Globalist Perspective > Global Economy
But Germans Do Consume
Fonte: http://theglobalist.com/printStoryId.aspx?StoryId=9945
By Holger Schmieding Wednesday, March 27, 2013
Each new crisis in the eurozone's periphery renews the calls for Germany — its government and its consumers — to spend more. If Germans spent more, the story goes, it would provide a stimulus to Europe's more beleaguered economies. The only problem with this story, argues Holger Schmieding, is that Germans are — and have been — spending.
If only the Germans weren't so stubbornly masochistic, if only German consumers would open their purses, and if only the German government were to end its obsession with austerity, Europe and the world would be better off.
It is true that Germany once had austerity, but it certainly does not have it now. Rather, it was from 2003 to 2007.
This standard refrain can be heard at almost every European or global economic summit — and it is trumpeted on the front pages of many a European newspaper. Alas, those who sing that song the loudest rarely bother to check the logic of their arguments — or the facts.
It is true that Germany once had austerity, but it certainly does not have it now. From 2003 to 2007, the country reduced its fiscal deficit, adjusted for the business cycle and interest payments, by 3.3% of its annual GDP. That was equivalent to an average annual tightening of the fiscal reins by 0.65% of GDP.
By the standards of Greece, with a 4.5% annual tightening in the three years to 2012, and the United States, with a fiscal hit worth 2% of its annual GDP this year, German austerity was comparatively mild.
However, it is important for economic scorekeepers and columnists alike to take note of this simple and incontrovertible fact: Since 2008, Germany has not tightened the fiscal reins at all, except for the 2010 expiration of the small post-Lehman stimulus of 2009.
And what about the claim that the German government is caught in a spiral of savings and that German workers and consumers are refused the right to shop and consume? Again, there is no support for such claims in the numbers.
Over the last five years, German government consumption has expanded at an annual average rate of 2%. Hit by the post-Lehman recession, overall GDP increased by merely 0.75% per year at the same time.
To accuse the German government of not spending enough misses the point. The real story is that Germany, due to the success of its labor market reforms of 2004, has the growth in jobs and tax revenues that allows the government to gradually spend more, while not running significant deficits at the same time.
German consumers have a reputation for prudence. To some extent, that is correct. The last time they went on a reckless spending spree was more than 20 years ago. It took place in the immediate aftermath of Germany's reunification and turned into a real estate bubble that went bust spectacularly.
Compared to the United States, which is taking a fiscal hit worth 2% of its annual GDP this year, German austerity was mild.
But the absence of new excesses does not mean that Germans don't spend money. As tourists, they crowd the beaches of the world. At home, they are spending their rising incomes on new homes. After a long dearth, residential construction orders have risen by a cumulative 40% over the last three years.
By and large, Germans have done it the right way round in the last ten years. They first fixed their labor market with the series of Agenda 2010 reforms which then-Chancellor Gerhard Schröder launched ten years ago, in March 2003.
When the labor market had recovered decisively and the economy had weathered the Lehman storm, Germans started to grant themselves higher wages and to spend the extra money. They can now afford it.
The outlook remains quite positive for German consumption. For example, the public sector trade union Ver.di struck a two-year wage deal for 800,000 workers in Germany's public sector on March 8 with wage increases of 2.65% for the current year and 2.95% for 2014.
The deal is roughly in line with other recent wage agreements (for instance, a 3% increase for steel workers in 2013). I expect average wage increases per German worker to be just below 3% in 2013 — and a full 3% next year.
With gains in employment of around 1% (in mainly well-paid jobs) and inflation close to 1.5%, the real disposable income of Germans will likely rise by slightly more than 2% in both years. Even if the ever-so-prudent Germans do not reduce their savings rate, they do have plenty of money to spend.
Stronger German demand is one of the key stabilizing factors of the eurozone. Fortunately, 3% wage gains are still modest enough to not undermine the competitiveness of the German economy.
Crise Econômica Mundial
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Re: Crise Econômica Mundial
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Re: Crise Econômica Mundial
Repercussão do banco dos Brics.
http://www.youtube.com/watch?v=YMjWuBz-5Ng
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"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
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Re: Crise Econômica Mundial
Um bancão de desenvolvimento e a criação de um fundo de curto prazo para enfrentar instabilidade. Nenhuma novidade em relação aos modelos de integração financeira regional e a discussão sobre uma nova governança monetária global. A ideia dos BRICs é mais uma estrutura complementar. O que não significa que o BRICS é um bloco ou que são aliados.
No vídeo, o entrevista é representante dos "lobbies de wall street" como diria Obama. Então, quando menos envolvimento de bancos de desenvolvimento, fundos e regulação melhor. Ajuda nos negócios deles.
Antes que digam que o "Peter Schiff preveu a crise financeira de 2007. Ele é bom". Tenho artigo do fim dos anos 1990 e começo da década de 2000 questionando a formação de uma bolha imobiliária nos EUA, acelerada pelas baixas taxas de juros e falta de estrutura regulatória. Normalmente, a conclusão era "capitão, isso vai dar merda". Até hoje o Alan Greenspan defende que tudo na sua gestão deu certo e a crise foi um deslize. Gente como Greenspan e Heltez perderam muito espaço nos últimos anos.
No vídeo, o entrevista é representante dos "lobbies de wall street" como diria Obama. Então, quando menos envolvimento de bancos de desenvolvimento, fundos e regulação melhor. Ajuda nos negócios deles.
Antes que digam que o "Peter Schiff preveu a crise financeira de 2007. Ele é bom". Tenho artigo do fim dos anos 1990 e começo da década de 2000 questionando a formação de uma bolha imobiliária nos EUA, acelerada pelas baixas taxas de juros e falta de estrutura regulatória. Normalmente, a conclusão era "capitão, isso vai dar merda". Até hoje o Alan Greenspan defende que tudo na sua gestão deu certo e a crise foi um deslize. Gente como Greenspan e Heltez perderam muito espaço nos últimos anos.
Bloco 27/03/2013 15:21
Brics encerra cúpula adiando criação de novo banco
Fonte: http://exame.abril.com.br/noticia/brics ... o/imprimir
Os cinco países voltarão a abordar o tema durante a reunião do G20 (de potências industrializadas e emergentes) de São Petersburgo, na Rússia, em setembro próximo
Alexander Joe, da
Durban - As cinco potências emergentes do grupo Brics concluíram nesta quarta-feira uma cúpula de dois dias em Durban, África do Sul, sem concretizar o lançamento de um anunciado banco de desenvolvimento capaz de competir com instituições como o Banco Mundial, dominadas por países ocidentais.
Os dirigentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul acertaram na véspera a criação dessa entidade financeira, mas o presidente sul-africano Jacob Zuma limitou-se nesta quarta-feira a anunciar o início das negociações, sem dar maiores detalhes.
"Decidimos iniciar negociações formais para fundar um novo banco de desenvolvimento do Brics, voltado para as nossas próprias necessidades em termos de infraestruturas, que são consideráveis (....), e para cooperar com os demais mercados emergentes e os países em desenvolvimento", declarou o anfitrião do encontro.
Os cinco países voltarão a abordar o tema durante a reunião do G20 (de potências industrializadas e emergentes) de São Petersburgo, na Rússia, em setembro próximo.
O ministro russo das Finanças, Anton Silaunov, destacou que o Brics deve ainda chegar a um acordo sobre a soma que cada país fornecerá ao capital.
O novo banco poderá ser dotado, segundo os estudos, com um capital inicial de 50 bilhões de dólares, ou seja, 10 bilhões por país em média.
Muitos sul-africanos se perguntam como reunir tal quantia, que corresponde a 2,5% de seu PIB. Além disso, os russos não parecem muito entusiasmados e propõem um aporte inicial de 2 bilhões de dólares por país.
"O banco dirigido pelos Brics mobilizará a poupança interna e trará financiamento conjunto a infraestruturas em regiões em desenvolvimento", considerou nesta quarta Zuma, que fez referência a um capital "substancial e adequado", sem citar números.
O ministro sul-africano do Comércio, Rob Davies, indicou que os detalhes do acordo continuam a ser discutidos. "Obviamente haverá um processo de implementação do demais detalhes", indicou em declarações à AFP.
Para o jornal econômico sul-africano Business Day, o banco de desenvolvimento dos Brics será, antes de tudo, "simbólico", quando for criado.
"O maior problema com este conceito é (...) o desejo de rivalizar com o Banco Mundial" e sua criação corresponde a uma "decisão ideológica arraigada em um conceito estatista de desenvolvimento", escreveu em um editorial.
Em termos mais gerais, os Brics - que representam 25% da economia e 40% da população mundial - procuram aumentar a cooperação entre eles e ter mais influência internacional, refletindo os novos equilíbrios planetários frente a um ocidente mergulhado na crise econômica.
Zuma voltou a citar nesta quarta-feira um projeto de cabo submarino que permitiria a transferência de dados de banda larga do Brasil à Rússia, passando pela África do Sul, Índia e China.
O presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, declarou à AFP que as negociações também avançaram sobre a criação de um fundo comum que fomente o comércio, e que contaria com 100 bilhões de dólares.
Os contratos de swap de moeda - que permitiriam a negociação em moeda local, com a intenção de evitar a hegemonia do dólar - abrirão as portas para os sócios da China terem acesso a parte dos 3,3 trilhões de dólares em reservas, nos quais a segunda economia mundial se apoia.
China e Brasil assinaram na terça-feira um acordo desse tipo (já projetado em junho), no valor de 30 bilhões de dólares.
Para Tombini, esse acordo será útil "em caso de turbulências nos mercados financeiros".
Esses fundos podem ser usados para apoiar o comércio, se o dólar se tornar escasso nos mercados e até mesmo em caso de crise global como a de 2008.
Em nível diplomático, os Brics expressaram "profunda inquietação" com a violência que assola a Síria nos últimos dois anos.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, pediu aos Brics que intervenham para "conter a violência" e acabar com o "sofrimento" do seu povo causado por sanções internacionais.
Grande parte dos países ocidentais e árabes reconheceu a oposição como representante legítima da Síria, mergulhada em uma guerra civil.
- Bourne
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Re: Crise Econômica Mundial
3 april 2013
http://eng.globalaffairs.ru/pubcol/Cypr ... ball-15913
Cyprus crisis: Europe plays hardball
Sergey Karaganov
Sergei Karaganov is Honorary Chairman of the Presidium of the Council on Foreign and Defense Policy and Dean of the School of World Economics and World Politics at the National Research University–Higher School of Economics.
Resume How the European Union deliberately ruined the Cypriot banking system as a warning to other debtors.
Let me say right now that I have no secret information as to what prompted the sudden Euro Group ultimatum demanding that taxes on deposits in Cypriot banks be introduced to expropriate part of these deposits in order to recover European loans — without which the banking system could not be rescued. Banking, along with the tourist industry, underpins the Cyprus economy.
However, I have a hypothesis that differs from most other explanations offered.
First, let us look at what the Russian and foreign press have been saying. They argue that the tax is targeted against Russian offshores and dirty money. Perhaps it is, but only to a small extent. I think most of that money has been removed. What is worse is that the savings which have been frozen will shrink and may disappear altogether.
However, the holders of these accounts are not only Russians. There are many Britons and other Europeans, including Germans and Israelis.
Other experts — Russian leaders included — say that the proposed scheme for bailing out Cyprus banks by partially expropriating deposits is absurd, unjust, unprofessional and dangerous.
Russia’s top financial expert, Alexei Kudrin, claims that the EU and European regulators are mainly to blame for the crisis in Cyprus, because they were reluctant or unable to solve the island’s debt problem in time.
I would go along with almost all of these propositions. I do, however, question the claim about the non-professionalism of the Euro Group experts. The Euro Group is the managing committee of the eurozone, in which the Germans call the shots.
Demands for a “tax on deposits” are indeed absurd and unprofessional if they are aimed at rescuing the Cyprus banking system and economy. When the Cyprus parliament agreed to the introduction of these measures — basically amounting to political suicide — the country’s banking system was doomed.
The reason was the ultimatum. Banks are based on trust. Cypriots have agreed to a confiscation tax, which means that trust in the Cyprus banking system has been lost irretrievably and will be impossible to restore in the foreseeable future, even if Europe and the IMF bail the Cyprus banks out.
The Euro Group financiers should have known this. So they destroyed the system deliberately, realizing that it would tarnish the reputation of the entire European Union banking system and that the price would be the massive transfer of money to other (primarily Asian) banks.
It is absurd is to risk the stability and reputation of the whole European financial system — to risk losing the trust of tens of billions that would flee, ruin the economy of the European Union and the eurozone, just to spite several thousand Russians, Brits, and Russian companies with state connections. So, let me repeat, the whole affair is not about Russia.
If my guess is right and what we are seeing is a deliberate trashing of the bankrupt Cyprus banking system (or the economy as a whole) then what is the big idea? I would hazard a guess that this has been done to set an example — that is relatively painless for the whole of Europe, but catastrophic for Cypriots — of what is in store for the southern European countries if they renounce austerity measures and de facto external financial management.
Cyprus is an island of just 800,000 people. It is not Greece, which, if it exploded, would threaten the political stability in the Balkans. It resembles Italy or Spain even less. Futhermore, because Cypriots most likely will not accept the ultimatum and de facto external management (which does not bode well for them either), then it may be that the country — along with others — is being prepared for being thrown out of the eurozone.
The collapse of Cyprus may thus be intended to either push some countries out of the eurozone or to issue a warning to the southern European countries and force them to accept the rules of the game imposed on them from outside.
In putting forward this hypothesis, it is not my intention to accuse Germany and its allies of callous imperialism. It may be the beginning of a truly difficult struggle for the preservation of Europe. And Europe does need saving. If I were in Germany’s place, that is how I would act.
Now a word about Russia’s policy. There is no need to feel insulted. If Russia and other European countries had been consulted, there would have been no surprise effect or any hope for keeping the crisis under control.
Should we bail out Cyprus or its banks? By hindering the Germans, we will lose much and gain nothing. Unilateral lending or buying out banks’ assets would be nothing but a senseless waste of money. It would be of no avail to the Cypriots either.
Russia beyond the headlines
- akivrx78
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Re: Crise Econômica Mundial
BC do Japão vai injetar US$1,4 tri na economia em estímulo inédito
quinta-feira, 4 de abril de 2013 11:34 BRT

Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, durante coletiva após sua primeira reunião de política monetária como presidente do BC, em Tóquio, 4 de abril de 2013. O Banco do Japão, banco central do país, chocou os mercados com uma revisão radical de sua política monetária, adotando uma nova meta de portfólio e prometendo dobrar sua carteira de títulos do governo em dois anos 04/04/2013 REUTERS/Yuya Shino
Por Leika Kihara e Stanley White
TÓQUIO, 4 Abr (Reuters) - O Banco do Japão, banco central do país, anunciou nesta quinta-feira o impulso mais intenso de estímulo monetário do mundo, prometendo injetar por volta de 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos, uma aposta arriscada que fez o iene recuar e os rendimentos de títulos do país registrarem mínimas.
O novo presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, fez o banco comprometer-se à compra de títulos ilimitada e afirmou que a base monetária vai quase dobrar, para 270 trilhões de ienes (2,9 trilhões de dólares) até o fim de 2014, em uma medida de choque para acabar com duas décadas de estagnação.
Na primeira reunião de Kuroda, o banco central trocou sua meta de política para a base monetária --o montante de dinheiro em circulação na economia--, deixando de lado a taxa overnight, que está entre zero e 0,1 por cento.
O BC adotou política similar entre 2001 e 2006, mas não nessa escala.
O escopo da mudança que Kuroda promove, e o fato de ele assegurar apoio unânime da diretoria para ela, puxou fortemente o iene para baixo e derrubou o rendimento do título de 10 anos do país para uma mínima recorde.
"Este é um nível sem precedentes de afrouxamento monetário", disse Kuroda em entrevista, após a primeira reunião de política dele como presidente do banco central.
"Nós realizamos todas os passos disponíveis que conseguimos conceber. Estou confiante de que todas as medidas necessárias para atingir 2 por cento de inflação em dois anos foram tomadas hoje", afirmou ele.
O índice Nikkei, do Japão, anulou perdas superiores a 2 por cento para encerrar em alta de 2,2 por cento, um pouco abaixo da máxima de fechamento em quatro anos e meio atingida no mês passado.
"Eu posso dizer que o BC deu uma resposta perfeita às expectativas do mercado", afirmou a economista-chefe do RBS Securities para o Japão, Junko Nishioka. "Kuroda cumpriu sua promessa de impulsionar o afrouxamento monetário em termos de volume e tipo de ativos que o banco central compra."
Para atingir a meta de 2 por cento de inflação, o BC irá aumentar as compras de ativos para dobrar sua carteira de títulos do governo e de fundos de investimento em índice (ETF, na sigla em inglês) em dois anos.
Ao fazer isso, o BC irá reverter para compras ilimitadas de ativos e comprar mais de 7,5 trilhões de ienes em títulos do governo de longo prazo por mês, para que o portfólio de suas carteiras de títulos aumentem a um ritmo anual de 50 trilhões de ienes.
"O BC irá conduzir operações no mercado de dinheiro para que a base monetária aumente a um ritmo anual de cerca de 60 trilhões a 70 trilhões de ienes", afirmou o BC em comunicado anunciando a decisão.
Apesar da animação do mercado, alguns analistas mostraram-se céticos sobre se injetar dinheiro em mercados já encharcados com excesso de fundos é uma solução para acabar com a deflação.
A base monetária deve aumentar para 200 trilhões de ienes este ano e para 270 trilhões de ienes até o final de 2014, quase o dobro em relação a 2012, quando era de 138 trilhões de ienes, informou o BC.
(Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto e Kaori Kaneko)
http://br.reuters.com/article/businessN ... 04?sp=true
quinta-feira, 4 de abril de 2013 11:34 BRT
Presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, durante coletiva após sua primeira reunião de política monetária como presidente do BC, em Tóquio, 4 de abril de 2013. O Banco do Japão, banco central do país, chocou os mercados com uma revisão radical de sua política monetária, adotando uma nova meta de portfólio e prometendo dobrar sua carteira de títulos do governo em dois anos 04/04/2013 REUTERS/Yuya Shino
Por Leika Kihara e Stanley White
TÓQUIO, 4 Abr (Reuters) - O Banco do Japão, banco central do país, anunciou nesta quinta-feira o impulso mais intenso de estímulo monetário do mundo, prometendo injetar por volta de 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos, uma aposta arriscada que fez o iene recuar e os rendimentos de títulos do país registrarem mínimas.
O novo presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, fez o banco comprometer-se à compra de títulos ilimitada e afirmou que a base monetária vai quase dobrar, para 270 trilhões de ienes (2,9 trilhões de dólares) até o fim de 2014, em uma medida de choque para acabar com duas décadas de estagnação.
Na primeira reunião de Kuroda, o banco central trocou sua meta de política para a base monetária --o montante de dinheiro em circulação na economia--, deixando de lado a taxa overnight, que está entre zero e 0,1 por cento.
O BC adotou política similar entre 2001 e 2006, mas não nessa escala.
O escopo da mudança que Kuroda promove, e o fato de ele assegurar apoio unânime da diretoria para ela, puxou fortemente o iene para baixo e derrubou o rendimento do título de 10 anos do país para uma mínima recorde.
"Este é um nível sem precedentes de afrouxamento monetário", disse Kuroda em entrevista, após a primeira reunião de política dele como presidente do banco central.
"Nós realizamos todas os passos disponíveis que conseguimos conceber. Estou confiante de que todas as medidas necessárias para atingir 2 por cento de inflação em dois anos foram tomadas hoje", afirmou ele.
O índice Nikkei, do Japão, anulou perdas superiores a 2 por cento para encerrar em alta de 2,2 por cento, um pouco abaixo da máxima de fechamento em quatro anos e meio atingida no mês passado.
"Eu posso dizer que o BC deu uma resposta perfeita às expectativas do mercado", afirmou a economista-chefe do RBS Securities para o Japão, Junko Nishioka. "Kuroda cumpriu sua promessa de impulsionar o afrouxamento monetário em termos de volume e tipo de ativos que o banco central compra."
Para atingir a meta de 2 por cento de inflação, o BC irá aumentar as compras de ativos para dobrar sua carteira de títulos do governo e de fundos de investimento em índice (ETF, na sigla em inglês) em dois anos.
Ao fazer isso, o BC irá reverter para compras ilimitadas de ativos e comprar mais de 7,5 trilhões de ienes em títulos do governo de longo prazo por mês, para que o portfólio de suas carteiras de títulos aumentem a um ritmo anual de 50 trilhões de ienes.
"O BC irá conduzir operações no mercado de dinheiro para que a base monetária aumente a um ritmo anual de cerca de 60 trilhões a 70 trilhões de ienes", afirmou o BC em comunicado anunciando a decisão.
Apesar da animação do mercado, alguns analistas mostraram-se céticos sobre se injetar dinheiro em mercados já encharcados com excesso de fundos é uma solução para acabar com a deflação.
A base monetária deve aumentar para 200 trilhões de ienes este ano e para 270 trilhões de ienes até o final de 2014, quase o dobro em relação a 2012, quando era de 138 trilhões de ienes, informou o BC.
(Reportagem adicional de Tetsushi Kajimoto e Kaori Kaneko)
http://br.reuters.com/article/businessN ... 04?sp=true
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Re: Crise Econômica Mundial
Vazamento inédito revela donos de contas secretas em paraísos fiscais
Premier da Geórgia e presidente do Azerbaijão estão da lista de correntistas
Amigo e tesoureiro da campanha do presidente François Hollande teria criado duas empresas nas Ilhas Cayman, segundo a lista
Base de dados é 160 vezes maior do que a usada no WikiLeaks
Bidzina Ivanishvili, primeiro-ministro da Geórgia: dinheiro nas Ilhas Virgens Britânicas AFP
LONDRES - O primeiro-ministro da Geórgia, Bidzina Ivanishvili, e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, são dois dos donos de contas secretas nas Ilhas Virgens Britânicas que tiveram os nomes revelados nesta quinta-feira num grande vazamento de informações. A lista com milhares de correntistas está sendo divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês) em parceria com 38 veículos, como o britânico “The Guardian”, o francês “Le Monde” e o americano “The Washington Post”. A lista envolve ainda o francês Jean-Jacques Augier, amigo do presidente da França, François Hollande, e co-tesoureiro de sua campanha, que teria criado duas empresas nas Ilhas Cayman; e Tomás Uribe Moreno e Jerónimo Alberto Uribe Moreno, filhos de Álvaro Uribe, ex-presidente da Colômbia.
Segundo o jornal “Le Monde”, Jean-Jacques Augier, um empresário discreto de 59 anos, é “acionista de duas empresas offshore nas Ilhas Cayman através de seu consórcio financeiro Eurane”. Questionado pelo diário, Augier confirmou que criou em 2005 e 2008-2009 duas entidades offshore no local, paraíso fiscal do Caribe, a pedido de seus sócios. Ele, no entanto, negou que a atividade seja ilegal.
A notícia complica ainda mais a situação de Hollande, que tem despencado nas pesquisas de popularidade. O último levantamento aponta que apenas 27% dos franceses apoiam o chefe de Estado. O presidente francês também negou ter conhecimento sobre as atividades ilícitas de seu ex-tesoureiro:
- Eu não sei de nada sobre essas atividades, esses investimentos (...) Se eles não cumprem com a legislação fiscal, eu peço ao governo e que sejam feitas as retificações necessárias - afirmou durante uma coletiva de imprensa.
Os dados revelam nomes de milhares de pessoas em mais de 170 países ligadas a empresas offshore. Augier aparece lado a lado com pessoas como Imee Marcos, filha do ex-ditador filipino Ferdinand Marcos; Gaddam Vivekanand, congressista indiano; Bayartsogt Sangajav, ex-ministro das Finanças da Mongólia e vice-presidente do Parlamento do país; Denise Rich, arrecadadora de fundos para o Partido Democrata dos EUA; e o britânico Neil Gaitely, diretor de uma companhia suspeita de ser usada como fachada pelo regime iraniano. A lista continua com a esposa do vice-premier russo, Olga Shuvalova; e a principal colecionadora de arte de Espanha, a baronesa Carmen Thyssen-Bornemisza.
O escândalo surge após o ICIJ ter obtido acesso a um drive contendo 200 GB com arquivos de agências nas Ilhas Virgens Britânicas, Cingapura e Ilhas Cook. A base de dados contém informações de 120 mil empresas e é 160 vezes maior que os arquivos divulgados em 2010 pelo WikiLeaks sobre o Departamento de Estado norte-americano.
A notícia repercutiu mal em Londres. O liberal democrata Matthew Oakeshott disse que o envolvimento das Ilhas Virgens Britânicas "mancha a imagem do Reino Unido", num momento em que o primeiro-ministro David Cameron sofre pressão de ativistas anticorrupção.
- Como Cameron poderá pedir ao G8 que pague impostos quando deixamos que as Ilhas Virgens usem a lei britânica e a proteção britânica para atrair bilhões em dinheiro sujo?
Os vazamentos mostram como as contas secretas se espalharam nos últimos anos. É o maior levantamento já feito pela mídia internacional. Trabalham ainda na análise dos dados a BBC no Reino Unido, “Süddeutsche Zeitung” e “Norddeutscher Rundfunk” na Alemanha, Canadian Broadcasting Corporation (CBC) no Canadá e 31 outros meios de comunicação. O trabalho envolve 86 jornalistas de 46 países, que analisam e-mails e material que cobrem cerca de 30 anos.
- Nunca vi nada disso. Esse mundo secreto finalmente foi revelado - disse à CBC Arthur Cockfield, professor de direito na Queen's University, no Canadá.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/vazamento ... z2PWP2vDsi
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Re: Crise Econômica Mundial
![[005]](./images/smilies/005.gif)
Arquivos secretos expõem impacto mundial de paraísos fiscais
PUBLICIDADE
DO ICIJ*
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/12 ... cais.shtml
Um repositório de mais de 2,5 milhões de arquivos expôs os segredos de 120 mil companhias e fundos offshore, revelando as negociatas secretas de políticos, trapaceiros, e de algumas das pessoas mais ricas do planeta.
Análise: Maior desafio foi decifrar informações em "big data" de um mundo sigiloso
Os documentos secretos obtidos pelo International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) revelam os nomes por trás de empresas sigilosas e fundos privados de investimento nas Ilhas Virgens Britânicas, ilhas Cook e outros refúgios offshore.
Entre eles há médicos e dentistas norte-americanos e aldeões gregos de classe média, bem como familiares e asseclas de déspotas que se mantiveram no poder por longos períodos, trapaceiros de Wall Street, bilionários da Europa Oriental e Indonésia, executivos de grandes empresas russas, negociantes internacionais de armas e uma empresa comandada por testas de ferro que a União Europeia identificou como associada ao programa de desenvolvimento nuclear do Irã.
Os arquivos obtidos oferecem fatos e números --transferências de dinheiro, datas de registro, conexões entre empresas e indivíduos-- que ilustram de que maneira o sigilo financeiro offshore se espalhou agressivamente pelo planeta, permitindo que os ricos e bem relacionados escapem a impostos e alimentando a corrupção e as dificuldades econômicas tanto dos países ricos quanto dos pobres. Os documentos detalham os ativos offshore de pessoas e empresas de mais de 170 países e territórios.
O acervo de documentos representa o maior estoque de informações privilegiadas sobre o sistema offshore já obtido por uma organização de mídia. O tamanho total dos arquivos, medido em gigabytes, é mais de 160 vezes superior ao vazamento de documentos do Departamento de Estado norte-americano exposto pelo WikiLeaks em 2010.
Para analisar os documentos, o ICIJ colaborou com repórteres do "Guardian" e da BBC no Reino Unido; "Le Monde" na França; "Süddeutsche Zeitung" e Norddeutscher Rundfunk na Alemanha; "Washington Post"; Canadian Broadcasting Corporation; e 31 outros parceiros de mídia em todo o mundo.
Oitenta e seis jornalistas de 46 países utilizam sistemas de análise de dados de alta tecnologia e técnicas de reportagem tradicionais para vasculhar e-mails, contas e outros arquivos referentes a um período de mais de 30 anos.
"Jamais vi algo parecido. Esse mundo secreto foi enfim revelado", disse Arthur Cockfield, professor de Direito e especialista tributário na Queen's University, Canadá, que avaliou alguns dos documentos em entrevista à CBC. Ele disse que os documentos o faziam recordar a cena em "O Mágico de Oz" na qual "a cortina é aberta e vemos o mágico manipulando a máquina secreta".
MAFIOSOS E OLIGARCAS
O vasto fluxo de capital offshore --legal e ilegal, pessoal e empresarial-- pode causar crises nacionais e desentendimentos entre os países. A crise financeira continuada na Europa foi alimentada pelo desastre fiscal na Grécia, e este foi exacerbado pela sonegação fiscal offshore e pelo colapso dos bancos em Chipre, um minúsculo paraíso fiscal no qual os ativos bancários foram inflacionados por pesada entrada de dinheiro oriundo da Rússia.
Os ativistas que combatem a corrupção argumentam que o sigilo das operações offshore solapa a lei e ordem e força os cidadãos comuns a pagar impostos mais altos, de forma a compensar a receita perdida devido a transferências para paraísos tributários. A Iniciativa de Recuperação de Ativos Perdidos, programa do Banco Mundial e das Nações Unidas, estimou que os fluxos transnacionais de proventos de crimes financeiros totalizam de US$ 1 trilhão a US$ 1,6 trilhão ao ano.
A investigação de 15 meses do ICIJ constatou que, em companhia de transações perfeitamente legais, o sigilo e a fiscalização frouxa do mundo offshore permitem que fraudes, sonegação tributária e corrupção política prosperem.
Os usuários de transações offshore identificados incluem:
Indivíduos e empresas ligados ao caso Magnitsky, na Rússia, um escândalo de fraude tributária que prejudicou o relacionamento entre Rússia e Estados Unidos e resultou na proibição de adoção de órfãos russos por cidadãos norte-americanos.
Um negociante venezuelano acusado de utilizar entidades offshore a fim de bancar um esquema de pirâmide nos Estados Unidos e canalizar milhões de dólares em suborno a um funcionário do governo da Venezuela.
Um administrador de fundo de hedge nos Estados Unidos acusado de utilizar entidades offshore a fim de bancar um esquema de pirâmide internacional e canalizar milhões de dólares em suborno a um funcionário do governo da Venezuela.
Um magnata dos negócios que conquistou bilhões de dólares em contratos como resultado do boom da construção promovido pelo presidente Ilham Aliyev, do Azerbaijão, enquanto servia no conselho de empresas offshore sigilosas controladas pelas filhas do presidente.
Bilionários indonésios conectados ao ditador Suharto (morto em 2008), que enriqueceu boa parte da elite de seu país durante as décadas em que exerceu o poder.
Os documentos também oferecem pistas possivelmente novas sobre crimes e dinheiro desaparecido em deixar traços.
Depois de descobrir que o ICIJ havia descoberto a filha do antigo ditador filipino Ferdinand Marcos, Maria Imelda Marcos Manotoc, como beneficiária de um fundo nas Ilhas Virgens Britânicas (IVB), funcionários do governo filipino se declararam ansiosos para determinar se algum dos ativos do fundo era parte dos US$ 5 bilhões que o pai dela teria supostamente adquirido por meio de corrupção.
Manotoc, governadora de uma província nas Filipinas, se recusou a responder perguntas sobre o fundo.
RIQUEZAS E CONEXÕES POLÍTICAS
Os arquivos obtidos pelo ICIJ revelam as táticas em uso cotidiano pelas companhias de serviço offshore e seus clientes a fim de manter o sigilo quanto a empresas e fundos offshore, e seus proprietários.
Tony Merchant, advogado que é um dos maiores especialistas em processos judiciais coletivos do Canadá, tomou providências para manter a privacidade de um fundo nas ilhas Cook no qual havia depositado mais de US$ 1 milhão em 1998, mostram os documentos.
Em declaração às autoridades tributárias canadenses, Merchant declarou não ter ativos superiores a US$ 1 milhão no exterior em 1999, de acordo com documentos judiciais.
Entre 2002 e 2009, ele frequentemente pagava as taxas de manutenção do fundo enviando milhares de dólares em dinheiro e cheques de viagem, por meio de portadores, em lugar de utilizar transferências ou depósitos bancários, fáceis de identificar, de acordo com documentos da empresa de serviços offshore que cuidava do fundo para ele.
Uma nota no arquivo avisava os funcionários da empresa de que Merchant "teria um der[r]ame" se eles tentassem fazer contato com ele via fax.
Pesquisas da CBC não encontraram indicações de que sua mulher, Pana Merchant, senadora canadense, tenha declarado sua participação pessoal no fundo em suas declarações anuais de renda. Não está claro que ela tivesse a obrigação de fazê-lo.
Os Merchant se recusaram a atender a pedidos de esclarecimento.
Outros nomes conhecidos identificados nos dados offshore incluem a mulher de Igor Shuvalov, primeiro-ministro assistente da Rússia, e dois importantes executivos da Gazprom, a gigantesca estatal russa que é a maior extratora mundial de gás natural.
A mulher de Shuvalov e os dirigentes da Gazprom têm participação em empresas sediadas nas IVB, mostram os documentos. Os três se recusaram a comentar.
Os nomes espanhóis envolvidos incluem Carmen Thyssen Bornemisza, baronesa e patronesse das artes, identificada nos documentos como tendo utilizado uma companhia das ilhas Cook para comprar obras de arte em casas de leilões como a Sotheby's e a Christie's, entre as quais "Moinho em Gennep", de Van Gogh. O advogado dela admitiu que ela recebe benefícios tributários por a posse de seus quadros estar registrada offshore, mas enfatizou que a baronesa usa os paraísos fiscais primordialmente porque lhe oferecem "o máximo de flexibilidade" para transmitir obras de arte de país a país.
Entre os cerca de quatro mil nomes norte-americanos revelados está o de Denise Rich, compositora premiada com o Grammy cujo ex-marido ocupou posição central em um escândalo envolvendo perdões presidenciais que irrompeu quando o presidente Bill Clinton deixou o posto.
Uma investigação do Congresso norte-americano constatou que Rich, que arrecadou milhões de dólares para as campanhas de políticos democratas, desempenhou papel central na campanha que persuadiu Clinton a perdoar seu ex-marido Marc Rich, um operador de petróleo que era procurado nos Estados Unidos por sonegação tributária e formação de quadrilha.
Documentos obtidos pelo ICIJ mostram que em abril de 2006 ela detinha US$ 144 milhões em um fundo nas ilhas Cook, uma cadeia de atóis de coral e formações vulcânicas no Pacífico, a cerca de 11 mil quilômetros de distância da residência de Rich em Manhattan. Entre os ativos controlados pelo fundo está o iate Lady Joy, no qual Rich costumava receber celebridades e arrecadar dinheiro para caridade.
Rich, que renunciou à cidadania dos Estados Unidos em 2011 e agora é cidadã austríaca, não respondeu a perguntas sobre seu fundo offshore.
Outro norte-americano proeminente que consta dos arquivos é membro da dinastia Mellon, criadora de companhias renomadas como a Gulf Oil e o Mellon Bank. James Mellon --autor de livros sobre Abraham Lincoln e sobre Thomas Mellon, o patriarca de sua família-- usou quatro empresas nas IVB e em Lichtenstein a fim de operar títulos e transferir dezenas de milhões de dólares entre contas offshore controladas por ele.
Como outros usuários do sistema offshore, Mellon parece ter tomado medidas que o distanciam de seus ativos offshore, de acordo com os documentos. Ele muitas vezes usava nomes de terceiros como conselheiros e acionistas de suas empresas, em lugar do seu, um recurso jurídico que os proprietários de entidades offshore muitas vezes empregam a fim de preservar o anonimato.
Contatado na Itália, onde vive alguns meses por ano, Mellon disse ao ICIJ que de fato costumava ter "muitas" companhias offshore, mas que abriu mão de todas elas. Ele diz que as criou por "vantagens tributárias" e por motivos de responsabilidade judicial, a conselho de seus advogados. "Mas jamais violei as leis tributárias", acrescenta.
Quanto ao uso de prepostos, Mellon diz que "é assim que essas empresas são estabelecidas", e acrescentou que era útil para pessoas como ele, que viajam muito, entregar o comando de seus negócios a terceiros. "Ouvi falar recentemente de um candidato à presidência que tinha muito dinheiro nas ilhas Cayman", disse Mellon, que assumiu a cidadania britânica, em alusão a Mitt Romney, candidato à presidência dos Estados Unidos em 2012. "Nem todo mundo que controla companhias offshore é picareta".
CRESCIMENTO OFFSHORE
O anonimato do mundo offshore muitas vezes dificulta rastrear o fluxo de dinheiro. Um estudo conduzido por James Henry, antigo economista chefe da consultoria McKinsey, estima que indivíduos ricos tenham entre US$ 21 triulhões e US$ 32 trilhões guardados em paraísos tributários offshore --o equivalente ao tamanho das economias dos Estados Unidos e Japão combinadas.
E mesmo em meio à crise da economia mundial, o sistema offshore continuou a crescer, diz Henry, membro do conselho da Tax Justice Network, uma organização internacional de pesquisa e ação política que critica os paraísos fiscais. As pesquisas dele demonstram, por exemplo, que os ativos administrados pelos 50 maiores "bancos privados" do planeta --que muitas vezes usam paraísos tributários para servir aos seus clientes de alto patrimônio-- cresceram de US$ 5,4 trilhões em 2005 a mais de US$ 12 trilhões em 2010.
Henry e outros críticos argumentam que o sigilo offshore tem efeito corrosivo sobre os governos e sistemas judiciais, permitindo que funcionários públicos corruptos saqueiem os tesouros nacionais e oferecendo cobertura a redes de tráfico humano, mafiosos, exploradores de espécies animais ameaçadas e outros criminosos.
Os defensores dos sistema offshore rebatem alegando que a maioria dos clientes está envolvida em transações legítimas. Os centros offshore, alegam, permitem que empresas e indivíduos diversifiquem seus investimentos, formem alianças comerciais além das fronteiras de seus países e realizem negócios em áreas nas quais os empresários encontram condições favoráveis, porque estas evitam a burocracia e as regras onerosas do mundo dos negócios convencionais.
"Tudo existe para facilitar os negócios", diz David Marchant, editor do OffshoreAlert, um boletim online de notícias. "Se você é desonesto, pode aproveitar o sistema de modo negativo. Mas se for honesto, pode aproveitá-lo positivamente".
Boa parte do trabalho de reportagem do ICIJ teve por foco o trabalho de duas companhias offshore, a Portcullis TrustNet, de Cingapura, e a Commonwealth Trust Limited (CTL), das IVB, que ajudaram dezenas de milhares de pessoas a criar companhias, fundos e contas bancárias sigilosas offshore.
As autoridades regulatórias das IVB constataram que a CTL violou repetidamente as leis de combate à lavagem de dinheiro das ilhas, entre 2003 e 2008, por não registrar e confirmar as identidades e históricos de seus clientes. "Essa empresa específica sofre de problemas sistêmicos de lavagem de dinheiro em sua organização", disse um funcionário da Comissão de Serviços Financeiros das IVB no ano passado.
Os documentos mostram, por exemplo, que a CTL estabeleceu 31 companhias em 2006 e 2007 para um indivíduo posteriormente identificado por tribunais britânicos como testa de ferro de Muktar Ablyazov, um magnata bancário do Cazaquistão acusado de roubar US$ 5 bilhões de bancos daquela antiga república soviética. Ablyazov nega qualquer delito.
Thomas Ward, canadense que foi um dos fundadores da CTL em 1994 e continua a trabalhar como consultor para a empresa, disse que os procedimentos de verificação de credenciais de clientes da CTL são compatíveis com os padrões setoriais nas IVB, mas que não há procedimento que permita garantir que empresas como a CTL não sejam "enganadas por clientes desonestos" ou modo de perceber que "alguém que parece honesto de acordo com os indicadores históricos" possa "se provar desonesto mais tarde".
"É errado, ainda que talvez conveniente, demonizar a CTL como se fôssemos o maior problema", declarou Ward em resposta escrita a questões. "Em lugar disso, acredito que os problemas da CTL sejam, no geral, proporcionais à sua participação de mercado".
O estudo de documentos da TrustNet pela ICIJ identificou 30 clientes norte-americanos acusados em processos civis ou criminais de fraude, lavagem de dinheiro e outros delitos financeiros graves. Entre eles estão antigos gigantes de Wall Street como Paul Bilzerian, especializado em aquisições de empresas condenado por fraude tributária e violações das leis financeiras em 1989, e Raj Rajaratnam, um bilionário administrador de fundos de hedge sentenciado à prisão em 2011 em um dos maiores escândalos de insider trading (uso indevido de informações financeiras privilegiadas) da história dos Estados Unidos.
A TrustNet se recusou a responder perguntas para este artigo.
LISTA SUJA
Os registros obtidos pelo ICIJ expõem a maneira pela qual operadores offshore ajudam seus clientes a criar complicadas estruturas financeiras que abarcam países, continentes e hemisférios.
Uma funcionária do governo tailandês conectada a um famoso ditador africano usou a TrustNet, de Cingapura, para criar uma empresa sigilosa em seu nome nas IVB, mostram os documentos.
Essa funcionária tailandesa, Nalinee "Joy" Taveesin, no momento serve como representante do governo da Tailândia para questões de comércio internacional, Ela era parte do ministério do primeiro-ministro Yingluck Shinawatra até renunciar no ano passado.
Taveesin criou sua companhia nas IVB em agosto de 2008. Isso aconteceu sete meses antes que ela fosse indicada como assessora do ministro do Comércio tailandês e três meses antes que o Departamento do Tesouro norte-americano a colocasse na lista negra como comparsa do ditador Robert Mugabe, de Zimbábue.
O Departamento do Tesouro congelou os ativos de Taveesin nos Estados Unidos, acusando-a de apoiar "apoiar secretamente as práticas cleptocráticas de um dos mais corruptos regimes africanos", por meio do tráfico de pedras preciosas e de outras transações realizadas em nome de Grace, a mulher de Mugabe, e outros zimbabuanos poderosos.
Taveesin afirma que sua relação com os Mugabe é "estritamente social" e que sua inclusão na lista negra dos Estados Unidos só aconteceu por ela ter sido culpada em função dessa proximidade. Por meio de sua secretária, Taveesin negou veementemente que seja proprietária de uma empresa nas IVB. O ICIJ confirmou sua propriedade por meio de documentos da TrustNet que a identificam como acionista de uma empresa, em sociedade de seu irmão, e mencionam o endereço de sua empresa legítima em Bancoc como seu endereço de contato.
Os registros obtidos pelo ICIJ também revelam uma companhia secreta pertencente a Muller Conrad "Billy" Rautenbach, um empresário do Zimbábue incluído na lista negra norte-americana na mesma data em que Taveesin, por seus contatos com o regime de Mugabe. O Departamento do Tesouro alega que Rautenbach ajudou a organizar grandes projetos de mineração no Zimbábue que "beneficiam pequenos números de funcionários públicos corruptos de primeiro escalão".
Quando a CTL criou uma companhia para Rautenbach nas IVB em 2006, ele estava foragido da Justiça, devido a acusações de fraude na África do Sul. As acusações pessoais contra ele foram descartadas, mas uma companhia sul-africana que ele controlava se admitiu culpada de acusações criminais e pagou multa de cerca de US$ 4 milhões.
Rautenbach nega as alegações das autoridades norte-americanas, afirmando que cometeram "grandes erros factuais e judiciais" em sua decisão de inclui-lo na lista negra, disse seu advogado Ian Small Smith. O advogado afirmou que a companhia de Rautenbach nas IVB era um "veículo de propósitos especiais para fins de investimento em Moscou", e que cumpria todas as obrigações de prestação de contas às autoridades. A empresa já não está ativa.
SERVIÇO COMPLETO
Os clientes de serviços offshore são atendidos por todo um setor de intermediários bem remunerados --contadores, advogados e bancos que oferecem cobertura, criam estruturas financeiras e transferem ativos em nome dos clientes.
Documentos obtidos pelo ICIJ mostram como dois importantes bancos suíços, o UBS e o Clariden, trabalharam com a TrustNet a fim de prover aos seus clientes companhias protegidas pelas leis de sigilo das IVB e outros paraísos fiscais.
O Clariden, controlado pelo Credit Suisse, solicitava níveis de confidencialidade tão elevados para certos clientes, demonstram os registros, que um funcionário da TrustNet definiu as solicitações do banco como o "cálice sagrado" das entidades offshore --uma companhia tão anônima que a polícia e as autoridades regulatórias encontrariam "um muro de silêncio" caso tentassem descobrir as identidades dos proprietários.
O Clariden se recusou a responder perguntas sobre seu relacionamento com a TrustNet.
"Devido às leis suíças de sigilo bancário, não estamos autorizados a fornecer qualquer informação sobre titulares de contas, existentes ou supostos", o banco declarou. "Como regra geral, o Credit Suisse e as companhias a ele relacionadas respeitam as leis e regulamentos dos países nos quais se envolvem".
Um porta-voz do UBS disse que o banco aplica "os mais elevados padrões internacionais" para combater a lavagem de dinheiro, e que a TrustNet "é um dos 800 provedores de serviço com os quais os clientes do UBS escolheram trabalhar em todo o mundo a fim de atender às suas necessidades patrimoniais e de planejamento de sucessão. Esses prestadores de serviços também são empregados por clientes de outros bancos".
A TrustNet se descreve como prestadora de serviços completos --sua equipe inclui advogados, contadores e outros especialistas que podem formular pacotes de sigilo para atender às necessidades e aos patrimônios de seus clientes. Esses pacotes podem ser simples e baratos, a exemplo de uma companhia aberta nas IVB. Ou podem ser estruturas sofisticadas que combinam múltiplas camadas de fundos, companhias, fundações, produtos de seguros e os chamados "prepostos", para servirem como acionistas e conselheiros.
Quando criam companhias para seus clientes, os serviços offshore muitas vezes apontam falsos acionistas e conselheiros --testas de ferro que substituem os proprietários que não desejam ver suas identidades reveladas. Graças à proliferação de acionistas e conselheiros falsos, os investigadores que trabalham em casos de lavagem de dinheiro e outros crimes muitas vezes chegam a becos sem saída quando tentam descobrir quem realmente está no comando de uma companhia offshore.
Uma análise conduzida pelo ICIJ, "Guardian" e BBC identificou um grupo de 28 "conselheiros de fachada" que servem como representantes hipotéticos em mais de 21 mil conselhos de empresas, entre eles; alguns dos conselheiros individuais têm seus nomes identificados como conselheiros em mais de quatro mil companhias.
Entre os testas de ferro identificados pelos documentos obtidos pelo ICIJ está um operador britânico que serviu como conselheiro de uma empresa nas IVB, a Tamalaris Consolidated, que a União Europeia definiu como fachada para a Islamic Republic of Iran Shipping Line, companhia de navegação iraniana acusada pela União Europeia, ONU e Estados Unidos de ajudar no programa de desenvolvimento nuclear do Irã.
ZONA DE IMPUNIDADE
Há grupos internacionais trabalhando há décadas para limitar as trapaças tributárias e a corrupção no mundo offshore.
Nos anos 90, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) começou a pressionar os centros offshore para que atenuassem suas normas de sigilo e combatessem com mais rigor a lavagem de dinheiro, mas esse esforço perdeu o vigor na década de 2000, quando o governo Bush retirou o apoio norte-americano à campanha, de acordo com Robert Goulder, antigo editor chefe do "Tax Notes International".
Uma segunda "grande cruzada" contra os paraísos fiscais, escreve Goulder, começou quando as autoridades dos Estados Unidos decidiram confrontar o UBS, forçando o banco suíço a pagar US$ 780 milhões, em 2009, para encerrar em acordo extrajudicial um processo no qual o banco era acusado de ajudar cidadãos norte-americanos a sonegar impostos. As autoridades norte-americanas e alemãs estão pressionando os bancos e governos a compartilhar informações sobre clientes e contas offshore. O primeiro-ministro britânico David Cameron prometeu usar sua liderança do G8, o fórum dos países mais ricos do mundo, para ajudar a reprimir a sonegação de impostos e a lavagem de dinheiro.
Promessas como essa costumam ser recebidas com ceticismo, dado o papel que importantes membros do G8 - Estados Unidos, Reino Unido e Rússia --desempenham como origem e destino de dinheiro sujo. A despeito dos novos esforços, o mundo offshore continua a ser "uma zona de impunidade" para qualquer pessoa determinada a cometer crimes financeiros, disse Jack Blum, ex-investigador do Senado norte-americano e hoje advogado especializado em casos de lavagem de dinheiro e fraude tributária.
"O fedor periodicamente fica tão forte que alguém precisa se aproximar e recolocar a tampa na lata de lixo, deixando-a fechada por algum tempo", diz Blum. "Houve algum progresso, mas ainda resta muito a avançar".
(GERARD RYLE, MARINA WALKER GUEVARA, MICHAEL HUDSON, NICY HAGER, DUNCAN CAMPBELL e STEFAN CANDEA)
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Re: Crise Econômica Mundial
A única coisa que concordo com os comunazzz anti-capitalistas é sobre essas mega-fortunas em paraísos fiscais que são o destino final das piores coisas que acontecem no mundo.
Se revirarem aquilo não sobrará um "santo" na terra. No Brasil nem se fala...
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Re: Crise Econômica Mundial
«La crise que nous subissons a ses racines dans le thatchérisme»
8 avril 2013 à 20:05
Fonte: http://www.liberation.fr/monde/2013/04/ ... sme_894640
INTERVIEW L'économiste Denis Clerc, fondateur de la revue «Alternatives économiques», revient pour Libération sur les années Thatcher.
Par PROPOS RECUEILLIS PAR VINCENT DI GRANDE
«There is no alternative» aimait à répéter Margaret Thatcher. Au début des années 80, la dame de fer impose son ordre libéral au Royaume-Uni. A la même époque, Denis Clerc fonde la revue «Alternatives économiques». Deux visions de l'économie que tout oppose. Pour Libération, Denis Clerc revient sur 11 ans d'économie selon Thatcher.
Quel bilan tirez-vous des années Thatcher ?
Je dirais que ca a été une réussite économique, mais une catastrophe sociale. Et cela va de pair finalement. Sous Thatcher, les riches sont devenus plus riches, les pauvres plus pauvres. Quand elle est arrivée, le taux de pauvreté atteignait 15 % au Royaume-Uni. Quand elle a quitté le pouvoir, il était de 20 %. C’est aussi la seule dirigeante au monde à avoir supprimé le salaire minimum. Mais en même temps, elle a réussi à sortir la pays de la profonde crise économique dans laquelle il était plongé.
Au prix d’une politique très dure, notamment vis à vis des syndicats.
Elle a brisé la toute-puissance des syndicats britanniques, en venant à bout de la grève des mineurs en particulier en 1984-1985. C’était sans doute nécessaire. En mettant toute les nuances possible, il faut bien dire que les syndicats étaient devenus une force conservatrice plus que dynamique. Ils se reposaient sur un passé impérial que le Royaume-Uni ne pouvait plus assumer.
Margaret Thatcher a voulu rétablir les mécanismes du marché, réduire l’Etat social pour favoriser l’économie. Je le répète, cela a été une réussite. Mais aussi un véritable drame social. On oublie souvent de dire que dans les années 80, les Anglais venaient se faire soigner en France, tant le système de santé britannique était à bout de souffle. On peut dire que 30 à 50 % de la population du Royaume-uni a payé la note du thatchérisme.
Comment-a-t-elle réussi ce tour de force ?
Disons qu’elle est arrivée au bon moment. La pays était exsangue, avec une inflation délirante, 10 à 15 % certaines années. La Livre Sterling était en train de succomber. Une grande partie des dirigeants d’entreprises, des politologues, des économistes attendaient autre chose qu’un keynesianisme à bout de souffle.
Mais la grève de mineurs a duré six mois, et il n’était pas dit qu’elle sortirait gagnante de ce bras de fer. Elle a tenu bon, soutenue par une grande partie de la population, il ne faut pas l’oublier.
Que reste-il de Margaret Thatcher aujourd’hui ?
Beaucoup. Aujourd’hui, la finance est le premier employeur du Royaume-Uni, avec près de 10 % des emplois qui dépendent de ce secteur. C’est une conséquence directe des politiques mis en place par Mme Thatcher. On peut dire aussi qu’elle a inspiré Ronald Reagan aux Etats-Unis, même s’il était un peu plus pragmatique et moins idéologue. La crise que nous subissons a ses racines dans le thatchérisme.
Et plus grave, cette crise qui a commencé comme une crise du crédit avant de devenir celle de la dette, aurait dû appeler des réformes de grande ampleur du secteur bancaire. Mais en instillant l’idée chez de nombreux dirigeants politiques et économiques que la toute puissance du marché était une règle qu’il ne fallait pas bousculer, Margaret Thatcher a nourri la résistance des banques à ces réformes.
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Re: Crise Econômica Mundial
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Andalucía expropiará viviendas a los bancos para impedir desahucios
LOURDES LUCIO Sevilla 9 ABR 2013 - 21:27 CET1975
Archivado en: Crisis económica Recesión económica PP Desahucios Coyuntura económica Andalucía Vivienda España Partidos políticos Problemas sociales Política Urbanismo Economía Sociedad
Elena Cortés informa tras el Consejo de Gobierno de este martes. / JULIÁN ROJAS
Fonte: http://ccaa.elpais.com/ccaa/2013/04/09/ ... 53114.html
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Casi un año ha tardado el Gobierno andaluz de coalición de PSOE e Izquierda Unida en aprobar una medida de fuerte impacto social. La huella de IU impregna de cabo a rabo el decreto ley de Medidas para Asegurar el Cumplimiento de la Función Social de la Vivienda aprobado ayer por el Consejo de Gobierno.
Dos aspectos destacan del proyecto, que entrará en vigor a partir del jueves cuando se publique en el Boletín Oficial de la Junta de Andalucía (BOJA). Por un lado, la expropiación del uso de la vivienda a los bancos, durante un máximo de tres años, en caso de desalojos de familias que cumplan con una serie de requisitos y estén en riesgo de exclusión social. Por otro, el fomento del alquiler de viviendas vacías a través de un sistema de penalización en el que se multará con hasta 9.000 euros a las entidades bancarias y a sus sociedades filiales que no arrienden sus inmuebles.
“Hoy decimos basta, hasta aquí hemos llegado”, tronó ayer la consejera de Fomento y Vivienda, Elena Cortés (IU), cuando presentó el decreto que puso de contrapunto a la ley hipotecaria que se tramita en el Congreso.
Cortés, que dirige una consejería sin la potencia inversora de otras épocas por las sucesivas amputaciones presupuestarias, ha centrado desde el primer día su gestión en la lucha contra los desahucios. En Andalucía, una media diaria de 46 familias viven esta situación. Desde 2007, se han producido en la comunidad 86.000 desahucios.
MÁS INFORMACIÓN
Una consejera andaluza que participaría en escraches si no estuviera en el Gobierno
En Andalucía hay entre 700.000 y un millón de viviendas vacías, según datos de la Junta, de las que la mitad son propiedad de personas jurídicas (bancos y empresas inmobiliarias). El decreto deja fuera de las sanciones a las personas físicas propietarias de pisos vacíos, a los que se les planteará un paquete de incentivos, sobre todo de carácter fiscal, para que pongan sus casas en alquiler. También se creará un Registro de Viviendas Deshabitadas.
Para que los bancos, las inmobiliarias o las entidades de gestión patrimonial pongan en arrendamiento su depósito de viviendas, la Junta emplea el método del palo más que el de la zanahoria, al establecer un régimen disciplinario que contempla sanciones muy graves, graves y leves.
En el caso de las muy graves, se penaliza con hasta 9.000 euros a las entidades financieras que tengan viviendas vacías. El decreto —que la Junta no hizo público en su integridad ya que tan solo facilitó un resumen porque estaba ultimando su redacción—, no recoge qué pasa cuando un banco pone en alquiler una vivienda al precio que estime conveniente y no logra arrendarla. “Eso no exime de que no sea considerada una vivienda vacía”, dijo Fomento.
La recaudación de las multas se destinará a políticas de vivienda y al patrimonio público de suelo de la Administración. De la regulación quedan exentas las segundas residencias, las de recreo y las afectadas por la legislación turística.
Para dar una solución “inminente” a los lanzamientos, la Junta podrá expropiar a las entidades jurídicas el uso de inmuebles en procedimientos de desahucio en casos de “emergencia social”. Se trata de una medida excepcional que se aplicará durante un máximo de tres años y siempre que los afectados reúnan, entre otros, estos requisitos: que el desalojo genere una situación de exclusión social, contrastada por los Ayuntamientos, que la vivienda hipotecada sea la habitual, y que se acredite una situación de empobrecimiento sobrevenido desde la etapa en la que se concedió el préstamo. Como tope, los que se beneficien de esta medida no podrán superar tres veces el Iprem (532 euros mensuales).
Esta iniciativa se aplicará en el último tramo del proceso de ejecución hipotecaria. Es decir, cuando las entidades bancarias ya han embargado la casa y esta ha sido subastada y adjudicada al propio banco. En estos casos, la Junta pagará al año a la entidad el 2% del justiprecio en el que se haya adjudicado la vivienda. Fomento tiene contabilizadas 119 familias, que han pedido su mediación en las oficinas provinciales abiertas hace cuatro meses, que podrían acogerse a esta solución.
Según Cortés, el decreto, que se tramitará como proyecto de ley en el Parlamento autónomo, no corre peligro de ser impugnado. Lo dijo con estas palabras: “Garantía jurídica plena como la luna llena”. Para el PP andaluz, la Junta “copia” las iniciativas de Rajoy sobre la función social de la vivienda, aunque con “el radicalismo” de IU, opinó la diputada popular Alicia Martínez, quien apuntó “dudas jurídicas”.
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Re: Crise Econômica Mundial
Bélgica protesta junto da UE contra salários de três euros à hora na Alemanha
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... manha.html

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Re: Crise Econômica Mundial
INET Blog
The Two Innovation Economies
by William Janeway on April 11, 2013
Fonte: http://ineteconomics.org/blog/inet/two- ... -economies
Originally posted on Project Syndicate
HONG KONG – For 250 years, technological innovation has driven economic development. But the economics of innovation are very different for those at the frontier versus those who are followers striving to catch up.
At the frontier, the innovation economy begins with discovery and culminates in speculation. From scientific research to identification of commercial applications of new technologies, progress has been achieved through trial and error. The strategic technologies that have repeatedly transformed the market economy – from railroads to the Internet – required the construction of networks whose value in use could not be known when they were first deployed.
Consequently, innovation at the frontier depends on funding sources that are decoupled from concern for economic value; thus, it cannot be reduced to the optimal allocation of resources. The conventional production function of neoclassical economics offers a dangerously misleading lens through which to interpret the processes of frontier innovation.
Financial speculation has been, and remains, one required source of funding. Financial bubbles emerge wherever liquid asset markets exist. Indeed, the objects of such speculation astound the imagination: tulip bulbs, gold and silver mines, real estate, the debt of new nations, corporate securities.
Occasionally, the object of speculation has been one of those fundamental technologies – canals, railroads, electrification, radio, automobiles, microelectronics, computing, the Internet – for which financial speculators have mobilized capital on a scale far beyond what “rational” investors would provide. From the wreckage that has inevitably followed, a succession of new economies has emerged.
Complementing the role of speculation, activist states have played several roles in encouraging innovation. They have been most effective when pursuing politically legitimate missions that transcend narrow economic calculation: social development, national security, conquering disease.
In the United States, the government constructed transformational networks (the interstate highway system), massively subsidized their construction (the transcontinental railroads), or played the foundational role in their design and early development (the Internet). Activist states around the world have funded basic science and served as early customers for the novel products that result. For a quarter-century starting in 1950, the US Department of Defense – to cite one crucial example – combined both roles to build the underpinnings of today’s digital economy.
For countries following an innovative leader, the path is clear. Mercantilist policies of protection and subsidy have been effective instruments of an economically active state. In the US, the first profitable textile mills blatantly violated British patents. And ferociously entrepreneurial private enterprise was supported by a broad array of state investments, guarantees, and protective tariffs, in accordance with the “American System” inspired by Alexander Hamilton and realized by Henry Clay.
The great, neglected German economist Friedrich List, a student of Hamilton’s work, laid out an innovation roadmap for his own country in 1841, in his National System of Political Economy. It has been used repeatedly: by Japan beginning in the last decades of the nineteenth century; by the Asian Tigers in the second half of the twentieth century; and now by China.
List noted how Britain’s emergence as “the first industrial nation” at the end of the eighteenth century depended on prior state policies to promote British industry. “Had the English left everything to itself,” he wrote, “the Belgians would be still manufacturing cloth for the English, [and] England would still have been the sheepyard for the [Hanseatic League].”
Coherent programs to promote economic catch-up are relatively straightforward. But the transition from follower to leader at the frontier of the innovation economy is more challenging and elusive.
The US managed the transition roughly between 1880 and 1930, combining the professionalization of management with a speculative taste for new technologies – electrification, automobiles, and radio – and state tolerance of the Second Industrial Revolution’s great industrial monopolies, which invested their super-profits in scientific research. The post-World War II invocation of national security as the legitimizing rationale for an economically active state extended America’s leadership.
It is not yet clear whether East Asia’s economic powerhouses will succeed in making the transition from follower to frontier. To begin, the “national champions” of the catch-up phase must be rendered accessible to competitive assault. More generally, the state’s role must shift from executing well-defined programs to supporting trial-and-error experimentation and tolerating entrepreneurial failure. And the debilitating “corruption tax” that seems inevitably to accompany economic revolutions must be curbed, as it was in Britain during the nineteenth century and America during the twentieth.
Here is the moment of strategic uncertainty. The “made in America” digital economy exhibits ample momentum in the private sector. But leadership of the next new economy – the low-carbon economy – is open. America is suffering the consequences of a generation-long effort to render the state illegitimate as an economic actor. Europe is mired in its oxymoronic commitment to “expansionary fiscal austerity.”
Can China manage the economic, cultural, and political transitions necessary to assume the leadership role now up for grabs? I find it intriguing to go back almost 200 years and consider Britain’s political economy when the First Industrial Revolution was gathering steam.
England in 1820 was governed by a corrupt oligarchy that exercised power in intimate collaboration with a national religious establishment. Political legitimacy was validated by fear of anarchy, the terrifying reality of which had been observable across the Channel within living memory. Arbitrary, draconian repression was the rule: under the “Bloody Code” of criminal justice, more than 100 felonies were punishable by death or transportation. The patent system was notoriously expensive and inaccessible.
England’s rulers sought in vain to keep a lid on the greatest explosion of economic energy and financial wealth in human history. Over a long generation, England was transformed. From the Great Reform Act of 1832 to the repeal of the Corn Laws in 1846 – and on to the civil-service reforms initiated in 1853 and the Representation of the People Act of 1867 – Britain pursued its unique path toward a relatively stable and sustainable democratic capitalism.
No doubt China’s own path will be as distinctive as the processes by which it has reached its current moment of opportunity. Whether or not its path proves to be as progressive as England’s may determine who assumes the mantle of global economic leadership.
- Bourne
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Re: Crise Econômica Mundial
Safadinhos!!!!!!!!!! Os alemães estão subsidiando os empregados de baixo custo as empresas. Então, nas funções de baixa qualificação e intensivas em mão-de-obra, os alemães conseguem ter competitividade e não precisam exportar esse tipo de atividade para o Leste ou periferia européia.cabeça de martelo escreveu:Bélgica protesta junto da UE contra salários de três euros à hora na Alemanha
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... manha.html
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Re: Crise Econômica Mundial
no meu último trabalho eu ganhava 3,26€ á hora. Devia ter informado os belgas.
8,5€/hora e ainda se queixam. vão mas é mamar na 5ª pata do cavalo!!!!!
“Cerca de 30% dos trabalhadores na Alemanha ganha menos de 8,5 euros por hora – isso é menos do que o nível de pobreza da OCDE”.



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- jumentodonordeste
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