discussões”, disse Aragão.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4070


Fonte: https://www.defesa.gov.br/index.php/ult ... obre-ovnis

Nesse link o antogo secretario de defesa do governo canadense, Paul Hellyer, fala sobre os ovinis, e parece que o cara não é doido :shock: . Tem outros links no you tube para quem se interessar.
Sds





A paz é só um período entre guerras...
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