lynx escreveu:FCarvalho
O Alte Maximiniano não foi uma compra de oportunidade. Ele foi adquirido de segunda-mão, é certo, mas sofreu profundas alterações para atender aos requisitos da DHN para operações polares. Entre essas, a construção de um hangar para dois He e convoo, coisas que não possuia. Sua operação na MB será longeva e não há no PAEMB previsão de sua substituição, uma vez que ele faz parte daquele plano. Infelizmente seu convoo e hangar não comportam aeronaves do porte do Dauphin. Assim como também não o comportam navios com amplo tempo de operação na MB para a frente como os NaPaFlu e o Monitor. Para eles há previsão de substituição, mas a prioridade é baixa, por enquanto. Dessa forma, uma aeronave que venha a atender a esses navios e aos Amazonas, não poderá ser maior que um AW-109, como é o caso do Dauphin. Teríamos que usar duas, o que aumenta os custos. Por falar em custos, o custo operacional de um Dauphin é consideravelmente maior que o de um AW-109, uma aeronave menor.
Também não há espaço para projetos que aumentem o número de aeronaves da AVN. Essa já opera além do limite de custeio e de pessoal. A formação de novos pilotos e mecânicos na MB é motivo hoje de grande preocupação do Almirantado. Esse problema recai nas limitações das escolas de formação militar inicial, evolui para a incapacidade de aumentar o número de alunos no CIAAN, no HI-1 e mesmo na AFA e explode na evasão de pessoal para a aviação civil, que possui um grande passivo de pessoal e está pagando bons salários. Não é por acaso que, por enquanto, só ficaremos com 6 MH-16. A MB não sabe ainda como contornar a necessidade de pessoal para os 16 UH-15, sem aposentar outras aeronaves, liberando pessoal e instalações. Não há dinheiro para aumentar a capacidade das escolas de formação de todos os níveis. O problema tem sido bastante discutido, mas não se encontrou ainda solução satisfatória.
Não daria nem para, num absurdo, contratar pessoal da aviação civil, pois um co-piloto off-shore ganha mais do que um Capitão-de-Fragata ou Tenente-Coronel...
Linx, não questiono as qualidades e capacidades do navio, longe disso; apenas apontei que se tratou do aproveitamento de oportunidade -econômico-financeira a bem da verdade - para a implementação de uma diretiva de planejamento, diga-se o PEAMB. Assim não deixa de ser em certo sentido uma compra de oportunidade.
Quanto aos NaPaflu e Monitores, sinceramente, acho descabível e irresponsável - não da parte da MB, claro - a manutenção destes navios e de tantos outros meios existentes que deveriam estar ou em museus ou dado baixa a décadas. Mas como diria o ditado: "quem não tem cão, caça com gato."
No mais só tenho a lamentar - não se tem nem mesmo o que comentar
- a situação precária e insolvente em que não só a aviação naval, como de resto a marinha como um todo se encontra.
Podemos então, no máximo esperar e torcer, diria rezar, que dias melhores nos sobrevenham. E que nenhuma tempestade nos pegue desprevenidos e incautos ao longo desta longa espera e maior ainda torcida. Porque do contrário, creio que não haverá planos e planejamentos suficientes que nos tirem de tal apuro.
abs.