Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#1 Mensagem por FCarvalho » Qui Jul 26, 2012 9:10 pm

Projetos e Subprojetos Prioritários da Força Aérea - LBDN

Subprojeto Aeronaves de Busca e Resgate 2015-2016

Eis um dado muitíssimo interessante que surgiu durante a divulgação da revisão dos documentos de referência do MD, e que merece nossa atenção e análise.

Um primeiro fato a chamar a atenção, é que o mesmo é um projeto de curtíssimo prazo, haja visto a temporalidade citada naquele documento, o que pode indicar a admissão por parte do MD/GF não só da urgência da aquisição, como a omissão do Estado brasileiro quanto ao sistema SALVAMAR/SALVAERO, assim também quanto a responsabilidade do estado pela defasagem das ffaa's na área. Isto inclusive gerou críticas de parte das autoridades de segurança aérea francesas por meio do documento que fez a análise do acidente AirFrance 447;

Um segundo fato interessante é que esta demanda, aparentemente foi derivada da análise do desempenho da FAB e MB no caso do vôo AIrfrance 447, assim como pelas críticas geradas pelo documento da análise do acidente;

terceiro fato, é que não se pode identificar no subprojeto, ou não está claro no momento, na perspectiva oferecida pelo documento do MD, quais os fatores indicativos que irão compor a definição dos requisitos técnicos/operacionais e logísticos de tal aeronave. Em sendo assim, quais suas características e possibilidades; portanto, não se sabe que tipo de aeronave será necessária para o desempenho da missão, podendo ser um turbo-hélice, jato ou mesmo um V-22 SAR;

quarto ponto, diz respeito a quantidade que possa ser adquirida, e que unidade iria operá-la, já que a execução do projeto é bienal, o que pode indicar a aquisição de um número mínimo de unidades, e sugerindo também, talvez, uma compra de oportunidade, ou mesmo a aquisição e modificação de aeronave nacional ou já disponível no acervo da FAB; de qualquer modo, é pouco provável que se possa antever a aquisição de aeronaves novas e dedicadas, visto o curtíssimo prazo estabelecido do subprojeto;

quinto e último, vale a pena mencionar que existe a abertura de uma possibilidade, em minha opinião, muito pouco provável, da propositura de uma versão SAR do KC-390, o SC-390, posto que esta aeronave estaria entrando em linha na FAB, exatamente mesma época do provisionamento do subprojeto. Esta questão pode ser aquinhoada ou com a modificação de alguma célula cargueira parte da encomenda original, ou a encomenda direta da nova versão, sendo aditada a proposta original da encomenda da FAB.

obs: eu particularmente, torço para que em um futuro nem tão distante assim, a missão SAR realizada sobre os céus do atlântico sul seja paulatinamente repassada a aviação naval da Marinha do Brasil, que por força de sua natureza é quem melhor poderá se desempenhar na mesma. Mas isto é pauta para discussão em um outro tópico... :wink:

abs




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#2 Mensagem por Duka » Qui Jul 26, 2012 11:21 pm

Pagina 204 do LBDN:

- CL-X 2° Lote: aquisição de 6 aeronaves médias CASA 295, três para Esquadrões de Transporte e três para Unidades de Busca e Salvamento.




Abraços
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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#3 Mensagem por Carlos Lima » Sex Jul 27, 2012 1:19 am

Duka escreveu:Pagina 204 do LBDN:

- CL-X 2° Lote: aquisição de 6 aeronaves médias CASA 295, três para Esquadrões de Transporte e três para Unidades de Busca e Salvamento.
Essas 6 aeronaves já estão sendo negociadas a um certo tempo. ;)

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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#4 Mensagem por Boss » Sex Jul 27, 2012 3:21 am

Vamos discutir baseados na papelada do MD, revisada pela 674ª vez ? :lol:

Logo revisam de novo.




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#5 Mensagem por binfa » Sex Jul 27, 2012 8:36 am

Carlos Lima escreveu:
Duka escreveu:Pagina 204 do LBDN:

- CL-X 2° Lote: aquisição de 6 aeronaves médias CASA 295, três para Esquadrões de Transporte e três para Unidades de Busca e Salvamento.
Essas 6 aeronaves já estão sendo negociadas a um certo tempo. ;)

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Tem uma edição da revista T&D onde diz que o total é de 8 aeronaves, inclusive na época de sua publicação as mesmas já estavam na linha de montagem!




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#6 Mensagem por Skyway » Sex Jul 27, 2012 11:01 am

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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#7 Mensagem por sarto » Sex Jul 27, 2012 11:33 am

Tem uma revista FA do final do ano passado, em que o brigadeiro Burnier menciona que as aeronaves já estavam em fase final de negociação.Não menciona a quantidade.




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#8 Mensagem por WalterGaudério » Sex Jul 27, 2012 3:05 pm

Carlos Lima escreveu:
Duka escreveu:Pagina 204 do LBDN:

- CL-X 2° Lote: aquisição de 6 aeronaves médias CASA 295, três para Esquadrões de Transporte e três para Unidades de Busca e Salvamento.
Essas 6 aeronaves já estão sendo negociadas a um certo tempo. ;)

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Mas eram 8 e não 6... :? :?




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

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Os sábios PENSAM
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Os Idiotas PLANTAM e os
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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#9 Mensagem por FCarvalho » Sex Jul 27, 2012 7:08 pm

Acredito eu que esta aquisição dos 8 C-295 nada tem haver com o subprojeto das aeronaves de busca e salvamento, haja vista esta aquisição já ter sido feita, apesar da não liberação das verbas para a entrega das mesmas.

Quanto ao item citado pelo colega Duka, podemos entender que a LDBN fixou como objetivo do subprojeto aeronave SAR este número, de 3 undes do C-295, em acréscimo ao lote anterior, que não constava da revisão da lei, mas que já fazia parte do planejamento financeiro e operacional da FAB, constando inclusive no orçamento da mesma.

Lembrar que deste segundo lote de 8 C-295, salvo engano, consta que ao menos 4 aeronaves seriam destinadas ao 2o/10o Gav da BACG, já configuradas para missão SAR, substituindo e/ou complementando as aviões lá distribuídos, que por sua vez seriam, ou redistribuidos ao 1o/15o Gav da mesma BA somando-se as outras 4 novas aeronaves, ou retornariam ao 1o/9o Gav da BAMN. Lembrar que o 1o/15o já opera também o C-295.

Enfim, se o meu raciocínio estiver correto ou perto da realidade mais provável, teremos então em 2016 uma frota estimada de C-295 de 26 aeronaves, sendo 19 cargueiros e 7 aeronaves SAR.

Ainda assim, me permito observar que apenas 7 aeronaves dedicadas e ainda por cima, estacionadas em CG, portanto, muito longe da imensa área de responsabilidade SAR Atlântico do Brasil, é um número não só pífio como desanimador.

No meu entender, a atual organização e estrutura de salvamento da FAB e da própria MB estão absurdamente subdimensionados, e mesmo com a atual revisão dos docs da defesa, continuamos a ver, em minha opinião, a pouca importância dada a capacitação dos meios e recursos à nossa disposição.

De quantos AF447 vamos precisar até que tenhamos a responsabilidade e a sensatez de construir uma estrutura verdadeiramente capaz de busca e salvamento?

abs




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#10 Mensagem por sapao » Seg Ago 13, 2012 4:11 pm

Somente SAR teremos o c-105, mas com capacidade de atuar como SAR temos o C-130, R-99, P-95 e P-3; fora as aeronaves asas rotativas.
A qustão é: com a quantidade de ocorrencias que temos, o numero de aeronaves está condizente, além ou aquem do necessário?




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#11 Mensagem por FCarvalho » Qui Ago 16, 2012 11:58 am

sapao escreveu:Somente SAR teremos o c-105, mas com capacidade de atuar como SAR temos o C-130, R-99, P-95 e P-3; fora as aeronaves asas rotativas.
A qustão é: com a quantidade de ocorrencias que temos, o numero de aeronaves está condizente, além ou aquem do necessário?
Me permito uma resposta à sua pergunta:

não somente os números apresentados pela FAB/MB não são condizentes, como estão muitíssimo aquém do desejado/necessário.

Se de fato pretendemos continuar a manter recursos tão inexpressivos e pífios, nas funções SAR, mesmo sendo o Brasil partícipe de acordos internacionais de segurança marítima e de aviação civil no AS, podemos então entender como sendo de nossa inteira responsabilidade a negligência e (in)capacidade de cumprir plenamente os acordos firmados.

E não estou aqui a me referir, de forma tosca e simplória, quanto ao desempenho e equipagens das ffaa's em si mesmas, mas do próprio país na questão.

Se a morte de 227 pessoas, dentre outros tantos acidentes/incidentes, constantes da área sob nossa responsabilidade, não é mais do que suficiente para agilizar, conscientizar e ajuizar ações de Estado para, se não melhorar, ao menos minorar, nossas parcas condições de resposta a tal tipo de situação, então nada mais o será.

abs.




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#12 Mensagem por sapao » Qui Ago 16, 2012 3:52 pm

Boa questão FC: Até que ponto os meios existentes hoje foram deficientes na Busca e no Resgate das vitimas do AF 447?




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#13 Mensagem por FCarvalho » Qui Ago 16, 2012 8:02 pm

sapao escreveu:Boa questão FC: Até que ponto os meios existentes hoje foram deficientes na Busca e no Resgate das vitimas do AF 447?
Olá Sapão.

Umas das situações que foram muito argumentadas à época, e criticadas, tanto aqui no tópico do AF447 e na imprensa geral e especializada, era de que não existiam meios SAR disponíveis à FAB e MB em quantidade e qualidade próximos à área do acidente, que no meu entender, quer dizer região nordeste, e que permitissem um pronto deslocamento, e sua consequente chegada e ação, mais rápida ao local da provável queda da aeronave.

A FAB basicamente teve que deslocar diversas aeronaves de vários rincões do país afora, tendo que cobrir distâncias enormes até conseguirem montar um estrutura operacional eficaz, capaz de se fazer presente na área de busca. E com isso perdendo um tempo precioso, que poderia estar sendo investido nas próprias buscas, ao invés de gasto em translado e organização das mesmas nas BA's locais; mesmo assim, a reunião, organização e alocação de todos os meios a disposição, demoraram por demais, segundo a crítica da época a posteriori do acidente, para se fazer sentir eficiente, de forma a corroborar os esforços nas buscas.

A falta de meios dedicados, e/ou mais modernos, como um patrulheiro naval, com capacidade SAR e eletrônica mais capaz, também foram alvos de criticas, visto que os C-130H utilizados não dispunham de recursos tecnológicos mais sofisticados que a visão de suas tripulações para as buscas, assim como os Bandeirulhas foram criticados por seu pouco alcance e eletrônica ultrapassada. Mesmo os C-105 envolvidos na operação, à época, salvo engano, ainda não eram do tipo SAR, e ainda que fossem, seria, como ainda hoje o é, uma única aeronave dedicada numa imensidão de 1,5 milhões de km2 de mar aberto. Salvou-se, talvez a atuação dos R-99 que apesar de não serem aeronaves específicas para missões SAR, ainda mais navais, fizeram sua parte e "quebraram o galho" ajudando nas buscas, tendo sido inclusive uma delas a primeira a achar os destroços do Airbus. Contudo, segundo a crítica, eram apenas duas aeronaves em sistema de rodízio 24h, em um esforço, as vezes muito maior do que a capacidade de suas tripulações e aeronaves.

Ainda, aos helicópteros se aplicou as mesmas criticas acima, com poucas aeronaves a disposição, sem sistemas mais modernos; as que se dispunha com tinham pouco alcance e sem capacidade REVO, ou mesmo sem capacidade SAR dedicada. Os veneráveis Sapões SAR do 2o/10o foram inclusive alvo específico das criticas mais veladas da imprensa sobre sua participação na operação, mais por sua idade, e menos por suas capacidades.

A própria infraestrutura local teve que ser adaptada e "improvisada" rapidamente, sofrendo intervenções de forma a alojar e receber as várias tripulações e seus equipamentos. Quanto a esta questão, a critica versou sobre o próprio improviso e a falta de capacidade das BA's existentes na região de contarem com unidades próprias de aviões e helos da FAB para as missões SAR, dentre outras.

Enfim, neste rápido resumo que fiz de memória dos acontecimentos e das avaliações feitas à época, da qual não escapou também a MB, podemos acrescer aos meios navais as mesmas críticas utilizadas contra a FAB, segundo expus.

Isto não quer dizer que participo integralmente de todas elas, mas me vem hoje à mente que, talvez, se de alguma forma, a FAB ao invés da concentração de undes que vemos ainda hoje, entre o sul/sedeste do país, estivesse mais dispersa na sua estrutura operacional, com unidades e BA's dotadas de recursos modernos e operacionais naquela região, pudéssemos perceber uma reação menos crítica quanto a sua atuação no cito episódio.

Mas isto é apenas uma ideia minha. Torço mesmo que a FAB ainda possa encontrar uma forma de melhorar sua distribuição organizacional e operativa de suas unidades pelo país. Todas as regiões do Brasil, no meu entendimento, carecem da presença de undes de helo, caça, patrulha, SAR, transporte, etc... E creio, não podemos aceitar menos que isso.

abs.




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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#14 Mensagem por sapao » Qui Ago 16, 2012 9:24 pm

FCarvalho escreveu:
sapao escreveu:Boa questão FC: Até que ponto os meios existentes hoje foram deficientes na Busca e no Resgate das vitimas do AF 447?
Olá Sapão.

Umas das situações que foram muito argumentadas à época, e criticadas, tanto aqui no tópico do AF447 e na imprensa geral e especializada, era de que não existiam meios SAR disponíveis à FAB e MB em quantidade e qualidade próximos à área do acidente, que no meu entender, quer dizer região nordeste, e que permitissem um pronto deslocamento, e sua consequente chegada e ação, mais rápida ao local da provável queda da aeronave.
Sapão escreveu: menos de 24 horas após o acionamento, já haviam meios sobrevoando a região de buscas. Poderia ser menor, concordo, mas essa questã foi sanada com a chegada dos P-3BR.


A FAB basicamente teve que deslocar diversas aeronaves de vários rincões do país afora, tendo que cobrir distâncias enormes até conseguirem montar um estrutura operacional eficaz, capaz de se fazer presente na área de busca. E com isso perdendo um tempo precioso, que poderia estar sendo investido nas próprias buscas, ao invés de gasto em translado e organização das mesmas nas BA's locais; mesmo assim, a reunião, organização e alocação de todos os meios a disposição, demoraram por demais, segundo a crítica da época a posteriori do acidente, para se fazer sentir eficiente, de forma a corroborar os esforços nas buscas.
Sapao escreveu: nenhum país do tamanho do Brasil dispoe de todos os recursos em todos os locais. Em um evento desse vulto, e natural que aeronaves de outro locais tenham que ser deslocadas.
E a estrutura já estava pronta, sendo utilizada a BANT, a BARF e o destacamento de Fernando de Noronha.


A falta de meios dedicados, e/ou mais modernos, como um patrulheiro naval, com capacidade SAR e eletrônica mais capaz, também foram alvos de criticas, visto que os C-130H utilizados não dispunham de recursos tecnológicos mais sofisticados que a visão de suas tripulações para as buscas, assim como os Bandeirulhas foram criticados por seu pouco alcance e eletrônica ultrapassada. Mesmo os C-105 envolvidos na operação, à época, salvo engano, ainda não eram do tipo SAR, e ainda que fossem, seria, como ainda hoje o é, uma única aeronave dedicada numa imensidão de 1,5 milhões de km2 de mar aberto. Salvou-se, talvez a atuação dos R-99 que apesar de não serem aeronaves específicas para missões SAR, ainda mais navais, fizeram sua parte e "quebraram o galho" ajudando nas buscas, tendo sido inclusive uma delas a primeira a achar os destroços do Airbus. Contudo, segundo a crítica, eram apenas duas aeronaves em sistema de rodízio 24h, em um esforço, as vezes muito maior do que a capacidade de suas tripulações e aeronaves.
Sapão escreveu: em uma aerea daquele tamanho, com aquela dispersão, realmente a utilização de sensores eletronicos e imprescindivel.
Mas tão e somente para delimitar a area de busca VISUAL, que ainda assim é necessaria. O papel dos C-105 e C-130 não era somente a busca visual, mas sim a marcação a o lançamento de botes e homens de resgate para as possiveis vitimas.
Então os R-99 não "quebraram o galho", muito pelo contrario, comandaram as buscas tanto de aeronaves e embracações nacionais como estrangeiras.


Ainda, aos helicópteros se aplicou as mesmas criticas acima, com poucas aeronaves a disposição, sem sistemas mais modernos; as que se dispunha com tinham pouco alcance e sem capacidade REVO, ou mesmo sem capacidade SAR dedicada. Os veneráveis Sapões SAR do 2o/10o foram inclusive alvo específico das criticas mais veladas da imprensa sobre sua participação na operação, mais por sua idade, e menos por suas capacidades.
Sapao escreveu: As que foram para o local tem 200nm de autonomia, o que na minha opiniao não considero pouco alcance.
Poderiam ter REVO? Poderiam, mas em quanto isso afetaria a sua capacidade de carga?
Adianta ter alcance e não carregar nada? Para mim, o ideal seria ter um sistema de abastecimento como o das aeronaves da MB, muito mais versatil nesse tipo de situação.
Os H-1H do 2/10 nem foram para lá, até porque jamais iriam conseguir fazer a travessia ate Fernando de Noronha.


A própria infraestrutura local teve que ser adaptada e "improvisada" rapidamente, sofrendo intervenções de forma a alojar e receber as várias tripulações e seus equipamentos. Quanto a esta questão, a critica versou sobre o próprio improviso e a falta de capacidade das BA's existentes na região de contarem com unidades próprias de aviões e helos da FAB para as missões SAR, dentre outras.
Sapao escreveu: Como já disse, as bases utilizadas estão entre as maiores da FAB. O problema realmente foi Fernando de Noronha, mas por razões obvias.
Tirando a ilha, não houve improvisação nenhuma.



Enfim, neste rápido resumo que fiz de memória dos acontecimentos e das avaliações feitas à época, da qual não escapou também a MB, podemos acrescer aos meios navais as mesmas críticas utilizadas contra a FAB, segundo expus.
Sapao escreveu: Criticas a parte, houve muita gente reclamando do impossivel.
E como reclamar que não tem uma viatura na sua rua, como se fosse possivel ter uma viatura em cada rua de cada cidade.
Já disse, nenhum país do tamanho do Brasil consegue ter gente em todo os lugares, e para citar um exemplo, basta ver os USA que dispõe de 6 "FFAA" ( ARMY, NAVY, USAF, MARINES, COAST GUARD e NATIONAL GUARD) e mesmo assim não consegue prover apoio em todo o lugar a todo tempo de maneira imediata.
Outra coisa que muita gente que fala mal ( para mim certas coisas não são criticas, pois nçao tem o menor intuito de melhorar um desempenho) desconhece e que o papel das FFAA acaba no resgate, de SOBREVIVENTES.
Tanto no AF 447 e principalmente no GOL, as criticas vieram de uma missão que na verdade nem é das FFAA, que é o resgate de destroços e corpos.
Preto no Branco, definidos que não existem mais sobreviventes, as FFAA deveriam dar meia volta e ir embora, mas logico que isso não ocorre. Estou dizendo isso para você entender que os meios devem ser preparados para o resgate, coisa que eles são. Falar que não conseguiu achar destroços no meio do oceano porque está mal preparado é injusto, porque os meios não servem para isso.


Isto não quer dizer que participo integralmente de todas elas, mas me vem hoje à mente que, talvez, se de alguma forma, a FAB ao invés da concentração de undes que vemos ainda hoje, entre o sul/sedeste do país, estivesse mais dispersa na sua estrutura operacional, com unidades e BA's dotadas de recursos modernos e operacionais naquela região, pudéssemos perceber uma reação menos crítica quanto a sua atuação no cito episódio.
Sapao escreveu: como já disse, menos de 24 horas depois já haviam aeronaves no local. SE houvessem sobreviventes, provavelmente eles teriam recebido auxilio dessas aeronaves.

Mas isto é apenas uma ideia minha. Torço mesmo que a FAB ainda possa encontrar uma forma de melhorar sua distribuição organizacional e operativa de suas unidades pelo país. Todas as regiões do Brasil, no meu entendimento, carecem da presença de undes de helo, caça, patrulha, SAR, transporte, etc... E creio, não podemos aceitar menos que isso.
Sapao escreveu: ja se estuda algo que mobilize os meios por regiões, para qualquer evento de grande vulto (seja natural ou não).
O que não se pode perder de vista FC, e que esse tipo de missão é SECUNDARIA para as FFAA, não podemos deixar de ter isso em mente para não perdemos o foco na verdadeira razão de ser dessas instituições.

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Re: Aeronave de Busca e Salvamento - SAR

#15 Mensagem por lynx » Sex Ago 17, 2012 11:45 am

As responsabilidades do Brasil em sua área SAR marítima, que compreende uma superfície de 20.000.000 de Km quadrados, conforme assumido em acordos internacionais, são a respeito do que chamamos de "socorro", que vem a ser o termo que melhor descreve a "salvaguarda da vida humana no mar", e do "salvamento", que se refere ao material a ser resgatado, apenas dos meios que possam representar ameaça à vida humana.
Observem que me referi ao Brasil e não às suas FFAA, que são a principal parte operacional desse compromisso, mas não a única possível.
No caso específico do AF447, os primeiros meios a chegarem à cena de ação, ainda na madrugada do desaparecimento, foram três navios mercantes, um sueco e dois norte-americanos, que, em trânsito na área, foram acionados pelo COMCONTRAM, que os acompanhava pelos sistemas de acompanhamento que dispõe, e iniciaram as buscas. Dois outros navios, voluntariamente por haverem interceptado a mensagem, se ofereceram para desviarem a rota e tomarem parte nas buscas. Isso, por si só, demonstra que o SAR é algo muito maior do que o simples emprego de meios militares. A sua avaliação, se satisfatório ou não, precisa englobar a capacidade do "Poder Marítimo" nacional, onde os meios da FAB também estão inseridos, e não só do Poder Naval.
Para efeito dos tratados de que somos signatários, a capacidade brasileira de cumprí-los é considerada adequada, em níveis internacionais.
Precisamos de mais e melhores meios de busca e resgate? Com certeza e eu não vou me aventurar a listá-los, mas daí a dizer que a nossa "capacidade de fazer frente a um evento SAR" é insuficientes, vai uma grande distância.
A MB entende que, mais importante do que a aquisição de meios é a implantação do SISGAAZ, que aumentará substancialmente nossa capacidade de monitoração e mobilização de meios, civis ou militares.




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