jauro escreveu:Comentários eivados de ranço ideológico.
Se não faz é rebelde, grevista, impregnado de ideologias conservadoras de direita.
Se faz é subserviente, governista, impregnado de ideologias conservadoras de esquerda, ou cavalo (como "Boxer" em A Revolução dos Bichos de G. Orwell).
Caro Jauro, não há nos comentários ranço, e menos ainda ideológico.
O que há é a simples e deletéria constatação de uma realidade do momento histórico, político e social pelo qual passamos. Não há critica ao papel de subordinação e obediência das ffaa's. Pelo contrário, o que há, é a constatação regular aqui no fórum e alhures - é só ver as notícias, quase que diárias - à falta do exercício pleno de um papel mais fiel às finalidades constitucionais de parte das ffaa's do país. Quer seja prover nossa defesa. E não é o que se vê. Principalmente de parte daqueles que seriam os mais responsáveis pela manutenção desta premissa.
Isso é coisa antiga. Eu já vejo por outra ótica, a visão de quem esteve dentro e está fora e em duas épocas.
Quando entrei no EB (67) a comida era uma M. Para encontrar um rato ou um prego na refeição insossa era fácil.
Não havia FAL, fardas e não havia caminhões. Isso na EsPCEx. Na AMAN os Exercícios eram na sua maioria voltados para Operações de Defesa Interna (ODI), na tropa também. Para que que voçê acha que serve um Pelopes? Clara demonstração que tinhamos de ter tropa para ODI e pior apenas um pelotão por que dois não se conseguia manter, seria muito dispendioso.
Hoje se compra e se faz coisas que na minha época nem pensar.
Na verdade estamos sim indo na contramão, vendo não só o desvirtuamento da missão primária, como o próprio redirecionamento do papel, e das prioridades, das ações efetivas das ffaa's, a bem da consecução de um projeto governamental que não deixa de ter claramente identificados seus traços e referenciais na corrente ideológica do partido no poder, e sobre os quais tem forçosamente de se pautar.
A missão primária sempre foi desvirtuada, desde 1964. Se não fosse todos os meios operacionais do EB deveriam datar pelo menos de 1980 para cá.
O EB do meu tempo fazia bem ACISO e Operações contra Guerrilha. O EB deixou de lado por muito tempo as ações convencionais.
Óbvio um EB convencional é muito mais caro e, claro, vai levar mais tempo para se erguer.
Não vejo corrente ideológica no poder a influenciar as FA. Isso é natural, o EB para defesa interna ou OpCGuerr, virá antes, é mais barato. Só há necessidade de Fuzis, MtrM, material de Controle de distúrbio, viaturas e munição 9 e 7,62mm.
Vou em muitas formaturas e reuniões com militares. Sempre constato três situações:
Os informados, satisfeitos e animados, os desinformados e insatisfeitos e os que
sempre serão do contra, independente daquilo que se esteja fazendo.
É a esta subordinação, infeliz e danosa, a uma práxis ideologia governamental, passional e inconsequente, e que nada tem haver com politica de Estado, é que temos que suportar os desvios da missão cada vez maiores e a penúria operacional a que tem de se submeter, em observância a seus próprios valores, as ffaa's.
Discordo em duas coisa: Esse negócio de ser desviado de função é choro da velha guarda daqueles insatisfeitos com os poderes castrados.
E os oficiais (Gen e demais) e ST e Sgt da ativa de hoje trabalham e não reclamam. O choro é por conta daqueles que no tempo da Redentora faziam o que queriam. Hoje a coisa é planejada e dinheiro tem, e quem está na ativa está satisfeito. Digo de cadeira.
Existe no país um governo cujos mandantes ainda interpretam os militares, e por consequência a instituição ffaa's, à luz de um ranço ideológico purista, como se ainda fossem os mesmos inimigos de outrora a combater. E isto vemos se traduzir nas ações do poder civil aí posto, referenciado, salvo engano, para mim, para a história e para a maioria das pessoas do resto do mundo, numa ideologia que está morta e enterrada, a pelo menos 23 anos, com a queda de muros e regimes; e mesmo encerrou seu ciclo histórico-econômico naqueles que ainda se declaram seus mais fiéis seguidores.
E nos governos anteriores não havia?
Parece até que Sarnei, Collor, Topete e FHC fizeram alguma coisa pelas FA. Nunca vi tanto despreso.
O pior MinEx que já tivemos foi no Gov Sarnei. O homem para implantar a AvEx, foi no nosso bolso. Achava que militar ganhava bem, claro ele era casado com uma fazendeira.
Ora, isto posto, podemos afirmar sem dúvida, que no Brasil, atualmente temos um poder publico que demanda suas gestões no MD na mais eivada defesa de seus próprios interesses, e não propriamente os do país, a começar, exemplifico, pelo favorecimento de indiretas "caça às bruxas", via judiciário e/ou executivo, com fins de "ficarmos em paz com a história." É o velho e infindável problema da má ou falta de resolução dos próprios fantasmas com os quais a esquerda tupiniquim convive, e que hora a geração verde-oliva atual está tendo de pagar o ônus. E afirmo, de plena consciência, não cobrarão um preço barato. Até onde puderem.
Existe dentro da Força um perfeito entendimento sobre o que é Passado e o que é o Presente e o Futuro
Essas bruxas são bruxas velhas e cada uma sabe o que fez. "Paloma que come piedra sabe el tamanho de loyo que tiene"
Agora, resta-nos esperar e saber qual versão e qual paz herdaremos da história deste nosso momento presente. E quais missões herdadas nossas "novas ffaa's" terão de lidar.
Penso que não devemos esperar nada.
O EB e as FA têm é que trabalhar como tem feito até agora.
No meu tempo se falava muito que "O bom cabrito não berra" e "Que à NAÇÃO não se pede nada nem mesmo compreensão".
E a coisa vai muito bem obrigado, pode ter certeza.
Mágoas de boiadeiro e ranço ideológico sempre existirão por parte daqueles afastados dos mandos e desmandos.
Quando sair um artigo em jornal dizendo que um MILITAR DA ATIVA está insatisfeito com o tratamento dado para as FORÇAS eu quero que me mostrem. O resto é pura invenção de "velhas bruxas" militares e civis.
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.