Mundo Árabe em Ebulição

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4966 Mensagem por rodrigo » Seg Ago 06, 2012 2:25 pm

A fronteira do Sinai com Gaza já dá sinais de problemas sérios. 13 guardas egípcios mortos pelos terroristas. Roubaram dois APC para atravessar a fronteira em direção a Israel. Quando atravessaram, encontraram dois helicópteros cobra esperando, foram destruídos, com a morte de todos os terroristas. Agora o Egito colocou vários MI-24 no Sinai, caçando terroristas.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Lirolfuti
Sênior
Sênior
Mensagens: 2427
Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
Agradeceram: 205 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4967 Mensagem por Lirolfuti » Seg Ago 06, 2012 3:12 pm

Dominó Árabe - Irã nega presença de militares entre peregrinos sequestrados na Síria



O Irã negou nesta segunda-feira a presença de militares do corpo especial dos Guardiões da Revolução entre os 48 peregrinos iranianos sequestrados no sábado na Síria, como afirmaram os rebeldes que os capturaram.


O governo iraniano, que tratou com grande reserva o caso e se limitou a apontar suas conversas com Síria, Turquia e Catar para conseguir a libertação dos sequestrados, reagiu de forma irada perante a informação que há militares entre eles e qualificou de irresponsáveis os meios de comunicação árabes que a divulgaram.


Neste domingo, o grupo rebelde armado Exército Livre Sírio (ELS) disse que entre os sequestrados havia vários membros dos Guardiões da Revolução do Irã, em um vídeo divulgado pela emissora de televisão Al Arabiya, que mostrava imagens dos capturados.


Supostos membros do grupo rebelde sírio diziam no vídeo que os sequestrados eram paramilitares do regime sírio e que, entre eles, havia membros dos Guardiões, corpo militar especial de defesa da República Islâmica do Irã.


O vice-ministro de Relações Exteriores do Irã para Assuntos Árabes e Africanos, Hussein Amir Abdolahian, desmentiu taxativamente que os sequestrados sejam militares e acusou os seqüestradores de terem executado "um plano premeditado" para capturar peregrinos iranianos perto de um santuário muçulmano xiita nos arredores de Damasco.


Em entrevista divulgada hoje pela cadeia oficial de televisão iraniana em língua árabe Alalam, Abdolahian explicou que "o ônibus que transportava os peregrinos iranianos entrou na Síria sob o controle e coordenação da Organização de Peregrinações do Irã".


Em fevereiro passado, após vários sequestros de cidadãos iranianos na Síria, Teerã anunciou que estavam proibidas as viagens por terra de peregrinos iranianos a esse país. No entanto, das declarações posteriores é possível deduzir que foram organizadas viagens em ônibus sob o controle das autoridades iranianas para grupos de peregrinos, como os 48 sequestrados no sábado.


Desde o dia do sequestro, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, se mobilizou para pedir a seus colegas catariano, xeque Hamad bin Jassim al-Than, e turco, Ahmet Davutoglu, que façam todos os esforços possíveis para ajudar na libertação dos 48 peregrinos iranianos.


Tanto o ministro da Turquia como o do Catar, cujos países respaldam a oposição síria, prometeram, segundo a agência Irna, tomar medidas urgentes para fazer com que os peregrinos iranianos sejam libertados.


As autoridades turcas já intermediaram a libertação de 27 dos pelo menos 32 cidadãos iranianos capturados na Síria desde dezembro passado por grupos armados opositores ao regime de Damasco, antes do novo sequestro de sábado.


Comentaristas políticos e diplomatas ocidentais residentes em Teerã disseram à agência EFE que este sequestro pode aumentar ainda mais a tensão entre o Irã, aliado fiel do regime de Damasco, e os países que respaldam os rebeldes sírios que pretendem derrubar ao governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.


http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... s-na-Siria




Lirolfuti
Sênior
Sênior
Mensagens: 2427
Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
Agradeceram: 205 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4968 Mensagem por Lirolfuti » Seg Ago 06, 2012 3:24 pm

Assad perdeu o controle, dizem EUA após deserção de premiê

Publicidade

DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Onda de Revoltas A deserção do primeiro-ministro sírio mostra que o ditador Bashar al Assad perdeu o controle de seu país, e que seu povo acredita que seus dias no governo "estão contados", declarou nesta segunda-feira um porta-voz do governo americano.

"Os relatórios de hoje (segunda-feira) de que vários membros de alto escalão do regime de Assad, incluindo o primeiro-ministro (Riad) Hijab, desertaram, são apenas o último indício de que Assad perdeu o controle da Síria, fortalecendo as forças da oposição e o povo sírio", afirmou o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, Tommy Vietor
A deserção "demonstra que o povo sírio acredita que os dias de Assad estão contados", afirmou. "A maneira mais rápida de terminar com o banho de sangue e com o sofrimento do povo sírio é que Assad reconheça rapidamente que o povo sírio não permitirá que continue no poder", acrescentou Vietor.

"Tentaremos confirmar estas informações. Mas se forem certas, estas deserções seriam mais uma prova de que o regime de Assad afunda", disse um funcionário americano em Johannesburgo que acompanha a visita da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

O primeiro-ministro sírio, Riad Hijab, sua família, dois membros e três oficiais do Exército desertaram e se refugiaram na Jordânia na noite deste domingo, segundo uma fonte da oposição ao regime de Damasco.

FUGA

A deserção de Riad Hiyab culmina uma sequência de perdas para o regime de Assad nas últimas semanas, que colocam em dúvida a manutenção desse ditador no poder.

Desde o início de julho, vários militares e diplomatas buscaram refúgio na Turquia, disparando palavras duras contra Assad e já ensaiando negociações para uma transição de poder na Síria.

Além do primeiro-ministro, as agências internacionais, citando grupos de oposição, também reportaram que dois ministros e três oficiais do exército também desertaram, provavelmente na noite de domingo.

Em um comunicado lido na Al Jazeera, Riad Hiyab justificou sua deserção pelo "massacre" contra o povo sírio, e qualificou o regime de Assad como "terrorista", dizendo que a partir daquele momento se tornava "um soldado" nas "fileiras da rebelião".

PARTIDO BAATH

Hiyab, um muçulmano sunita da província de Deir al Zor, também sunita, pertencia ao aparato do partido da situação, o Baath.

A televisão estatal disse que Omar Ghalawanji, que era o vice-primeiro-ministro e também ministro da administração local, comandaria temporariamente um governo provisório.

Assad havia apontado Hiyab, ex-ministro da Agricultura, como primeiro-ministro em junho, após as eleições parlamentares que vieram depois de quase um ano de protestos violentos contra o governo.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1132 ... emie.shtml




Lirolfuti
Sênior
Sênior
Mensagens: 2427
Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
Agradeceram: 205 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4969 Mensagem por Lirolfuti » Seg Ago 06, 2012 3:25 pm

Irmandade Muçulmana do Egito culpa Mossad por ataque no Sinai

Publicidade

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Irmandade Muçulmana do Egito afirmou nesta segunda-feira que o ataque a policiais egípcios na península do Sinai, na noite de domingo, "pode ser atribuído" à Mossad, agência internacional do serviço secreto de Israel. Para os islâmicos, a intenção do órgão israelense é desestabilizar o governo de Mohammed Mursi. Em comunicado, a entidade, a que o presidente pertence, afirmou que os agentes do Estado judeu tentam abortar a revolução iniciada com a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, e que "é imperativo rever as cláusulas" do acordo entre Egito e Israel.

"Este crime pode ser atribuído à Mossad, que está tentando abortar a revolução desde o seu início e a prova disso é que deu instruções aos cidadãos sionistas para abandonar o Sinai dias atrás".

"Isso chama atenção ao fato de que o Sinai não está suficientemente protegido, o que faz imperativo que revisemos as cláusulas do acordo entre nós e a entidade sionista".

Mais cedo, os militares chamaram os militantes islâmicos de "infiéis" e disseram que sua impaciência com a instabilidade no Sinai se esgotou. A desmilitarização do Sinai é um dos pilares do histórico acordo de paz de 1979 entre Israel e o Egito.

No último ano, porém, bandidos beduínos, radicais islâmicos e militantes palestinos da vizinha Gaza têm aproveitado o vácuo militar na região, conturbando ainda mais as já precárias relações entre Israel e Egito.

Durante a madrugada, o Egito fechou a fronteira com Gaza, interrompendo o único ponto de trânsito para a maioria dos palestinos desse território.

ATAQUE

O ataque ao posto militar egípcio aconteceu na noite de domingo, deixando pelo menos 16 mortos. Após a ação, os atiradores roubaram dois veículos militares e tentaram atravessar a fronteira para Israel. Fontes disseram que 16 policiais egípcios foram mortos e seis foram feridos. Não houve israelenses feridos.

O governo israelense informou que uma de suas aeronaves disparou contra um dos veículos e que o outro explodiu na travessia da fronteira. De acordo com os agentes, militares rastrearam a área e alguns dos militantes foram mortos.

"Os terroristas que mataram os homens de segurança do Egito confiscaram dois veículos militares egípcios e tentaram invadir a fronteira de Israel", disse no Twitter Ofir Gendelman, porta-voz de Binyamin Netanyahu.

Não houve reivindicação imediata da autoria, mas a televisão estatal egípcia informou que um grupo militante islâmico estaria por trás dos ataques.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1132 ... inai.shtml




Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4970 Mensagem por marcelo l. » Seg Ago 06, 2012 9:15 pm

Imagem

Mais encrenca o túmulo de Suleyman Sah é considerado solo turco, se for atacado rip...

http://www.hurriyetdailynews.com/ankara ... sCatID=338
trad google




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
Sterrius
Sênior
Sênior
Mensagens: 5140
Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
Agradeceram: 323 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4971 Mensagem por Sterrius » Ter Ago 07, 2012 12:05 am

nao fizeram nenhum movimento em cima do tumulo.




Avatar do usuário
NettoBR
Sênior
Sênior
Mensagens: 2773
Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 10:36 am
Localização: Ribeirão Preto-SP
Agradeceram: 320 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4972 Mensagem por NettoBR » Ter Ago 07, 2012 10:13 am

ONU: 3 milhões de sírios necessitam de ajuda alimentícia
Por EFE Brasil, Atualizado: 07/08/2012 07:44

Genebra, 7 ago (EFE).- Três milhões de pessoas necessitarão de ajuda alimentícia na Síria nos próximos 12 meses devido à crise humanitária que vem sendo provocada pela guerra civil, estimou nesta terça-feira o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o maior organismo humanitário da ONU.

Uma anterior avaliação conjunta desse organismo e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estabelecera que 1,5 milhão de sírios requeriam assistência alimentícia internacional por um período de três a seis meses.

Além disso, calcula-se que um milhão de pessoas devem receber provisões, sementes, combustível, alimentos para animais e equipamentos de irrigação para salvar a próxima temporada de colheita.

Fonte: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx? ... =253190562




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
Avatar do usuário
NettoBR
Sênior
Sênior
Mensagens: 2773
Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 10:36 am
Localização: Ribeirão Preto-SP
Agradeceram: 320 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4973 Mensagem por NettoBR » Ter Ago 07, 2012 10:40 am

Após ataque no Sinai, Egito promete conter infiéis
Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 06/08/2012 20:00

CAIRO, 6 Ago (Reuters) - O Egito chamou de "infiéis" os atiradores islâmicos que mataram 16 policiais perto da fronteira com Israel, num incidente que abalou as relações do Cairo com Israel e com os palestinos.

Um funcionário do governo egípcio disse que "elementos jihadistas" (combatentes islamistas)se infiltraram da Faixa de Gaza para o Egito antes de realizarem o ataque contra um posto de fronteira. Eles então furtaram dois veículos blindados e tentaram invadir Israel, mas foram mortos por tiros das forças israelenses.

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que oito militantes morreram no ataque, e acrescentou que o incidente deve servir como um "toque de alerta" para o Egito, a quem Barak há tempos acusa de estar perdendo o controle sobre a desértica península do Sinai.

O massacre representa um dos primeiros testes diplomáticos para o presidente do Egito, Mohamed Mursi, político islâmico que assumiu o cargo em junho, mais de um ano depois da rebelião popular que depôs o regime de Hosni Mubarak.

Mursi visitou a região da fronteira nesta segunda-feira, acompanhado pelo chefe das Forças Armadas egípcias, marechal Hussein Tantawi. O Exército enviou reforços e montou postos de controle.
Mubarak, aliado dos EUA, colaborava estreitamente com Israel em questões de segurança e reprimia movimentos islâmicos como a Irmandade Muçulmana, da qual Mursi provém.

Os militares egípcios, que ainda detêm muito poder apesar da recente transição política, chamaram os agressores de "infiéis", e disseram que sua paciência com a instabilidade no Sinai se esgotou. "Os egípcios não vão esperar muito tempo para verem uma reação a esse fato", disseram as Forças Armadas em nota divulgada pelo Facebook.

A agência estatal de notícias Mena citou uma fonte militar segundo a qual os mortos no ataque serão homenageados com um funeral com honras militares na terça-feira no Cairo.

A desmilitarização do Sinai é um dos pilares do histórico acordo de paz de 1979 entre Israel e o Egito. No último ano, porém, bandidos beduínos, jihadistas e militantes palestinos da vizinha Gaza têm aproveitado o vácuo militar na região, conturbando ainda mais as já precárias relações entre Israel e Egito.

HAMAS

Falando a uma comissão parlamentar em Jerusalém, Barak elogiou a ação das Forças Armadas contra o ataque de domingo, o que incluiu uma rápida mobilização aérea e a destruição de um dos veículos que tentava violar a fronteira.

"Talvez seja também um adequado toque de alerta para que os egípcios lidem com a questão de forma mais firme", afirmou.

Mursi tem prometido honrar o acordo de paz de 1979, mas também tem buscado boas relações com o Hamas, grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza - aproximação que pode ser prejudicada pelo atentado do fim de semana. Durante a madrugada, o Egito fechou a fronteira com Gaza, interrompendo o único ponto de trânsito para a maioria dos palestinos desse território.

Ninguém assumiu a autoria do ataque. Em seu site, a Irmandade Muçulmana disse que o ataque "pode ser atribuído ao Mossad (serviço israelense de inteligência)", e que é uma tentativa de abalar Mursi. A Irmandade disse que seria "imperativo rever cláusulas" do acordo de 1979.

Israel negou a acusação da Irmandade.

"Mesmo a pessoa que diz isso quando olha para si mesmo no espelho não acredita no absurdo que está manifestando", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor.

O Hamas condenou a morte dos egípcios e imediatamente interditou o labirinto de túneis usados para o contrabando sob a fronteira entre Egito e Gaza. O governo egípcio disse que os pistoleiros usaram esses túneis para chegar ao território egípcio.

Muitos produtos importantes, inclusive combustível, passam pelos túneis, e uma interdição prolongada pode sufocar economicamente a Faixa de Gaza, que já é alvo de um bloqueio terrestre e marítimo por parte de Israel.

Fonte: http://noticias.br.msn.com/mundo/ap%C3% ... %C3%A9is-1




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
Avatar do usuário
FOXTROT
Sênior
Sênior
Mensagens: 7601
Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
Localização: Caçapava do Sul/RS.
Agradeceram: 102 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4974 Mensagem por FOXTROT » Ter Ago 07, 2012 10:52 am

terra.com.br

Rússia sinaliza apoio financeiro ao regime de Assad
07 de agosto de 2012 • 09h27

Apelos do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban-Ki Moon, propostas de paz do ex-enviado especial Kofi Annan, sanções contra os membros do regime, nada disso impressiona o presidente Bashar al-Assad. Embora a pressão internacional sobre ele seja grande, os governos de Moscou e Pequim apoiam Assad mesmo 18 meses depois do início do levante contra o regime.


Crise na Síria: origens, capítulos, impasses e destinos
Infográfico: linha do tempo conta a história do conflito na Síria
Especial: luta por liberdade revoluciona norte africano e península arábica

E o governo sírio parece depender da Rússia não só politica como também financeiramente. De acordo com relatos da imprensa, o regime em Damasco solicitou ajuda financeira e econômica aos seus aliados russos no início de agosto. Com isso, a Síria pretende compensar os impactos das sanções econômicas dos países ocidentais, que agora incluem as exportações de petróleo.

Em conversações com Moscou, o vice-chefe do regime sírio, Kadri Jamil, queixou-se principalmente da escassez de produtos petrolíferos, como o diesel. A Rússia informou que analisaria o pedido, segundo a agência russa de notícias RIA Novosti. Observadores estimam que a Síria esgotará em breve todas as suas reservas cambiais, estimadas em 14 bilhões de euros.

Benefícios para Moscou
"A Rússia assumiu a tarefa de ajudar a Síria em seus atuais problemas econômicos, afirmou Jamil. Não só o governo em Damasco será beneficiado com esse apoio, também Moscou espera obter vantagens. A Rússia está disposta a manter um pé no portão de entrada para o Oriente Médio", diz o ex-embaixador alemão Gerhard Fulda, que trabalhou muitos anos em países árabes. "Esta é uma das poucas áreas em que a Rússia ainda pode exercer uma política global." A Síria representa hoje o que resta da influência soviética na região, uma influência que já englobou metade do mundo árabe. Com a derrubada do ditador líbio Muammar Kadafi, esta região de influência foi ainda mais reduzida.

Com seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia pôde, até agora, impedir qualquer tentativa da comunidade internacional de agir com mais rigor contra o regime sírio. Isso não é de se admirar: a Rússia fornece armas para a Síria há décadas. O país árabe, que não têm o mesmo poder financeiro das nações do Golfo, compra o que pode. Em troca, dá aos russos acesso ao único porto que estes têm no Mar Mediterrâneo, na cidade síria de Tartus. A perda desse porto significaria o fim da presença russa na região um duro golpe para as já seculares ambições da Rússia de ser uma potência também no Mediterrâneo.

Medo da agitação política
O governo russo apoia o regime sírio também por temer as conseqüências de uma virada política. "Uma das alternativas a Assad é um governo sunita e possivelmente fundamentalista", diz Fulda. Isso poderia ter um impacto sobre as repúblicas islâmicas da Ásia Central, que pertenciam à antiga União Soviética e onde a Rússia procura manter sua posição como potência regional.

Assim como a China, a Rússia está interessada em reduzir a influência do Ocidente e de seus aliados regionais, como a Arábia Saudita, no Oriente Médio, uma região rica em recursos naturais. Por isso, coopera não apenas com a Síria, mas também com seus aliados mais próximos, como o Irã.

Aparentemente, a Rússia não tem também qualquer problema com as graves violações de direitos humanos do regime de Assad. Diante desse cenário, o apoio financeiro dos russos a Damasco é perfeitamente concebível.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4975 Mensagem por marcelo l. » Ter Ago 07, 2012 11:05 am

Sterrius escreveu:nao fizeram nenhum movimento em cima do tumulo.
Se eles fizerem isso, a Turquia para de treinar (http://www.presstv.com/detail/2012/08/0 ... n-in-syria) e passa para prática. Até o Túmulo de Saladin vai se considerado território turco 8-]




Editado pela última vez por marcelo l. em Ter Ago 07, 2012 11:56 am, em um total de 1 vez.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4976 Mensagem por rodrigo » Ter Ago 07, 2012 11:52 am

Vídeo do APC roubado pelos terroristas no Sinai, entrando em Israel e recebendo as boas vindas:





"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
NettoBR
Sênior
Sênior
Mensagens: 2773
Registrado em: Sáb Abr 28, 2012 10:36 am
Localização: Ribeirão Preto-SP
Agradeceram: 320 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4977 Mensagem por NettoBR » Ter Ago 07, 2012 12:29 pm

Ser louco é uma coisa, mas acreditar que não voariam pelos ares quando atravessassem a fronteira... :?
Recepção calorosíssima!! 8-]




"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
Liev Tolstói
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceram: 66 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4978 Mensagem por marcelo l. » Ter Ago 07, 2012 1:44 pm

Alepo está sitiada e a perspectiva da perda de outras milhares de vidas civis na Síria é muito alta. A ONU condenou o avanço da guerra civil, mas a luta continua sem sinal de alívio para os sírios. Elementos jihadistas foram arrastados para o conflito. Há também uma forte preocupação com a segurança das armas químicas e biológicas da Síria. A comunidade internacional parece impotente em suas tentativas de influenciar o curso brutal dos fatos, mas isto não é absolutamente inevitável.

Embora o Conselho de Segurança da ONU esteja imobilizado pelo impasse, o mesmo ocorre com a Síria. O governo tentou suprimir, por meios da violência extrema, um movimento popular e generalizado que, após 40 anos de ditadura, decidiu que não seria mais intimidado. O resultado tem sido uma crescente perda de controle de território e a oposição recorreu a sua própria campanha militar para contra-atacar.

No entanto, ainda não está claro como o governo de Bashar Assad pode ser derrubado somente pela força. Há também um impasse político. Um movimento de massa nascido da reivindicação de direitos civis e políticos e do fortalecimento das vozes em defesa da mudança surgiu na Síria após março de 2011.

No entanto, a despeito de toda a coragem extraordinária que os manifestantes precisaram ter para marchar a cada dia ante a escalada da violência, o movimento não conseguiu superar as divisões comunais da Síria. As chances de superar essa dificuldade foram perdidas em meio à intensificação da violência.

Apenas meios militares não darão fim à crise. Da mesma maneira, uma agenda política que não seja inclusiva e compreensiva fracassará. A distribuição de forças e as divisões na sociedade síria são tais que somente uma transição política negociada seria capaz de terminar com o regime repressivo do passado e evitar um futuro mergulho em uma longa guerra sectária revanchista.

Para um desafio desse porte, somente uma comunidade internacional unida pode compelir ambas as partes a uma transição política pacífica. Contudo, um processo político será difícil, se não impossível, enquanto todos os lados - dentro e fora da Síria - virem a oportunidade de promover suas próprias agendas estreitas por meios militares.

A divisão internacional representa a alimentação de uma violenta competição no terreno. É por isso que busquei consistentemente ajudar a comunidade internacional a trabalhar unida para pôr fim a essa dinâmica destrutiva e levar as pessoas a se engajarem num processo político.

Transição. No início de meu mandato, ganhamos respaldo internacional com resoluções do Conselho de Segurança que autorizavam a presença de observadores militares da ONU na Síria. Após um cessar-fogo, em 12 de abril, ao contrário de algumas alegações, o bombardeio de comunidades civis pelo governo parou, demonstrando o impacto que essa unidade poderia ter.

Não se seguiu, contudo, um respaldo internacional sustentado. O cessar-fogo rapidamente se desfez e o governo, percebendo que não haveria consequências, retornou à campanha militar aberta e recomeçou a usar armas pesadas em cidades.

Em resposta, procurei revitalizar o impulso à unidade em junho, criando o Grupo de Ação Internacional para a Síria, estabelecendo um arcabouço de transição que respaldasse os esforços sírios para mudar para o organismo governante de transição com plenos poderes executivos.

Transição significa uma mudança de governo controlada, mas plena - uma mudança de quem conduz a Síria e de como ele a conduz. Saímos da reunião acreditando que uma resolução do Conselho de Segurança endossando a decisão do grupo estava garantida - como a primeira de uma série de medidas que sinalizaria um ponto de virada.

No entanto, não houve desdobramentos de lá para cá. Houve, sim, acusações de culpa e destemperos no Conselho de Segurança da ONU. Há claros interesses comuns para as potências regionais e internacionais numa transição política controlada.

Uma conflagração ameaça causar uma explosão na região que poderia afetar o resto do mundo. No entanto, é preciso liderança para um acordo capaz de superar a sedução destrutiva das rivalidades nacionais. Uma ação conjunta requer esforços bilaterais e coletivos, por parte de todos os países com influência sobre os atores no terreno na Síria, para pressionar ambas as partes no sentido de que uma solução política é fundamental.

Legitimidade. Para Rússia, China e Irã isto significa que eles precisam fazer esforços concertados para persuadir Assad a mudar de rumo e aceitar uma transição política, percebendo que o governo atual perdeu toda sua legitimidade.

Uma primeira medida do governo é vital, visto que sua intransigência e recusa em implementar o plano de paz de seis pontos é o principal obstáculo a qualquer processo político pacífico e assegura a desconfiança da oposição nas propostas de uma transição negociada.

Para Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Turquia, Arábia Saudita e Catar, isso significa pressionar a oposição a aceitar um processo político plenamente inclusivo - que prevê comunidades e instituições atualmente associadas ao governo. Isso significa também reconhecer que o futuro da Síria vai muito além do destino de um único homem.

Está claro que o presidente Bashar Assad deve deixar o cargo. O foco maior, contudo, precisa ser em medidas e estruturas para garantir uma transição pacífica no longo prazo, para evitar um colapso caótico. Essa é a questão mais séria. A comunidade internacional precisa arcar com sua parcela de responsabilidade.

Futuro da Síria. Nada disso é possível, entretanto, sem um genuíno compromisso de ambos os lados. O impasse significa que todos precisam mudar: o governo, a oposição, as potências internacionais e as regionais. Dessa maneira, a comunidade internacional pode destravar uma condição fundamental para um processo político - uma comunidade internacional unida, efetiva e ativamente defensora de uma transição pacífica para um governo legítimo.

A Síria ainda pode ser salva da pior calamidade. No entanto, isso requer coragem e liderança, sobretudo dos membros permanentes do Conselho de Segurança, especialmente dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Barack Obama, dos Estados Unidos. Será que nossa comunidade internacional agirá em defesa dos mais vulneráveis de nosso mundo e fará os sacrifícios necessários para ajudar? As próximas semanas dirão. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

* É ex-secretário-geral da ONU e prêmio Nobel da Paz. Na semana passada, renunciou ao cargo de mediador da ONU na Síria

http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 2271,0.htm




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
Andre Correa
Sênior
Sênior
Mensagens: 4891
Registrado em: Qui Out 08, 2009 10:30 pm
Agradeceram: 241 vezes
Contato:

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4979 Mensagem por Andre Correa » Ter Ago 07, 2012 2:17 pm

Gianni Carta
07.08.2012 07:13
A lógica sectária na Síria

Imagem
Riad Hijab ocupava a pasta do ministério da Agricultura antes de ser nomeado primeiro-ministro, em junho de 2012. Foto: ©AFP/Arquivo / Louai Beshara
A deserção do primeiro-ministro sírio Riad Hijab no domingo é bastante significativa porque, como todos os que o precederam, sua confissão é sunita. Dezenas de militares, integrantes dos serviços de inteligência, diplomatas e políticos a desertar são sunitas.

A cúpula do presidente Bashar al-Assad está prestes a implodir. É questão de semanas, meses.

Em troca de cargos e regalias, quatro décadas atrás a elite sunita aceitou integrar um governo dominado pelo pai de Assad, Hafez. A família dirigente é alauíta xiita, confissão a representar apenas 10% da população do país.

Até o início da guerra civil, 17 meses atrás, essas divisões religiosas não pareciam ser um problema na Síria. No entanto, pouco a pouco, a guerra civil revelou-se sectária – e não diferente daquela entre sérvios ortodoxos e bósnios muçulmanos, no inicio da década de 1990.

Ocorre que sunitas privilegiados da elite, como o premier Hijab, se deram conta do seguinte: as armas pesadas de Assad miram sunitas como eles. Segundo o porta-voz de Hijab, o ex-premier tomou sua decisão pelos “crimes de guerra e pelo genocídio” cometido pelo regime de Assad.

Hijab, vale recapitular, foi nomeado apenas dois meses atrás. Ao assumir o cargo de premier, ele não havia percebido a chacina de sunitas por parte do regime de Assad?

Na verdade, Hijab realizou que Assad tem seus dias contados, e, por isso, desertou, ou, como diz o governo sírio, foi destituído.

Assad, seus seguidores, bem como Hijab e desertores, e não deixemos de lado facções dos sunitas rebeldes, são todos uns cínicos aos quais interessa apenas o poder. Para piorar o quadro geopolítico global, estão no epicentro de uma região onde potências lutam pelas suas esferas de influência.

Não surpreende o fato de Hijab ter buscado refúgio na Jordânia para, em seguida, rumar para Catar, destino preferido de vários desertores sunitas. Catar, uma minúscula monarquia em fina sintonia com a poderosa Arábia Saudita, berço do wahhabismo e inseparável parceira de Washington, promove e financia movimentos fundamentalistas em todo o mundo árabe, inclusive na Síria.

A Arábia Saudita, Catar e a Turquia, com a benção dos Estados Unidos e da União Europeia, querem o controle da Síria sob uma liderança sunita.

Por sua vez, Irã e Iraque, onde predominam xiitas, preferem manter Assad no poder. Da mesma forma, a Rússia e a China veem a Síria como sua última esfera de influência no Levante.

Certo é que a Arábia Saudita não quer uma saída pacífica para a crise. E nem o regime de Assad. Como vimos, Kofi Annan, mediador da Onu e da Liga Árabe, abandonou sua missão diplomática de paz.

Enquanto isso, o genocídio, ou tentativa de limpeza étnica, à imagem da Bósnia, continua. Mas desta feita o cenário é pior: poderá se transformar num conflito global.

http://www.cartacapital.com.br/internac ... -na-siria/




Audaces Fortuna Iuvat
Lirolfuti
Sênior
Sênior
Mensagens: 2427
Registrado em: Sex Mai 18, 2012 6:12 pm
Agradeceram: 205 vezes

Re: Mundo Árabe em Ebulição

#4980 Mensagem por Lirolfuti » Ter Ago 07, 2012 2:34 pm

Dominó Árabe - Síria continua a atrair mercenários estrangeiros



Konstantin Garibov

Cada vez mais mercenários estrangeiros deslocam-se para a Síria. Segundo comunicaram segunda-feira mass-media sírios, as tropas governamentais capturaram na cidade de Aleppo, no norte do país, um grupo de oficiais da Turquia e da Arabia Saudita.

Naquela capital econômica da Síria, destacamentos militares do Governo continuam uma operação de envergadura contra elementos do Exército Livre da Síria.

"Soldados da fortuna" ocupam aldeias e bairros urbanos e entregam-nos ao Exército Livre da Síria. Anteriormente, meios de comunicação social ocidentais comunicaram que o "apoio militar" prestado à oposição se regulariza a partir de uma base secreta na região da cidade de Adana, no sul da Turquia. A base está desdobrada pela Turquia, Arabia Saudita e Qatar. Perto dela situa-se a base de Incirlik da Força Aérea dos Estados Unidos.

Comentando a captura de mercenários estrangeiros em Aleppo, o perito Vitali Naumkin disse à Voz da Rússia:

"Não há nada de novo na participação de oficiais turcos e sauditas da operação, porque é conhecido que o chamado Exército Livre da Síria é armado, treinado e abastecido por instrutores de vários países árabes, da Turquia também. Não há nada de surpreendente que hoje estas pessoas participam diretamente em ações militares, talvez como instrutores ou como mercenários. O fato de eles terem sido capturados e, possivelmente, serem demonstrados por meios de comunicação social não alterará nada. Os países referidos apoiam abertamente a oposição síria."

Segunda-feira, um representante anônimo da Administração dos Estados Unidos declarou que Barack Obama teria assinado uma deliberação, permitindo que a CIA e outros departamentos americanos prestem assistência aos rebeldes sírios. Ao mesmo tempo, o jornal Washington Post comunicou que senadores republicanos influentes exigiram que a Administração americana comece a apoiar ativamente a oposição armada na Síria. Os autores desta iniciativa afirmam que a falta de vontade dos Estados Unidos de intervir na Síria teria contribuído para prolongar e tornar mais sangrento o conflito naquele país.

Há dias, canais televisivos mundiais exibiram um posto de controle na fronteira sírio-turca, ocupado pela oposição síria. Um vídeo gravou um grupo de rebeldes armados sob bandeira da Al-Qaeda. Eles revelaram que voluntários da Argélia, Arabia Saudita, Egito e Tunísia combatem na Síria contra Bashar al-Assad. Neste contexto, o jornal saudita Al-Sharq comunicou, citando fontes nos serviços secretos da Jordânia, que do lado da oposição síria combatem não menos de seis mil membros da Al-Qaeda. Ultimamente, este número cresceu em proporção geométrica, refletindo um reforço da intervenção militar externa nos assuntos da Síria.

Fonte/Tradução: Voz da Rússia

http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... trangeiros




Responder