denilson escreveu:Esta fora de contexto, a comparação era a respeito da possibilidade de utilização da turbina do bizjet Phenom sitado pelo Presidente da Avibrás, Sami Hassuani. Como é uma turbina comercial ela tem preço e (no meu entender) o preço unitário de tal turbina deve ser muito inferior ao custo de pesquisa, desenvolvimento e produção de uma turbina nova que terá uma escala de produção pequena que aumentara o preço final do produto que é a diluição dos custos de pesquisa , desenvolvimento, produção, lucro e impostos.
Como tu falou o contrário do meu pensamento, que uma turbina comercial deve "custar pelo menos umas 20 vezes mais caro que as utilizadas em mísseis" perguntei se tu tinha uma fonte desses preços ou se preferir, custos.
A justificativa para se fazer uma turbina específica para o míssil é que os países produtores não a venderiam para a utilização em um míssil de cruzeiro.
Grato
Denilson
Denilson,
Um Phenon-100 está custando na faixa dos US$3.500.000,00, e em geral o custo dos motores representa pelo menos 1/4 do preço do avião. Isso daria na faixa de 440 mil dólares por cada turbina PW-617. Supondo o custo de desenvolvimento de uma turbina nova para aplicação em mísseis e Vant's (muito mais simples que as de aviação, já teve gente desenvolvendo coisas assim em casa) em 10 milhões de reais, o custo de 11 turbinas já bancaria o desenvolvimento. Memo se a Avibrás conseguisse pagar bem menos por cada turbina (ela poderia usar a PW-600, que é menor) ainda assim algumas poucas dezenas já custariam o valor a ser desembolsado no desenvolvimento. Isso sem falar nos problemas políticos, de embargo, etc... .
É importante ter em mente que os custos de desenvolvimento dentro de uma empresa possuem um componente fixo, relativo ao pagamento dos salários de engenheiros e projetistas, que não pode ser economizado a menos que a empresa aceite perder sua capacidade técnica, o que para uma empresa do ramo da Avibrás seria fatal (na verdade é fatal para qualquer indústria, este é um dos motivos da indústria brasileira estar em crise). Assim, boa parte dos eventuais custos de desenvolvimento de uma turbina para aplicação em mísseis dentro da Avibrás seria um custo que ela teria que bancar de qualquer jeito, o máximo que a empresa poderia fazer seria deslocar o pessoal para outros projetos semelhantes. Mas não existem tantas coisas assim que a Avibrás possa desenvolver, então era bem possível que simplesmente aumentasse a ociosidade do pessoal técnico, sem que se ganhasse nada com isso.
E ainda é preciso levar em conta que dificilmente a Avibrás bancou este desenvolvimento sozinha, existem outras iniciativas de desenvolvimento de pequenas turbinas deste tipo no Brasil e deve ter havido muita troca de informações, o que permite reduzir muito os custos deste tipo de desenvolvimento.
Leandro G. Card