MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3511 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Jan 08, 2013 2:42 pm

Clermont escreveu:
marcelo l. escreveu:Mas, a receita para um país crescer foi dada antes de Cristo nascer para qualquer país, está em quase todo trabalho sobre contas públicas e ninguém segue.

“O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.”
Marcus Tullius Cícero - Roma, 55 A.C.
Cícero só esqueceu que, para um orçamento ser equilibrado, é preciso que o governo pare de envolver a nação em aventuras militares no exterior, que provoca o aumento desmedido das forças armadas, com tudo de mau que isso acarreta: desequilíbrio orçamentário, e a criação de generais aventureiros como Júlio César. Um dos grandes e fatídicos males da República romana que acabou por destruí-la.
Conquistas militares faziam parte da economia do império romano, mais tarde, um dos motivos da queda do império foi a interrupção das conquistas.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3512 Mensagem por Túlio » Ter Jan 08, 2013 3:21 pm

Eu penso que essa charla de "governo tem que se dar bem com mercado" é meio...estranha. O governo eu sei quem é, já o mercado é quem? É uma instituição, uma pessoa, uma empresa? Não, né? É algo intangível, em nome de que se diz e faz o que se quer. "Ah, isso não vai agradar ao mercado", "ah, temos um grande mercado", "ah, o mercado desacelerou". Quem é esse cara, afinal?

Definição de manual é mole, mas e a REAL?

Vou chutar: no nosso caso, há consumidores, produtores e financiadores. Camuflados no meio dessa tchurma, há os especuladores. Tentando organizar essa zona, o Governo.

Com base nisso, como entendo essa charla de "empresários têm centenas de bilhões em caixa mas não investem"? Bueno, como assim "em caixa"? Encheram alguns colchões de dinheiro e deixaram mofando/desvalorizando? Botaram na poupança com resultados idem? Ficaram todos doidos?

CLARO QUE NÃO!

A meu ver, essa grana toda NUNCA esteve aí para investir em PRODUÇÃO! Era para ESPECULAÇÃO e o tombo nos juros ardeu no traseiro da cambada. Sempre a meu ver, futuras novas quedas são temidas como o fogo do inferno.

Alternativamente, é possível que temam o crescente endividamento das famílias (com a crescente inadimplência, e gente que não paga vai pro SPC/SERASA, o que impede novos endividamentos visando consumo - leia-se "encolhimento do mercado consumidor"), imaginem o índio investir em maquinário mais avançado, qualificação de pessoal (leia-se "aumento de produtividade/competitividade") para no fim descobrir que tem menos gente em condições de consumir. Há ainda o risco de fazerem este esforço todo só para verem chegar uma grande multinacional estrangeira, se associar a UMA empresa e açambarcar o grosso do mercado consumidor. Sodas, não?

Nas buenas, para mim é uma mistura disso tudo. E quem deve andar de cara feia mesmo é o banqueiro pois, com a queda dos juros básicos (e novas quedas prometidas), vê o tale de "spread" encolher, sob pena de, forçando uma diferença excessiva, inviabilizar seu negócio, que é pegar o NOSSO dinheiro a juros-merreca (poupança) e emprestá-lo a juros BEM maiores a outros como nós, empresas e governos (federal, estaduais e municipais). Com juros altos e inflação baixa é um baita negócio, agora juros e inflação baixos, bueno, daí complica...

É o que penso. 8-]




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3513 Mensagem por Bourne » Ter Jan 08, 2013 5:25 pm

Quando a "imprensa golpista" se refere ao mercado é basicamente quem comanda o mercado financeiro. Para eles inflação alta, empresas especulando com câmbio e outros brinquedos financeiros e perfeito. Se vem crescimento junto vira até a "imprensa seria e comprometida". Exemplo recente a The Economist que era fantástica quando elogiava, depois quis demitir o Mantega virou a "imprensa golpista imperialista". :lol:

Do jeito que os entendidos falam parece o negócio é crescer e não importa como. Nem que seja na base da especulação e consumo predominante nas duas décadas anteriores. Os países em desenvolvimento que tentaram isso cresceram muito e depois quebraram feio. A Argentina e periferia européia não mentem.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3514 Mensagem por Túlio » Ter Jan 08, 2013 5:28 pm

De fato, todo mundo elogiou a Economist quando daquela foto do Cristo Redentor decolando, a tchurma da IDEOLOGICE não é mole, hoje é Deus, amanhã é diabo... [003] [003] [003] [003]




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3515 Mensagem por NettoBR » Qua Jan 16, 2013 12:55 pm

Financial Times critica 'jeitinho brasileiro' de Mantega e BC
Atualizado: 16/01/2013 08:55 | estadao.com.br

Um dos jornais que serve de referência para o mundo das finanças, o Financial Times, ironizou hoje em um artigo o “jeitinho brasileiro” aplicado aos temas monetários e chegou a apontar que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o Banco Central estariam se transformando em “profissionais” nisso.

O "FT" chega a explicar ao público estrangeiro o que significa o termo “jeitinho”. Trata-se, segundo a publicação, do hábito de desviar das regras ou convenções por táticas altamente criativas e beirando a ilegalidade.

Segundo o jornal, tanto Mantega quanto o BC mantem sua ação dentro da legalidade. No caso do Banco Central, o jeitinho é usado na manutenção da taxa de juros e a diferença entre o que a instituição de fato anuncia e as taxas de fato cobradas. Isso porque Alexandre Tombini, presidente do BC, estaria permitindo que as taxas cobradas durante a noite sejam reduzidas, dando um estímulo à economia, sem anunciar de fato uma redução nos juros desde 2011.

Mantega também estaria usando o jeitinho para combater a inflação. Citando a Rádio Estadão, o FT aponta que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, confessou que Mantega o pediu para não elevar as tarifas de transporte, para segurar a inflação. Segundo o jornal, Mantega já um “especialista no jeitinho”, diante de sua administração do crescimento e da própria moeda.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/economia/fina ... ntega-e-bc




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3516 Mensagem por NettoBR » Qua Jan 16, 2013 1:32 pm

Para Fitch, economia do Brasil deve crescer 3,7% em 2013
Segundo a agência, a recuperação brasileira e as dinâmicas favoráveis na maioria dos países da região deverão conduzir a recuperação econômica da AL como um todo.
16/01/2013 11:25

Imagem
O governo do Brasil cortou as taxas de juros em 2012 e os impostos sobre bens de consumo para estabelecer um estágio para uma recuperação neste ano

São Paulo - A economia do Brasil deverá ter expansão de 3,7% neste ano - o mesmo avanço projetado para América Latina como um todo -, ante a alta de apenas 1% estimada para 2012, afirmou a diretora do grupo soberano da América Latina da Fitch, Shelly Shetty.

No entanto, ela destacou alguns riscos persistentes para a economia brasileira. "A desaceleração econômica do Brasil tem sido mais prolongada que o esperado", ressaltou. "Para este ano, nós estamos vendo uma recuperação, embora haja incerteza em relação ao ritmo de recuperação, que está ocorrendo em resposta às políticas de estímulo adotados pelo Brasil diante das fracas condições globais.

O governo do Brasil cortou as taxas de juros em 2012 e os impostos sobre bens de consumo para estabelecer um estágio para uma recuperação neste ano. A taxa de juros básica, a Selic, está agora em uma mínima histórica de 7,25%, em relação ao pico de 2011, de 12,5%.

Outra causa de preocupação é o problema da inflação, que continua acima das metas do governo. O Brasil encerrou 2012 com uma inflação de 5,84%, levemente abaixo da taxa de 6,5% em 2011, mas bem acima da meta do governo de 4,5%. A meta de inflação de 2011 foi também de 4,5%.

A recuperação brasileira e as dinâmicas favoráveis na maioria dos países da região deverão conduzir a recuperação econômica da América Latina como um todo, afirmou Shetty. A agência de classificação de risco prevê que a América Latina crescerá 3,7% neste ano, após expansão estimada de 2,8% no ano passado.

Ela afirmou que nos últimos anos, os países latino-americanos se tornaram mais resistentes que outros à crise econômica mundial. Os países da região conseguiram aumentar suas reservas cambiais, que totalizaram cerca de US$ 812 milhões no fim de 2012, em comparação com US$ 494 bilhões de 2008.

Em relação ao México, a segunda maior economia da América Latina, Shetty afirmou que a Fitch espera uma certa desaceleração, devido ao contínuo baixo desempenho da economia dos EUA. A Fitch prevê que a economia mexicana terá alta de 3,6% neste ano, ante crescimento projetado de 3,8% em 2012.

Segundo a Fitch, Bolívia, Chile, Panamá, Peru, Suriname e Uruguai deverão ter um desempenho melhor que o crescimento médio regional em 2013, com o Panamá apresentando o crescimento econômico mais rápido na região. Mas as economias da Argentina, El Salvador, Jamaica e Venezuela deverão ter um desempenho abaixo da média.

Shetty afirmou também que as ações sobre os ratings da América Latina deverão ficar amplamente estáveis neste ano. "Atualmente, nós temos apenas dois países com perspectivas positivas para seus ratings de créditos, o que indica que nós estamos vendo grandes mudanças, a partir da perspectiva de ratings de crédito, na região neste ano", afirmou Shetty.

Atualmente, o Uruguai e o Equador, que possuem ratings BB+ e B-, respectivamente, tem perspectivas de crédito positivos, enquanto a Argentina, El Salvador e Venezuela tem perspectivas negativas.

Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/noti ... 013?page=1




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3517 Mensagem por Boss » Qua Jan 16, 2013 5:02 pm

Xii, se ano passado começamos em 4,5% e paramos em menos de 1%, imagina esse, começando com taxas menores de 4%... :lol:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3518 Mensagem por Bourne » Qua Jan 16, 2013 5:17 pm

Existe uma diferença fundamental de que a previsão não é do Mantega e nem do governo. :lol:




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3519 Mensagem por LeandroGCard » Qua Jan 16, 2013 5:34 pm

Bourne escreveu:Existe uma diferença fundamental de que a previsão não é do Mantega e nem do governo. :lol:
No início do ano passado as previsões internacionais para o Brasil também eram na faixa dos 3,5 a 4%, e deu no que deu.

Mas na verdade em economia hoje em dia não dá para prever nem a próxima semana, imagine o ano inteiro. O jeito é esperar para ver e torcer.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3520 Mensagem por marcelo l. » Qua Jan 16, 2013 6:40 pm

Fitch, ano passado deve ter começado pelo o patamar que o Leandro colocou, depois foi só revisão, se der 3% com a perspectiva de queda no investimento da indústria vai ser lucro.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3521 Mensagem por Sterrius » Qua Jan 16, 2013 7:31 pm

vai depender da agricultura e serviço também. Devido a queda do ano passado agricultura dificilmente vai se dar mal esse ano. Os serviços devem seguir uma alta tb.

Logo cabe manter a industria no patamar atual ou crescer pouco pra não anular o crescimento dos dois outros setores.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3522 Mensagem por Bourne » Qui Jan 17, 2013 8:02 pm

Brasil aparecendo no noticiário sobre economia. :lol:
ECONOMIA
Direção da ThyssenKrupp enfrenta acionistas em meio a escândalos

Fonte: http://www.dw.de/dire%C3%A7%C3%A3o-da-t ... a-16530264

Investimentos equivocados e uma série de escândalos colocaram a tradicional siderúrgica na maior crise da sua história. Agora chegou a hora de a direção encarar os acionistas, que não receberam dividendos no ano passado.

Direção e conselho ed administração do grupo empresarial ThyssenKrupp devem se preparar para uma assembleia geral tumultuada nesta sexta-feira (18/01), em Bochum, na Alemanha. Isso porque a tradicional empresa siderúrgica encontra-se numa crise sem precedentes, e não apenas financeira.

Se ao término do ano fiscal anterior os acionistas receberam 45 centavos por ação, desta vez eles ficaram de mãos vazias. Prejuízos bilionários causados por investimentos equivocados no exterior e uma série de escândalos desequilibraram as contas da ThyssenKrupp.

Às vésperas da assembleia geral, organizações de acionistas anunciaram que vão cobrar explicações do conselho de administração e de seu presidente, Gerhard Cromme. Até a associação dos conselhos de administração da Alemanha sugeriu a Cromme que renuncie ao cargo.

Perspectivas ruins

A multinacional, que emprega 170 mil funcionários em todo o mundo, fatura cerca 50 bilhões de euros por ano. Ainda assim está no vermelho. Um dos motivos é a construção de duas siderúrgicas, nos Estados Unidos e no Brasil, com as quais a ThyssenKrupp pretendia ampliar sua presença internacional. Porém, em vez dos estimados 3 bilhões de euros em custos, os projetos já engoliram mais de 12 bilhões.

O presidente da empresa, Heinrich Hiesinger, empenha-se na venda das duas unidades, mas não terá resultados concretos para apresentar aos acionistas nesta sexta.

Cromme também está sob fogo cruzado por causa dos investimentos no exterior. Ele se defende afirmando que o conselho de administração não foi suficientemente informado sobre a situação das unidades no exterior. Mas a renomada empresa de consultoria ISS criticou em um estudo a "falta de vontade" do grêmio controlador em admitir erros. Por isso, os consultores aconselham os acionistas a não isentar de responsabilidade o conselho de administração. Siderúrgica da ThyssenKrupp na baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, gerou milhões de euros em prejuízos

Um escândalo atrás do outro

Mas a empresa também foi prejudicada por diversos escândalos, como os pagamentos de suborno no Cazaquistão e Uzbequistão, em projetos de engenharia civil.

A participação no chamado "cartel dos trilhos", ao lado de duas outras empresas, rendeu mais manchetes negativas à ThyssenKrupp. A formação de cartel causou prejuízos de milhões de euros à empresa ferroviária Deutsche Bahn e outras companhias de transporte público. A ThyssenKrupp foi multada em 103 milhões de euros por participar do esquema.

Como se tudo isso já não bastasse, há ainda o escândalo das viagens de luxo para diretores e jornalistas convidados. Diante desse cenário, três dos seis membros da direção tiveram que deixar a empresa. Essa "limpeza" no alto escalão teve por objetivo sinalizar uma mudança na cultura empresarial da ThyssenKrupp.

Mas os escândalos continuaram vindo à tona. O representante dos trabalhadores no conselho de administração, Bertin Eichler, do sindicato IG Metall, desistiu de uma nova candidatura ao posto após se tornar público que ele também participara de viagens de luxo, incluindo uma para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de Xangai.

Sobrou também para o candidato a chanceler

A crise na ThyssenKrupp afetou ainda outro membro do conselho de administração: Peer Steinbrück, candidato do Partido Social Democrata (SPD) à chanceleria federal. Fontes internas e confiáveis vazaram, aparentemente de maneira proposital, a informação de que Steinbrück havia assegurado ao conselho de administração da ThyssenKrupp que pretendia se empenhar por custos mais baixos de energia para a empresa.

Gerhard Cromme terá que encarar a fúria dos acionistas

Steinbrück ainda teria aconselhado a direção da multinacional a não tornar públicas as falcatruas do "cartel dos trilhos". Hiesinger, porém, ignorou essa sugestão.
Diante desse contexto, a assembleia geral da ThyssenKrupp em Bochum, nesta sexta-feira, deverá ser tumultuada. Não se trata "apenas" de finanças, mas também da credibilidade do comando da empresa. Cromme ainda pode contar com o apoio do presidente da Fundação Krupp, Berthold Beitz, de 99 anos de idade.

Com 25% da ações, a fundação é a acionista majoritária da ThyssenKrupp.

Cromme é tido até mesmo como sucessor de Beitz na fundação. Nos mais de 200 anos de história, essa "lealdade masculina" sempre esteve presente na empresa. Só que, nesta sexta, a decisão sobre o futuro de Cromme não será de Beitz, mas dos acionistas.

Autor: Klaus Deuse (pv)
Revisão: Alexandre Schossler
É claro que foi uma parceria estratégica com os norte-americanos para derrubar a ThyssenKrupp, vingar os camaradas tugas e comprar as plantas locais. :P




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3523 Mensagem por Clermont » Sex Jan 18, 2013 9:21 am

Dupla distorção.

Governo Dilma rouba nas contas para anunciar um resultado que todos sabem ser falso. Mentiu por nada, disse um aliado.

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo - 18.01.13.

Tem pessoas assim: dizem uma coisa, fazem outra. Mentirosas — é a interpretação que ocorre imediatamente. E, se solicitados exemplos, quase todo mundo dirá: governantes, políticos, deputados e senadores em especial etc.

Mas isso é senso comum. Podemos complicar a história. E quando as pessoas acreditam mesmo que fazem o que dizem, embora haja notória diferença entre discurso e atos?

Por exemplo: a pessoa jura que está fazendo regime, mas só engorda. A tendência imediata é desqualificá-la: quem pensa que está enganando?

Pois pode acontecer diferente: a pessoa acredita genuinamente que faz regime e que só não emagrece por algum outro fator, criado na sua imaginação: “Dieta não funciona comigo.”

Esse tipo de pessoa vê o mundo através de suas ideias exclusivas ou suas fobias. Ressalva: sim, todos vemos o mundo através de nossa subjetividade, mas é preciso admitir que conseguimos perceber (ou construir, vá lá) alguma objetividade.

Dito de outro modo: temos nossos desentendimentos e mal-entendidos — e disso, por exemplo, se alimenta a literatura —, mas vemos, vivemos e transitamos numa mesma realidade fundamental.

Considerem, por outro lado, um caso patológico clássico: a menina de 1,70 metro, 40 quilos, olha-se no espelho e vê uma gorda. Ela não está mentindo. Sofre de distorção da imagem corporal. É o extremo, mas muita gente normal tem dificuldade na adequada visão e interpretação dos fatos.

Será que o pessoal da equipe econômica do governo Dilma sofre de coisas parecidas? Claro, não estamos chamando ninguém de louco, mas tem havido muitos episódios de distorção de imagem.

Caso do superávit primário, por exemplo. Todo mundo sabe de que se trata: o resultado das receitas do governo menos as despesas não financeiras. Em termos mais comuns: “A economia que o governo faz para pagar juros da dívida.”

Claro, há divergências razoáveis na realização da conta. Receitas e despesas podem ser classificadas de diferentes maneiras, isso logicamente alterando o resultado final.

Mas as operações feitas pelo governo Dilma para alcançar a meta do superávit do ano passado são tão distorcidas que mesmo aliados próximos ficaram envergonhados. E não esconderam isso.

Eis o quadro, portanto: o governo diz que alcançou uma determinada meta de superávit, mas todo mundo sério sabe que não é verdade. O número real saiu menor.

Mais complicado ainda: todos os aliados e muitos não aliados, inclusive de instituições internacionais, observavam já há tempos que o governo tinha bons motivos para reduzir a meta daquele superávit.

Diziam: gastando menos com juros, já que as taxas caíram, a economia necessária para reduzir a dívida pública é menor.

Logo, pode não ser, mas parece coisa de louco: o governo Dilma poderia ter aplicado uma redução do tal primário — ou “adequação”, se o marqueteiro fizesse questão — que a coisa passaria. Em vez disso, rouba nas contas para anunciar um resultado que todos sabem ser falso. O governo mentiu por nada, disse um aliado.

Questões: será que a presidente e seu pessoal acreditam mesmo nas suas contas? Ou acharam que ninguém perceberia a fraude? Ou acharam que as pessoas poderiam perceber, mas e daí?

Acontece a mesma coisa com a taxa de câmbio. Em um determinado momento do ano passado, ficou óbvio: toda vez que a cotação do dólar ameaçava passar dos R$ 2,10, o governo vendia moeda americana e derrubava a taxa; toda vez que a taxa, inversamente, ameaçava cair abaixo de R$ 2,00, o governo comprava dólar e puxava cotação para cima.

Como ficou assim por um bom tempo, estava na cara: acabou o regime de câmbio flutuante, temos uma banda de variação cambial.

Negativo, responderam os representantes do governo, o dólar flutua como antes. Já escolados, operadores e analistas simplesmente deixaram pra lá. OK, diziam, não tem banda, mas, se você não quer perder dinheiro, aja como se tivesse.

Lá pelas tantas, porém, final do ano passado, a presidente Dilma disse que seu governo queria um real mais desvalorizado. O ministro Mantega chegou a sugerir cotação perto dos R$ 2,40.

Como, de fato, o dólar se aproximava dos R$ 2,10 e o governo parecia quieto, o pessoal concluiu: vai furar o teto da banda ou a banda vai para um patamar acima. Nesse momento, o BC entra vendendo dólar e a cotação volta a cair.

Questões: o governo acredita mesmo que não tem a banda cambial? Ou simplesmente acha que é melhor ter e dizer que não tem? Ou existe um teto, de fato, de R$ 2,10, mas o governo preferia que não tivesse?

A presidente Dilma e seus assessores foram historicamente contra o famoso tripé da era FHC, superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação. Pelos atos atuais, estão desarmando o tripé. No discurso, porém, juram que são fiéis praticantes do sistema.

Resulta em dupla distorção: da política real e das ideias.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3524 Mensagem por Bourne » Sex Jan 25, 2013 2:15 pm

Quem são as Grandes importadoras do Brasil? O que eles pensam? Como agem? O que importam? Veja abaixo

http://exame.abril.com.br/negocios/empr ... ref_map#52

Detalhes:
1- Petrobras
Importação em 2012: US$ 32 bilhões
Participação: 14,38%
Importação em 2011: US$ 30,4 bilhões
Participação: 13,47%
Variação ano a ano: 5,31%


37 – Aeronáutica
Importação em 2012: US$ 789 milhões
Participação: 0,35%
Importação em 2011: US$ 418 milhões
Participação: 0,18%
Variação ano a ano: 88,78%




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#3525 Mensagem por Paisano » Sex Jan 25, 2013 11:21 pm

FIESP: Alckmin e PSDB prefere briga política a baixar conta de luz:





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