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Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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NovaTO
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Re: NOTÍCIAS

#24856 Mensagem por NovaTO » Seg Jul 23, 2012 8:25 am

FCarvalho escreveu:Walter, salvo engano, a FAB teve perdas operacionais de ao menos uma dezena de A-29, afora que a mesma estar implementando duas bases, ainda que classificadas como de deslocamento, no oeste do Amazonas, quer sejam S. Gabriel da Cachoeira e Eirunepé, muito distantes uma da outra e dos demais esquadrões de A-29. É bom lembrar que a FAB não possui nada próximo para a vigilância da fronteira Colômbia/Peru, dependendo do deslocamento dos 1o/3o Gav e 2o/3o Gav para eventuais operações na área.

Se o GF quiser encontrar uma, ou várias, "desculpas" ou justificativas técnicas, são coisas que não faltam para responder à intenção de compras de mais ST. Se aquelas bases forem aquinhoadas com um esquadrão cada, com 16 aeronaves, mais a substituição das aeronaves perdidas, teríamos uma demanda para cerca de 42 aeronaves. Nada mal para manter o pescoço da Embraer fora d'água.

Aliás, se a intenção é manter a Embraer respirando e bem de saúde financeira, e sob controle político e adm, ainda que indireto, basta o GF cumprir com suas obrigações, e encomendar mais aeronaves e novos projetos à mesma, e cito exemplos simples, pois necessidade é o que não falta à FAB/MB.

- novos E-99/R-99 ou o desenvolvimento de nova plataforma AEW/ISR(E-195). Li não sei onde que a FAB precisaria de no mínimo 15 aeronaves de AEW para suas necessidade de cobrir o país como um todo, afora novos ISR;

- projeto P-99 (E-145) ou P-100 (E-190). De 12 a 36 aeronaves novas, com potencial para chegarmos a 48 se o 4o/7o Gav for reativado;

- aumento do lote inicial do KC-390, de 26 para 60 aeronaves, afim de mobiliar todos os esquadrões com os Hércules/CASA C-295, junto a compra de 12 SC/KC-390 para a Aviação Naval da MB;

- Compra de 64 CASA C-295 para os ETAS, mais 10/16 C-235/295 para a Aviação Naval da MB, com fabricação sob licença na Embraer;

- Compra de um lote de 9/5 Legaçy 450/500 e 12 Phenom 300 para o GTE;

- Compra de 28 a 42 Phenom 100 para os ETA;

- Comprar imediata de 8 a 12 KC-330, com offsets privilegiando a Embraer;

- Compra imediata de 2 novos FAB 01, com offsets privilegiando Embraer;

- Compra imediata de 48 M-346, com fabricação sob licença na Embraer;

- A mais simples de todas: decidir o FX, comprando em um só lote 72 caças para a FAB, substituindo todos os F-5EM nos esquadrões de caça, mais 48 para a MB, e produzir sob licença;

Ademais, existe outros projetos do MD como o SISFRON, SIGAZ e SISDABRA, além do projeto SGB, dentre outros, os irão demandar recursos e equipamentos com os quais a Embraer poderá contribuir.

Como podemos ver, ao governo não faltam opções.

Resta-nos, no entanto, a pergunta que não quer calar: o GF terá vontade e/ou interesse em utilizar estas opções em favor da Embraer?

abs

Se o GF considera a Embraer uma empresa estratégica, e a manutenção dos seus empregos altamente qualificados(técnicos/engenheiros) um prioridade (inclusive eleitoral :) ) deveria sim fazer todas essas encomendas, com ênfase é claro no KC-390, e o FX-2. É que fazem a França com sua Dassault e EADS, os EUA com sua LM/Boeing e a Russia com a Sukhoi/Irkut, etc.

Mas como se vê, existem muitas necessidades para a FAB que a Embraer poderia suprir. E isso se encaixaria perfeitamente em algum PAC da vida.

Mas estádios e estradas, dão mais visibilidade.

[]'s




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Re: NOTÍCIAS

#24857 Mensagem por FCarvalho » Seg Jul 23, 2012 1:47 pm

Andre Correa escreveu:Só faltam aí 12 AC-390 para a FAB e uma encomenda de 12/18 ST para a MB, e passa a régua, a Embraer fica salva, no que toca as ações possíveis pelo GF.
Aí sim, pareceríamos uma Mini-mini-mini USAF e USN, em termos de aeronaves.

[009]
André, obrigado por lembrar deste detalhe; realmente passou-me despercebido esta questão quanto a aviação naval da MB.

Poderia até mesmo acrescentar uma versão naval do LIFT M-349 para a MB, com 12 a 16 aeronaves. Aí teríamos uma aviação naval "descente" e com recursos humanos e materiais à altura e do tamanho de suas responsabilidades.

Também não atentei para a questão dos VANT's que as ffaa's brasileiras pretendem/necessitam. Há variedade e quantidade de meios neste campo que precisam ser preenchidas, e o portfólio da Embraer também pode ser oferecido para compor nesta área.

Aí sim, pareceríamos uma Mini-mini-mini USAF e USN, em termos de aeronaves.
quanto a esta questão, mesmo que "tudo isso" fosse adquirido/produzido, ainda assim estaríamos bem mais para MICRO-USAF/USN, do que para mini... :lol:

mas sinceramente, é bem por aí que deveríamos projetar nossas capacidades. E olha que eu nem falei em criação de novas unidades, bases aéreas e/ou coisas do gênero. Era simplesmente modernizar o pouco que já está posto aí; nem tanto no caso da aviação naval, que até pelas poucas unidades necessárias para sua equipagem, não careceria de tantos recursos assim, levando-se em consideração a operacionalização de apenas mais uma base aeronaval no norte/nordeste e suas respectivas om's orgânicas.

abs




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Re: NOTÍCIAS

#24858 Mensagem por WalterGaudério » Seg Jul 23, 2012 4:22 pm

REGATEANO escreveu:Acho que o GF pode fechar um lote de 12 A-29 para a FUMAÇA.

E encomendar um lote de alguns KC-390 para os Correios...

A MB já deveria ter sido beneficiada com a aquisição de alguns A-29 também...

A EMBRAER perdeu tempo analisando o mercado. Vão ter lançar com urgência novas versões dos E-JET com melhorias na motorização...
Essas aquisições do KC 390 só podem sair a partir do ano quem vem, qdo o projeto for finalizado. Por enquanto só o que ocorre são intenções de compra. Aí sim veremos a influência da parceria Boeing/EMBRAER.

Os correios vão mesmo adquirir o 390, mas isso não faz verão.




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#24859 Mensagem por Luiz Bastos » Ter Jul 24, 2012 7:14 am

Galera.

Não estou entendendo muito bem.

Quer dizer que o GF tem obrigação de bancar uma empresa ineficiente com centenas de encomendas? E com o nosso dinheiro? É isso?

Ao que me lembre estra empresa foi privatizada e nada mais tem com o GF, tanto que volta e meia enfia os pés pelas mãos e deixa o GF a ver navios. Por que o GF tem que fazer este esforço hercúleo de dezenas de bilhões para tirar a empresa da dificuldade que passa ? Quem os pariu que os embale, é assim em qualquer lugar. Temos que parar de privilegiar a ineficiência. Esta é a grande diferença entre nós e os americanos e a HBC é um bom exemplo.
Na minha modesta opinião deveria ser criada a "Empresa Brasileira de Projetos Aeronáuticos e Espaciais -Embrapae" e pegar todos os demitidos da área pela Embraer e juntar com o pessoal do ita, ipt e etc mais alguns doutores e técnicos desempregados na Europa e USA para solucionarem os problemas da aeronáutica com projetos que ela realmente necessite. Farinha pouca meu pirao primeiro. Gastariam muito menos do que estas encomendas e ainda ficariam up to date tecnologicamente como alias ocorre com a Marinha. Fui :evil:




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#24860 Mensagem por henriquejr » Ter Jul 24, 2012 11:55 am

Não sei se esta notícia já foi postada, mas vai pra quem ainda não viu.

TUPOLEV TU-160 (CAÇA BOMBARDEIRO SUPERSONICO RUSSO) SOBREVOA ESPAÇO AÉREO AMERICANO SEM SER DETECTADO.

Rússia confessou ter feito voar sobre o espaço aéreo dos EUA o seu Tupolev Tu-160 actualizado, segundo a agência russa Novosti.


O avião teria sobrevoado o espaço aéreo americano sobre o Ártico segundo declarações à Novosti proferidas pelo comandante das forças russas de bombardeiros estratégicos o general Igor Khvorov


Os exércícios do Tu-160 teriam decorrido em Abril, juntamente com bombardeiros Tu-95MS, os quais teriam realizado quatro lançamentos de mísseis de cruzeiro.


Segundo o general russo, a USAF investigaria agora a causa do falhanço em detectar o bombardeiro russo.


Este sucesso convenceu a Federação Russa a encomendar mais dois Tu-160 para a sua frota de bombardeiros de longo alcance à fábrica de Kazan.


Cada Tu-160 custará ao Estado Russo cerca de 700 milhões de dólares. Por oposição, o igualmente “invisível” B-2 Spirit custa mais de 2100 milhões de dólares… Ignora-se que tipo exacto de “upgrade” estão os russos a fazer ao modelo já comprovado do Tu-160 (projectado na Guerra Fria como competidor ao B-1 americano), mas parece conseguir idênticos resultados aos do B-2 por apenas uma fracção do custo deste…

Imagem
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Fonte: FlightGlobal e http://movv.org/2006/04/24/um-tupolev-t ... detectado/




.
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Re: NOTÍCIAS

#24861 Mensagem por WalterGaudério » Ter Jul 24, 2012 1:47 pm

Luiz Bastos escreveu:Galera.

Não estou entendendo muito bem.

Quer dizer que o GF tem obrigação de bancar uma empresa ineficiente com centenas de encomendas? E com o nosso dinheiro? É isso?

Ao que me lembre estra empresa foi privatizada e nada mais tem com o GF, tanto que volta e meia enfia os pés pelas mãos e deixa o GF a ver navios. Por que o GF tem que fazer este esforço hercúleo de dezenas de bilhões para tirar a empresa da dificuldade que passa ? Quem os pariu que os embale, é assim em qualquer lugar. Temos que parar de privilegiar a ineficiência. Esta é a grande diferença entre nós e os americanos e a HBC é um bom exemplo.
Na minha modesta opinião deveria ser criada a "Empresa Brasileira de Projetos Aeronáuticos e Espaciais -Embrapae" e pegar todos os demitidos da área pela Embraer e juntar com o pessoal do ita, ipt e etc mais alguns doutores e técnicos desempregados na Europa e USA para solucionarem os problemas da aeronáutica com projetos que ela realmente necessite. Farinha pouca meu pirao primeiro. Gastariam muito menos do que estas encomendas e ainda ficariam up to date tecnologicamente como alias ocorre com a Marinha. Fui :evil:


Luís.

Desde sempre respeitando a sua opnião, sou obrigado a contesta-la no seguinte ponto. Não cabe a mim (porque não tenho competência para tal) divagar sobre a(s) capacidades(s) de competência gerencial/inteligência de mercado/prospecção de novos mercados/estratégias de vendas etc da EMBRAER.

Dito isso vamos ao ponto fulcral. A EMBRAER não é apenas uma EMPRESA. Mas como os alemães falam, trata-se de uma depositária de tecnologia, uma organização(mesmo que privada) cuja competência em determinada área sensível de atuação(no caso, a concepção/desenvolvimento de projetos aeronáuticos), a coloca como uma espécie de "banco central" científico/tecnológico que tem que ser preservado a qq custo. Vide o exemplo da ENGESA..., hoje temos que apelar para uma multinacional como a IVECO...

NO caso da EMBRAER se o GF não intervir de alguma forma, no futuro imediato/próximo poderemos que ter que apelar para a Boeing...

sds.




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Re: NOTÍCIAS

#24862 Mensagem por Justin Case » Ter Jul 24, 2012 7:24 pm

Amigos,

Publicado no MD:

https://www.defesa.gov.br/index.php/not ... ional.html
Política, Estratégia e Livro Branco de Defesa: conheça os documentos enviados pela presidenta da República à apreciação do Congresso Nacional

No último dia 17, a presidenta Dilma Roussef enviou à apreciação do Congresso Nacional os seguintes documentos: Política Nacional de Defesa (PND), Estratégia Nacional de Defesa (END) e Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN).

A medida cumpre o disposto no parágrafo 3º do art. 9º da Lei Complementar nº 136, de 25 de agosto de 2010. O envio dos textos ocorreu por meio da Mensagem Presidencial nº 323, de 17 de julho de 2012.

Seguem abaixo as íntegras dos documentos:

Política Nacional de Defesa (PND): https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012/mes07/pnd.pdf

Estratégia Nacional de Defesa (END): https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012/mes07/end.pdf

Mensagem Presidencial: https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012 ... _dilma.pdf

Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN): https://www.defesa.gov.br/arquivos/2012/mes07/lbdn.pdf
Obs. 1: O link da PND não funcionou, mas tem este: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_A ... /D5484.htm
Obs. 2: O arquivo do LBDN é grande, com 72MB.
Abraços,

Justin




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Re: NOTÍCIAS

#24863 Mensagem por lelobh » Qua Jul 25, 2012 12:01 am

Luiz Bastos escreveu:Galera.

Não estou entendendo muito bem.

Quer dizer que o GF tem obrigação de bancar uma empresa ineficiente com centenas de encomendas? E com o nosso dinheiro? É isso?

Ao que me lembre estra empresa foi privatizada e nada mais tem com o GF, tanto que volta e meia enfia os pés pelas mãos e deixa o GF a ver navios. Por que o GF tem que fazer este esforço hercúleo de dezenas de bilhões para tirar a empresa da dificuldade que passa ? Quem os pariu que os embale, é assim em qualquer lugar. Temos que parar de privilegiar a ineficiência. Esta é a grande diferença entre nós e os americanos e a HBC é um bom exemplo.
Na minha modesta opinião deveria ser criada a "Empresa Brasileira de Projetos Aeronáuticos e Espaciais -Embrapae" e pegar todos os demitidos da área pela Embraer e juntar com o pessoal do ita, ipt e etc mais alguns doutores e técnicos desempregados na Europa e USA para solucionarem os problemas da aeronáutica com projetos que ela realmente necessite. Farinha pouca meu pirao primeiro. Gastariam muito menos do que estas encomendas e ainda ficariam up to date tecnologicamente como alias ocorre com a Marinha. Fui :evil:
Concordo contigo. Não é a lógica do mercado? Aliás, a Embraer foi uma das primeira a demitir na crise de 2008. Na ocasião falou mais alto o rei mercado.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: NOTÍCIAS

#24864 Mensagem por LeandroGCard » Qua Jul 25, 2012 9:01 am

Luiz Bastos escreveu:Galera.

Não estou entendendo muito bem.

Quer dizer que o GF tem obrigação de bancar uma empresa ineficiente com centenas de encomendas? E com o nosso dinheiro? É isso?

Ao que me lembre estra empresa foi privatizada e nada mais tem com o GF, tanto que volta e meia enfia os pés pelas mãos e deixa o GF a ver navios. Por que o GF tem que fazer este esforço hercúleo de dezenas de bilhões para tirar a empresa da dificuldade que passa ? Quem os pariu que os embale, é assim em qualquer lugar. Temos que parar de privilegiar a ineficiência. Esta é a grande diferença entre nós e os americanos e a HBC é um bom exemplo.
Bom, para começo de conversa a Embraer não é uma empresa ineficiente, muito pelo contrário, é tão eficiente que tornou-se a terceira maior do mundo competindo contra outros fabricantes do setor que tinham muito mais experiência e apoio de seus governos. Além disso, a capacidade de engenharia e gerenciamento de projetos da Embraer é algo que não tem paralelo em nosso país, e isso por si só é um patrimônio estratégico que precisa ser preservado, como acontece em qualquer nação séria do mundo.

Agora, se em uma época de crise mundial que afeta todas as companhias do setor no planeta a Embraer encontra dificuldades na comercialização de seus produtos (cuja qualidade ninguém questionou), e o governo pode ajudar com encomendas de unidades que de qualquer forma precisaríamos ter, porquê não? Será a Embraer culpada pela péssima administração do país, que faz com que suas linhas de suprimentos sejam submetidas a variações de custos absurdas (pelas flutuações tresloucadas do valor de nossa moeda), ou pelo fato das empresas de aviação brasileiras não poderem adquirir seus aviões devido aos altos impostos que tornam o produto estrangeiro muito mais barato aqui dentro? Não caberia ao governo pelo menos compensar estas distorções? Porque podem ser gastos dezenas de bilhões em estádios de futebol para a Copa e praças de esportes para a Olimpíada, mas não para salvar uma das poucas empresas no Brasil (talvez a única) capacitada a desenvolver produtos com tecnologia de ponta competitivos mundialmente?

Na minha modesta opinião deveria ser criada a "Empresa Brasileira de Projetos Aeronáuticos e Espaciais -Embrapae" e pegar todos os demitidos da área pela Embraer e juntar com o pessoal do ita, ipt e etc mais alguns doutores e técnicos desempregados na Europa e USA para solucionarem os problemas da aeronáutica com projetos que ela realmente necessite. Farinha pouca meu pirao primeiro. Gastariam muito menos do que estas encomendas e ainda ficariam up to date tecnologicamente como alias ocorre com a Marinha. Fui :evil:
Não se solucionam problemas de engenharia apenas com pesquisadores e modelos CAD/CAE no computador, por melhores que sejam os engenheiros e doutores envolvidos. São necessárias linhas de produção ativas e produtos em operação (veja o imbróglio que está sendo o F-35 pela tentativa justamente de resolver tudo na prancheta antes de testar adequadamente os protótipos e ajustar a produção, e isso nos EUA, que são bons no assunto). E se é para se ter uma fábrica completa com facilidades de testes e linhas de produção ativas, a própria Embraer já está aí mesmo, porque iniciar tudo do zero novamente?

Outra questão é que a Embraer não estará demitindo seus engenheiros e projetistas altamente especializados, ela precisa deles para o projeto do KC-390 e a atualização dos E-Jets. Quem está correndo o risco de demissão é o pessoal da linha de produção, pois a quantidade de aviões a serem entregues nos próximos anos vai cair e haverá gente demais para o ritmo de produção esperado (que aliás foi o que aconteceu em 2008). Qualquer ajuda à Embraer agora serviria para salvar o emprego deste pessoal de fabricação e no máximo de seus supervisores, a capacidade de engenharia da empresa por enquanto não corre risco de ser afetada. Mas pode vir a ser no futuro próximo, se os custos da linha de montagem não puderem ser cobertos por novas encomendas ou reduzidos, e a empresa entrar realmente em dificuldades financeiras antes de seus novos produtos estarem disponíveis para venda. É isso que se deve evitar que aconteça.

lelobh escreveu:Concordo contigo. Não é a lógica do mercado? Aliás, a Embraer foi uma das primeira a demitir na crise de 2008. Na ocasião falou mais alto o rei mercado.
O setor aeronáutico não é regido pela lógica de mercado em lugar nenhum do planeta, ele é regido pelos interesses nacionais. Se tentarmos fazer diferente aqui, em breve não teremos mais é um setor aeronáutico nacional para seguir lógica alguma.


Um grande abraço à todos,


Leandro G. Card




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Re: NOTÍCIAS

#24865 Mensagem por crubens » Qua Jul 25, 2012 3:32 pm

Tem um discípulo de jizuiz lá no monte das 3 oliveiras que tem um ódio visceral pela EMBRAER que deveria ler esse post do Leandro. :mrgreen: :twisted:




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'O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.' Martin Luther King

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Re: NOTÍCIAS

#24866 Mensagem por lelobh » Qua Jul 25, 2012 3:43 pm

LeandroGCard escreveu:
Luiz Bastos escreveu:Galera.

Não estou entendendo muito bem.

Quer dizer que o GF tem obrigação de bancar uma empresa ineficiente com centenas de encomendas? E com o nosso dinheiro? É isso?

Ao que me lembre estra empresa foi privatizada e nada mais tem com o GF, tanto que volta e meia enfia os pés pelas mãos e deixa o GF a ver navios. Por que o GF tem que fazer este esforço hercúleo de dezenas de bilhões para tirar a empresa da dificuldade que passa ? Quem os pariu que os embale, é assim em qualquer lugar. Temos que parar de privilegiar a ineficiência. Esta é a grande diferença entre nós e os americanos e a HBC é um bom exemplo.
Bom, para começo de conversa a Embraer não é uma empresa ineficiente, muito pelo contrário, é tão eficiente que tornou-se a terceira maior do mundo competindo contra outros fabricantes do setor que tinham muito mais experiência e apoio de seus governos. Além disso, a capacidade de engenharia e gerenciamento de projetos da Embraer é algo que não tem paralelo em nosso país, e isso por si só é um patrimônio estratégico que precisa ser preservado, como acontece em qualquer nação séria do mundo.

Agora, se em uma época de crise mundial que afeta todas as companhias do setor no planeta a Embraer encontra dificuldades na comercialização de seus produtos (cuja qualidade ninguém questionou), e o governo pode ajudar com encomendas de unidades que de qualquer forma precisaríamos ter, porquê não? Será a Embraer culpada pela péssima administração do país, que faz com que suas linhas de suprimentos sejam submetidas a variações de custos absurdas (pelas flutuações tresloucadas do valor de nossa moeda), ou pelo fato das empresas de aviação brasileiras não poderem adquirir seus aviões devido aos altos impostos que tornam o produto estrangeiro muito mais barato aqui dentro? Não caberia ao governo pelo menos compensar estas distorções? Porque podem ser gastos dezenas de bilhões em estádios de futebol para a Copa e praças de esportes para a Olimpíada, mas não para salvar uma das poucas empresas no Brasil (talvez a única) capacitada a desenvolver produtos com tecnologia de ponta competitivos mundialmente?

Na minha modesta opinião deveria ser criada a "Empresa Brasileira de Projetos Aeronáuticos e Espaciais -Embrapae" e pegar todos os demitidos da área pela Embraer e juntar com o pessoal do ita, ipt e etc mais alguns doutores e técnicos desempregados na Europa e USA para solucionarem os problemas da aeronáutica com projetos que ela realmente necessite. Farinha pouca meu pirao primeiro. Gastariam muito menos do que estas encomendas e ainda ficariam up to date tecnologicamente como alias ocorre com a Marinha. Fui :evil:
Não se solucionam problemas de engenharia apenas com pesquisadores e modelos CAD/CAE no computador, por melhores que sejam os engenheiros e doutores envolvidos. São necessárias linhas de produção ativas e produtos em operação (veja o imbróglio que está sendo o F-35 pela tentativa justamente de resolver tudo na prancheta antes de testar adequadamente os protótipos e ajustar a produção, e isso nos EUA, que são bons no assunto). E se é para se ter uma fábrica completa com facilidades de testes e linhas de produção ativas, a própria Embraer já está aí mesmo, porque iniciar tudo do zero novamente?

Outra questão é que a Embraer não estará demitindo seus engenheiros e projetistas altamente especializados, ela precisa deles para o projeto do KC-390 e a atualização dos E-Jets. Quem está correndo o risco de demissão é o pessoal da linha de produção, pois a quantidade de aviões a serem entregues nos próximos anos vai cair e haverá gente demais para o ritmo de produção esperado (que aliás foi o que aconteceu em 2008). Qualquer ajuda à Embraer agora serviria para salvar o emprego deste pessoal de fabricação e no máximo de seus supervisores, a capacidade de engenharia da empresa por enquanto não corre risco de ser afetada. Mas pode vir a ser no futuro próximo, se os custos da linha de montagem não puderem ser cobertos por novas encomendas ou reduzidos, e a empresa entrar realmente em dificuldades financeiras antes de seus novos produtos estarem disponíveis para venda. É isso que se deve evitar que aconteça.

lelobh escreveu:Concordo contigo. Não é a lógica do mercado? Aliás, a Embraer foi uma das primeira a demitir na crise de 2008. Na ocasião falou mais alto o rei mercado.
O setor aeronáutico não é regido pela lógica de mercado em lugar nenhum do planeta, ele é regido pelos interesses nacionais. Se tentarmos fazer diferente aqui, em breve não teremos mais é um setor aeronáutico nacional para seguir lógica alguma.


Um grande abraço à todos,


Leandro G. Card
Sei de todo valor do setor aeronáutico, mas até que ponto o Brasil (não os acionistas) tem auferido vantagens com a Embraer? É uma questão que devemos colocar na mesa, sem nacionalismos deslocados ou oba oba (não falo de você, falo de mim, eu mesmo antigamente me orgulhava como brasileiro pela Embraer, mas sinceramente, orgulhar de que?) Em ocasiões passadas o governo brasileiro deixou sem amparo empresários audaciosos e inventores, que realmente contribuiriam para um salto tecnológico no país, enquanto salvava empresas que nada somavam, enfim, players que fora do jogo seriam substituídos por outros da mesma qualidade. Em que caso a Embraer está?

Nos últimos 10 anos tem sido grande a demanda por seus jatos regionais, mas a empresa tem aproveitados os incentivos fiscais e ajudas governamentais (compras) para incentivar a construção de uma rede de fornecedores nacionais, ou simplesmente segue a lógica do mercado e compra de quem fornece mais barato (normalmente um fornecedor estrangeiro)? Já passamos dos 50% de conteúdo nacional? Sim o mundo empresarial não funciona assim, concordo, mas quando se trata de recursos públicos a gestão da empresa deve também se pautar pelo ganho da sociedade como um todo. Quando é empregado recurso público o mundo empresárial tem, por obrigação, que se pautar por outros objetivos que não apenas o lucro.

Não sei qual é a realidade da Embraer, não conheço a empresa, mas conheço o Brasil. Sinceramente, atualmente coloco a Embraer no mesmo patamar da Fiat, se bem que a Fiat provavelmente investe mais no Brasil do que a Embraer, além de provavelmente ter mais empregados.

Enfim, vai ver eu estou sendo "ácido" demais, se for o caso me desculpe. Em verdade espero estar errado.




Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.

Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: NOTÍCIAS

#24867 Mensagem por pampa_01 » Qua Jul 25, 2012 4:06 pm

Coluna do Eliio Gaspari, no Correio do Povo de hoje

http://www.correiodopovo.com.br/Impress ... cia=447095

De SaddamHussein@org para Dilma@gov
<br /><b>Crédito: </b> arte Cavalcante / especial / cp

Crédito: arte Cavalcante / especial / cp

Estimada presidente Dilma Rousseff.

Outro dia, jantei com o Che Guevara e o Laurent Kabila, aquele presidente do Congo que foi assassinado em 2001. A senhora deve se recordar que o Che andou pela África e deu-se mal. No meio da conversa, Che perguntou-lhe se era verdade que em 2001 o Robert Mugabe, o soba do Zimbabwe, tinha ajudado sua facção na guerra civil congolesa, repassando-lhe bombas incendiárias e de fragmentação fabricadas no Brasil. Ele desconversou. O Che ficou perplexo, imaginou Lula vendendo esse tipo de armas para africanos. São bombas que incendeiam a mata ou, ao explodir, soltam dezenas de milhares de esferas de aço.

Destinam-se a matar indiscriminadamente combatentes e civis. Como um jornalista chamado Rubens Valente achou um pedaço dessa história, resolvi escrever-lhe, pois não quebrarei o sigilo do que se aprende por aqui. Ele contou que o Brasil vendeu 726 bombas ao Mugabe. Faturou US$ 5,8 milhões para matar africanos miseráveis. Eles morreriam nas rebeliões congolesas ou no próprio Zimbabwe. Dias depois, o Che me procurou, explicando que o negócio não foi feito pelo Lula, mas por Fernando Henrique Cardoso. Estava de alma leve, mas esse Guevara é um sonhador. Ele não sabe das coisas do mundo.

Eu sei, presidente Dilma, e sei que a senhora está abrindo o cofre do BNDES para o que acha que será o reerguimento da indústria bélica brasileira. Sete grandes empreiteiras já se habilitaram num programa de incentivos e, novamente, a Federação das Indústrias de São Paulo alavanca o projeto. No varejo, já se acharam bombas de gás lacrimogêneo brasileiras no Bahrein e na Turquia (jogadas contra refugiados sírios).

Isso vai acabar mal. Eu vi como acabou a última iniciativa do gênero, ocorrida entre os anos 70 e 80. Os brasileiros viraram piada. Nós trocaríamos petróleo por armas e compramos blindados leves e algumas baterias de foguetes.

A senhora acredita que em 1979 um industrial paulista foi a Bagdá e ofereceu tecnologia nuclear para a minha bomba atômica? Eu disse a um embaixador brasileiro que o moço não devia vender o que não tinha. Quase dois anos depois, vocês voltaram com a mesma história, mais um míssil capaz de transportar a bomba. Deu em nada, até porque os sionistas bombardearam meu reator e deram um tranco num poderoso general brasileiro. O Muammar Kadhafi me contou que o mesmo paulista vendia-lhe blindados e queria fabricar um tanque, acho que se chamava Osório, financiado pelos sauditas. O "Rei dos Reis" sabia que, se a casa de Saud financiasse uma arma, seria para matá-lo. Procure saber quanto essa operação custou. Durante minha guerra com o Irã, vocês me ofereciam blindados e queriam vender metralhadoras para o aiatolá. Pode? A única vítima dessas aventuras foi um jornalista brasileiro. Ele se chamava Alexandre von Baumgarten. Falou demais a respeito de uma pasta de urânio que nós compramos em 1981. No ano seguinte, foi passear de barco, encontrou uma lancha com amigos, convidou-os para um copo e foram metralhados. Ele, a mulher e o barqueiro.

O homem da bomba faliu e vocês tomaram um calote de US$ 200 milhões.

Respeitosamente.

Saddam Hussein

Elio Gaspari




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SUNDAO
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Re: NOTÍCIAS

#24868 Mensagem por SUNDAO » Qua Jul 25, 2012 4:44 pm

Nota-se ao que parece todos devem estar no inferno, inclusive o tal colunista afinal se existe internet no inferno ela não se conectar a nossa.

Vá de retro satanás.

Sundao




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LeandroGCard
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Re: NOTÍCIAS

#24869 Mensagem por LeandroGCard » Qua Jul 25, 2012 5:33 pm

lelobh escreveu:Sei de todo valor do setor aeronáutico, mas até que ponto o Brasil (não os acionistas) tem auferido vantagens com a Embraer? É uma questão que devemos colocar na mesa, sem nacionalismos deslocados ou oba oba (não falo de você, falo de mim, eu mesmo antigamente me orgulhava como brasileiro pela Embraer, mas sinceramente, orgulhar de que?) Em ocasiões passadas o governo brasileiro deixou sem amparo empresários audaciosos e inventores, que realmente contribuiriam para um salto tecnológico no país, enquanto salvava empresas que nada somavam, enfim, players que fora do jogo seriam substituídos por outros da mesma qualidade. Em que caso a Embraer está?

Nos últimos 10 anos tem sido grande a demanda por seus jatos regionais, mas a empresa tem aproveitados os incentivos fiscais e ajudas governamentais (compras) para incentivar a construção de uma rede de fornecedores nacionais, ou simplesmente segue a lógica do mercado e compra de quem fornece mais barato (normalmente um fornecedor estrangeiro)? Já passamos dos 50% de conteúdo nacional? Sim o mundo empresarial não funciona assim, concordo, mas quando se trata de recursos públicos a gestão da empresa deve também se pautar pelo ganho da sociedade como um todo. Quando é empregado recurso público o mundo empresárial tem, por obrigação, que se pautar por outros objetivos que não apenas o lucro.

Não sei qual é a realidade da Embraer, não conheço a empresa, mas conheço o Brasil. Sinceramente, atualmente coloco a Embraer no mesmo patamar da Fiat, se bem que a Fiat provavelmente investe mais no Brasil do que a Embraer, além de provavelmente ter mais empregados.

Enfim, vai ver eu estou sendo "ácido" demais, se for o caso me desculpe. Em verdade espero estar errado.
Na verdade você não está de todo errado, mas também não está apontando as armas para o alvo certo.

Em qualquer setor industrial existem divisões muito claras entre os montadores do produto final e seus fornecedores. A Embraer é a montadora final, e tem seu foco no desenvolvimento, comercialização e suporte-técnico dos aviões que projeta. Ela não pode se responsabilizar pela produção de cada sub-sistema ou peça que coloca em seus produtos, até porque a escolha em muitos casos cabe aos seus clientes e não a ela. Agora, se nossa legislação, estrutura de impostos, etc... torna os produtos da Embraer mais caros aqui dentro do que no mercado mundial, fazendo com que pouquíssimas empresas brasileiras possam adquirir os seus aviões, e os clientes externos exigem componentes que tenham já tradição no mercado (até por questões de confiabilidade e disponibilidade de suporte técnico e mão de obra treinada), o que a Embraer poderia fazer? Insistir em usar componentes de fabricantes nacionais que sequer existem e teriam que ser desenvolvidos do zero e perder praticamente todas as suas vendas, ou adotar os componentes dos fornecedores existentes (a maioria lá de fora) e continuar vendendo e existindo?

Caberia ao governo criar um ambiente que permtisse a empresas brasileiras adquirir os produtos da Embraer, bem como o surgimento de fornecedores locais. Em alguns casos ele até tenta fazer isso, como quando escolheu a AEL para fornecer a aviônica de aviões como o Tucano ou para as modernizações do F-5, o AMX e o A-4. Mas como até bem pouco tempo sequer existia uma definição de empresa estratégica nacional não havia como evitar que empresas estrangeiras viessem aqui e simplesmente comprassem as nacionais, como aconteceu com a própria AEL e em diversos outros casos comentados aqui mesmo no fórum. Qual a culpa da Embraer nisso?

Agora, se a própria Embraer falir e deixar de projetar e construir aviões aqui, que chances você acha que qualquer fornecedor de sistemas aeronáuticos nacionais atuais ou futuros teria de continuar existindo, em um mercado onde os governos dos países produtores protegem suas próprias empresas com unhas e dentes? A solução é desamparar a Embraer em um mundo onde todos os países sérios sustentam suas próprias empresas de todas as formas possíveis (a própria Dassault faliu algum tempo atrás, e foi estatizada pelo governo francês recebendo apoio financeiro e encomendas para voltar a operar), ou mantê-la funcionando e desenvolvendo novos projetos enquanto se criam as condições para que fornecedores locais de componentes também possam surgir e prosperar? Pense nisso.

Um grande abraço,


Leandro G. Card

P.S.: Com relação à FIAT, eu vi pessoalmente o documento interno que foi circulado à época do desenvolvimento do Pálio, explicando o motivo para ele ter sido desenvolvido na Itália e não no Brasil (já que nem seria fabricado lá). Dizia textualmente que a principal razão era justamente a manutenção dos empregos dos engenheiros italianos :? ! E procure verificar quanto dinheiro a FIAT tem enviado para sua matriz na Itália ultimamente, grande parte dele ganho com as reduções de impostos dos automóveis para proteger o mercado local explorado por ela (e outras empresas multinacionais) :roll: . A Embraer pelo menos não manda seus lucros para fora do país.




Editado pela última vez por LeandroGCard em Qua Jul 25, 2012 6:25 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: NOTÍCIAS

#24870 Mensagem por Túlio » Qua Jul 25, 2012 5:36 pm

Não me sobrou nada para dizer, por isso me limitei ao "joinha" (esse Netto.. :mrgreen: ).




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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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