O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Tri, vamos fazer assim: tens metade da razão (reconheço que fui mais ácido do que deveria, não dá para passar séculos sem ver evoluções reais em Defesa e depois querer dizer "tá uma josta" diante de quem ao menos TENTA fazer algo) e eu a outra, tri? Afinal, tem mais coisa no papel e discurso do que no mundo real.
Assim, proponho que esperemos mais um pouco. Vai que tens muito mais razão do que eu (na verdade, torço por isso)...
Abração!!!
Assim, proponho que esperemos mais um pouco. Vai que tens muito mais razão do que eu (na verdade, torço por isso)...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Estava passando uma leitura rápida na discussão entre o Leandro e o Sapão, aliás excelente por parte de ambos. Resolvi colocar aqui a minha pitada.
Sou apaixonado por defesa antiaérea, mas tenho que reconhecer que a defesa antiaérea baseada em mísseis quando em comparação com a defesa baseada em caças, apresenta uma enganosa ilusão de eficácia.
Esta ilusão pode ser vista em outros conceitos clássicos, como as grandes linhas de defesa, como o Muro do Atlântico dos alemães na II GM. As grandes linhas defensivas parecem excelentes, mas são como uma corrente grande e forte, rompido um elo a corrente não serve para nada.
Qual a vantagem de ter caças, primeiro um caça desde que seja multiuso serve não somente para defender o espaço aéreo, ele é uma arma estratégica e tática, defensiva e ofensiva, serve contra alvos no ar, no mar e em terra. Um sistema de mísseis por melhor que seja não voa, anda por terra, por mas móvel que seja, o que se pode fazer é colocar ele defendendo um local e esperar que o inimigo o ataque. Com caças você pode atacar as bases inimigas e destruir o perigo da aviação inimiga antes que ela ataque. Com muitas outras possibilidades etc.
Por isso penso que não vale apena investir em mísseis antiaéreos, a não ser que se esteja pensando em se defender de uma força muito superior, como uma coalizão internacional, com caças furtivos etc, que conquistariam a superioridade aérea sem nenhuma dúvida.
Quando pensamos em um conflito hipotético em termos do Brasil com qualquer país da América Latina, a melhor opção em ser gastar recursos é com a aviação militar, tanto de caça como de transporte, pois devido a sua característica de extrema mobilidade, os seus meios podem ser deslocados para o norte, para o centro oeste ou para o sul desde é claro que se provenham bases adequadas, que não precisariam ser todas ocupadas, em tempos de paz, por esquadrões operacionais, basta a infantaria para prover a segurança. No meio de um conflito algumas unidades podem ser deslocadas para o local, os seus sistemas de apoio transportados por aeronaves cargueiras. Os EUA fazem isso nas suas guerras, vide Vietnam, Golfo, etc. Suas bases são no seu continente mas a USAF opera desdobrada em outras regiões do planeta. Podemos fazer o mesmo no nosso país continental. Assim digamos hoje poderia de desdobrar uns 08 caças de Anapólis para operar digamos na fronteira da
Venezuela ou do Peru.
Além do mais existem regiões do país, como a região norte que o terreno não permite a movimentação de sistemas terrestres pesados.
Agora quanto o vetor, isso é outra conversa, que não me atrevo a entrar nesta novela absurda que se tornou o FX, apenas limito a dizer que na minha humilde opinião a FAB deveria ter no futuro dois vetores um de primeira linha, o bicho papão, para fazer frente a qualquer caça inimigo e outro de segunda linha em grande quantidade para fazer a guerra se segurar a parada, sendo que terá baixas e operar nas condições de maior desgaste operacional.
Quanto a defesa AA, deve sempre existir, mas não deve ser prioridade, quando a defesa AA de alvos estratégicos, acredito que deveria ser incumbência da FAB e não do EB que deveria se limitar as suas tropas.
Quanto ao Guepard, sou contra a sua aquisição, produto de outra época, não serve para começar uma nova doutrina operacional em 2013, acredito que mais alguns anos como 2023 até a Bolívia terá armas inteligentes nos seus K8 ou seja lá o que vão ter. Mas o que dizer para oficiais de um Exército que em algumas unidades de artilharia antiaérea ainda operam Bofors L/60 com tecnologia da II GM, ver um Guepard em operação é estonteante. Qual a solução a ser adotada, é outro assunto.
Quanto ao Pantsir, bem acho bom, mas estou esperando para ver o que acontece.
Quanto aos outros países sul americanos, com exceção do Chile, os outros são com o perdão da palavra uma "bosta" não por causa do seu material humano, acredito que deve ser de primeira, mas porque não tem dinheiro, nem recursos, suas forças são tigres de papel, o Peru vive com problemas operacionais, vide a guerra de Cenepa e outras histórias. A Venezuela, a preocupação deles é um golpe de estado interno é um tigre de papel, não tem nenhuma capacidade de logística e manutenção para operar com eficácia o que adquiriu, e equipamento russo depende de uma boa prateleira de reposição para operar bem. A Colômbia com treinamento e apoio norte americano é muito mais eficiente.
O que dizer no fundo concordo com Sapão, ruim como é a FAB ainda é melhor que o resto. Agora o duro é ver um país com uma economia e um tamanho como o Brasil ter que juntar tudo o que tem, mandar para um canto, para fazer frente a países bem menores em termos gerais. Se houvesse uma guerra hipotética, todos contra nós e se eles se preparassem ia ser um sufoco.
Sou apaixonado por defesa antiaérea, mas tenho que reconhecer que a defesa antiaérea baseada em mísseis quando em comparação com a defesa baseada em caças, apresenta uma enganosa ilusão de eficácia.
Esta ilusão pode ser vista em outros conceitos clássicos, como as grandes linhas de defesa, como o Muro do Atlântico dos alemães na II GM. As grandes linhas defensivas parecem excelentes, mas são como uma corrente grande e forte, rompido um elo a corrente não serve para nada.
Qual a vantagem de ter caças, primeiro um caça desde que seja multiuso serve não somente para defender o espaço aéreo, ele é uma arma estratégica e tática, defensiva e ofensiva, serve contra alvos no ar, no mar e em terra. Um sistema de mísseis por melhor que seja não voa, anda por terra, por mas móvel que seja, o que se pode fazer é colocar ele defendendo um local e esperar que o inimigo o ataque. Com caças você pode atacar as bases inimigas e destruir o perigo da aviação inimiga antes que ela ataque. Com muitas outras possibilidades etc.
Por isso penso que não vale apena investir em mísseis antiaéreos, a não ser que se esteja pensando em se defender de uma força muito superior, como uma coalizão internacional, com caças furtivos etc, que conquistariam a superioridade aérea sem nenhuma dúvida.
Quando pensamos em um conflito hipotético em termos do Brasil com qualquer país da América Latina, a melhor opção em ser gastar recursos é com a aviação militar, tanto de caça como de transporte, pois devido a sua característica de extrema mobilidade, os seus meios podem ser deslocados para o norte, para o centro oeste ou para o sul desde é claro que se provenham bases adequadas, que não precisariam ser todas ocupadas, em tempos de paz, por esquadrões operacionais, basta a infantaria para prover a segurança. No meio de um conflito algumas unidades podem ser deslocadas para o local, os seus sistemas de apoio transportados por aeronaves cargueiras. Os EUA fazem isso nas suas guerras, vide Vietnam, Golfo, etc. Suas bases são no seu continente mas a USAF opera desdobrada em outras regiões do planeta. Podemos fazer o mesmo no nosso país continental. Assim digamos hoje poderia de desdobrar uns 08 caças de Anapólis para operar digamos na fronteira da
Venezuela ou do Peru.
Além do mais existem regiões do país, como a região norte que o terreno não permite a movimentação de sistemas terrestres pesados.
Agora quanto o vetor, isso é outra conversa, que não me atrevo a entrar nesta novela absurda que se tornou o FX, apenas limito a dizer que na minha humilde opinião a FAB deveria ter no futuro dois vetores um de primeira linha, o bicho papão, para fazer frente a qualquer caça inimigo e outro de segunda linha em grande quantidade para fazer a guerra se segurar a parada, sendo que terá baixas e operar nas condições de maior desgaste operacional.
Quanto a defesa AA, deve sempre existir, mas não deve ser prioridade, quando a defesa AA de alvos estratégicos, acredito que deveria ser incumbência da FAB e não do EB que deveria se limitar as suas tropas.
Quanto ao Guepard, sou contra a sua aquisição, produto de outra época, não serve para começar uma nova doutrina operacional em 2013, acredito que mais alguns anos como 2023 até a Bolívia terá armas inteligentes nos seus K8 ou seja lá o que vão ter. Mas o que dizer para oficiais de um Exército que em algumas unidades de artilharia antiaérea ainda operam Bofors L/60 com tecnologia da II GM, ver um Guepard em operação é estonteante. Qual a solução a ser adotada, é outro assunto.
Quanto ao Pantsir, bem acho bom, mas estou esperando para ver o que acontece.
Quanto aos outros países sul americanos, com exceção do Chile, os outros são com o perdão da palavra uma "bosta" não por causa do seu material humano, acredito que deve ser de primeira, mas porque não tem dinheiro, nem recursos, suas forças são tigres de papel, o Peru vive com problemas operacionais, vide a guerra de Cenepa e outras histórias. A Venezuela, a preocupação deles é um golpe de estado interno é um tigre de papel, não tem nenhuma capacidade de logística e manutenção para operar com eficácia o que adquiriu, e equipamento russo depende de uma boa prateleira de reposição para operar bem. A Colômbia com treinamento e apoio norte americano é muito mais eficiente.
O que dizer no fundo concordo com Sapão, ruim como é a FAB ainda é melhor que o resto. Agora o duro é ver um país com uma economia e um tamanho como o Brasil ter que juntar tudo o que tem, mandar para um canto, para fazer frente a países bem menores em termos gerais. Se houvesse uma guerra hipotética, todos contra nós e se eles se preparassem ia ser um sufoco.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Saiu no Foro Militar General fotos dos sistema Smerch e S-300 ja em territorio Venezuelano .
A Venezuela a meu ver possui de longe o melhor sistema AA da America Latina com ZSU-23,Iglas,Pechoras,Tor-M2,BUK-M2e S-300 tudo as centenas e ainda com 24 Flanker .
Pensando defensivamente a Venezuela causaria pesadas perdas diria perdas inaceitaveis para qualquer pais atacante da AS .
A Venezuela a meu ver possui de longe o melhor sistema AA da America Latina com ZSU-23,Iglas,Pechoras,Tor-M2,BUK-M2e S-300 tudo as centenas e ainda com 24 Flanker .
Pensando defensivamente a Venezuela causaria pesadas perdas diria perdas inaceitaveis para qualquer pais atacante da AS .
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one behind me."
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Se considerarmos que estes sistemas todos venham efetivamente a operar em sua total capacidade, entendo que nenhum país na AL seria ou será capaz, nas próximas décadas de lançar ataques aéreos território venezuelano adentro sem ter a certeza de que terá capacidade de repor ou de sustentar as perdas que com certeza sofrerá em virtude da oposição de tais sistemas.
Mesmo a FAB, com qualquer um dos três finalistas do FX não se arriscaria, e nem mesmo com Su-35 ou PAK-FA.
E notar que o modelo venezuelano busca o que deveríamos estar fazendo aqui, ao invés de ficar nos perguntando qual a prioridade, ou se cobrimos os pés ou descobrimos a cabeça, como sempre, mas um equilíbrio na montagem de seu sistema de defesa, investindo onde e como pode tanto numa força de caças críveis e efetivos, como em material AAe capaz de suplantar prováveis investidas de inimigos e na renovação da marinha, modernizando fragatas e comprando navios patrulha novos.
E isso tudo num país que não tem a metade do PIB brasileiro. È como sempre tenho me expressado aqui. O que falta a defesa no Brasil não é verba, é vergonha na cara e responsabilidade. Mas isso politico brasileiro nenhum tem.
abs.
Mesmo a FAB, com qualquer um dos três finalistas do FX não se arriscaria, e nem mesmo com Su-35 ou PAK-FA.
E notar que o modelo venezuelano busca o que deveríamos estar fazendo aqui, ao invés de ficar nos perguntando qual a prioridade, ou se cobrimos os pés ou descobrimos a cabeça, como sempre, mas um equilíbrio na montagem de seu sistema de defesa, investindo onde e como pode tanto numa força de caças críveis e efetivos, como em material AAe capaz de suplantar prováveis investidas de inimigos e na renovação da marinha, modernizando fragatas e comprando navios patrulha novos.
E isso tudo num país que não tem a metade do PIB brasileiro. È como sempre tenho me expressado aqui. O que falta a defesa no Brasil não é verba, é vergonha na cara e responsabilidade. Mas isso politico brasileiro nenhum tem.
abs.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A discussão se prende ao ponto errado de comparar com vizinhos e simular uma guerra contra eles. Não estamos nos anos 1960s.
Primeiro devido não estar na pauta brasileira entrar em conflito com os vizinhos desde a década de 1980. Existe sim medidas diplomáticas e políticas de integração que buscam eliminar esta possibilidade por mais remota que seja. Não há motivos para ocorrer. E ainda se trabalha para amenizar os problemas existentes como entre Chile e Peru.
Segundo nenhum país da América do Sul tem condições de sustentar uma guerra ofensiva. Não tem a capacidade de pagar a conta e motivação para sustentar a ação. Não é mais a década de 1980 em que a Argentina tinha o sonho megalomaníaco de blitzkrieg no Cone Sul. O máximo que os países da região pensam é em uma estrutura defensiva com alguma capacidade ataque para amedrontar algum suposto inimigo do continente ou não. Inclusive o Brasil que não tem equipamento nem para vigiar a própria fronteira e muito menos atacar alguém. A não ser que considere o AMX um bombardeiro estratégia inderrubável.
Terceiro as distâncias na região são gigantescas. O que dificulta qualquer operação militar. Não é a Ásia que é tudo perto. Aqui não há nem como brigar. Nem europa dá para citar hoje em dia por os tempos de conflitos armados internos acabaram.
Portanto, se é para pensar no contexto da América do sul em uma guerra sul-americana, não faz sentido gastar com FA's. É um gasto inútil que leva a mensagem errada aos vizinhos. Assim deixa as FA's a pão e água e utiliza a verba para algo mais útil. O Chile, Peru ou Venezuela ter 100 ou 200 caças não faz diferença. Menos ainda a FAB voar de F5. Nunca vai acontecer nada, os F5 tem autonomia de uma mosca e a improvável operação é uma área gigantesca. Traçando um paralelo é como achar que França e Alemanha vão entrar em guerra ou Espanha e Portugal. Não tem lógica em nenhum sentido.
O que deveria ser pensado é a capacidade de defesa e ações militares contra potências que usam o máximo de equipamento e treinamento que podem vir por mar, fechar acordos de cooperação com alguns vizinhos ou uma guerra de atrito em algum lugar do continente ou vizinhos. Isso que aparentemente a marinha pensa e está executando sendo a mais próxima e adequada a política externa e de defesa do END. Hora do exercito e força área pensarem semelhante.
Primeiro devido não estar na pauta brasileira entrar em conflito com os vizinhos desde a década de 1980. Existe sim medidas diplomáticas e políticas de integração que buscam eliminar esta possibilidade por mais remota que seja. Não há motivos para ocorrer. E ainda se trabalha para amenizar os problemas existentes como entre Chile e Peru.
Segundo nenhum país da América do Sul tem condições de sustentar uma guerra ofensiva. Não tem a capacidade de pagar a conta e motivação para sustentar a ação. Não é mais a década de 1980 em que a Argentina tinha o sonho megalomaníaco de blitzkrieg no Cone Sul. O máximo que os países da região pensam é em uma estrutura defensiva com alguma capacidade ataque para amedrontar algum suposto inimigo do continente ou não. Inclusive o Brasil que não tem equipamento nem para vigiar a própria fronteira e muito menos atacar alguém. A não ser que considere o AMX um bombardeiro estratégia inderrubável.
Terceiro as distâncias na região são gigantescas. O que dificulta qualquer operação militar. Não é a Ásia que é tudo perto. Aqui não há nem como brigar. Nem europa dá para citar hoje em dia por os tempos de conflitos armados internos acabaram.
Portanto, se é para pensar no contexto da América do sul em uma guerra sul-americana, não faz sentido gastar com FA's. É um gasto inútil que leva a mensagem errada aos vizinhos. Assim deixa as FA's a pão e água e utiliza a verba para algo mais útil. O Chile, Peru ou Venezuela ter 100 ou 200 caças não faz diferença. Menos ainda a FAB voar de F5. Nunca vai acontecer nada, os F5 tem autonomia de uma mosca e a improvável operação é uma área gigantesca. Traçando um paralelo é como achar que França e Alemanha vão entrar em guerra ou Espanha e Portugal. Não tem lógica em nenhum sentido.
O que deveria ser pensado é a capacidade de defesa e ações militares contra potências que usam o máximo de equipamento e treinamento que podem vir por mar, fechar acordos de cooperação com alguns vizinhos ou uma guerra de atrito em algum lugar do continente ou vizinhos. Isso que aparentemente a marinha pensa e está executando sendo a mais próxima e adequada a política externa e de defesa do END. Hora do exercito e força área pensarem semelhante.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
PARA MIM É, com efeito, inquestionável que a primeira linha de defesa e de ataque é (ou mais corretamente, deveria ser) a Aviação de Combate. AAAe sempre será o último recurso e isso foi demonstrado tantas vezes ao longo da História recente que nem sei por que discutir ou até mesmo por onde começar. Mas tentemos...
A grande prova foi a Guerra do Golfo: o Iraque tinha pesadas defesas AAe que de pouco lhe adiantaram, as Forças Aéreas da Coalizão neutralizaram com caças em NCW a pobre força de caças Árabe (quem pôde fugiu para o Irã) e os meios aéreos de ataque acabaram com o C4ISR, deixando as defesas terrestres (AAAe inclusa) cegas, surdas e mudas. Após isso, novamente a aviação agiu, desta vez arrasando o dispositivo terrestre. Só então os Exércitos avançaram e terminaram o serviço.
Claro, sempre se vai citar exemplos clássicos das vantagens da AAAe, tentando colocá-la como crucial:
Vietnã - Anos 60/70, a tecnologia de detecção e a doutrina Wild Weasel engatinhavam e as aeronaves da USAF/USN/USMC tinham diante de si a mais formidável e poderosa rede de Defesa AAe já criada, e isso em um espaço relativamente pequeno, montanhoso e densamente arborizado. Mas não esqueçamos que o então Vietnã do Norte sempre teve seus MiGs no céu e eles fizeram não pouco estrago. Ademais, tinham à disposição repuestos imediatos para suas perdas, a URSS e China estavam logo ali do lado, ansiosas para ajudar a fazer os ianques levar mecha. E as fábricas das armas, munições e sistemas ficavam nos Países acima citados, os quais os EUA não iriam atacar de jeito nenhum (lembrar da Coréia, quando os EUA e Inglaterra levaram um corridão apenas por chegarem perto da fronteira Chinesa). Se as fábricas fossem no Vietnã, teriam dado um jeito de arrasar logo com elas e venceriam a guerra. Por exemplo, se o Vietnã fosse aqui na AS, não teria durado um mês, por mais armamento que tivesse estocado...
Bálcãs - Anos 90, tecnologias bem mais evoluídas. Clama-se que a AAAe era ainda mais perigosa que a do Vietnã (tendo até abatido uma aeronave stealth) e que teria impedido o voo das aeronaves da OTAN em baixas altitudes. Esquecem que o conflito foi NA EUROPA e os chamados danos colaterais causados por ataques maciços lá seriam a delícia da mídia e dos esquerdistas. Mas nada disso manteve o domínio Sérvio sobre os territórios que reclamava como seus nem livrou o pescoço do Milosevic da forca. Afinal, como no Iraque, era AAAe sem caças...
Assim, vê-se que quem priorizou a AAAe e deixou de lado a Aviação de Combate se quebrou (abre o olho, Irã! ). É a eterna disputa entre a espada e o escudo, a espada vai sendo melhorada até que o escudo possa ser penetrado. Este é reforçado/melhorado, segura a espada por algum tempo até aparecer um ainda melhor e lá se foi o cara do escudo. Ad Eternum...
Um exemplo em blindados: CCs como o Abrams, Leo2A6/7 e Merkava IV foram apresentados como praticamente indestrutíveis, ao menos por armas a bordo de outros CCs ou Infantes. Abrams até com RPG-7 foi posto fora de combate com mortos e feridos, fora as baixas para minas pesadas e IEDs; o Merkava descobriu no Líbano que minas, IEDs e mísseis como o Kornet tornam muito difícil ficar vivo dentro do que sobrou do blindado; o Leo continua por aí, invicto até agora, ao menos até tentar se aproximar de uma posição guarnecida por mísseis TOW2B ou Bill2 ou mesmo uma daquelas IEDs Merkava-killer que até hoje felizmente não precisou enfrentar, do mesmo modo que ao Kornet. A espada sempre vence no final...
Mas claro, cedo ou tarde virá a pergunta inevitável:
Tá, mas então AAAe é irrelevante, é isso?
MINHA resposta:
Não, de modo algum. É a linha final de defesa, quando a Aviação já deu o que tinha que dar e o inimigo ainda avança pelo céu ou, alternativamente, conseguiu "furar" a barreira de caças. Aí sim, precisa-se ter algo mais para fazer o que os caças não puderam ou, alternativamente, completar-lhes o serviço. Há basicamente duas "escolas" que conheço razoavelmente e acompanho como posso:
A AMERICANA - AAAe é prioritariamente antimíssil, primeiro com o Patriot e atualmente com aquele descendente do Israelense ARROW II, pois não é comum relato de caça abatendo míssil tático como o antigo SCUD, quanto mais os atuais, e de cruzeiro. De resto, na miraculosa possibilidade de alguém atravessar sua barreira de caças, se contentam com Stingers e alguns Chaparral, nada mais do que antigos Sidewinders montados em VTRs. Na prática, a primeira e fundamental linha de ataque e de defesa é a AVIAÇÃO DE COMBATE. O resto é secundário.
A RUSSA - Descende da soviética, com pesadas defesas antiaéreas/antimíssil, uma Aviação destinada a interceptar intrusos e outra ao combate contra forças no solo.
Ambas são caríssimas tanto em aquisição quanto manutenção e em necessidades de pessoal bem treinado. Estão longe demais do nosso alcance financeiro.
Claro, isso gerará nova pergunta, em tom ainda mais ácido:
Então, o que fazemos? Desistimos de tudo e que se dane? Qualé a tua, meu?
Novamente, MINHA resposta:
Já que estamos faltos de tudo, comecemos pelo principal: potencializar o quanto nos for possível a Aviação de Combate, afinal, é a nossa primeira linha de defesa e de ataque. Em paralelo, alavancar o que já temos: IGLAS! IGLAs e mais IGLAs. Fabricar aqui, se possível até o último parafuso. Aperfeiçoá-los no que der (lembro que os ianques chegaram a estudar uma versão do Stinger 2 com sensor IIR, não tendo levado adiante por custos e sua despreocupação com este tipo de meio, PARA ELES secundário). Lembro ainda que nosso País é mais de metade coberto por selvas e florestas montanhosas, além de ambientes urbanizados. É brabo encarar MANPAD nesses terrenos, ainda mais tendo que ficar de olho em possíveis caças hostis de uma FAB bem preparada/equipada...
Em um segundo momento, se debruçar sobre AAAe precipuamente antimíssil, de olho em mísseis táticos e de cruzeiro que possam ser lançados contra alvos cruciais para nós.
Para concluir, o famoso míssil de médio alcance de que tanto se fala, para ser a linha final de defesa dos ditos alvos cruciais, tanto contra caças quanto contra mísseis.
Em suma, é uma mistura das duas "escolas" que citei acima.
Por fim, debruçar-se (AAAe) sobre sua EMs/ECMs/ECCMs. Isso inclui capacidade de interferir/jammear UAVs/UCAVs e mesmo sensores e sistemas de comunicação/orientação/data-link de aeronaves de ataque e mísseis de cruzeiro; capacidade de produzir "falsos positivos" de radares de busca e pontaria para atrair ARMs; desenvolver aqueles alvos infláveis que, do ar, parecem legítimos; dotar seus próprios radares de capacidade LPI; meios de detecção e pontaria passivos (não emitem) e muita coisa mais, como aquela que sugeri num debate sobre bombas PEM, e que era basicamente no sentido de que se é possível a uma aeronave lançar uma munição dessas e "enlouquecer/cegar" meios eletrônicos na superfície, então deveria ser possível fazer o mesmo contra aeronaves a partir da superfície. Me foi respondido que isso está sendo estudado. Tomara que ainda esteja, me parece promissor...
Era isso.
A grande prova foi a Guerra do Golfo: o Iraque tinha pesadas defesas AAe que de pouco lhe adiantaram, as Forças Aéreas da Coalizão neutralizaram com caças em NCW a pobre força de caças Árabe (quem pôde fugiu para o Irã) e os meios aéreos de ataque acabaram com o C4ISR, deixando as defesas terrestres (AAAe inclusa) cegas, surdas e mudas. Após isso, novamente a aviação agiu, desta vez arrasando o dispositivo terrestre. Só então os Exércitos avançaram e terminaram o serviço.
Claro, sempre se vai citar exemplos clássicos das vantagens da AAAe, tentando colocá-la como crucial:
Vietnã - Anos 60/70, a tecnologia de detecção e a doutrina Wild Weasel engatinhavam e as aeronaves da USAF/USN/USMC tinham diante de si a mais formidável e poderosa rede de Defesa AAe já criada, e isso em um espaço relativamente pequeno, montanhoso e densamente arborizado. Mas não esqueçamos que o então Vietnã do Norte sempre teve seus MiGs no céu e eles fizeram não pouco estrago. Ademais, tinham à disposição repuestos imediatos para suas perdas, a URSS e China estavam logo ali do lado, ansiosas para ajudar a fazer os ianques levar mecha. E as fábricas das armas, munições e sistemas ficavam nos Países acima citados, os quais os EUA não iriam atacar de jeito nenhum (lembrar da Coréia, quando os EUA e Inglaterra levaram um corridão apenas por chegarem perto da fronteira Chinesa). Se as fábricas fossem no Vietnã, teriam dado um jeito de arrasar logo com elas e venceriam a guerra. Por exemplo, se o Vietnã fosse aqui na AS, não teria durado um mês, por mais armamento que tivesse estocado...
Bálcãs - Anos 90, tecnologias bem mais evoluídas. Clama-se que a AAAe era ainda mais perigosa que a do Vietnã (tendo até abatido uma aeronave stealth) e que teria impedido o voo das aeronaves da OTAN em baixas altitudes. Esquecem que o conflito foi NA EUROPA e os chamados danos colaterais causados por ataques maciços lá seriam a delícia da mídia e dos esquerdistas. Mas nada disso manteve o domínio Sérvio sobre os territórios que reclamava como seus nem livrou o pescoço do Milosevic da forca. Afinal, como no Iraque, era AAAe sem caças...
Assim, vê-se que quem priorizou a AAAe e deixou de lado a Aviação de Combate se quebrou (abre o olho, Irã! ). É a eterna disputa entre a espada e o escudo, a espada vai sendo melhorada até que o escudo possa ser penetrado. Este é reforçado/melhorado, segura a espada por algum tempo até aparecer um ainda melhor e lá se foi o cara do escudo. Ad Eternum...
Um exemplo em blindados: CCs como o Abrams, Leo2A6/7 e Merkava IV foram apresentados como praticamente indestrutíveis, ao menos por armas a bordo de outros CCs ou Infantes. Abrams até com RPG-7 foi posto fora de combate com mortos e feridos, fora as baixas para minas pesadas e IEDs; o Merkava descobriu no Líbano que minas, IEDs e mísseis como o Kornet tornam muito difícil ficar vivo dentro do que sobrou do blindado; o Leo continua por aí, invicto até agora, ao menos até tentar se aproximar de uma posição guarnecida por mísseis TOW2B ou Bill2 ou mesmo uma daquelas IEDs Merkava-killer que até hoje felizmente não precisou enfrentar, do mesmo modo que ao Kornet. A espada sempre vence no final...
Mas claro, cedo ou tarde virá a pergunta inevitável:
Tá, mas então AAAe é irrelevante, é isso?
MINHA resposta:
Não, de modo algum. É a linha final de defesa, quando a Aviação já deu o que tinha que dar e o inimigo ainda avança pelo céu ou, alternativamente, conseguiu "furar" a barreira de caças. Aí sim, precisa-se ter algo mais para fazer o que os caças não puderam ou, alternativamente, completar-lhes o serviço. Há basicamente duas "escolas" que conheço razoavelmente e acompanho como posso:
A AMERICANA - AAAe é prioritariamente antimíssil, primeiro com o Patriot e atualmente com aquele descendente do Israelense ARROW II, pois não é comum relato de caça abatendo míssil tático como o antigo SCUD, quanto mais os atuais, e de cruzeiro. De resto, na miraculosa possibilidade de alguém atravessar sua barreira de caças, se contentam com Stingers e alguns Chaparral, nada mais do que antigos Sidewinders montados em VTRs. Na prática, a primeira e fundamental linha de ataque e de defesa é a AVIAÇÃO DE COMBATE. O resto é secundário.
A RUSSA - Descende da soviética, com pesadas defesas antiaéreas/antimíssil, uma Aviação destinada a interceptar intrusos e outra ao combate contra forças no solo.
Ambas são caríssimas tanto em aquisição quanto manutenção e em necessidades de pessoal bem treinado. Estão longe demais do nosso alcance financeiro.
Claro, isso gerará nova pergunta, em tom ainda mais ácido:
Então, o que fazemos? Desistimos de tudo e que se dane? Qualé a tua, meu?
Novamente, MINHA resposta:
Já que estamos faltos de tudo, comecemos pelo principal: potencializar o quanto nos for possível a Aviação de Combate, afinal, é a nossa primeira linha de defesa e de ataque. Em paralelo, alavancar o que já temos: IGLAS! IGLAs e mais IGLAs. Fabricar aqui, se possível até o último parafuso. Aperfeiçoá-los no que der (lembro que os ianques chegaram a estudar uma versão do Stinger 2 com sensor IIR, não tendo levado adiante por custos e sua despreocupação com este tipo de meio, PARA ELES secundário). Lembro ainda que nosso País é mais de metade coberto por selvas e florestas montanhosas, além de ambientes urbanizados. É brabo encarar MANPAD nesses terrenos, ainda mais tendo que ficar de olho em possíveis caças hostis de uma FAB bem preparada/equipada...
Em um segundo momento, se debruçar sobre AAAe precipuamente antimíssil, de olho em mísseis táticos e de cruzeiro que possam ser lançados contra alvos cruciais para nós.
Para concluir, o famoso míssil de médio alcance de que tanto se fala, para ser a linha final de defesa dos ditos alvos cruciais, tanto contra caças quanto contra mísseis.
Em suma, é uma mistura das duas "escolas" que citei acima.
Por fim, debruçar-se (AAAe) sobre sua EMs/ECMs/ECCMs. Isso inclui capacidade de interferir/jammear UAVs/UCAVs e mesmo sensores e sistemas de comunicação/orientação/data-link de aeronaves de ataque e mísseis de cruzeiro; capacidade de produzir "falsos positivos" de radares de busca e pontaria para atrair ARMs; desenvolver aqueles alvos infláveis que, do ar, parecem legítimos; dotar seus próprios radares de capacidade LPI; meios de detecção e pontaria passivos (não emitem) e muita coisa mais, como aquela que sugeri num debate sobre bombas PEM, e que era basicamente no sentido de que se é possível a uma aeronave lançar uma munição dessas e "enlouquecer/cegar" meios eletrônicos na superfície, então deveria ser possível fazer o mesmo contra aeronaves a partir da superfície. Me foi respondido que isso está sendo estudado. Tomara que ainda esteja, me parece promissor...
Era isso.
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A pauta brasileira bundamolesca de nunca confrontar os vizinhos nem mesmo quando tem razao para isso já é conhecida internacionalmente ate mesmo nos confins do universo .
Agora a pauta dos nosso vizinhos cucarachos nunca foi tao frouxa e covarde assim . Varios paises tem pequenas pretensoes territoriais uma invasao por exemplo do vale do essequibo pela Venezuela poderia ser uma aventura plausivel .
E o Brasil perante uma hipotetica situaçao dessas nao poderia ficar parado vendo a banda passar afinal de contas essas favela é nosso quintal teriamos que passar de discursos vazios para pelo menos uma pressao militar .
E voltando em falar hipoteticamente nessa açao venezuelana ... o que poderiamos fazer levando em conta que nao temos meios para forçar um recuo venezuelano ? os caras ja tem S-300 para abater essas lesmas com artrite chamados AMX , eles ja tem Smerch para varrer do mapa as cascas de ovo podres dos M-113 , eles ja tem KH-31P suficiente para manterem bem longe nossa esquadra ...
Nos estamos melhorando isso é verdade .... porem parece que nosso vizinhos estao melhorando muito mais rapido e com muita mais qualidade .
Agora a pauta dos nosso vizinhos cucarachos nunca foi tao frouxa e covarde assim . Varios paises tem pequenas pretensoes territoriais uma invasao por exemplo do vale do essequibo pela Venezuela poderia ser uma aventura plausivel .
E o Brasil perante uma hipotetica situaçao dessas nao poderia ficar parado vendo a banda passar afinal de contas essas favela é nosso quintal teriamos que passar de discursos vazios para pelo menos uma pressao militar .
E voltando em falar hipoteticamente nessa açao venezuelana ... o que poderiamos fazer levando em conta que nao temos meios para forçar um recuo venezuelano ? os caras ja tem S-300 para abater essas lesmas com artrite chamados AMX , eles ja tem Smerch para varrer do mapa as cascas de ovo podres dos M-113 , eles ja tem KH-31P suficiente para manterem bem longe nossa esquadra ...
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
talharim escreveu:Saiu no Foro Militar General fotos dos sistema Smerch e S-300 ja em territorio Venezuelano .
A Venezuela a meu ver possui de longe o melhor sistema AA da America Latina com ZSU-23,Iglas,Pechoras,Tor-M2,BUK-M2e S-300 tudo as centenas e ainda com 24 Flanker .
Pensando defensivamente a Venezuela causaria pesadas perdas diria perdas inaceitaveis para qualquer pais atacante da AS .
Talha, procurei, me informei e não consegui nada a respeito dos sistemas Tor-M2 para a Venezuela, o que sei é que eles possuem em grande quantidade somente os Pechora que estão divididos em 3 Grupos, sabe onde consigo a informação dos Tor
Brava Gente, Brasileira!!!
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Podia tambem colocar as fotos do sistema na Venezuela, por favor?BrasilPotência escreveu:talharim escreveu:Saiu no Foro Militar General fotos dos sistema Smerch e S-300 ja em territorio Venezuelano .
A Venezuela a meu ver possui de longe o melhor sistema AA da America Latina com ZSU-23,Iglas,Pechoras,Tor-M2,BUK-M2e S-300 tudo as centenas e ainda com 24 Flanker .
Pensando defensivamente a Venezuela causaria pesadas perdas diria perdas inaceitaveis para qualquer pais atacante da AS .
Talha, procurei, me informei e não consegui nada a respeito dos sistemas Tor-M2 para a Venezuela, o que sei é que eles possuem em grande quantidade somente os Pechora que estão divididos em 3 Grupos, sabe onde consigo a informação dos Tor
A informação que eu tinha é que a previsão para sua chegada fosse apenas no proximo semestre.
Abraços,
Paulo
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Caro Paulo Bastos estranhamente a foto foi retirada pela moderaçao do Foro Militar General .
Esperemos 1 ou 2 semanas pelas fotos da imprensa oficial bolivariana .
Esperemos 1 ou 2 semanas pelas fotos da imprensa oficial bolivariana .
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Exelente as colocacoes dos companheiros JL e Tulio. Concordo integralmente que a nossa defesa AAAe deve ser, prioritariamente, a aviacao.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Obrigado.talharim escreveu:Caro Paulo Bastos estranhamente a foto foi retirada pela moderaçao do Foro Militar General .
Esperemos 1 ou 2 semanas pelas fotos da imprensa oficial bolivariana .
Abraços,
Paulo
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A força aérea iraquiana recebeu no mínimo tanta atenção do governo do país antes da guerra quanto suas defesas AAe (e em termos de grana provavelmente muito mais). No entanto conseguiu abater um único avião durante toda a campanha, enquanto as defesas AAe derrubaram pelo menos 26 aviões e 5 helis americanos, 7 aviões britânicos, 2 sauditas, 1 italiano e 1 do Kuwait .Túlio escreveu:PARA MIM É, com efeito, inquestionável que a primeira linha de defesa e de ataque é (ou mais corretamente, deveria ser) a Aviação de Combate. AAAe sempre será o último recurso e isso foi demonstrado tantas vezes ao longo da História recente que nem sei por que discutir ou até mesmo por onde começar. Mas tentemos...
A grande prova foi a Guerra do Golfo: o Iraque tinha pesadas defesas AAe que de pouco lhe adiantaram, as Forças Aéreas da Coalizão neutralizaram com caças em NCW a pobre força de caças Árabe (quem pôde fugiu para o Irã) e os meios aéreos de ataque acabaram com o C4ISR, deixando as defesas terrestres (AAAe inclusa) cegas, surdas e mudas. Após isso, novamente a aviação agiu, desta vez arrasando o dispositivo terrestre. Só então os Exércitos avançaram e terminaram o serviço.
Imagino como os iraquianos teriam distribuído seus recursos em armas se soubessem antes da guerra a eficiência comparada que teriam sua força aérea e suas defesas AAe... .
Mas vamos falar sério, era um país sem indústria militar digna de nota e sob embargo contra uma coalizão das maiores potências do planeta. Esperar um desfecho diferente era querer demais também... .
Ao longo dos anos da guerra os norte-vietnamitas derrubaram cerca de 1600 aviões e uns 100 helicópteros americanos em combate. Aproximadamente 220 aviões foram derrubados por caças norte-vietnamitas, e os demais abates foram por fogo AAe (desde fogo de infantaria a SA2). As perdas de helicópteros seguiram proporção similar. Embora a força aérea do Vietnam do Norte tenha cobrado sua cota, os americanos eram os primeiros a admitir que o que os preocupava sobre o sudeste asiático era a AAe do inimigo, e não os seus caças.Vietnã - Anos 60/70, a tecnologia de detecção e a doutrina Wild Weasel engatinhavam e as aeronaves da USAF/USN/USMC tinham diante de si a mais formidável e poderosa rede de Defesa AAe já criada, e isso em um espaço relativamente pequeno, montanhoso e densamente arborizado. Mas não esqueçamos que o então Vietnã do Norte sempre teve seus MiGs no céu e eles fizeram não pouco estrago. Ademais, tinham à disposição repuestos imediatos para suas perdas, a URSS e China estavam logo ali do lado, ansiosas para ajudar a fazer os ianques levar mecha. E as fábricas das armas, munições e sistemas ficavam nos Países acima citados, os quais os EUA não iriam atacar de jeito nenhum (lembrar da Coréia, quando os EUA e Inglaterra levaram um corridão apenas por chegarem perto da fronteira Chinesa). Se as fábricas fossem no Vietnã, teriam dado um jeito de arrasar logo com elas e venceriam a guerra. Por exemplo, se o Vietnã fosse aqui na AS, não teria durado um mês, por mais armamento que tivesse estocado...
E os americanos bombardearam sim o quanto puderam o Vietnã do Norte, jogaram mais bombas lá que na Alemanha ou no japão durante a SGM. Mas isso não deteve a economia norte-vietnamita, nem sua máquina de guerra. eles suportaram tudo e continuaram lutando, em boa parte por saberem que os atacantes americanos estavam pagando sua cota de perdas também (e a maior parte era para a AAe), e em algum momento isso iria pesar na balança. Foi o que aconteceu, e ao final os americanos perderam esta guerra .
Mas para se chegar a este resultado o ponto mais importante foi o que você colocou: Havia disponibilidade praticamente ilimitada de sistemas AAe. Por isso sempre insisto neste ponto; apenas adquirir e estocar canhões e mísseis AAe de pouco adianta, é necessário possuir a capacidade de obtê-los quando e nas quantidades necessárias. O que em um continente que é praticamente uma ilha como a AS implica no mínimo em produção local (e idealmente em DESENVOLVIMENTO local).
Os americanos de fato mantiveram-se acima dos 4.000 metros, causasse isso ou não efeitos colaterais (veja o bombardeio da embaixada chinesa). Isso tirou os manpads e canhões da jogada, até porque os sérvios esperavam usá-los para abater aeronaves e não munições, e elas jamais desceram a uma altitude que permitisse que fossem usados. Fora disso a grande maioria dos sistemas de mísseis sérvios (senão todos) eram já antigos para a época, ou mesmo meras improvisações, e NÃO HAVIA POSSIBILIDADE DE REPOSIÇÃO nem perto do nível de consumo realmente necessário.Bálcãs - Anos 90, tecnologias bem mais evoluídas. Clama-se que a AAAe era ainda mais perigosa que a do Vietnã (tendo até abatido uma aeronave stealth) e que teria impedido o voo das aeronaves da OTAN em baixas altitudes. Esquecem que o conflito foi NA EUROPA e os chamados danos colaterais causados por ataques maciços lá seriam a delícia da mídia e dos esquerdistas. Mas nada disso manteve o domínio Sérvio sobre os territórios que reclamava como seus nem livrou o pescoço do Milosevic da forca. Afinal, como no Iraque, era AAAe sem caças...
O resultado foi que em poucos dias os sérvios passaram a economizar mísseis (o que aconteceu também com os iraquianos), dando muito maior liberdade para os pilotos ocidentais fazerem o que quisessem, e o destino da guerra foi selado. Mais uma vez a simples aquisição de um estoque em tempo de paz, não interessa o seu tamanho, mostrou ser inefetiva quando a coisa realmente “pegou”.
De qualquer forma esta guerra não deixou de trazer lições para o campo em discussão. Um único comandante sérvio adotou procedimentos de acordo com suas próprias opiniões e até meio contra a doutrina vigente, e sua unidade de mísseis não apenas foi a que menos sofreu durante o conflito, permanecendo operacional até o fim das hostilidades, como também conseguiu os únicos resultados observados contra a aviação inimiga. Imagino os resultados que ele poderia ter conseguido se dispusesse de sistemas mais capazes do que os velhos mísseis de guiagem semi-ativa (que eu sempre critico) e dos radares pouco discretos quase sem recursos de ECM que lhe deram.
A escolha não é assim tão fácil. É muitíssimo mais simples e barato investir no desenvolvimento de sistemas anti-aéreos do que no de aviões. E se for apenas para comprar de prateleira, nenhuma das duas escolhas servirá de nada contra forças que incluam países DESENVOLVEDORES E PRODUTORES, não importa o tamanho dos estoques montados previamente, simplesmente porque os sistemas do inimigo evoluirão e serão produzidos nas quantidades necessárias, ao passo que os de reles compradores estarão sempre envelhecendo e/ou serão dispendidos com pouca possibilidade de reposição. Nos exemplos citados, com exceção do Vietnã do Norte, os países GASTARAM MAIS com suas forças aéreas do que com sua defesa AAe, e não o contrário. E isso de nada adiantou para eles na luta contra forças capitaneadas pelos EUA, o que aliás já seria de se esperar de qualquer forma. Mas no caso dos vietnamitas, que puderam contar com quantos mísseis e canhões pudessem operar, a história foi diferente. E neste cenário os caças é que foram os coadjuvantes, por mais interessantes que sejam as histórias dos combates aéreos desta guerrra.Assim, vê-se que quem priorizou a AAAe e deixou de lado a Aviação de Combate se quebrou (abre o olho, Irã! ). É a eterna disputa entre a espada e o escudo, a espada vai sendo melhorada até que o escudo possa ser penetrado. Este é reforçado/melhorado, segura a espada por algum tempo até aparecer um ainda melhor e lá se foi o cara do escudo. Ad Eternum...
No nosso caso específico, a reposição seja de aviões seja de mísseis/canhões por aquisições de fora do continente é impossível sem o aval dos EUA (a menos que a MB possa abrir caminho por um bloqueio da USN ). E a produção autóctone de aviões de combate idem. Mas mísseis e canhões podemos sim fazer sozinhos, basta colocar recursos no desenvolvimento e na fabricação. E recursos muito menores do que seria necessário para a compra de aviões de combate modernos em quantidade minimamente eficiente, diga-se de passagem (e nem vou falar nos custos do eventual desenvolvimento totalmente autóctone de aviões de combate, se isso fosse possível o que não é, pois aí viraria piada) . Então o investimento em defesas AAe de produção local não é uma questão de escolha ou de preferência, é simplesmente a única opção viável.
A escola americana é conhecida, bem como suas razões. Mas tem um preço também bem conhecido, os EUA são obrigados a manter uma força aérea combinada (USAF, USN e Marine Corps) que praticamente equivalente a TODAS AS DEMAIS FORÇAS AÉREAS DO PLANETA JUNTAS, e custa ainda mais.Mas claro, cedo ou tarde virá a pergunta inevitável:
Tá, mas então AAAe é irrelevante, é isso?
MINHA resposta:
Não, de modo algum. É a linha final de defesa, quando a Aviação já deu o que tinha que dar e o inimigo ainda avança pelo céu ou, alternativamente, conseguiu "furar" a barreira de caças. Aí sim, precisa-se ter algo mais para fazer o que os caças não puderam ou, alternativamente, completar-lhes o serviço. Há basicamente duas "escolas" que conheço razoavelmente e acompanho como posso:
A AMERICANA - AAAe é prioritariamente antimíssil, primeiro com o Patriot e atualmente com aquele descendente do Israelense ARROW II, pois não é comum relato de caça abatendo míssil tático como o antigo SCUD, quanto mais os atuais, e de cruzeiro. De resto, na miraculosa possibilidade de alguém atravessar sua barreira de caças, se contentam com Stingers e alguns Chaparral, nada mais do que antigos Sidewinders montados em VTRs. Na prática, a primeira e fundamental linha de ataque e de defesa é a AVIAÇÃO DE COMBATE. O resto é secundário.
Evidentemente não é uma escola que muita gente possa tomar a decisão de seguir, e é assim mesmo que os EUA querem que seja. Mas mesmo para eles manter esta doutrina está se tornando um fardo pesado demais, veja as dificuldades que eles estão tendo para substituir a sua atual geração de aviões de combate. Para o Brasil sequer pensar em seguir esta linha é no mínimo risível.
O custo de se desenvolver sistemas de armas AAe é uma fração daquele de se desenvolver aeronaves de combate modernas (grosso modo é O MESMO QUE PARA DESENVOLVER APENAS O ARMAMENTO destas aeronaves, já que elas também usam canhões sofisticados e mísseis avançados). A aquisição nas quantidades realmente necessárias sim pode ser um problema (os russos realmente pagam caro por isso, mas eles não tem muita escolha pois não conseguiram manter o passo com os americanos na quantidade e qualidade dos aviões de combate), mas aí está a vantagem do desenvolvimento local, ela NÃO PRECISA SER FEITA até que uma crise se apresente e as considerações sobre custos passam a ser secundárias. Em tempos de paz os sistemas podem ser adquiridos a conta-gôtas, bem ao estilo das aquisições de nossas FA´s, apenas nos níveis mínimos necessários para manter o desenvolvimento constante tanto dos sistemas quanto da doutrina. E eventuais exportações, possíveis com sistemas próprios, seriam um bônus muito bem vindo.A RUSSA - Descende da soviética, com pesadas defesas antiaéreas/antimíssil, uma Aviação destinada a interceptar intrusos e outra ao combate contra forças no solo.
Ambas são caríssimas tanto em aquisição quanto manutenção e em necessidades de pessoal bem treinado. Estão longe demais do nosso alcance financeiro.
Isso está tão longe assim do alcance financeiro de um país que é a sétima economia mundial e quer ter uma frota se submarinos atômicos?
Manpads tem como função simplesmente dissuadir o inimigo de descer, pela sua simples presença no campo de batalha. Já cumprem isso, mas como em qualquer sistema dissuasório, no final NÃO CHEGAM SEQUER A SER DISPARADOS, pelo menos não em grandes números. Por isso a produção local nem é tão importante assim, bastaria a aquisição de lotes razoáveis como Venezuela, Peru, Chile e outros estão fazendo. Isso já impediria os aviões inimigos de descer, mas infelizmente eles não precisam mais fazer isso para atacar .Então, o que fazemos? Desistimos de tudo e que se dane? Qualé a tua, meu?
Novamente, MINHA resposta:
Já que estamos faltos de tudo, comecemos pelo principal: potencializar o quanto nos for possível a Aviação de Combate, afinal, é a nossa primeira linha de defesa e de ataque. Em paralelo, alavancar o que já temos: IGLAS! IGLAs e mais IGLAs. Fabricar aqui, se possível até o último parafuso. Aperfeiçoá-los no que der (lembro que os ianques chegaram a estudar uma versão do Stinger 2 com sensor IIR, não tendo levado adiante por custos e sua despreocupação com este tipo de meio, PARA ELES secundário). Lembro ainda que nosso País é mais de metade coberto por selvas e florestas montanhosas, além de ambientes urbanizados. É brabo encarar MANPAD nesses terrenos, ainda mais tendo que ficar de olho em possíveis caças hostis de uma FAB bem preparada/equipada...
Se pudermos desenvolver um Manpad nacional razoável sem afetar outros programas tudo bem, mas eu não colocaria prioridade nisso.
Aqui sem dúvida está o ponto mais importante. Esta seria de fato a última linha de defesa, e como as demais estão mais para peneira do que para escudo e demandariam muito mais dinheiro para cobrir os buracos (sem falar na dependência de terceiros nem sempre tão camaradas), na minha opinião deveria ser a prioridade agora. Uma combinação de canhões de tiro rápido orientados por radar e de mísseis menores e de curto alcance como os do Pantsir ou do RAM (com vantagem para o sistemas ACLOS do Pantsir, pela redução do custo dos mísseis), voltados prioritariamente para a interceptação de munições, deveria já estar sendo desenvolvida para suprir as necessidades prementes das 3 forças.Em um segundo momento, se debruçar sobre AAAe precipuamente antimíssil, de olho em mísseis táticos e de cruzeiro que possam ser lançados contra alvos cruciais para nós.
Este também seria um desenvolvimento fundamental, pois os sistemas de curto alcance podem tentar defender os alvos, mas são os de médio alcance que fazem o inimigo pensar duas vezes antes de atacar (ou tentar atacar de novo se o sistema de curto alcance cumpriu sua missão no primeiro ataque). Sem esta camada na defesa o inimigo pode simplesmente continuar impunemente tentando e tentando de novo até que as defesas de curto alcance falhem e o alvo seja destruído. Neste caso talvez seja melhor nem tentar defender alvo nenhum com sistemas de curto alcance, e gastar os recursos economizados na proteção para a reconstrução depois da guerra perdida.Para concluir, o famoso míssil de médio alcance de que tanto se fala, para ser a linha final de defesa dos ditos alvos cruciais, tanto contra caças quanto contra mísseis.
E este tipo de míssil não é para ficar em posições estáticas esperando que as aeronaves inimigas se aproximem de alvos ditos estratégicos, e sim para circular pelo território a ser protegido mudando constantemente de posição a fim de tentar emboscar os aviões que passam a caminho dos alvos, que ainda estariam distantes. Na minha opinião o sistema de guiagem mais adequado para este sistema seria usando um link de dados até a proximidade do alvo e um sensor IIR como o do A-Darter para a orientação terminal. Eficiente e discreto. Mas o míssil (ou os mísseis, poderia perfeitamente ser uma família, com muita coisa em comum) teria que ter um alcance muito maior que o possível com qualquer versão do A-Darter lançada de terra.
Aqui é um ponto pacífico, os esforços no desenvolvimento de ECM/ECCM são pelo menos tão importantes quanto no desenvolvimento de sistemas de armas ativos como mísseis e canhões.Por fim, debruçar-se (AAAe) sobre sua EMs/ECMs/ECCMs. Isso inclui capacidade de interferir/jammear UAVs/UCAVs e mesmo sensores e sistemas de comunicação/orientação/data-link de aeronaves de ataque e mísseis de cruzeiro; capacidade de produzir "falsos positivos" de radares de busca e pontaria para atrair ARMs; desenvolver aqueles alvos infláveis que, do ar, parecem legítimos; dotar seus próprios radares de capacidade LPI; meios de detecção e pontaria passivos (não emitem) e muita coisa mais, como aquela que sugeri num debate sobre bombas PEM, e que era basicamente no sentido de que se é possível a uma aeronave lançar uma munição dessas e "enlouquecer/cegar" meios eletrônicos na superfície, então deveria ser possível fazer o mesmo contra aeronaves a partir da superfície. Me foi respondido que isso está sendo estudado. Tomara que ainda esteja, me parece promissor...
Era isso.
E agora vem a pergunta inversa, e a aviação de combate, o que seria dela?
Nada mais do que sempre foi e sempre será, algumas poucas dezenas de aviões que é o máximo que podemos adquirir e manter. Ou alguém tem alguma ilusão de eu algum dia isso mudará? Aviões de caça são algo muito sedutor, que despertam facilmente o entusiasmo de qualquer um que se interesse por assuntos militares, mas vamos cair na real, para o Brasil são e sempre serão um luxo que só poderemos bancar em quantidades mínimas.
E vamos tentar obter estes poucos vetores pelo menor custo possível, pois não adianta gastar dinheiro em TOT´s que não utilizaremos ou vetores super-ultra avançados que precisaremos pedir a benção dos outros para usar. Neste ponto fico com a idéia do JL, vamos adquirir uns 36 ou no máximo 48 aviões realmente de primeira linha, e mais algumas dezenas de pés-de-boi de segunda reformados na oficina do seu Joaquim, vulgo Embraer (meu voto é por um F-16 BR), para levar a luta nas costas e poupar os “fodões” apenas para as missões em que forem imprescindíveis. E se a MB um dia quiser muito mesmo, F-18A também reformados já estariam de ótimo tamanho. Em termos de aviação de combate é isso o que é possível para nós. E isso sem dúvida mal seria suficiente para enfrentar nossos vizinhos (se formassem uma coalizão ou recebessem ajuda de fora então estaríamos fritos), e não daria nem para a primeira semana contra um inimigo sério.
No dia em que esta situação mudar volto a pensar no assunto. Mas até lá prefiro que a última camada de defesa esteja funcionando, afinada e totalmente em nossas mãos para o caso da necessidade realmente surgir, pois a primeira camada pode no máximo vir a ser o mínimo necessário para não passarmos vergonha, mas estará sempre muito longe de oferecer um nível de proteção realmente aceitável.
E hoje não consegue nem evitar que passemos mesmo vergonha.
Abraços à todos,
Leandro G. Card
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Vejam cada caso requer uma análise própria, investir em sistemas AAA é jogar na defesa, isto é óbvio pois são sistemas defensivos, mas a defesa faz parte de qualquer sistema. Não tem time sem goleiro. Deixar uma base aérea sem defesa AAA não é algo prudente.
Comentando levemente os caso citados do Iraque e da Sérvia, são casos em que apesar de serem forças regulares em ação, a luta é assimétrica e hoje tem se dado muita atenção a isto e o Irã, trabalha bem este quadro, suas lições foram aplicadas no Líbano em 2006 pelo Hezbollah e os resultados foram positivos.
Na luta assimétrica, mesmo tendo caças de primeira linha como o Rafale, nada se poderia fazer, pois teriam como adversários oponentes como o F 22 Raptor e o B 1, e outras coisas mais que nem nós sabemos o que pode vir. Ou alguém duvida que os EUA tenham suas armas secretas. Então a luta será totalmente defensiva.
O caso do Vietnam não serve para análise é uma guerra estranha, parece mais um jogo com regras políticas, havendo santuários que não podiam ser atingidos, bases aéreas inimigas que não podiam se bombardeadas e linhas de abastecimento intocáveis. Uma situação como a do Vietnam não se reproduzirá facilmente, pois um país de terceiro mundo pobre, tinha todo o apoio logístico de todo um bloco, incluindo a URSS e a China. Os EUA permitiram que os Migs sobrevivessem em terra e que os pesados SA-2 chegassem da China até os seus lançadores nas selvas.
Como disse adoro sistemas AAA, gosto tanto como admiro os esquemas intricados das linhas defensivas da II GM, mas em termos brasileiros eu prefiro gastar em aeronaves, pela mobilidade de forças como expliquei no post anterior. Mesmo porque os sistemas atuais oferecidos são tão caros como os caças.
Com relação a Venezuela, repito é um tigre de papel. Vejam uma vez estava observando uma exposição do Grupo de AAA baseado na Praia Grande e conversando com um tenente jovem, ele disse como posso montar uma bateria antiaérea com estes recrutas que não sabem nada de trigonometria. É ninguém leva em conta isto, mas dúvido que o pessoal lá da Venezuela esteja preparado para operar tanta máquina russa, com manuais e inscrições em cirilico, aliás quando tiver um problema de hardware em algum sistema eletrônico, faz o que manda para Moscou para o fabricante resolver em meio a um conflito. O que o Chavez fez, foi simplesmente igual ao que outros ditadores como o Kadafi, Saddan Hussein fizeram, comprou um monte de coisas e entregou para os seus militares, sem doutrina de operação, sem parques de material, sem nada, pega aí esta novo e se vira. Venezuela é um tigre de papel.
O grande problema em um conflito entre Brasil e Venezuela é que não existe uma infraestrutura próxima para que a FAB se desloque de forma adequada para que o teatro de operações possa ser dominado. Por isso a importância de o Brasil contar com um grande número de bases de dispersão vazias, sem aeronaves, simplesmente para que possamos deslocar as nossas unidades conforme a necessidade. Para o norte, para o nordeste, para o sul.
Vou dar um exemplo interessante, do que defendo, mas ao invés de defesa AAA vou comparar aeronaves com defesa de costa por mísseis. Claro que o Brasil escolheu a opção do sub nuclear para a defesa do pré sal e ponto final.
Mas imaginem a comparação, o que é melhor investir baterias costeiras com mísseis russos Yakhont, supersônicos de longo alcance, abrigados em túneis, com defesa antiaérea agregada nas suas baterias, reconhecimento de alvos com UAV's etc. Tudo de ponta, bem uma bateria lá no Norte, outra no Nordeste, duas no Sudeste uma no Sul. Ia ficar bem caro e claro perigoso para chegar perto da costa brasileira ou preparar todas as pistas de pouso do litoral para serem capazes de receber uma aeronave como o Su 34, dotar estas bases de paióis para o mesmo míssil Yakhont comprar a mesma quantidade de mísseis e ao invés de baterias terrestres ter uns 10 caças Su 34, que poderiam se deslocar do interior do país para o litoral operar em duplas em qualquer ponto do litoral, conforme o inimigo estivesse. Você não fica preso a mobilidade limitada. E o melhor se o problema mudar do litoral para a fronteira amazônica o mesmo avião se torna um bombardeiro terrestre. Um caça multifuncional funciona ainda melhor.
A mesma coisa serve para por exemplo uma bateria de S300 versus ter uns Su 30. Claro que com um parque de material de primeira, prateleira cheia de peças de reposição, inclusive sistemas completos como turbinas, radares etc. Gente competente para fazer tudo funcionar.
Comentando levemente os caso citados do Iraque e da Sérvia, são casos em que apesar de serem forças regulares em ação, a luta é assimétrica e hoje tem se dado muita atenção a isto e o Irã, trabalha bem este quadro, suas lições foram aplicadas no Líbano em 2006 pelo Hezbollah e os resultados foram positivos.
Na luta assimétrica, mesmo tendo caças de primeira linha como o Rafale, nada se poderia fazer, pois teriam como adversários oponentes como o F 22 Raptor e o B 1, e outras coisas mais que nem nós sabemos o que pode vir. Ou alguém duvida que os EUA tenham suas armas secretas. Então a luta será totalmente defensiva.
O caso do Vietnam não serve para análise é uma guerra estranha, parece mais um jogo com regras políticas, havendo santuários que não podiam ser atingidos, bases aéreas inimigas que não podiam se bombardeadas e linhas de abastecimento intocáveis. Uma situação como a do Vietnam não se reproduzirá facilmente, pois um país de terceiro mundo pobre, tinha todo o apoio logístico de todo um bloco, incluindo a URSS e a China. Os EUA permitiram que os Migs sobrevivessem em terra e que os pesados SA-2 chegassem da China até os seus lançadores nas selvas.
Como disse adoro sistemas AAA, gosto tanto como admiro os esquemas intricados das linhas defensivas da II GM, mas em termos brasileiros eu prefiro gastar em aeronaves, pela mobilidade de forças como expliquei no post anterior. Mesmo porque os sistemas atuais oferecidos são tão caros como os caças.
Com relação a Venezuela, repito é um tigre de papel. Vejam uma vez estava observando uma exposição do Grupo de AAA baseado na Praia Grande e conversando com um tenente jovem, ele disse como posso montar uma bateria antiaérea com estes recrutas que não sabem nada de trigonometria. É ninguém leva em conta isto, mas dúvido que o pessoal lá da Venezuela esteja preparado para operar tanta máquina russa, com manuais e inscrições em cirilico, aliás quando tiver um problema de hardware em algum sistema eletrônico, faz o que manda para Moscou para o fabricante resolver em meio a um conflito. O que o Chavez fez, foi simplesmente igual ao que outros ditadores como o Kadafi, Saddan Hussein fizeram, comprou um monte de coisas e entregou para os seus militares, sem doutrina de operação, sem parques de material, sem nada, pega aí esta novo e se vira. Venezuela é um tigre de papel.
O grande problema em um conflito entre Brasil e Venezuela é que não existe uma infraestrutura próxima para que a FAB se desloque de forma adequada para que o teatro de operações possa ser dominado. Por isso a importância de o Brasil contar com um grande número de bases de dispersão vazias, sem aeronaves, simplesmente para que possamos deslocar as nossas unidades conforme a necessidade. Para o norte, para o nordeste, para o sul.
Vou dar um exemplo interessante, do que defendo, mas ao invés de defesa AAA vou comparar aeronaves com defesa de costa por mísseis. Claro que o Brasil escolheu a opção do sub nuclear para a defesa do pré sal e ponto final.
Mas imaginem a comparação, o que é melhor investir baterias costeiras com mísseis russos Yakhont, supersônicos de longo alcance, abrigados em túneis, com defesa antiaérea agregada nas suas baterias, reconhecimento de alvos com UAV's etc. Tudo de ponta, bem uma bateria lá no Norte, outra no Nordeste, duas no Sudeste uma no Sul. Ia ficar bem caro e claro perigoso para chegar perto da costa brasileira ou preparar todas as pistas de pouso do litoral para serem capazes de receber uma aeronave como o Su 34, dotar estas bases de paióis para o mesmo míssil Yakhont comprar a mesma quantidade de mísseis e ao invés de baterias terrestres ter uns 10 caças Su 34, que poderiam se deslocar do interior do país para o litoral operar em duplas em qualquer ponto do litoral, conforme o inimigo estivesse. Você não fica preso a mobilidade limitada. E o melhor se o problema mudar do litoral para a fronteira amazônica o mesmo avião se torna um bombardeiro terrestre. Um caça multifuncional funciona ainda melhor.
A mesma coisa serve para por exemplo uma bateria de S300 versus ter uns Su 30. Claro que com um parque de material de primeira, prateleira cheia de peças de reposição, inclusive sistemas completos como turbinas, radares etc. Gente competente para fazer tudo funcionar.
Dos cosas te pido señor, la victoria y el regreso, pero si una sola haz de darme, que sea la victoria.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Cupinchas, riposto amanhã, tri? Hoje estou envolvido com novidades que breve chegarão ao seu conhecimento, tri? Afinal, são DEZ ANOS de DB (o PRIMEIRO Fórum Brasileiro de Defesa a durar tanto e se manter no topo) e isso não vai passar em branco...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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