NOTÍCIAS POLÍTICAS
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Um partido que quando na oposição tinha como lema "fora FHC" (lembram-se?) não tem moral nenhuma para falar em golpismo. Interessante que naquela época ninguém os acusou de golpistas. Enquanto eles usavam a liberdade de expressão para atacar o governo vigente não era golpismo. Agora, quando a liberdade de expressão é usada para atacá-los, virou golpismo. A verdade é que pau que bate em Chico bate em Francisco. Esse é a lado mais positivo da democracia. Quem não gostar que vá chorar na cama ...
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- jumentodonordeste
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Se a oposição se comportasse como o PT se comportava quando era oposição, seriam taxados pelo próprio PT e aliados, de golpistas.
- Paisano
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
A obsessão da mídia*
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... /?autor=42
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... /?autor=42
Por que Lula se tornou a obsessão da mídia nativa? Por que tanta raiva armada contra o ex-presidente? Primeiro é o ódio de classe, cevado há décadas, excitado pelo operário metido a sebo, tanto mais no país da casa-grande e da senzala. Onde já se viu topete tamanho? Se me permitem, Lula é personagem de Émile Zola, assim como José Serra está nas páginas de Honoré de Balzac. O sequioso da emergência que chegou lá.
Depois vem a verdade factual, a popularidade de Lula, avassaladora. E vem o confronto com os tempos de Presidência tucana, e o triste fim de Fernando Henrique Cardoso, o esquecido, no Brasil e no mundo. Assim respondem os meus meditativos botões às perguntas acima. E as respostas geram outra pergunta.
Por que a mídia nativa, intérprete da casa-grande, goza ainda de prestígio até junto a quem ataca diária e obsessivamente se seus candidatos perdem os embates eleitorais decisivos? Memento 2002, 2006, 2010. Mesmo agora, véspera dos pleitos municipais, as coisas não estão bem paradas para os preferidos de jornalões e revistões. Será que o jornalismo brasileiro dos dias de hoje faz apostas erradas? Defende o indefensável?
Na semana passada publiquei os números da verba publicitária governista distribuída entre as empresas midiáticas. Mais de 50 milhões para a Globo. Para nós, pouco mais de 100 mil reais. E sempre há quem apareça para nos definir como “chapa-branca”… E a Editora Abril, então? Na compra de livros didáticos, fica com a parte do leão em um negócio imponente que em 2012 já lhe assegurou a entrada de 300 milhões. Pode-se imaginar o que seus livros ensinam. Enquanto isso, a Petrobras acaba de cancelar um contrato de 11 milhões que estava para ser fechado com a casa do Murdoch brasileiro. Vem a calhar, a confirmar-lhe tradições e intentos, a última capa da sua querida Veja, ponta de lança na estratégia da guerra contra Lula.
A revista de Policarpo Jr., parceiro de Carlinhos Cachoeira em algumas empreitadas, produz esta semana mais uma obra-prima de antijornalismo. Formula acusações gravíssimas contra Lula sem esclarecer quem as faz (Marcos Valério ou seus pretensos apaniguados?), mas nome algum é citado, e o advogado do publicitário mineiro desmente a publicação murdoquiana. Ricardo Noblat (porta-voz de Veja?) informa no seu blog que a Abril vai divulgar o áudio de uma entrevista com Valério, e horas depois comunica que Policarpo Jr. convenceu a direção da Abril a deixar para lá, ao menos por ora.
Quanta ponderação, por parte de Policarpo… Suas relações com Cachoeira CartaCapital provou com documentos tão irrefutáveis quanto inúteis: a CPI não vai convocá-lo para depor, como seria digno de um país democrático, porque o solerte presidente-executivo abriliano foi ter com o vice-presidente da República para lembrá-lo de que se Veja for julgada, todos os demais da mídia nativa entram na dança.
Este específico enredo prova as dificuldades de governar o país da casa-grande e da senzala. É preciso recorrer a alianças que funcionam como a bola de ferro atada aos pés do convicto e padecer como vice o representante de um partido pronto a ceder diante das pressões da Abril. E da Globo, como CartaCapital relatou ao longo da cobertura da CPI do Cachoeira. Resta o fato: a mídia nativa é bem menos poderosa do que os graúdos supõem, inclusive os do próprio governo.
Uma exceção talvez seja São Paulo, com sua capital dos shoppings milionários, da maior frota de helicópteros do mundo depois de Nova York, de favelas monstruosas a rodear os bairros endinheirados, de mil homicídios anuais (5 mil no estado). Refiro-me à cidade e ao estado mais reacionários do Brasil. Aqui tudo pode acontecer. De todo modo, os senhores, de um lado e do outro, caem na mesma esparrela dos jornalistas que os apoiam ou os denigrem. Os jornalistas e seus patrões, na certeza da ignorância da plateia, acabaram por assumir o nível mental que atribuem a seus leitores, ouvintes e assistentes. Os graúdos apoiados agarram-se em fio desencapado, os ofendidos temem um poder em vias de extinção. E não percebem que a tentativa de demonizar Lula consegue é endeusá-lo.
*Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Paisano escreveu:A obsessão da mídia*
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... /?autor=42
Por que Lula se tornou a obsessão da mídia nativa? Por que tanta raiva armada contra o ex-presidente? Primeiro é o ódio de classe, cevado há décadas, excitado pelo operário metido a sebo, tanto mais no país da casa-grande e da senzala. Onde já se viu topete tamanho? Se me permitem, Lula é personagem de Émile Zola, assim como José Serra está nas páginas de Honoré de Balzac. O sequioso da emergência que chegou lá.
Depois vem a verdade factual, a popularidade de Lula, avassaladora. E vem o confronto com os tempos de Presidência tucana, e o triste fim de Fernando Henrique Cardoso, o esquecido, no Brasil e no mundo. Assim respondem os meus meditativos botões às perguntas acima. E as respostas geram outra pergunta.
Por que a mídia nativa, intérprete da casa-grande, goza ainda de prestígio até junto a quem ataca diária e obsessivamente se seus candidatos perdem os embates eleitorais decisivos? Memento 2002, 2006, 2010. Mesmo agora, véspera dos pleitos municipais, as coisas não estão bem paradas para os preferidos de jornalões e revistões. Será que o jornalismo brasileiro dos dias de hoje faz apostas erradas? Defende o indefensável?
Na semana passada publiquei os números da verba publicitária governista distribuída entre as empresas midiáticas. Mais de 50 milhões para a Globo. Para nós, pouco mais de 100 mil reais. E sempre há quem apareça para nos definir como “chapa-branca”… E a Editora Abril, então? Na compra de livros didáticos, fica com a parte do leão em um negócio imponente que em 2012 já lhe assegurou a entrada de 300 milhões. Pode-se imaginar o que seus livros ensinam. Enquanto isso, a Petrobras acaba de cancelar um contrato de 11 milhões que estava para ser fechado com a casa do Murdoch brasileiro. Vem a calhar, a confirmar-lhe tradições e intentos, a última capa da sua querida Veja, ponta de lança na estratégia da guerra contra Lula.
A revista de Policarpo Jr., parceiro de Carlinhos Cachoeira em algumas empreitadas, produz esta semana mais uma obra-prima de antijornalismo. Formula acusações gravíssimas contra Lula sem esclarecer quem as faz (Marcos Valério ou seus pretensos apaniguados?), mas nome algum é citado, e o advogado do publicitário mineiro desmente a publicação murdoquiana. Ricardo Noblat (porta-voz de Veja?) informa no seu blog que a Abril vai divulgar o áudio de uma entrevista com Valério, e horas depois comunica que Policarpo Jr. convenceu a direção da Abril a deixar para lá, ao menos por ora.
Quanta ponderação, por parte de Policarpo… Suas relações com Cachoeira CartaCapital provou com documentos tão irrefutáveis quanto inúteis: a CPI não vai convocá-lo para depor, como seria digno de um país democrático, porque o solerte presidente-executivo abriliano foi ter com o vice-presidente da República para lembrá-lo de que se Veja for julgada, todos os demais da mídia nativa entram na dança.
Este específico enredo prova as dificuldades de governar o país da casa-grande e da senzala. É preciso recorrer a alianças que funcionam como a bola de ferro atada aos pés do convicto e padecer como vice o representante de um partido pronto a ceder diante das pressões da Abril. E da Globo, como CartaCapital relatou ao longo da cobertura da CPI do Cachoeira. Resta o fato: a mídia nativa é bem menos poderosa do que os graúdos supõem, inclusive os do próprio governo.
Uma exceção talvez seja São Paulo, com sua capital dos shoppings milionários, da maior frota de helicópteros do mundo depois de Nova York, de favelas monstruosas a rodear os bairros endinheirados, de mil homicídios anuais (5 mil no estado). Refiro-me à cidade e ao estado mais reacionários do Brasil. Aqui tudo pode acontecer. De todo modo, os senhores, de um lado e do outro, caem na mesma esparrela dos jornalistas que os apoiam ou os denigrem. Os jornalistas e seus patrões, na certeza da ignorância da plateia, acabaram por assumir o nível mental que atribuem a seus leitores, ouvintes e assistentes. Os graúdos apoiados agarram-se em fio desencapado, os ofendidos temem um poder em vias de extinção. E não percebem que a tentativa de demonizar Lula consegue é endeusá-lo.
*Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br
serio senhor minor carta oderei a parte em que o senhor dis que 50 milhoes vao para globo, nao para a record ( e as medias progressita ) pq sera ein. use seu pastelal de jornaleco a faça uma pesquisa entre o horario nobre da tv das 8h a 12H da noite que e quando a mais propaganda governamental pergunte ao povo oque aconteceu na novela das 9 da globo e na generica da record e depois descobrira pq 50 milhoes irem parar na mao global sabera tbm que o governo pq ser tudo menos burro afinal a avenida brasil da 44 pontos de ibope a generica picos de 11. vamos faze continha cada ponto de ibope vale por 60 mil televisores ligados 60x11=600mil televisores na record, 44x60=2 milhoes 640 mil televisores ligados na emissora do plinplin como todo bom publicitario sabe quando maior audiencia maior o numero de pessoa que vao saber das benecis do governo ou tu achas que ele vai joga dinhero fora pa 11% do bispo. Agora sobre os candidatos nas grandes cidade saiba que as pessoas a quem o senhor tanto defende de Graça$$ nao andao bem das perna nao, veja em sao paulo essa cidade extremamente reacionaria como o senhor dis mesmo com lula balangando guga dada hadda nao sai dos 15% e tem a 2 maior taxa de rejeiçao pelo publico visto que o passado dele o condena. quando a questao de sao paulo ser tao reaça nao tira a tara do ParTido em tentar governala nao e mesmo mino, deve ser pa eles nos derem uma grande liçao de progressismo.
- Guerra
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
[/quote]Paisano escreveu:*Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br
Que curriculo, hein! A história dele se confunde com a história da PIG.
Mas é isso ai, como manda a velha e boa cartilha capitalista, todo empresário tem que estar onde o dinheiro esta.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
E a TV câmara anuncia isso como se fosse algo normal
Brasil é o nono pior lugar do mundo em saneamento básico
Em julho, o IBGE divulgou a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Os dados são preocupantes. Mais da metade das casas no Brasil não tem rede de esgoto.
Os números revelam dois Brasis quando o assunto é saneamento básico. Nos estados do Sudeste e no Distrito Federal, a maioria das casas tem rede de esgoto. O mesmo não acontece em outras regiões do País.
No Nordeste apenas 45% dos municípios são atendidos por rede de esgoto, no Sul - 39%, no Centro-Oeste - 28% (sem contar o DF), e no Norte, apenas 13%.
Se a realidade do Brasil for comparada à de outros países, a notícia também não é animadora. Um estudo da Organização Mundial de Saúde coloca o Brasil em nono pior lugar do mundo em saneamento básico, ficando atrás de países como Nigéria, Sudão e Nepal.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Clermont
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Não há deuses na política.
Gaudêncio Torquato - Blog do Noblat, 23.09.12.
A onda vermelha começa a amarelar. O sentido do verbo é menos o de mudança cromática e mais o de perder o viço, o frescor, empalidecer por causa da idade, conforme ensina Houaiss em seu dicionário. A perda da vitalidade pode ser observada tanto na estética da paisagem quanto na semântica do discurso. Até mesmo a governante-mor mostra recato na liturgia do poder, ao usar com parcimônia seu tailleur vermelho.
A referência, logo decifrada pelo leitor, é sobre o Partido dos Trabalhadores. Todos recordam a miríade de estrelas e bandeiras vermelhas espraiando-se por todos os cantos – das praças centrais das metrópoles, passando pelos jardins do Palácio do Alvorada e enfeitando as poeirentas ruas de distritos dos fundões do país.
Nesta campanha, já é possível prever que a maré vermelha não chegará à praia com o volume de água e a força de arrebentação que destroçavam territórios povoados por outras cores partidárias.
A se confirmarem projeções que sinalizam um refluxo eleitoral do PT em tradicionais domínios, pode-se aduzir sem risco de errar, que, ao chegar aos 32 anos de vida, o tecido petista mostra-se roto.
Antes que o tucanato se anime com a hipótese de que resgatou a antiga força perdida para o petismo, é oportuno examinar sua saúde. Para começar, seu radiador furado ameaça superaquecer o corpo de suas aves.
Cientistas descobriram, recentemente, que o imenso bico dos tucanos funciona como um radiador que dissipa o calor do corpo da ave, permitindo que ela permaneça com temperatura amena. Pois bem, o radiador tucano, há tempos, deixa vazar água. Porque o bico está esburacado.
Quem observou o estrago foi um tucano de alta plumagem, o arguto ex-presidente Fernando Henrique. Ele foi ao ponto: o PSDB enfrenta intenso desgaste de material. Em 24 anos, os tucanos não souberam oxigenar seu corpo, renovar seu bico, reciclar suas asas. Imaginaram que, deitados no leito da classe média alta, podiam estender seu império a partir do comando da Nação durante 8 anos.
Fincaram profundas estacas em Estados poderosos como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Um feito. Mas é inegável que os parafusos da engrenagem tucana estão espanados por falta de lubrificação das roscas.
Portanto, nesse ciclo eleitoral, as bandeiras rotas do PT desfilam ao lado de figuras carimbadas do PSDB. O tecido petista começou a escarpar em 2005, na malha dos Correios, quando um vídeo mostrou um chefete recebendo dinheiro para intermediar negócios. O episódio abriu o escândalo do mensalão.
O então presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, contrariado com denúncias envolvendo seu nome, batizou a compra de votos de deputados com o neologismo. O caso começou a ser julgado em 2007. O governo Lula chegou ao seu final imerso na poeira levantada pelo tufão.
O ex-presidente tentou tergiversar, negando a existência do mensalão, após se considerar traído e pedir perdão aos brasileiros por “práticas inaceitáveis”. Usou o carisma, o programa de distribuição de renda (Bolsa Família), o incentivo ao consumo e o controle dos eixos macroeconômicos para glorificar o petismo-lulismo. A estética vermelha dominava os ambientes. Os milhões de brasileiros ingressos no novo patamar da pirâmide social engrossaram o refrão do Lula-lá.
A dinâmica social, porém, acabou plasmando um antivírus. A organicidade social se intensifica na esteira da multiplicação de bolsões de defesa de contribuintes e da mobilização de categorias que acorrem aos corredores institucionais. Independência e autonomia passam a iluminar as consciências.
A presidente Dilma, com sua identidade técnica, edifica um escudo que a protege contra a chuva ácida que fura o telhado petista. A crítica à representação política, na esteira de denuncias sobre malversação do dinheiro público, nivela entes partidários e forma ondas de contrariedade.
O PT e seus ícones entram no primeiro plano da cena. E agora, constata-se que Lula não é Deus, como proclamou a hoje ministra Marta Suplicy. Não há deuses na política. E nem ela dobra a vontade do eleitor, como sugeriu.
O julgamento do mensalão vira o hit do momento. Marolas saem do meio do oceano social e chegam às margens, carregando indignação. Matérias bombásticas e recados de réus pairam como ameaça ao projeto petista. Figuras de proa temem ser jogadas no meio do fogaréu.
Ao entrar na guerra eleitoral disposto a costurar as bandeiras vermelhas país afora, Luiz Inácio assume o risco de sair da batalha como o grande perdedor. Vende continuidade com a lábia carismática. Mas o discurso está embalado em celofane velho: palanques, colchões assistencialistas, economia controlada.
Será isso o novo? A invencionice de programas marquetados deu o que tinha de dar.
Já na floresta tucana, as copas das árvores também amarelam. As folhas no chão formam um tapete apodrecido. E mais: o próximo capítulo do espetáculo midiático será o mensalão mineiro. Que jogará o PSDB no banco dos réus.
Em suma, os tucanos não têm sido capazes de substituir seus grandes perfis por ideias luminosas. O partido gira em torno de quatro a cinco caciques. São inegáveis suas qualidades pessoais, a experiência acumulada, os programas implantados nos territórios que governam. Jamais se poderá apagar a contribuição dada pelo ciclo FHC ao Brasil moderno. Foi ele, sim, que abriu as portas da estabilidade econômica.
Mas essa é uma página virada. Qual é o projeto de futuro? Não é de admirar, portanto, que PT e PSDB estejam na maior encruzilhada de suas vidas. Décadas de arengas e querelas corroeram seus estoques de credibilidade.
Veja-se a campanha paulistana. O eleitorado mostra-se cansado e resiste a entrar no jogo da polarização.
Demonstração da saturação é a tendência para escolher um perfil distante dos figurinos petista e tucano. Sinais dos tempos: as duas grandes estruturas partidárias que mais pregavam a ética na política estão vivendo horas de pesadelo.
________________________________________
Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político e de comunicação.
Gaudêncio Torquato - Blog do Noblat, 23.09.12.
A onda vermelha começa a amarelar. O sentido do verbo é menos o de mudança cromática e mais o de perder o viço, o frescor, empalidecer por causa da idade, conforme ensina Houaiss em seu dicionário. A perda da vitalidade pode ser observada tanto na estética da paisagem quanto na semântica do discurso. Até mesmo a governante-mor mostra recato na liturgia do poder, ao usar com parcimônia seu tailleur vermelho.
A referência, logo decifrada pelo leitor, é sobre o Partido dos Trabalhadores. Todos recordam a miríade de estrelas e bandeiras vermelhas espraiando-se por todos os cantos – das praças centrais das metrópoles, passando pelos jardins do Palácio do Alvorada e enfeitando as poeirentas ruas de distritos dos fundões do país.
Nesta campanha, já é possível prever que a maré vermelha não chegará à praia com o volume de água e a força de arrebentação que destroçavam territórios povoados por outras cores partidárias.
A se confirmarem projeções que sinalizam um refluxo eleitoral do PT em tradicionais domínios, pode-se aduzir sem risco de errar, que, ao chegar aos 32 anos de vida, o tecido petista mostra-se roto.
Antes que o tucanato se anime com a hipótese de que resgatou a antiga força perdida para o petismo, é oportuno examinar sua saúde. Para começar, seu radiador furado ameaça superaquecer o corpo de suas aves.
Cientistas descobriram, recentemente, que o imenso bico dos tucanos funciona como um radiador que dissipa o calor do corpo da ave, permitindo que ela permaneça com temperatura amena. Pois bem, o radiador tucano, há tempos, deixa vazar água. Porque o bico está esburacado.
Quem observou o estrago foi um tucano de alta plumagem, o arguto ex-presidente Fernando Henrique. Ele foi ao ponto: o PSDB enfrenta intenso desgaste de material. Em 24 anos, os tucanos não souberam oxigenar seu corpo, renovar seu bico, reciclar suas asas. Imaginaram que, deitados no leito da classe média alta, podiam estender seu império a partir do comando da Nação durante 8 anos.
Fincaram profundas estacas em Estados poderosos como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Um feito. Mas é inegável que os parafusos da engrenagem tucana estão espanados por falta de lubrificação das roscas.
Portanto, nesse ciclo eleitoral, as bandeiras rotas do PT desfilam ao lado de figuras carimbadas do PSDB. O tecido petista começou a escarpar em 2005, na malha dos Correios, quando um vídeo mostrou um chefete recebendo dinheiro para intermediar negócios. O episódio abriu o escândalo do mensalão.
O então presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson, contrariado com denúncias envolvendo seu nome, batizou a compra de votos de deputados com o neologismo. O caso começou a ser julgado em 2007. O governo Lula chegou ao seu final imerso na poeira levantada pelo tufão.
O ex-presidente tentou tergiversar, negando a existência do mensalão, após se considerar traído e pedir perdão aos brasileiros por “práticas inaceitáveis”. Usou o carisma, o programa de distribuição de renda (Bolsa Família), o incentivo ao consumo e o controle dos eixos macroeconômicos para glorificar o petismo-lulismo. A estética vermelha dominava os ambientes. Os milhões de brasileiros ingressos no novo patamar da pirâmide social engrossaram o refrão do Lula-lá.
A dinâmica social, porém, acabou plasmando um antivírus. A organicidade social se intensifica na esteira da multiplicação de bolsões de defesa de contribuintes e da mobilização de categorias que acorrem aos corredores institucionais. Independência e autonomia passam a iluminar as consciências.
A presidente Dilma, com sua identidade técnica, edifica um escudo que a protege contra a chuva ácida que fura o telhado petista. A crítica à representação política, na esteira de denuncias sobre malversação do dinheiro público, nivela entes partidários e forma ondas de contrariedade.
O PT e seus ícones entram no primeiro plano da cena. E agora, constata-se que Lula não é Deus, como proclamou a hoje ministra Marta Suplicy. Não há deuses na política. E nem ela dobra a vontade do eleitor, como sugeriu.
O julgamento do mensalão vira o hit do momento. Marolas saem do meio do oceano social e chegam às margens, carregando indignação. Matérias bombásticas e recados de réus pairam como ameaça ao projeto petista. Figuras de proa temem ser jogadas no meio do fogaréu.
Ao entrar na guerra eleitoral disposto a costurar as bandeiras vermelhas país afora, Luiz Inácio assume o risco de sair da batalha como o grande perdedor. Vende continuidade com a lábia carismática. Mas o discurso está embalado em celofane velho: palanques, colchões assistencialistas, economia controlada.
Será isso o novo? A invencionice de programas marquetados deu o que tinha de dar.
Já na floresta tucana, as copas das árvores também amarelam. As folhas no chão formam um tapete apodrecido. E mais: o próximo capítulo do espetáculo midiático será o mensalão mineiro. Que jogará o PSDB no banco dos réus.
Em suma, os tucanos não têm sido capazes de substituir seus grandes perfis por ideias luminosas. O partido gira em torno de quatro a cinco caciques. São inegáveis suas qualidades pessoais, a experiência acumulada, os programas implantados nos territórios que governam. Jamais se poderá apagar a contribuição dada pelo ciclo FHC ao Brasil moderno. Foi ele, sim, que abriu as portas da estabilidade econômica.
Mas essa é uma página virada. Qual é o projeto de futuro? Não é de admirar, portanto, que PT e PSDB estejam na maior encruzilhada de suas vidas. Décadas de arengas e querelas corroeram seus estoques de credibilidade.
Veja-se a campanha paulistana. O eleitorado mostra-se cansado e resiste a entrar no jogo da polarização.
Demonstração da saturação é a tendência para escolher um perfil distante dos figurinos petista e tucano. Sinais dos tempos: as duas grandes estruturas partidárias que mais pregavam a ética na política estão vivendo horas de pesadelo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Projeto prevê punição maior para lavagem de dinheiro
Por IURI DANTAS E JOÃO VILLAVERDE, estadao.com.br | Atualizado: 24/09/2012 09:26
O governo federal pretende turbinar a estrutura administrativa que julga infrações relacionadas a lavagem de dinheiro, numa tentativa de aumentar as multas e afastar do mercado investidores e dirigentes de bancos flagrados cometendo esse tipo de irregularidade.
O projeto, sob estudo do Ministério da Fazenda, prevê o fortalecimento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido como "Conselhinho" do Banco Central, cuja estrutura deve ser fortemente ampliada. Em estudo no governo desde o ano passado, a reforma estrutural foi acelerada na esteira do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, onde 34 dos 38 réus foram acusados de falsificar a origem de recursos financeiros.
Hoje, a maior parte dos casos é encaminhada ao Ministério Público, que atua no Judiciário tentando a condenação penal dos acusados. Com a mudança, ficará turbinada também a estrutura de punição administrativa, com foco nas instituições financeiras por onde os esquemas são construídos.
Ou seja, o governo avalia que é preciso tornar mais explícita a punição a bancos, corretoras e outros que, embora não estejam envolvidos diretamente em tráfico de drogas, por exemplo, acabam permitindo a lavagem do dinheiro ou dificultando a fiscalização pelo poder público.
Reforço
Para evitar isso, há leis e regulamentos que as instituições devem seguir, comunicando operações ou vetando o acesso a linhas de crédito por exemplo. Quando há lavagem de dinheiro, geralmente uma regra dessas é violada. Cabe ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fiscalizar o sistema e impor multas quando há descumprimento de alguma regra. Isso tende a continuar da mesma forma, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. O governo quer modificar o caminho do processo administrativo a partir do Coaf. Hoje, se o banco discordar da punição do conselho, sua única opção é recorrer diretamente ao ministro da Fazenda. No ano passado, foram seis casos.
O plano do ministério é deixar essa competência de julgar os recursos nas mãos do Conselhinho. Para isso, pretende ampliar o conselho, hoje formado por apenas oito conselheiros, metade indicada pelo setor privado.
Há também planos para aumentar o número de investigações e modificar o organograma do órgão, aproximando sua estrutura da que existe no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a criação de turmas especializadas de julgamento. Os estudos atuais apontam para três sessões, que terão um de julgamento, divididas em "turmas" de conselheiros com propósito específico, como lavagem de dinheiro, mercado cambial, distribuições públicas e outros. Serão três sessões: uma de crimes financeiros (BC), outra de distribuição pública (CVM), e uma terceira relativa a seguros e regras (Susep).
Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-notic ... e-dinheiro
Por IURI DANTAS E JOÃO VILLAVERDE, estadao.com.br | Atualizado: 24/09/2012 09:26
O governo federal pretende turbinar a estrutura administrativa que julga infrações relacionadas a lavagem de dinheiro, numa tentativa de aumentar as multas e afastar do mercado investidores e dirigentes de bancos flagrados cometendo esse tipo de irregularidade.
O projeto, sob estudo do Ministério da Fazenda, prevê o fortalecimento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), conhecido como "Conselhinho" do Banco Central, cuja estrutura deve ser fortemente ampliada. Em estudo no governo desde o ano passado, a reforma estrutural foi acelerada na esteira do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, onde 34 dos 38 réus foram acusados de falsificar a origem de recursos financeiros.
Hoje, a maior parte dos casos é encaminhada ao Ministério Público, que atua no Judiciário tentando a condenação penal dos acusados. Com a mudança, ficará turbinada também a estrutura de punição administrativa, com foco nas instituições financeiras por onde os esquemas são construídos.
Ou seja, o governo avalia que é preciso tornar mais explícita a punição a bancos, corretoras e outros que, embora não estejam envolvidos diretamente em tráfico de drogas, por exemplo, acabam permitindo a lavagem do dinheiro ou dificultando a fiscalização pelo poder público.
Reforço
Para evitar isso, há leis e regulamentos que as instituições devem seguir, comunicando operações ou vetando o acesso a linhas de crédito por exemplo. Quando há lavagem de dinheiro, geralmente uma regra dessas é violada. Cabe ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fiscalizar o sistema e impor multas quando há descumprimento de alguma regra. Isso tende a continuar da mesma forma, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. O governo quer modificar o caminho do processo administrativo a partir do Coaf. Hoje, se o banco discordar da punição do conselho, sua única opção é recorrer diretamente ao ministro da Fazenda. No ano passado, foram seis casos.
O plano do ministério é deixar essa competência de julgar os recursos nas mãos do Conselhinho. Para isso, pretende ampliar o conselho, hoje formado por apenas oito conselheiros, metade indicada pelo setor privado.
Há também planos para aumentar o número de investigações e modificar o organograma do órgão, aproximando sua estrutura da que existe no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a criação de turmas especializadas de julgamento. Os estudos atuais apontam para três sessões, que terão um de julgamento, divididas em "turmas" de conselheiros com propósito específico, como lavagem de dinheiro, mercado cambial, distribuições públicas e outros. Serão três sessões: uma de crimes financeiros (BC), outra de distribuição pública (CVM), e uma terceira relativa a seguros e regras (Susep).
Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-notic ... e-dinheiro
"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Miau! Miau! Miau!.
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 24.09.12.
Tem rabo de gato. Focinho de gato. Olhos de gato. Pelo de gato. Mia como um gato. Mas está longe de ser um gato, segundo a malta dos que nada veem demais na escolha em tempo recorde do ministro Teori Zavascki para a vaga do ministro Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal (STF).
E também na pressa com que estão sendo tomadas as providências para que ele assuma o cargo o mais rapidamente possível.
Porta-vozes formais e informais da presidente Dilma Rousseff juram por todos os santos que longe dela a vontade de interferir de alguma forma no julgamento do processo do mensalão. Pelo contrário.
Ela quer distância do processo, de sua repercussão e das futuras consequências. Mensalão é herança pesada deixada pelo governo anterior. Dilma jamais dirá isso, é claro. Nem em sonho. Mas é assim que pensa. Logo...
Logo por que se envolveria com manobra esperta indicando um ministro para influir no resultado das votações do processo? Ou pior: para tentar adiar o julgamento como sempre foi desejo expresso de Lula, avalista e tutor político de Dilma?
Não. Ela saltaria na jugular de quem lhe sugerisse tais coisas abjetas. Até mandou espalhar a história de que escolheu Teori sob a condição de ele não votar no julgamento do processo. Escolheu-o para não ser obrigada a engolir alguém que Lula lhe apontasse.
Mas a escolha foi relâmpago. (Miau!) Dois dias depois de anunciada, Teori começou a bater perna dentro do Senado atrás de votos. (Miau! Miau!)
Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato a presidente do Senado, pediu para relatar a indicação de Teori. (Miau! Miau! Miau!)
Esvaziado pela eleição, o Senado foi convocado para aprovar esta semana o nome do terceiro ministro que Dilma emplacará no STF. (Miau! Miau! Miau! Miau!)
Dilma levou seis meses para remeter ao Senado o nome do atual ministro Luiz Fux. No caso da ministra Rosa Weber, três meses. Gastou apenas 11 dias para remeter o de Teori.
Lula telefonou para ela antes de Peluso se aposentar. Quis saber em quem ela pensava para a nova vaga de ministro. Dilma respondeu que se o advogado Sigmaringa Seixas concordasse seria ele.
Sigmaringa é amigo de copa e cozinha de Lula. Nunca topou ser ministro do STF. Nas duas vezes em que foi sondado ainda durante o governo Lula, alegou que lhe falta "notório saber jurídico" como exige a Constituição.
Excesso de rigor! Tem ministro no STF que já foi reprovado duas vezes em concurso para juiz de primeira instância. Sigmaringa foi um dos fiadores junto à Dilma da indicação de Teori. Outro fiador: o ministro Gilmar Mendes.
Teori tem fama de homem sério. Por sério não se prestaria a ser peça de uma jogada política. Sua seriedade, porém, o impediria de retardar o exame do seu nome pelo Senado.
Uma vez no STF deixaria de ser sério só por estar disposto a exercer de imediato a função de juiz? Absurdo!
De resto, que juiz sério votaria sem antes estudar o que tivesse de votar? Para estudar, só pedindo vistas do processo. (Miau! Miau! Miau! Miau! Miau!)
Sentado numa daquelas cadeiras do plenário do STF, envergando a toga que parece conferir ao seu usuário a aura de homem sábio e correto, um ministro não deve satisfações a ninguém. Somente a Deus, se acreditar nele, e à sua consciência.
Cada um à sua maneira, é assim que procedem, por exemplo, os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, as duas peças-chaves do processo do mensalão.
Ambos ganharam assento no STF graças a Lula. Joaquim por ser negro e ter o melhor currículo entre os juristas negros disponíveis na ocasião. Lewandowski por ter um bom currículo e ser dileto amigo da família de dona Marisa, a ex-primeira dama.
Lula está furioso com a independência de Joaquim e satisfeito com o bom comportamento de Lewandowski, a quem visitou em casa antes do julgamento começar.
Não cobrem de Lula apego férreo ao princípio da separação dos poderes. Lula concorda com todos os princípios que balizam o sistema democrático desde que não lhe sejam adversos. Desde que possa ignorá-los sempre que lhe convier e sem prejuízo para sua imagem.
O mensalão atingiu em cheio a soberania do Legislativo. Pagou-se caro por apoios ao governo. Lula foi contra o suborno de deputados? Disse que não sabia.
Marcos Valério acusou Lula de ter chefiado o esquema do mensalão. Em entrevista à VEJA, deu a entender que Lula só não caiu porque ele, José Dirceu e Delúbio Soares jamais contaram o que sabem.
Lula respondeu o quê? Nada. Acusação tão grave ficou sem resposta dele.
O que Lula teme? Que Valério, uma vez confrontado por ele, faça novas revelações? E que elas acabem forçando a Justiça a processá-lo?
Acionados por Lula, o PT e partidos aliados acusaram setores conservadores da sociedade de pressionarem o STF para que faça do julgamento do mensalão um meio de “golpear a democracia”.
Santo Deus! Sandices! Um monte de sandices que aos ignorantes impressiona e aos mais fracos assusta. Como se o STF fosse formado por um monte de tontos.
A presidente da República é Dilma. Que desfruta, hoje, do sólido apoio dos seus governados. Em que parte do mundo conhecido já se ouviu falar de ameaça de golpe contra ex-presidente?
O PT denuncia a iminência de um golpe contra Lula! Ahahahahah!
O PT está no poder há 10 anos. Oito dos atuais 10 ministros do STF devem o emprego a Lula e à Dilma. E no entanto... Tem um golpe em marcha contra Lula! Ahahahahah!
À distância ouve-se o barulho das esteiras dos tanques nas estradas asfaltadas que convergem para São Bernardo, onde Lula mora.
No país da jabuticaba, golpe contra ex-presidente é coisa nossa, e somente nossa! Quanto a golpe a favor de ex-presidente... Miau!
Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 24.09.12.
Tem rabo de gato. Focinho de gato. Olhos de gato. Pelo de gato. Mia como um gato. Mas está longe de ser um gato, segundo a malta dos que nada veem demais na escolha em tempo recorde do ministro Teori Zavascki para a vaga do ministro Cezar Peluso no Supremo Tribunal Federal (STF).
E também na pressa com que estão sendo tomadas as providências para que ele assuma o cargo o mais rapidamente possível.
Porta-vozes formais e informais da presidente Dilma Rousseff juram por todos os santos que longe dela a vontade de interferir de alguma forma no julgamento do processo do mensalão. Pelo contrário.
Ela quer distância do processo, de sua repercussão e das futuras consequências. Mensalão é herança pesada deixada pelo governo anterior. Dilma jamais dirá isso, é claro. Nem em sonho. Mas é assim que pensa. Logo...
Logo por que se envolveria com manobra esperta indicando um ministro para influir no resultado das votações do processo? Ou pior: para tentar adiar o julgamento como sempre foi desejo expresso de Lula, avalista e tutor político de Dilma?
Não. Ela saltaria na jugular de quem lhe sugerisse tais coisas abjetas. Até mandou espalhar a história de que escolheu Teori sob a condição de ele não votar no julgamento do processo. Escolheu-o para não ser obrigada a engolir alguém que Lula lhe apontasse.
Mas a escolha foi relâmpago. (Miau!) Dois dias depois de anunciada, Teori começou a bater perna dentro do Senado atrás de votos. (Miau! Miau!)
Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato a presidente do Senado, pediu para relatar a indicação de Teori. (Miau! Miau! Miau!)
Esvaziado pela eleição, o Senado foi convocado para aprovar esta semana o nome do terceiro ministro que Dilma emplacará no STF. (Miau! Miau! Miau! Miau!)
Dilma levou seis meses para remeter ao Senado o nome do atual ministro Luiz Fux. No caso da ministra Rosa Weber, três meses. Gastou apenas 11 dias para remeter o de Teori.
Lula telefonou para ela antes de Peluso se aposentar. Quis saber em quem ela pensava para a nova vaga de ministro. Dilma respondeu que se o advogado Sigmaringa Seixas concordasse seria ele.
Sigmaringa é amigo de copa e cozinha de Lula. Nunca topou ser ministro do STF. Nas duas vezes em que foi sondado ainda durante o governo Lula, alegou que lhe falta "notório saber jurídico" como exige a Constituição.
Excesso de rigor! Tem ministro no STF que já foi reprovado duas vezes em concurso para juiz de primeira instância. Sigmaringa foi um dos fiadores junto à Dilma da indicação de Teori. Outro fiador: o ministro Gilmar Mendes.
Teori tem fama de homem sério. Por sério não se prestaria a ser peça de uma jogada política. Sua seriedade, porém, o impediria de retardar o exame do seu nome pelo Senado.
Uma vez no STF deixaria de ser sério só por estar disposto a exercer de imediato a função de juiz? Absurdo!
De resto, que juiz sério votaria sem antes estudar o que tivesse de votar? Para estudar, só pedindo vistas do processo. (Miau! Miau! Miau! Miau! Miau!)
Sentado numa daquelas cadeiras do plenário do STF, envergando a toga que parece conferir ao seu usuário a aura de homem sábio e correto, um ministro não deve satisfações a ninguém. Somente a Deus, se acreditar nele, e à sua consciência.
Cada um à sua maneira, é assim que procedem, por exemplo, os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, as duas peças-chaves do processo do mensalão.
Ambos ganharam assento no STF graças a Lula. Joaquim por ser negro e ter o melhor currículo entre os juristas negros disponíveis na ocasião. Lewandowski por ter um bom currículo e ser dileto amigo da família de dona Marisa, a ex-primeira dama.
Lula está furioso com a independência de Joaquim e satisfeito com o bom comportamento de Lewandowski, a quem visitou em casa antes do julgamento começar.
Não cobrem de Lula apego férreo ao princípio da separação dos poderes. Lula concorda com todos os princípios que balizam o sistema democrático desde que não lhe sejam adversos. Desde que possa ignorá-los sempre que lhe convier e sem prejuízo para sua imagem.
O mensalão atingiu em cheio a soberania do Legislativo. Pagou-se caro por apoios ao governo. Lula foi contra o suborno de deputados? Disse que não sabia.
Marcos Valério acusou Lula de ter chefiado o esquema do mensalão. Em entrevista à VEJA, deu a entender que Lula só não caiu porque ele, José Dirceu e Delúbio Soares jamais contaram o que sabem.
Lula respondeu o quê? Nada. Acusação tão grave ficou sem resposta dele.
O que Lula teme? Que Valério, uma vez confrontado por ele, faça novas revelações? E que elas acabem forçando a Justiça a processá-lo?
Acionados por Lula, o PT e partidos aliados acusaram setores conservadores da sociedade de pressionarem o STF para que faça do julgamento do mensalão um meio de “golpear a democracia”.
Santo Deus! Sandices! Um monte de sandices que aos ignorantes impressiona e aos mais fracos assusta. Como se o STF fosse formado por um monte de tontos.
A presidente da República é Dilma. Que desfruta, hoje, do sólido apoio dos seus governados. Em que parte do mundo conhecido já se ouviu falar de ameaça de golpe contra ex-presidente?
O PT denuncia a iminência de um golpe contra Lula! Ahahahahah!
O PT está no poder há 10 anos. Oito dos atuais 10 ministros do STF devem o emprego a Lula e à Dilma. E no entanto... Tem um golpe em marcha contra Lula! Ahahahahah!
À distância ouve-se o barulho das esteiras dos tanques nas estradas asfaltadas que convergem para São Bernardo, onde Lula mora.
No país da jabuticaba, golpe contra ex-presidente é coisa nossa, e somente nossa! Quanto a golpe a favor de ex-presidente... Miau!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Nunca é tarde para tentar salvar uma biografia.
Presidente da Comissão de Ética da Presidência renuncia ao cargo
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, anunciou nesta segunda-feira (24) que deixará a comissão, mais de um ano antes do término de seu mandato. Ele citou como motivo da renúncia, que será encaminhada hoje à presidente Dilma Rousseff, a "mudança radical" na composição da comissão.
Pertence disse "lamentar" a não recondução, pela presidente Dilma, de dois conselheiros da comissão que haviam sido indicados por ele: Marília Muricy e Fábio de Sousa Coutinho. Segundo ele, a não recondução foi um "fato inédito".
"Lamento a não recondução, que, ao que me parece, é um fato inédito na história da comissão, dos dois nomes que eu tive a honra de indicar", disse Pertence, ao deixar a reunião da comissão, no Palácio do Planalto.
Um dos momentos críticos da relação da comissão com Dilma ocorreu em dezembro passado, quando o grupo decidiu recomendar a exoneração do então ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A decisão chegou ao conhecimento da Presidência pela imprensa, e num momento em que o Palácio do Planalto buscava contornar uma crise na pasta do Trabalho por conta de denúncias de irregularidades em convênios da pasta.
Na época, o Planalto recebeu criticamente o relatório, pelo fato de boa parte dele ter sido baseada em reportagens da imprensa. Autora do relatório, Marília Muricy, em entrevista à Folha na ocasião, cobrou de Dilma "respeito às regras do jogo democrático".
No último dia 3, a presidente nomeou três novos integrantes para comissão. Muricy e Coutinho poderiam ter sido reconduzidos, mas Dilma decidiu nomear novos conselheiros.
Pertence, que é ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que deverá se dedicar à advocacia. Seu mandato terminaria apenas em dezembro de 2013.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1158 ... argo.shtml
Presidente da Comissão de Ética da Presidência renuncia ao cargo
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, anunciou nesta segunda-feira (24) que deixará a comissão, mais de um ano antes do término de seu mandato. Ele citou como motivo da renúncia, que será encaminhada hoje à presidente Dilma Rousseff, a "mudança radical" na composição da comissão.
Pertence disse "lamentar" a não recondução, pela presidente Dilma, de dois conselheiros da comissão que haviam sido indicados por ele: Marília Muricy e Fábio de Sousa Coutinho. Segundo ele, a não recondução foi um "fato inédito".
"Lamento a não recondução, que, ao que me parece, é um fato inédito na história da comissão, dos dois nomes que eu tive a honra de indicar", disse Pertence, ao deixar a reunião da comissão, no Palácio do Planalto.
Um dos momentos críticos da relação da comissão com Dilma ocorreu em dezembro passado, quando o grupo decidiu recomendar a exoneração do então ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A decisão chegou ao conhecimento da Presidência pela imprensa, e num momento em que o Palácio do Planalto buscava contornar uma crise na pasta do Trabalho por conta de denúncias de irregularidades em convênios da pasta.
Na época, o Planalto recebeu criticamente o relatório, pelo fato de boa parte dele ter sido baseada em reportagens da imprensa. Autora do relatório, Marília Muricy, em entrevista à Folha na ocasião, cobrou de Dilma "respeito às regras do jogo democrático".
No último dia 3, a presidente nomeou três novos integrantes para comissão. Muricy e Coutinho poderiam ter sido reconduzidos, mas Dilma decidiu nomear novos conselheiros.
Pertence, que é ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que deverá se dedicar à advocacia. Seu mandato terminaria apenas em dezembro de 2013.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1158 ... argo.shtml
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Clermont escreveu: Não cobrem de Lula apego férreo ao princípio da separação dos poderes. Lula concorda com todos os princípios que balizam o sistema democrático desde que não lhe sejam adversos. Desde que possa ignorá-los sempre que lhe convier e sem prejuízo para sua imagem.
Acaba de cair um grande mito, o do "apedeuta", ou seja, de que Lula nunca foi de ler. Basta uma olhada rápida em "O Príncipe" e isso aí estará plenamente explicado e sistematizado. Ele certamente leu. Ou é tão inteligente que nem precisou, o que implica dizer que poderia, se quisesse, ESCREVÊ-LO! E o citado livro, ao contrário do que pensa o vulgo, que é uma espécie de "manual do pilantra", é pura Realpolitik do começo ao fim...
Quanto à Presidente ficar sabendo do trabalho de sua Comissão de Ética PELA IMPRENSA, sem comentários...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Agora é a criminalização de Dilma?
Muitas pessoas ficaram surpresas quando Joaquim Barbosa mencionou Dilma Rousseff no Supremo. Para reforçar a ideia de compra de votos, Joaquim citou um depoimento em que Dilma se confessou surpresa com a rapidez com que o Congresso aprovou o novo marco regulatório de energia elétrica.
A mensagem do voto do ministro, exaustivamente repetida pelas emissora de TV, tem um elemento malicioso.
A “surpresa” de Dilma seria, claro, era uma prova do mensalão. O ministro não disse, mas permitiu que todos ouvissem: sem o mensalão, o marco regulatório não teria saído com a rapidez que surpreendeu a ministra-presidente.
A resposta do Planalto, em nota oficial, foi rápida. Responsável pelas negociações do marco regulatório ocorridas no Senado, Aloizio Mercadante também se manifestou.
O fato é que essa insinuação me parece uma consequência lógica da visão que Joaquim Barbosa está imprimindo ao julgamento.
Ele acredita que encontrou crimes até onde não é possível demonstrar que tenham ocorrido.
Falando com franqueza: para entender a “surpresa” revelada pela ministra, não é preciso enxergar tudo com malícia. É preciso considerar o chamado contexto. Pensar em política como o exercício humano e insubstituível de negociar, avançar e ceder.
No início do governo Lula, a oposição tucana fazia o possível para criar problemas para os petistas, em várias áreas. Mesmo na Previdência, onde o PT deu continuidade a uma reforma planejada por FHC, o PSDB fingia que nada tinha a ver com o assunto. Queria dar o troco para Lula, criando dificuldades artificiais, como a antiga oposição lhe fizera. Mostrar boa vontade com iniciativas de Lula, naquele momento, era mostrar-se fraco e adesista diante de seus eleitores. Era quase uma traição perante cidadãos que haviam dado seu voto para candidaturas tucanas só por amor à causa, quando todo mundo sabia que não tinham a menor chance.
O marco de energia era especialmente delicado por uma razão política conhecida. No segundo mandato de FHC, a falta de energia impediu a retomada de crescimento econômico, submetendo os brasileiros a um vexame inesquecível de racionar o uso de energia num país com todo esse potencial elétrico que todos nós sabemos.
A surpresa vem daí. Depois de blefar e ameaçar, os tucanos também concordaram em votar com o governo na sala de Mercadante.
A política é assim. Não é engenharia. Não é equação matemática. Inclui dissimulação, esperteza, ações dissimuladas. Não é contabilidade.
Pode incluir a corrupção — como acontece em vários lugares, o que levou a Eliane Calmon a querer saber até o que acontecia na Justiça.
Mas é preciso apurar, investigar e esclarecer. No caso de crime, apurar, ouvir as partes e acusar. É errado apenas mencionar, não é mesmo?
Respeito Joaquim Barbosa. Conheço seus títulos e sua formação. Acredita no que fala e diz. Mesmo quando discordo, devo admitir que está longe de fazer denuncias “mequetrefes”, para empregar um termo que se tornou obrigatório no julgamento.
Mas eu acho que essa insinuação fora de lugar não ocorre por acaso.
A menção a Dilma foi apenas uma manifestação – um pouco exagerada, digamos – de uma atitude típica de um julgamento que avança numa imensa carga de subjetividade.
Várias vezes, Joaquim falou que é preciso examinar o contexto da denúncia, o contexto da ação dos acusados e assim por diante. Mas não considerou o contexto do apagão, este evento gigantesco, demolidor, humilhante para um país e sua população.
Imagino que, tecnicamente, o nome Dilma era uma menção até desnecessária. Tenho certeza de que num inquérito de milhares e milhares de páginas seria possível encontrar exemplos equivalentes e até mais enfáticos. Tenho certeza de que é possível demonstrar que houve compra de votos, em alguns casos, e apenas apoio político a um aliado, em outros.
A diferença é que nem sempre estes casos envolviam uma autoridade que, de ministra passou a presidente da República.
Politizando a justiça, pode-se dizer que a citação a Dilma jogou o julgamento para …2014.
O voto de Joaquim Barbosa, mais uma vez, foi aos tele jornais. Foi repetido, reprisado…Sabe o que aconteceu?
Salomão Shwartzman, radialista e jornalista muito experiente, já lançou um comentário dizendo que o PSDB deveria convidar Joaquim para disputar a presidência da República.
Tudo é política. Mesmo o que não parece.
Na biografia de José Alencar, Eliane Cantanhede descreve o encontro entre Lula e seu vice, José Dirceu e Waldemar Costa Neto, onde se debate uma aliança política e a consequente coleta de recursos financeiros. Se fosse hoje, alguém mais afogado que estavam combinando um assalto.
Mas a descrição deste acordo político de campanha é tão bem feita, tão clara, que os advogados de Delúbio Soares incluíram vários parágrafos sobre o “rachuncho”—a expressão, bem humorada, é de Eliane – nas suas alegações finais de seu cliente.
Sabemos que a criminalização da política tornou-se parte da estratégia da acusação para condenar o maior número possível de acusados. Vamos combinar que ajuda a sustentar a tese de que não havia recursos para campanha eleitoral – mas compra de votos no Congresso.
Admito que eles simplesmente não conhecem os fatos que estão julgando, não tem familiaridade com o mundo das tratativas e negociações e acham tudo suspeito, estranho…
Considerando a baixa credibilidade dos políticos, apostar que todo mundo é ladrão pode ser uma vulgaridade – mas é uma forma de garantir, com facilidade, apoio popular a medidas que podem ser justas ou arbitrárias.
Minha experiência com a humanidade permite dizer que já tive contato com momentos de grandeza, coragem, solidariedade. Também tiver a infelicidade de testemunhar imensas baixezas.
Mas não me lembro de ter visto relatos – nem em ficção – de repulsa a linchamentos.
Acabo de ler a notícia de que alguns procuradores já estão preocupados com o indulto de Natal dos réus do mensalão. É assim: dando de barato que eles serão condenados, o que parece cada vez mais provável, a preocupação agora é impedir que passem o Natal com a família… Mais um pouco e teremos de acionar a Comissão da Verdade, que investiga crimes cometidos por representantes do Estado contra direitos humanos, para ver o que está acontecendo em nossa democracia…
É justiça, isso? Ou é vingança?
Como já disse aqui, eu acho que o mensalão produziu delitos de todo tipo. Também acho que havia caixa 2 e dinheiro publico desviado. São crimes diferentes, que a legislação trata de forma diferente porque lá atrás aquele personagem oculto e onipresente que os advogados chamam de O Legislador entendeu que era assim.
Ao ignorar as diferenças, quem perde é a democracia.
Fonte: http://colunas.revistaepoca.globo.com/p ... -de-dilma/
Muitas pessoas ficaram surpresas quando Joaquim Barbosa mencionou Dilma Rousseff no Supremo. Para reforçar a ideia de compra de votos, Joaquim citou um depoimento em que Dilma se confessou surpresa com a rapidez com que o Congresso aprovou o novo marco regulatório de energia elétrica.
A mensagem do voto do ministro, exaustivamente repetida pelas emissora de TV, tem um elemento malicioso.
A “surpresa” de Dilma seria, claro, era uma prova do mensalão. O ministro não disse, mas permitiu que todos ouvissem: sem o mensalão, o marco regulatório não teria saído com a rapidez que surpreendeu a ministra-presidente.
A resposta do Planalto, em nota oficial, foi rápida. Responsável pelas negociações do marco regulatório ocorridas no Senado, Aloizio Mercadante também se manifestou.
O fato é que essa insinuação me parece uma consequência lógica da visão que Joaquim Barbosa está imprimindo ao julgamento.
Ele acredita que encontrou crimes até onde não é possível demonstrar que tenham ocorrido.
Falando com franqueza: para entender a “surpresa” revelada pela ministra, não é preciso enxergar tudo com malícia. É preciso considerar o chamado contexto. Pensar em política como o exercício humano e insubstituível de negociar, avançar e ceder.
No início do governo Lula, a oposição tucana fazia o possível para criar problemas para os petistas, em várias áreas. Mesmo na Previdência, onde o PT deu continuidade a uma reforma planejada por FHC, o PSDB fingia que nada tinha a ver com o assunto. Queria dar o troco para Lula, criando dificuldades artificiais, como a antiga oposição lhe fizera. Mostrar boa vontade com iniciativas de Lula, naquele momento, era mostrar-se fraco e adesista diante de seus eleitores. Era quase uma traição perante cidadãos que haviam dado seu voto para candidaturas tucanas só por amor à causa, quando todo mundo sabia que não tinham a menor chance.
O marco de energia era especialmente delicado por uma razão política conhecida. No segundo mandato de FHC, a falta de energia impediu a retomada de crescimento econômico, submetendo os brasileiros a um vexame inesquecível de racionar o uso de energia num país com todo esse potencial elétrico que todos nós sabemos.
A surpresa vem daí. Depois de blefar e ameaçar, os tucanos também concordaram em votar com o governo na sala de Mercadante.
A política é assim. Não é engenharia. Não é equação matemática. Inclui dissimulação, esperteza, ações dissimuladas. Não é contabilidade.
Pode incluir a corrupção — como acontece em vários lugares, o que levou a Eliane Calmon a querer saber até o que acontecia na Justiça.
Mas é preciso apurar, investigar e esclarecer. No caso de crime, apurar, ouvir as partes e acusar. É errado apenas mencionar, não é mesmo?
Respeito Joaquim Barbosa. Conheço seus títulos e sua formação. Acredita no que fala e diz. Mesmo quando discordo, devo admitir que está longe de fazer denuncias “mequetrefes”, para empregar um termo que se tornou obrigatório no julgamento.
Mas eu acho que essa insinuação fora de lugar não ocorre por acaso.
A menção a Dilma foi apenas uma manifestação – um pouco exagerada, digamos – de uma atitude típica de um julgamento que avança numa imensa carga de subjetividade.
Várias vezes, Joaquim falou que é preciso examinar o contexto da denúncia, o contexto da ação dos acusados e assim por diante. Mas não considerou o contexto do apagão, este evento gigantesco, demolidor, humilhante para um país e sua população.
Imagino que, tecnicamente, o nome Dilma era uma menção até desnecessária. Tenho certeza de que num inquérito de milhares e milhares de páginas seria possível encontrar exemplos equivalentes e até mais enfáticos. Tenho certeza de que é possível demonstrar que houve compra de votos, em alguns casos, e apenas apoio político a um aliado, em outros.
A diferença é que nem sempre estes casos envolviam uma autoridade que, de ministra passou a presidente da República.
Politizando a justiça, pode-se dizer que a citação a Dilma jogou o julgamento para …2014.
O voto de Joaquim Barbosa, mais uma vez, foi aos tele jornais. Foi repetido, reprisado…Sabe o que aconteceu?
Salomão Shwartzman, radialista e jornalista muito experiente, já lançou um comentário dizendo que o PSDB deveria convidar Joaquim para disputar a presidência da República.
Tudo é política. Mesmo o que não parece.
Na biografia de José Alencar, Eliane Cantanhede descreve o encontro entre Lula e seu vice, José Dirceu e Waldemar Costa Neto, onde se debate uma aliança política e a consequente coleta de recursos financeiros. Se fosse hoje, alguém mais afogado que estavam combinando um assalto.
Mas a descrição deste acordo político de campanha é tão bem feita, tão clara, que os advogados de Delúbio Soares incluíram vários parágrafos sobre o “rachuncho”—a expressão, bem humorada, é de Eliane – nas suas alegações finais de seu cliente.
Sabemos que a criminalização da política tornou-se parte da estratégia da acusação para condenar o maior número possível de acusados. Vamos combinar que ajuda a sustentar a tese de que não havia recursos para campanha eleitoral – mas compra de votos no Congresso.
Admito que eles simplesmente não conhecem os fatos que estão julgando, não tem familiaridade com o mundo das tratativas e negociações e acham tudo suspeito, estranho…
Considerando a baixa credibilidade dos políticos, apostar que todo mundo é ladrão pode ser uma vulgaridade – mas é uma forma de garantir, com facilidade, apoio popular a medidas que podem ser justas ou arbitrárias.
Minha experiência com a humanidade permite dizer que já tive contato com momentos de grandeza, coragem, solidariedade. Também tiver a infelicidade de testemunhar imensas baixezas.
Mas não me lembro de ter visto relatos – nem em ficção – de repulsa a linchamentos.
Acabo de ler a notícia de que alguns procuradores já estão preocupados com o indulto de Natal dos réus do mensalão. É assim: dando de barato que eles serão condenados, o que parece cada vez mais provável, a preocupação agora é impedir que passem o Natal com a família… Mais um pouco e teremos de acionar a Comissão da Verdade, que investiga crimes cometidos por representantes do Estado contra direitos humanos, para ver o que está acontecendo em nossa democracia…
É justiça, isso? Ou é vingança?
Como já disse aqui, eu acho que o mensalão produziu delitos de todo tipo. Também acho que havia caixa 2 e dinheiro publico desviado. São crimes diferentes, que a legislação trata de forma diferente porque lá atrás aquele personagem oculto e onipresente que os advogados chamam de O Legislador entendeu que era assim.
Ao ignorar as diferenças, quem perde é a democracia.
Fonte: http://colunas.revistaepoca.globo.com/p ... -de-dilma/
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Exército decide dar proteção a Joaquim Barbosa e cria zona de conflito com Dilma Rousseff
Temperatura alta – Azedou a relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Exército brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff fosse consultada, o Exército destacou os melhores e mais preparados oficiais da inteligência para dar proteção diuturna ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza a esse tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia a decisão.
Outros dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffolli, reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos seus mais altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O esquema criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas inclui também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico utilizado pelo magistrado.
A proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto comando do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a necessária proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os militares, que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que investigará apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, deixando de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no vácuo de um discurso fácil, repetitivo e mentiroso.
http://ucho.info/exercito-decide-dar-pr ... a-rousseff
Temperatura alta – Azedou a relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Exército brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff fosse consultada, o Exército destacou os melhores e mais preparados oficiais da inteligência para dar proteção diuturna ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza a esse tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia a decisão.
Outros dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffolli, reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos seus mais altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O esquema criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas inclui também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico utilizado pelo magistrado.
A proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto comando do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a necessária proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os militares, que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que investigará apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, deixando de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no vácuo de um discurso fácil, repetitivo e mentiroso.
http://ucho.info/exercito-decide-dar-pr ... a-rousseff
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
Não entendi: o EB se insurgiu contra sua Comandante em Chefe? Devo ter lido mal, claro...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- Guerra
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS
MPF/DF propõe ação de improbidade contra Lula e ex-ministro da Previdência
A assinatura de correspondências enviadas a aposentados do INSS foi feita para promover as autoridades e favorecer o Banco BMG, argumenta o MPF/DF
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) entrou na Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Previdência Social Amir Francisco Lando por improbidade administrativa. Eles são acusados de utilizar a máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o Banco BMG, envolvido no esquema do mensalão. As irregularidades aconteceram entre outubro e dezembro de 2004.
Segundo apurações do MPF/DF e do Tribunal de Contas da União, mais de 10,6 milhões de cartas de conteúdo propagandístico foram enviadas aos segurados do INSS com dinheiro público. As cartas informavam sobre a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. A manobra custou aos cofres públicos cerca de R$ 9,5 milhões, gastos com a impressão e a postagem das cartas.
O MPF/DF defende que não havia interesse público no envio das informações e a assinatura das correspondências diretamente pelo então presidente da República e pelo ex-ministro da Previdência foi realizada para promover as autoridades.
Outra irregularidade apontada foi o favorecimento do Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo naquela época. As investigações mostraram que a única novidade na época do envio das cartas era o convênio recém firmado entre o banco e o INSS, pois a lei que permitia aos segurados efetuarem empréstimos consignados foi sancionada dez meses antes. Outro fato que chamou atenção foi a rapidez no processo de convênio entre o BMG e o INSS: durou apenas duas semanas, quando o comum é cerca de dois meses.
Para o MPF/DF, fica evidente o propósito propagandista da carta, a qual não tinha nenhum caráter educativo, informativo, ou de orientação social, como prevê a legislação. “Diante do apurado, podemos concluir facilmente que a finalidade pretendida com o envio das correspondências era, primeiramente, promover as autoridades que assinavam a carta, enaltecendo seus efeitos e, consequentemente, realizando propaganda em evidente afronta ao art. 37, 1º da CF e, ao mesmo tempo, favorecer o Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo”, defende o MPF/DF na ação.
Para garantir a devolução dos valores gastos com o envio das correspondências aos cofres públicos, o MPF/DF pede, em liminar, o bloqueio de bens dos acusados. O processo está em fase de intimação dos réus.
Irregularidades – De acordo com investigação feita pelo MPF/DF e o Tribunal de Contas da União, o envio das cartas foi feito a pedido do então chefe de gabinete do ministro da Previdência Social. Entretanto, a emissão e impressão das correspondências, que ficou por conta da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), não obedeceu os trâmites legais, já que não houve um contrato formal para o processo.
Só depois de iniciada a produção das cartas é que a Dataprev encaminhou proposta de contrato ao INSS, especificando o número e custo das cartas encomendadas, no valor total de R$ 9,5 milhões, aproximadamente. A resposta da Previdência, no entanto, veio apenas quatro meses depois, quando mais de 11 milhões de cartas já haviam sido impressas e pelo menos 10,5 milhões enviadas aos segurados pelos Correios.
O INSS não reconheceu a dívida e concordou em pagar apenas pela postagem das cartas já expedidas, cerca de R$ 7,6 milhões. Os custos de emissão e impressão – cerca de R$ 1,9 milhão – foram arcados pela Dataprev. Nos dois casos, nunca existiu qualquer instrumento legal autorizando os pagamentos.
Após a constatação das irregularidades pelo TCU, as duas instituições decidiram interromper o processo de produção e expedição das cartas e, no ano seguinte, determinaram a destruição de mais de meio milhão de cartas.
A investigação mostrou, ainda, que os custos de postagem das cartas também causaram prejuízo aos cofres públicos, uma vez que os valores pagos pelo INSS aos Correios foram mais altos do que os valores de mercado.
A ação quer o ressarcimento aos cofres públicos de todos os valores gastos indevidamente. Se forem condenados pela Justiça, os acusados poderão, ainda, ter os direitos políticos suspensos; pagar multa; ficar proibidos de contratar ou receber benefícios do Poder Público; e perder a função pública ou aposentadoria, quando for o caso.
O caso será decidido pela 13ª Vara da Justiça Federal no DF. Processo 7807-082011.4.01.3400. Consulte aqui a íntegra da ação civil pública.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no Distrito Federal
(61) 3313-5460/5459
twitter.com/MPF_DF
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/noticias ... hterm=Lula
A assinatura de correspondências enviadas a aposentados do INSS foi feita para promover as autoridades e favorecer o Banco BMG, argumenta o MPF/DF
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) entrou na Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Previdência Social Amir Francisco Lando por improbidade administrativa. Eles são acusados de utilizar a máquina pública para realizar promoção pessoal e favorecer o Banco BMG, envolvido no esquema do mensalão. As irregularidades aconteceram entre outubro e dezembro de 2004.
Segundo apurações do MPF/DF e do Tribunal de Contas da União, mais de 10,6 milhões de cartas de conteúdo propagandístico foram enviadas aos segurados do INSS com dinheiro público. As cartas informavam sobre a possibilidade de obtenção de empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. A manobra custou aos cofres públicos cerca de R$ 9,5 milhões, gastos com a impressão e a postagem das cartas.
O MPF/DF defende que não havia interesse público no envio das informações e a assinatura das correspondências diretamente pelo então presidente da República e pelo ex-ministro da Previdência foi realizada para promover as autoridades.
Outra irregularidade apontada foi o favorecimento do Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo naquela época. As investigações mostraram que a única novidade na época do envio das cartas era o convênio recém firmado entre o banco e o INSS, pois a lei que permitia aos segurados efetuarem empréstimos consignados foi sancionada dez meses antes. Outro fato que chamou atenção foi a rapidez no processo de convênio entre o BMG e o INSS: durou apenas duas semanas, quando o comum é cerca de dois meses.
Para o MPF/DF, fica evidente o propósito propagandista da carta, a qual não tinha nenhum caráter educativo, informativo, ou de orientação social, como prevê a legislação. “Diante do apurado, podemos concluir facilmente que a finalidade pretendida com o envio das correspondências era, primeiramente, promover as autoridades que assinavam a carta, enaltecendo seus efeitos e, consequentemente, realizando propaganda em evidente afronta ao art. 37, 1º da CF e, ao mesmo tempo, favorecer o Banco BMG, única instituição particular apta a operar a nova modalidade de empréstimo”, defende o MPF/DF na ação.
Para garantir a devolução dos valores gastos com o envio das correspondências aos cofres públicos, o MPF/DF pede, em liminar, o bloqueio de bens dos acusados. O processo está em fase de intimação dos réus.
Irregularidades – De acordo com investigação feita pelo MPF/DF e o Tribunal de Contas da União, o envio das cartas foi feito a pedido do então chefe de gabinete do ministro da Previdência Social. Entretanto, a emissão e impressão das correspondências, que ficou por conta da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), não obedeceu os trâmites legais, já que não houve um contrato formal para o processo.
Só depois de iniciada a produção das cartas é que a Dataprev encaminhou proposta de contrato ao INSS, especificando o número e custo das cartas encomendadas, no valor total de R$ 9,5 milhões, aproximadamente. A resposta da Previdência, no entanto, veio apenas quatro meses depois, quando mais de 11 milhões de cartas já haviam sido impressas e pelo menos 10,5 milhões enviadas aos segurados pelos Correios.
O INSS não reconheceu a dívida e concordou em pagar apenas pela postagem das cartas já expedidas, cerca de R$ 7,6 milhões. Os custos de emissão e impressão – cerca de R$ 1,9 milhão – foram arcados pela Dataprev. Nos dois casos, nunca existiu qualquer instrumento legal autorizando os pagamentos.
Após a constatação das irregularidades pelo TCU, as duas instituições decidiram interromper o processo de produção e expedição das cartas e, no ano seguinte, determinaram a destruição de mais de meio milhão de cartas.
A investigação mostrou, ainda, que os custos de postagem das cartas também causaram prejuízo aos cofres públicos, uma vez que os valores pagos pelo INSS aos Correios foram mais altos do que os valores de mercado.
A ação quer o ressarcimento aos cofres públicos de todos os valores gastos indevidamente. Se forem condenados pela Justiça, os acusados poderão, ainda, ter os direitos políticos suspensos; pagar multa; ficar proibidos de contratar ou receber benefícios do Poder Público; e perder a função pública ou aposentadoria, quando for o caso.
O caso será decidido pela 13ª Vara da Justiça Federal no DF. Processo 7807-082011.4.01.3400. Consulte aqui a íntegra da ação civil pública.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no Distrito Federal
(61) 3313-5460/5459
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A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!