MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
De um jeito ou de outro a culpa é do próprio governo, é mais fácil falar que vai fazer do que levantar a bunda da cadeira e tirar as pedras do caminho.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
"O Brasil vive em uma fase de estagnação que alguns preferem chamar de estabilidade econômica" (Autor desconhecido).
Utilizei a frase do colega pra mostrar que este tal BOOM brasileiro, está mais para um PUUM. Cantaram glórias e disseram que nunca antes neste país e resto do bostejo todos conhecem. Mas a realidade é outra. Não viu quem não quis.
09/07/2012 - 08h21
Euforia do pré-sal 'sucumbe à realidade', diz 'Wall Street Journal'
DA BBC BRASIL
Investidores brasileiros têm descoberto que os recursos naturais do pré-sal não significam exatamente dinheiro na mão" e que a "euforia (do petróleo) sucumbiu à realidade", diz uma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal norte-americano "Wall Street Journal".
Com o título "Por que o petróleo brasileiro demora a pegar fogo", o artigo faz uma análise do preço das ações do setor petroleiro no Brasil, dizendo que os papéis da Petrobras estão hoje no mesmo patamar do que em outubro de 2006 e que as ações da empresa OGX perderam dois terços do seu valor de mercado desde 2008.
De acordo com a reportagem, as duas empresas brasileiras diminuíram suas estimativas de produção e estão tendo que investir mais do que o previsto.
O consultor de energia especialista em América Latina Roger Tissot diz no artigo acreditar que o Brasil foi superestimado quanto ao seu potencial petrolífero. Tissot culpa o governo brasileiro: "a política do governo limita a implantação de capital estrangeiro e a especialização, retardando o desenvolvimento e aumentando os custos".
O "Wall Street Journal" culpa exigências feitas pelo governo, de que investimentos tenham aproveitamento local, por ineficiências nos gastos.
Com isso, segundo o diário, o custo de produção por barril da estatal brasileira aumentou.
De acordo com Matt Portillo, analista do banco de investimentos Tudor, Pickering, Holt & Co., ouvido pelo jornal, empresas estrangeiras envolvidas na descoberta das reservas do pré-sal têm sido um melhor investimento e conseguiram se beneficiar do entusiasmo criado, inclusive com a venda de participações no negócio para outras empresas.
O jornal diz que ações de empresas colombianas do setor tiveram um desempenho "bem melhor que os rivais brasileiros".
A indústria do petróleo do país vizinho cresceu 6,5% por ano desde 2003. Esse aumento coincidiria com novas políticas para encorajar o investimento estrangeiro em petróleo e gás.
Utilizei a frase do colega pra mostrar que este tal BOOM brasileiro, está mais para um PUUM. Cantaram glórias e disseram que nunca antes neste país e resto do bostejo todos conhecem. Mas a realidade é outra. Não viu quem não quis.
09/07/2012 - 08h21
Euforia do pré-sal 'sucumbe à realidade', diz 'Wall Street Journal'
DA BBC BRASIL
Investidores brasileiros têm descoberto que os recursos naturais do pré-sal não significam exatamente dinheiro na mão" e que a "euforia (do petróleo) sucumbiu à realidade", diz uma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal norte-americano "Wall Street Journal".
Com o título "Por que o petróleo brasileiro demora a pegar fogo", o artigo faz uma análise do preço das ações do setor petroleiro no Brasil, dizendo que os papéis da Petrobras estão hoje no mesmo patamar do que em outubro de 2006 e que as ações da empresa OGX perderam dois terços do seu valor de mercado desde 2008.
De acordo com a reportagem, as duas empresas brasileiras diminuíram suas estimativas de produção e estão tendo que investir mais do que o previsto.
O consultor de energia especialista em América Latina Roger Tissot diz no artigo acreditar que o Brasil foi superestimado quanto ao seu potencial petrolífero. Tissot culpa o governo brasileiro: "a política do governo limita a implantação de capital estrangeiro e a especialização, retardando o desenvolvimento e aumentando os custos".
O "Wall Street Journal" culpa exigências feitas pelo governo, de que investimentos tenham aproveitamento local, por ineficiências nos gastos.
Com isso, segundo o diário, o custo de produção por barril da estatal brasileira aumentou.
De acordo com Matt Portillo, analista do banco de investimentos Tudor, Pickering, Holt & Co., ouvido pelo jornal, empresas estrangeiras envolvidas na descoberta das reservas do pré-sal têm sido um melhor investimento e conseguiram se beneficiar do entusiasmo criado, inclusive com a venda de participações no negócio para outras empresas.
O jornal diz que ações de empresas colombianas do setor tiveram um desempenho "bem melhor que os rivais brasileiros".
A indústria do petróleo do país vizinho cresceu 6,5% por ano desde 2003. Esse aumento coincidiria com novas políticas para encorajar o investimento estrangeiro em petróleo e gás.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
E mais esta.
Depois da euforia com crédito, Norte e Nordeste lideram ranking do calote
O Estado com o maior nível de inadimplência no País é o Amapá, onde 8% dos consumidores não pagam dívidas há mais de três meses
09 de julho de 2012 | 3h 06
Notícia
A+ A- Assine a Newsletter FERNANDO NAKAGAWA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Rosana Silva Pires tem uma pequena loja no bairro do Muca, em Macapá. Ao lado do caixa da Auderi Móveis, uma placa avisa que a loja não aceita cheques. A decisão foi tomada pela comerciante de 49 anos no fim do ano passado, depois do prejuízo de quase R$ 8 mil com vários deles que não tinham fundo. Rosana é vítima de uma triste realidade: o Amapá tem a maior inadimplência do Brasil. Lá, 8% dos consumidores não pagam dívidas há mais de três meses.
Beneficiado pela inclusão bancária e ascensão social nos últimos anos, o mercado de crédito no Norte e Nordeste cresceu a passos largos nos últimos anos. Desde agosto de 2008, antes da primeira onda da crise financeira internacional - quando o governo passou a incentivar o crédito para consumo - o total de dívidas saltou 153% entre os nordestinos e 131% entre os nortistas. Enquanto isso, o crescimento no restante do Brasil ficou em torno de 108%, segundo o Banco Central, que acompanha a regularidade de pagamentos nas 27 unidades da Federação desde 2004. Nos últimos seis meses, o Amapá figura como o maior calote do Brasil.
Em 12 anos do levantamento, consumidores do Nordeste e Norte apresentam, sistematicamente, atrasos maiores que o restante do País. Mas nos últimos 12 meses, os nordestinos estão liderando esse ranking. Em abril, a região tinha inadimplência média de 6,1% nos empréstimos e financiamentos e era seguida de perto do Norte, com 5,9%.
A lista continua com o Sudeste, onde o calote está em 5,1%, e com o Centro-oeste, com 4,6%. Na lanterna, os sulistas têm a menor taxa do País: 4,1%. Ou seja, levam o título de melhores pagadores do Brasil.
Só no cartão. Em Macapá, Rosana reclama que a inadimplência começou a subir com força na metade do ano passado. "Foram vários meses que, a cada dez cheques que depositava, voltavam dois ou três", lamenta.
Na época, a Auderi Móveis parcelava as compras em até quatro vezes no cheque pré-datado. O problema, diz Rosana, é que muitos não tinham fundos e o cliente sumia. Com prejuízos crescentes, Rosana aboliu a opção. Agora, só financia no cartão de crédito - operação garantida pela operadora do dinheiro de plástico.
Uma série de fatores explica o fenômeno, mas a renda e a pouca familiaridade com serviços financeiros são apontados por especialistas em finanças como causas da inadimplência mais elevada nas duas regiões.
"A renda influencia diretamente porque consumidores têm salários menores e, por isso, menos ativos financeiros para usar em momentos de turbulência como o atual", diz o economista Luiz Rabi, da empresa de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios Serasa Experian.
O argumento de Rabi é que consumidores com renda maior podem ter ativos - como uma poupança - para usar em situações de necessidade, o que evitaria a inadimplência. Na Serasa, outro indicador mostra o mesmo fenômeno: as duas regiões têm elevados índices de devolução de cheques.
A explicação de Rabi leva em conta dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): a renda mensal no Nordeste é de R$ 945,61 por pessoa, a mais baixa do País. O Norte tem a segunda menor: R$ 1.128,24. As duas regiões são as únicas com valor inferior à média nacional, de R$ 1.344,70.
Despreparo. Felipe Leroy, professor de economia do Ibmec Minas, também chama atenção para a pouca familiaridade dos clientes com serviços financeiros, como o financiamento para compra de automóveis. "Sobretudo em regiões menos desenvolvidas, o nível de educação financeira dos clientes é baixo. Consumidores não estão preparados para organizar o orçamento e usar instrumentos como um cartão ou o limite do cheque especial", afirma Leroy.
"Ver que o governo continua incentivando o crédito para consumo é preocupante, especialmente agora que a economia está mais devagar", diz.
Para Leroy, é preciso esclarecer os consumidores sobre o custo de um empréstimo e incentivar fortemente a troca de operações caras , como o cheque e o cartão, por opções mais competitivas - como o crédito pessoal ou consignado.
Depois da euforia com crédito, Norte e Nordeste lideram ranking do calote
O Estado com o maior nível de inadimplência no País é o Amapá, onde 8% dos consumidores não pagam dívidas há mais de três meses
09 de julho de 2012 | 3h 06
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Rosana Silva Pires tem uma pequena loja no bairro do Muca, em Macapá. Ao lado do caixa da Auderi Móveis, uma placa avisa que a loja não aceita cheques. A decisão foi tomada pela comerciante de 49 anos no fim do ano passado, depois do prejuízo de quase R$ 8 mil com vários deles que não tinham fundo. Rosana é vítima de uma triste realidade: o Amapá tem a maior inadimplência do Brasil. Lá, 8% dos consumidores não pagam dívidas há mais de três meses.
Beneficiado pela inclusão bancária e ascensão social nos últimos anos, o mercado de crédito no Norte e Nordeste cresceu a passos largos nos últimos anos. Desde agosto de 2008, antes da primeira onda da crise financeira internacional - quando o governo passou a incentivar o crédito para consumo - o total de dívidas saltou 153% entre os nordestinos e 131% entre os nortistas. Enquanto isso, o crescimento no restante do Brasil ficou em torno de 108%, segundo o Banco Central, que acompanha a regularidade de pagamentos nas 27 unidades da Federação desde 2004. Nos últimos seis meses, o Amapá figura como o maior calote do Brasil.
Em 12 anos do levantamento, consumidores do Nordeste e Norte apresentam, sistematicamente, atrasos maiores que o restante do País. Mas nos últimos 12 meses, os nordestinos estão liderando esse ranking. Em abril, a região tinha inadimplência média de 6,1% nos empréstimos e financiamentos e era seguida de perto do Norte, com 5,9%.
A lista continua com o Sudeste, onde o calote está em 5,1%, e com o Centro-oeste, com 4,6%. Na lanterna, os sulistas têm a menor taxa do País: 4,1%. Ou seja, levam o título de melhores pagadores do Brasil.
Só no cartão. Em Macapá, Rosana reclama que a inadimplência começou a subir com força na metade do ano passado. "Foram vários meses que, a cada dez cheques que depositava, voltavam dois ou três", lamenta.
Na época, a Auderi Móveis parcelava as compras em até quatro vezes no cheque pré-datado. O problema, diz Rosana, é que muitos não tinham fundos e o cliente sumia. Com prejuízos crescentes, Rosana aboliu a opção. Agora, só financia no cartão de crédito - operação garantida pela operadora do dinheiro de plástico.
Uma série de fatores explica o fenômeno, mas a renda e a pouca familiaridade com serviços financeiros são apontados por especialistas em finanças como causas da inadimplência mais elevada nas duas regiões.
"A renda influencia diretamente porque consumidores têm salários menores e, por isso, menos ativos financeiros para usar em momentos de turbulência como o atual", diz o economista Luiz Rabi, da empresa de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios Serasa Experian.
O argumento de Rabi é que consumidores com renda maior podem ter ativos - como uma poupança - para usar em situações de necessidade, o que evitaria a inadimplência. Na Serasa, outro indicador mostra o mesmo fenômeno: as duas regiões têm elevados índices de devolução de cheques.
A explicação de Rabi leva em conta dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): a renda mensal no Nordeste é de R$ 945,61 por pessoa, a mais baixa do País. O Norte tem a segunda menor: R$ 1.128,24. As duas regiões são as únicas com valor inferior à média nacional, de R$ 1.344,70.
Despreparo. Felipe Leroy, professor de economia do Ibmec Minas, também chama atenção para a pouca familiaridade dos clientes com serviços financeiros, como o financiamento para compra de automóveis. "Sobretudo em regiões menos desenvolvidas, o nível de educação financeira dos clientes é baixo. Consumidores não estão preparados para organizar o orçamento e usar instrumentos como um cartão ou o limite do cheque especial", afirma Leroy.
"Ver que o governo continua incentivando o crédito para consumo é preocupante, especialmente agora que a economia está mais devagar", diz.
Para Leroy, é preciso esclarecer os consumidores sobre o custo de um empréstimo e incentivar fortemente a troca de operações caras , como o cheque e o cartão, por opções mais competitivas - como o crédito pessoal ou consignado.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
E toma mais uma.
Mercado reduz pela 9ª vez seguida a previsão de crescimento
De acordo com o Relatório Focus, analistas esperam que a expansão da economia brasileira neste ano seja de 2,01%, contra 2,05% há uma semana
09 de julho de 2012 | 9h 19
Notícia
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Fernando Nakagawa, da Agência Estado
BRASÍLIA - O mercado financeiro reduziu pela nona semana consecutiva a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, a mediana das previsões para a expansão da economia brasileira neste ano caiu de 2,05% para 2,01%. Há um mês, economistas esperavam ritmo mais forte, de 2,53%.
Para 2013, foi mantida a previsão de que a economia brasileira deve ter recuperação com crescimento esperado de 4,20%. O cenário, porém, é pior que o visto há quatro semanas, quando analistas esperavam alta de 4,30% do PIB no ano que vem.
Entre os setores mais prejudicados pela desaceleração da economia, a indústria é o ramo de atividade que mais sofre. Para o mercado financeiro, a produção do setor deve crescer apenas 0,10% em 2012, ante previsão de 0,39% na semana passada. Um mês atrás, a estimativa estava em 1%.
Para 2013, o mercado prevê recuperação do setor. Mesmo assim, a previsão de crescimento da produção industrial caiu de 4,30% para 4,25%, ante 4,20% observado um mês antes.
Juro
O mercado mantém a previsão de que o juro básico da economia seguirá em queda nas duas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) até atingir o patamar inédito de 7,50% ao ano. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central mostra, porém, que analistas reduziram a estimativa de aumento do juro em 2013: as projeções para a Selic no fim do próximo ano caíram de 9% para 8,5%. Assim, o mercado indica que prevê aumento de 1 ponto no decorrer de 2013 e não mais 1,5 ponto como visto até a semana passada.
Na véspera de nova reunião do Copom, o mercado manteve a previsão de que o juro básico cairá 0,50 ponto porcentual, para 8% na quarta-feira. Depois, preveem os analistas, nova redução deve ser anunciada em agosto, quando o juro recuaria para 7,50%, nível em que ficaria até o fim do ano.
A pesquisa Focus mostra ainda manutenção das expectativas para o juro médio neste ano em 8,53%. Para 2013, foi reduzida a previsão de Selic média de 8,13% para 7,97%, 15ª semana seguida de queda da estimativa e a primeira vez abaixo de 8%. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 8,72% em 2012 e de 8,50% no ano que vem.
Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 35,65% para 35,55%. Para 2013, a projeção recuou de 34,50% para 34%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 35,85% e 34,25% do PIB para cada um dos dois anos.
Inflação menor
O mercado financeiro reduziu mais uma vez a estimativa para o IPCA em 2012. De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das estimativas para a inflação oficial neste ano recuou pela oitava semana seguida e passou de 4,93% para 4,85%. Há quatro semanas, estava em 5,03%. Para 2013, a projeção não sofreu alteração e manteve-se em 5,50%. Há um mês, estava em 5,60%.
A projeção para a inflação para os próximos 12 meses não acompanhou o movimento esperado para 2012 e 2013 e subiu ao passar de 5,50% para 5,53%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,50%.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2012 no cenário de médio prazo caiu de 5% para 4,86%. Para o ano seguinte, a estimativa manteve-se em 5,50% pela quarta semana seguida. Há um mês, o grupo apostava em alta de 5,02% e 5,50% para cada ano, respectivamente.
Câmbio
Mesmo com os fortes sinais dados na semana passada de que o governo quer o dólar na casa dos R$ 2, analistas consultados pela pesquisa Focus mantém previsões da moeda abaixo desse patamar. De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, a mediana das projeções para o preço da moeda estrangeira no fim deste ano seguiu em R$ 1,95 pela terceira semana. Para o fim de 2013, subiu de R$ 1,90 para R$ 1,94. Há um mês, analistas previam dólar a R$ 1,90 no fim de 2012 e a R$ 1,88 no fim de 2013.
Mercado reduz pela 9ª vez seguida a previsão de crescimento
De acordo com o Relatório Focus, analistas esperam que a expansão da economia brasileira neste ano seja de 2,01%, contra 2,05% há uma semana
09 de julho de 2012 | 9h 19
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Fernando Nakagawa, da Agência Estado
BRASÍLIA - O mercado financeiro reduziu pela nona semana consecutiva a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. De acordo com a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, a mediana das previsões para a expansão da economia brasileira neste ano caiu de 2,05% para 2,01%. Há um mês, economistas esperavam ritmo mais forte, de 2,53%.
Para 2013, foi mantida a previsão de que a economia brasileira deve ter recuperação com crescimento esperado de 4,20%. O cenário, porém, é pior que o visto há quatro semanas, quando analistas esperavam alta de 4,30% do PIB no ano que vem.
Entre os setores mais prejudicados pela desaceleração da economia, a indústria é o ramo de atividade que mais sofre. Para o mercado financeiro, a produção do setor deve crescer apenas 0,10% em 2012, ante previsão de 0,39% na semana passada. Um mês atrás, a estimativa estava em 1%.
Para 2013, o mercado prevê recuperação do setor. Mesmo assim, a previsão de crescimento da produção industrial caiu de 4,30% para 4,25%, ante 4,20% observado um mês antes.
Juro
O mercado mantém a previsão de que o juro básico da economia seguirá em queda nas duas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) até atingir o patamar inédito de 7,50% ao ano. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central mostra, porém, que analistas reduziram a estimativa de aumento do juro em 2013: as projeções para a Selic no fim do próximo ano caíram de 9% para 8,5%. Assim, o mercado indica que prevê aumento de 1 ponto no decorrer de 2013 e não mais 1,5 ponto como visto até a semana passada.
Na véspera de nova reunião do Copom, o mercado manteve a previsão de que o juro básico cairá 0,50 ponto porcentual, para 8% na quarta-feira. Depois, preveem os analistas, nova redução deve ser anunciada em agosto, quando o juro recuaria para 7,50%, nível em que ficaria até o fim do ano.
A pesquisa Focus mostra ainda manutenção das expectativas para o juro médio neste ano em 8,53%. Para 2013, foi reduzida a previsão de Selic média de 8,13% para 7,97%, 15ª semana seguida de queda da estimativa e a primeira vez abaixo de 8%. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 8,72% em 2012 e de 8,50% no ano que vem.
Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 35,65% para 35,55%. Para 2013, a projeção recuou de 34,50% para 34%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 35,85% e 34,25% do PIB para cada um dos dois anos.
Inflação menor
O mercado financeiro reduziu mais uma vez a estimativa para o IPCA em 2012. De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das estimativas para a inflação oficial neste ano recuou pela oitava semana seguida e passou de 4,93% para 4,85%. Há quatro semanas, estava em 5,03%. Para 2013, a projeção não sofreu alteração e manteve-se em 5,50%. Há um mês, estava em 5,60%.
A projeção para a inflação para os próximos 12 meses não acompanhou o movimento esperado para 2012 e 2013 e subiu ao passar de 5,50% para 5,53%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,50%.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2012 no cenário de médio prazo caiu de 5% para 4,86%. Para o ano seguinte, a estimativa manteve-se em 5,50% pela quarta semana seguida. Há um mês, o grupo apostava em alta de 5,02% e 5,50% para cada ano, respectivamente.
Câmbio
Mesmo com os fortes sinais dados na semana passada de que o governo quer o dólar na casa dos R$ 2, analistas consultados pela pesquisa Focus mantém previsões da moeda abaixo desse patamar. De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, a mediana das projeções para o preço da moeda estrangeira no fim deste ano seguiu em R$ 1,95 pela terceira semana. Para o fim de 2013, subiu de R$ 1,90 para R$ 1,94. Há um mês, analistas previam dólar a R$ 1,90 no fim de 2012 e a R$ 1,88 no fim de 2013.
Não é nada meu. Não é nada meu. Excelência eu não tenho nada, isso é tudo de amigos meus.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Por fim, o ponto de vista sobre o tal melhor momento da economia brasileira que casa com o meu.
Augusto Nunes. Veja
09/07/2012
às 3:28 \ Direto ao Ponto
Os curandeiros no comando da economia acham que ufanismo rastaquera cura crise
Desarticulação e ineficácia, resume o título do editorial do Estadão que analisou, neste domingo, o que tem feito o governo (ou deixado de fazer) desde que foi confrontado com as sombras que escurecem o horizonte da economia. Além de números fornecidos por organismos oficiais, o texto se vale também de análises feitas por especialistas ligados à administração federal para mostrar que o Planalto se recusa a enxergar o tamanho do perigo.
“A política econômica está se transformando num emaranhado de medidas desconexas, pontuais, que não estão atuando no sentido de ganhar tempo para que se encontrem estratégias de longo prazo”, adverte Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. “As estratégias de longo prazo passaram a ficar de lado. Estamos perdendo o foco da política econômica”, inquieta-se o especialista do IPEA.
Entre outros espantos, a sigla inventou a fórmula milagreira que permite a um brasileiro pobre entrar na classe média sem sair da pobreza. Pois nem os economistas do IPEA conseguem engolir sem engasgos o otimismo tatibitate de Dilma Rousseff e a numerologia embusteira de Guido Mantega. Como o mestre Lula, os dois discípulos acreditam que ufanismo rastaquera cura crise. A cada sinal de perigo, a presidente recita que com o Brasil ninguém pode. A cada trinta dias, o ministro da Fazenda repete que o mês não cumpriu o combinado, mas o próximo será bem melhor, embora não tão bom quanto o seguinte.Neste fim de semana, contra todas as evidências, Lula, Dilma e Mantega voltaram a receitar aos brasileiros outra dose de paciência. É só uma questão de tempo, garantiu o coro dos contentes. As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo vão dar certo. Há 18 anos, quando apareceram os primeiros efeitos positivos do Plano Real, a mesma trinca também achou que era só uma questão de tempo: tudo iria dar errado.
O Brasil já atravessou zonas de turbulência econômica até sem piloto. O problema agora é o excesso de fanfarrões na cabine. Sobram comandantes de araque. Falta plano de voo.
Augusto Nunes. Veja
09/07/2012
às 3:28 \ Direto ao Ponto
Os curandeiros no comando da economia acham que ufanismo rastaquera cura crise
Desarticulação e ineficácia, resume o título do editorial do Estadão que analisou, neste domingo, o que tem feito o governo (ou deixado de fazer) desde que foi confrontado com as sombras que escurecem o horizonte da economia. Além de números fornecidos por organismos oficiais, o texto se vale também de análises feitas por especialistas ligados à administração federal para mostrar que o Planalto se recusa a enxergar o tamanho do perigo.
“A política econômica está se transformando num emaranhado de medidas desconexas, pontuais, que não estão atuando no sentido de ganhar tempo para que se encontrem estratégias de longo prazo”, adverte Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. “As estratégias de longo prazo passaram a ficar de lado. Estamos perdendo o foco da política econômica”, inquieta-se o especialista do IPEA.
Entre outros espantos, a sigla inventou a fórmula milagreira que permite a um brasileiro pobre entrar na classe média sem sair da pobreza. Pois nem os economistas do IPEA conseguem engolir sem engasgos o otimismo tatibitate de Dilma Rousseff e a numerologia embusteira de Guido Mantega. Como o mestre Lula, os dois discípulos acreditam que ufanismo rastaquera cura crise. A cada sinal de perigo, a presidente recita que com o Brasil ninguém pode. A cada trinta dias, o ministro da Fazenda repete que o mês não cumpriu o combinado, mas o próximo será bem melhor, embora não tão bom quanto o seguinte.Neste fim de semana, contra todas as evidências, Lula, Dilma e Mantega voltaram a receitar aos brasileiros outra dose de paciência. É só uma questão de tempo, garantiu o coro dos contentes. As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo vão dar certo. Há 18 anos, quando apareceram os primeiros efeitos positivos do Plano Real, a mesma trinca também achou que era só uma questão de tempo: tudo iria dar errado.
O Brasil já atravessou zonas de turbulência econômica até sem piloto. O problema agora é o excesso de fanfarrões na cabine. Sobram comandantes de araque. Falta plano de voo.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
¿Por qué América Latina no crece como Asia?
Marcelo Justo BBC Mundo
Última actualización: Lunes, 9 de julio de 2012
http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/201 ... ml?print=1
El crecimiento en ciertos países asiáticos es más sostenido que en América Latina.
En 1980 la producción manufacturera anual brasileña era mayor que la de Tailandia, Malasia, Corea del Sur, India y China combinadas. En 2010, representaba un 10% en comparación con esos países. Una comparación sistemática de los países de América Latina con los de Asia da un resultado similar en las últimas tres décadas.
En el marco de la actual crisis mundial no es un dato secundario. ¿Cuestión cultural, histórica, de política económica o deficiente gestión? BBC Mundo dialogó con el académico de la Universidad de Cambridge Gabriel Palma, especialista en economía comparada, para intentar dilucidarlo.
En sus estudios los datos son concluyentes. El crecimiento económico de Asia ha sido sostenido en las últimas tres décadas. En el mejor de los casos, los países de América Latina crecen unos años y se desinflan: no pueden sostener ese crecimiento. ¿Por qué?
Si uno mira de la década del 80 a hoy día los países de crecimiento tradicional de Asia –Corea, Singapur, Malasia, Tailandia– han crecido un promedio de un 7% mientras que los de crecimiento nuevo –China, India, Vietnam– han crecido a un 9%. En comparación América Latina ha crecido a un 3 por ciento en este mismo período.
No es que los países de América Latina no puedan crecer. Lo han hecho. Argentina y Chile en los 90, Brasil y México en los 60 y 70, Perú en los 90, por nombrar algunos casos, han tenido tasas de crecimiento asiáticas.
Gabriel Palma es experto en las economías de América Latina y Asia.
La diferencia es que no las han sostenido en el tiempo. Diría que hay tres razones que explican esto.
La primera es la tasa de inversión privada que es un 30% del PIB en Asia: en América Latina es la mitad. El resultado es que la inversión por trabajador ocupado en la economía de Brasil es hoy menor que en el 80 mientras que en la India es 8 veces mayor y en China 12 veces mayor. El segundo punto es la política económica que en Asia es claramente keynesiana con tasas de cambio competitivas y tasas de interés bajas y estables.
La reforma económica en Asia, es decir la liberalización del comercio, la apertura financiera, fue pragmática, lenta, selectiva. En India la reforma se lanzó en los 80, pero la primera disminución de los aranceles de importación fue en el 87 y la primera apertura financiera en el 93.
Esto le dio tiempo a los agentes económicos para adaptarse a los cambios. En América Latina la reforma se adoptó como religión. Se hizo todo de la noche a la mañana. En dos o tres años estaban todas las reformas implementadas. El resultado fue un tremendo desbarajuste.
¿Pragmatismo asiático contra fundamentalismo latinoamericano, entonces? Algo más cultural e histórico que económico.
Hoy en día hay dos tipos de capitalismo. El angloibérico que aplicó todas las reformas religiosamente y el asiático que tiene una tradición pragmática que no se deslumbra con ideologías nuevas. Viajo con frecuencia a Asia y siempre he encontrado un claro escepticismo hacia el mesianismo de algunas fórmulas occidentales como la del Consenso de Washington y el neoliberalismo.
Esta actitud tiene un impacto muy claro en la política económica. Por ejemplo, la intervención en la fijación del tipo de cambio. Eso es fundamental para ellos. Mientras que en América Latina se acepta el fundamentalismo de que el mercado sabe más y se deja el tipo de cambio a merced de la oferta y la demanda con los resultados desastrosos que ha habido.
A pesar de este diagnóstico, según la CEPAL, América Latina ha crecido en esta primera década de este siglo bastante sostenidamente. ¿Hay un aprendizaje?
Esto se vincula al tercer factor que nos diferencia de Asia. En América Latina tenemos un espejismo con el mundo de las finanzas. En los años previos a la crisis, del 2002 al 2007, América Latina creció del 4 al 4,5% , pero el valor de los activos financieros –las bolsas de comercios, los bonos públicos y privados y los activos bancarios– crecieron más del 30% por año, es decir, cinco o seis veces más que el Producto.
Todo el mundo creía que eso era sostenible. Es el mismo espejismo que vivió el mundo desarrollado occidental: creer que las finanzas pueden crecer independientes de lo que pase con la inversión, la productividad y el cambio tecnológico, es decir, con la economía real.
Daría la impresión que lo cultural es importante también acá. El escepticismo y la independencia de juicio asiática debe responder en parte al hecho de que son ideas del lejano Occidente. América Latina pertenece a ese Occidente.
El profesor Palma señala que el capitalismo se entiende de forma diferente en Asia.
Mis amigos asiáticos tienden a minimizar lo cultural. Yo creo que es importante, pero también pienso que hay otros factores más relevantes. En mi opinión este predominio de las finanzas tiene que ver con los grupos dominantes.
En Corea los grupos dominantes son las empresas productivas. En América Latina la élite está vinculada a las finanzas y es rentista, es decir, prefiere lo financiero a tomar riesgos en lo real. En América Latina tenemos la rentabilidad financiera más alta del mundo, dos y tres veces más alta que en otras partes.
Esto es gracias a una política económica que ha sido fundamental en la desindustrialización de América Latina, la falta de diversificación económica, la falta de cambio tecnológico. América Latina abandonó su política industrial con la idea de que podía crecer con los productos primarios y las finanzas.
Es lo que se ha visto en los últimos años en Chile o con la euforia que existió durante el gobierno de Lula en Brasil. El tema es que si el precio del cobre en Chile regresa al de los tiempos normales, el déficit de cuenta corriente salta al 15% del PIB.
El contraste histórico es claro. Entre la década del 60 y la del 80, la producción manufacturera de Brasil creció un 9%. Del 80 a hoy en día creció un dos por ciento. En Asia creció de los 60 a hoy al mismo ritmo. La diferencia de crecimiento entre América Latina y Asia es la diferencia de crecimiento de su producción manufacturera.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
A respeito deste último trecho em vermelho: Precisamos nos lembrar que durante o regime militar o país cresceu, mas a desigualdade também aumentou em compasso.
Quero dizer, o salário do trabalhador não acompanhava o mesmo ritmo e este era um fator importante para o crescimento do PIB, assim como é hoje para países como China e Índia.
Não tem como elevar o PIB e a renda per capita se continuamos a exportar, basicamente, produtos com baixo valor agregado. Esta fórmula não se sustenta por muito tempo.
Quero dizer, o salário do trabalhador não acompanhava o mesmo ritmo e este era um fator importante para o crescimento do PIB, assim como é hoje para países como China e Índia.
Não tem como elevar o PIB e a renda per capita se continuamos a exportar, basicamente, produtos com baixo valor agregado. Esta fórmula não se sustenta por muito tempo.
- marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 7474,0.htm
AFFONSO CELSO PASTORE -ECONOMISTA, EX-PRESIDENTE DO BC, ESCREVE MENSALMENTE PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo
Para sentir os efeitos da gravidade não é preciso saber se ela vem de uma força, como explicou Newton, ou da curvatura do espaço, como explicou Einstein. Quando a economia mundial se desacelera, o Brasil é atingido, entre outros canais, através: da piora das exportações; da redução dos fluxos de capitais; ou do crescimento da aversão ao risco, derrubando os investimentos e as decisões de consumo.
Há anos que os dados mostram uma correlação positiva elevada entre os ciclos da produção industrial mundial e brasileira em torno das respectivas tendências, e essa correlação se elevou depois da crise mundial de 2008. O contágio da crise mundial explica em parte a estagnação da indústria brasileira desde o início de 2010, mas ele é apenas uma parte da explicação.
Quando cai a atividade econômica, fatores de produção ficam ociosos e por isso ocorrem simultaneamente: a queda na utilização de capacidade instalada; e o aumento da taxa de desemprego. Desde o início de 2010, o nível de utilização de capacidade na indústria brasileira vem oscilando abaixo dos níveis máximos atingidos no passado, indicando ociosidade, mas a taxa de desemprego continua caindo mês a mês. Ao longo da trajetória de queda do desemprego, os salários reais vêm se elevando, e recentemente ocorreu o aumento da taxa de participação - a proporção entre a população economicamente ativa e a população em idade ativa. Provavelmente estimuladas por salários mais altos, pessoas que haviam decidido sair da força de trabalho, voltando a estudar ou dedicando-se a outras atividades, retornaram ao mercado de trabalho. Se a taxa de participação não tivesse se elevado, a taxa de desemprego ajustada pela sazonalidade atualmente não estaria um pouco acima de 5%, como mostram os dados do IBGE, mas sim em apenas 4% da força de trabalho. Esses dados indicam que no mercado de trabalho estamos em pleno emprego, ou até acima dele.
Como é possível simultaneamente ocorrerem: capacidade ociosa na indústria; e pleno emprego no mercado de trabalho? Da mesma forma como são necessárias duas lâminas para que uma tesoura possa cortar, a explicação para o que vem se passando na indústria requer duas condições. A primeira vem do fato de que a indústria é um setor muito aberto ao comércio internacional, sendo a sua capacidade de reajustar preços limitada pela competição das importações. O baixo crescimento da Europa e dos Estados Unidos deprime os preços de produtos manufaturados no mercado internacional, o que somado à valorização cambial, fixa os preços internacionais em reais em níveis baixos, impedindo que se eles ajustem em resposta a empurrões de custos.
A segunda condição vem da elevação do custo unitário do trabalho medido em reais. O crescimento dos salários reais e do pessoal empregado é uma boa notícia para as vendas reais do comércio. A intuição, confirmada pela econometria, mostra que o crescimento da população ocupada e dos salários reais (junto com juros reais baixos) eleva as vendas reais do comércio e o consumo das famílias. É isso que está por trás da expansão contínua das vendas reais, que se mantiveram em firme crescimento mesmo depois que a indústria entrou em estagnação.
Custo do trabalho. Mas será que a elevação de salários é uma boa notícia para a produção industrial? Os dados da PIMES mostram que entre 2004 e 2007 os salários reais da indústria cresciam à mesma taxa de aumento da produtividade média do trabalho. Mas do início de 2010 até o presente, os salários reais continuaram crescendo ao lado da queda da produtividade média do trabalho na indústria. Com isso, o custo unitário do trabalho vem aumentando, tendo se elevado em torno de 12% em termos reais do início de 2009 até agora.
Em trabalho em coautoria com Marcelo Gazzano e Maria Cristina Pinotti (Por que a produção industrial não cresce desde 2010, disponível em www.acpastore.com), foi estimado o comportamento do índice de utilização de capacidade instalada na indústria em função da taxa real de juros e do custo unitário do trabalho, controlando para o hiato da produção industrial mundial. O hiato da produção mundial melhora significativamente as estimativas, mas não explica, sozinho, a queda na utilização de capacidade a partir do início de 2010. A queda se deve ao aumento do custo unitário do trabalho, que reduziu a utilização de capacidade instalada na indústria mesmo diante da queda das taxas reais de juros.
Obviamente, uma elevação de 12% no custo unitário do trabalho não teria levado a uma contração da produção e da utilização de capacidade caso a indústria conseguisse repassar esse aumento de custos para os preços. Porém, a competição internacional e o câmbio valorizado impedem esse repasse, estreitando as margens da indústria, levando à contração da produção e ao aumento da capacidade ociosa. E para onde vai a demanda não atendida pela produção industrial? Ela vaza para o exterior na forma de importações líquidas. Todos estes fatos vêm ocorrendo desde o início de 2010.
Os industriais costumam afirmar que "quem paga os bons salários" é a indústria. Não é verdade. O IBGE publica os salários médios por setores, e eles mostram que o setor de serviços, que empregava 60 milhões de pessoas em 2009, paga em média salários próximos aos da indústria, que empregava em 2009 em torno de 20 milhões de trabalhadores. Note-se que essa proporção de 1 para 3 no emprego dos dois setores vem se mantendo ao longo do tempo. Não esperaríamos uma equalização perfeita dos salários médios entre estes setores, porque há diferentes composições de treinamento, educação, sexo, idade, etc. Mas os dados mostram que no agregado essas diferenças se diluem, e há uma mobilidade de mão de obra suficientemente grande para que os salários se aproximem.
Dada a sua participação menor no mercado de mão de obra, não é necessário que o nível de emprego na indústria cresça para que seus salários médios se elevem. Basta que ocorra um aumento da demanda de mão de obra no setor de serviços, que é o "grande empregador". Quando o governo usa políticas macroeconômicas para ampliar a demanda agregada estimula os dois setores, com o setor de serviços demandando um grande acréscimo de mão de obra, elevando os salários. A elevação do custo unitário do trabalho na indústria não decorre necessariamente do crescimento da demanda de mão de obra no setor, que recentemente vem caindo, e sim do que se passa no setor de serviços. Chegamos, assim, ao paradoxo de uma economia caracterizada pela expansão do consumo, mas que não consegue elevar a produção industrial, que vaza para o exterior na forma de importações líquidas.
Depreciar o real poderia ser uma "solução", mas não tão simples quanto parece à primeira vista. Para ter o efeito desejado, a relação câmbio/salário deveria ser alterada a favor do câmbio, e para que a indústria conseguisse reconquistar um pedaço da "competitividade perdida" teria que repassar totalmente essa depreciação para os preços, jogando por terra o argumento de que o "repasse" da depreciação para os preços é baixo. Por isso, talvez, o Banco Central venha intervindo no mercado de câmbio para evitar que o real se aproxime de R$ 2,10/US$. Por outro lado, neste quadro de estagnação da indústria a queda da taxa real de juros não consegue libertar o "espírito animal" que levaria ao aumento do investimento.
Recentemente o Caged publicou dados que apontam para uma direção um pouco diferente no mercado de mão de obra. Mostram uma queda no fluxo mensal de contratações de trabalhadores formais. Esta pode ser uma indicação de que a desaceleração mundial, afinal, já estaria afetando o setor de serviços, reduzindo o seu crescimento, e que em breve a taxa de desemprego começaria a se elevar. Se este for o caso, a economia brasileira precisará de muito mais estímulos de demanda, porque estaríamos caminhando para um crescimento medíocre do PIB, abaixo da atual projeção de consenso, de uma expansão de 2% em 2012. Mas se o Caged estiver emitindo um sinal falso, e a taxa de desemprego se mantiver baixa, quanto mais estímulos de demanda forem colocados na economia, maior será a elevação dos salários reais. As vendas reais do comércio e o consumo continuarão crescendo sem que a produção industrial reaja, o excesso de demanda continuará vazando para o exterior na forma de importações líquidas, e todos continuarão reclamando contra a desindustrialização.
Cabe ao governo formular um diagnóstico melhor dos problemas atuais da economia brasileira, buscando políticas macroeconômicas que os resolvam.
AFFONSO CELSO PASTORE -ECONOMISTA, EX-PRESIDENTE DO BC, ESCREVE MENSALMENTE PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo
Para sentir os efeitos da gravidade não é preciso saber se ela vem de uma força, como explicou Newton, ou da curvatura do espaço, como explicou Einstein. Quando a economia mundial se desacelera, o Brasil é atingido, entre outros canais, através: da piora das exportações; da redução dos fluxos de capitais; ou do crescimento da aversão ao risco, derrubando os investimentos e as decisões de consumo.
Há anos que os dados mostram uma correlação positiva elevada entre os ciclos da produção industrial mundial e brasileira em torno das respectivas tendências, e essa correlação se elevou depois da crise mundial de 2008. O contágio da crise mundial explica em parte a estagnação da indústria brasileira desde o início de 2010, mas ele é apenas uma parte da explicação.
Quando cai a atividade econômica, fatores de produção ficam ociosos e por isso ocorrem simultaneamente: a queda na utilização de capacidade instalada; e o aumento da taxa de desemprego. Desde o início de 2010, o nível de utilização de capacidade na indústria brasileira vem oscilando abaixo dos níveis máximos atingidos no passado, indicando ociosidade, mas a taxa de desemprego continua caindo mês a mês. Ao longo da trajetória de queda do desemprego, os salários reais vêm se elevando, e recentemente ocorreu o aumento da taxa de participação - a proporção entre a população economicamente ativa e a população em idade ativa. Provavelmente estimuladas por salários mais altos, pessoas que haviam decidido sair da força de trabalho, voltando a estudar ou dedicando-se a outras atividades, retornaram ao mercado de trabalho. Se a taxa de participação não tivesse se elevado, a taxa de desemprego ajustada pela sazonalidade atualmente não estaria um pouco acima de 5%, como mostram os dados do IBGE, mas sim em apenas 4% da força de trabalho. Esses dados indicam que no mercado de trabalho estamos em pleno emprego, ou até acima dele.
Como é possível simultaneamente ocorrerem: capacidade ociosa na indústria; e pleno emprego no mercado de trabalho? Da mesma forma como são necessárias duas lâminas para que uma tesoura possa cortar, a explicação para o que vem se passando na indústria requer duas condições. A primeira vem do fato de que a indústria é um setor muito aberto ao comércio internacional, sendo a sua capacidade de reajustar preços limitada pela competição das importações. O baixo crescimento da Europa e dos Estados Unidos deprime os preços de produtos manufaturados no mercado internacional, o que somado à valorização cambial, fixa os preços internacionais em reais em níveis baixos, impedindo que se eles ajustem em resposta a empurrões de custos.
A segunda condição vem da elevação do custo unitário do trabalho medido em reais. O crescimento dos salários reais e do pessoal empregado é uma boa notícia para as vendas reais do comércio. A intuição, confirmada pela econometria, mostra que o crescimento da população ocupada e dos salários reais (junto com juros reais baixos) eleva as vendas reais do comércio e o consumo das famílias. É isso que está por trás da expansão contínua das vendas reais, que se mantiveram em firme crescimento mesmo depois que a indústria entrou em estagnação.
Custo do trabalho. Mas será que a elevação de salários é uma boa notícia para a produção industrial? Os dados da PIMES mostram que entre 2004 e 2007 os salários reais da indústria cresciam à mesma taxa de aumento da produtividade média do trabalho. Mas do início de 2010 até o presente, os salários reais continuaram crescendo ao lado da queda da produtividade média do trabalho na indústria. Com isso, o custo unitário do trabalho vem aumentando, tendo se elevado em torno de 12% em termos reais do início de 2009 até agora.
Em trabalho em coautoria com Marcelo Gazzano e Maria Cristina Pinotti (Por que a produção industrial não cresce desde 2010, disponível em www.acpastore.com), foi estimado o comportamento do índice de utilização de capacidade instalada na indústria em função da taxa real de juros e do custo unitário do trabalho, controlando para o hiato da produção industrial mundial. O hiato da produção mundial melhora significativamente as estimativas, mas não explica, sozinho, a queda na utilização de capacidade a partir do início de 2010. A queda se deve ao aumento do custo unitário do trabalho, que reduziu a utilização de capacidade instalada na indústria mesmo diante da queda das taxas reais de juros.
Obviamente, uma elevação de 12% no custo unitário do trabalho não teria levado a uma contração da produção e da utilização de capacidade caso a indústria conseguisse repassar esse aumento de custos para os preços. Porém, a competição internacional e o câmbio valorizado impedem esse repasse, estreitando as margens da indústria, levando à contração da produção e ao aumento da capacidade ociosa. E para onde vai a demanda não atendida pela produção industrial? Ela vaza para o exterior na forma de importações líquidas. Todos estes fatos vêm ocorrendo desde o início de 2010.
Os industriais costumam afirmar que "quem paga os bons salários" é a indústria. Não é verdade. O IBGE publica os salários médios por setores, e eles mostram que o setor de serviços, que empregava 60 milhões de pessoas em 2009, paga em média salários próximos aos da indústria, que empregava em 2009 em torno de 20 milhões de trabalhadores. Note-se que essa proporção de 1 para 3 no emprego dos dois setores vem se mantendo ao longo do tempo. Não esperaríamos uma equalização perfeita dos salários médios entre estes setores, porque há diferentes composições de treinamento, educação, sexo, idade, etc. Mas os dados mostram que no agregado essas diferenças se diluem, e há uma mobilidade de mão de obra suficientemente grande para que os salários se aproximem.
Dada a sua participação menor no mercado de mão de obra, não é necessário que o nível de emprego na indústria cresça para que seus salários médios se elevem. Basta que ocorra um aumento da demanda de mão de obra no setor de serviços, que é o "grande empregador". Quando o governo usa políticas macroeconômicas para ampliar a demanda agregada estimula os dois setores, com o setor de serviços demandando um grande acréscimo de mão de obra, elevando os salários. A elevação do custo unitário do trabalho na indústria não decorre necessariamente do crescimento da demanda de mão de obra no setor, que recentemente vem caindo, e sim do que se passa no setor de serviços. Chegamos, assim, ao paradoxo de uma economia caracterizada pela expansão do consumo, mas que não consegue elevar a produção industrial, que vaza para o exterior na forma de importações líquidas.
Depreciar o real poderia ser uma "solução", mas não tão simples quanto parece à primeira vista. Para ter o efeito desejado, a relação câmbio/salário deveria ser alterada a favor do câmbio, e para que a indústria conseguisse reconquistar um pedaço da "competitividade perdida" teria que repassar totalmente essa depreciação para os preços, jogando por terra o argumento de que o "repasse" da depreciação para os preços é baixo. Por isso, talvez, o Banco Central venha intervindo no mercado de câmbio para evitar que o real se aproxime de R$ 2,10/US$. Por outro lado, neste quadro de estagnação da indústria a queda da taxa real de juros não consegue libertar o "espírito animal" que levaria ao aumento do investimento.
Recentemente o Caged publicou dados que apontam para uma direção um pouco diferente no mercado de mão de obra. Mostram uma queda no fluxo mensal de contratações de trabalhadores formais. Esta pode ser uma indicação de que a desaceleração mundial, afinal, já estaria afetando o setor de serviços, reduzindo o seu crescimento, e que em breve a taxa de desemprego começaria a se elevar. Se este for o caso, a economia brasileira precisará de muito mais estímulos de demanda, porque estaríamos caminhando para um crescimento medíocre do PIB, abaixo da atual projeção de consenso, de uma expansão de 2% em 2012. Mas se o Caged estiver emitindo um sinal falso, e a taxa de desemprego se mantiver baixa, quanto mais estímulos de demanda forem colocados na economia, maior será a elevação dos salários reais. As vendas reais do comércio e o consumo continuarão crescendo sem que a produção industrial reaja, o excesso de demanda continuará vazando para o exterior na forma de importações líquidas, e todos continuarão reclamando contra a desindustrialização.
Cabe ao governo formular um diagnóstico melhor dos problemas atuais da economia brasileira, buscando políticas macroeconômicas que os resolvam.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
http://lmonasterio.blogspot.com.br/
"A indústria é importante devido aos serviços"
Esta entrevista do Luciano Coutinho apresenta um argumento que, ao menos para mim, é novo. Ele diz:
"... a indústria é essencial hoje em nossa sociedade, não tanto para gerar empregos, porque a indústria cada vez mais eficiente vai para padrões de automação mais profundos, mas porque, nos serviços pré e pós-manufatura, ela cria empregos de alta qualificação. Na pré-manufatura são serviços de engenharia, design, informatização, sistemas. Depois, vêm os serviços pós, desde os de assistência até os de marketing, que só se cria quando você tem uma indústria."
Eu achava que o argumento pró-indústria era baseado nas leis de Kaldor, rendimentos crescentes, learning by doing, essas coisas. Agora o presidente do BNDES diz que os ganhos de produtividade na indústria não são importantes, mas sim a demanda por empregos qualificados nos "serviços pré e pós manufatura".
Ora, e os "serviços pré e pós agricultura"? Não contam? A agricultura também exige empregos muito qualificados na pesquisa e a comercialização também não é a coisa mais simples. E por que os os "serviços pré e pós serviços" não valem?
Ele admite que os empregos na indústria já não são mais essenciais. OK. Mas agora se volta para os empregos de serviços associados à indústria. Eu não entendo. Por que mesmo o vendedor de sapatos é melhor do que o de seguros? Outra pergunta: por que eu uso tantas interrogações em um mesmo post? Não consigo parar? Será?
"A indústria é importante devido aos serviços"
Esta entrevista do Luciano Coutinho apresenta um argumento que, ao menos para mim, é novo. Ele diz:
"... a indústria é essencial hoje em nossa sociedade, não tanto para gerar empregos, porque a indústria cada vez mais eficiente vai para padrões de automação mais profundos, mas porque, nos serviços pré e pós-manufatura, ela cria empregos de alta qualificação. Na pré-manufatura são serviços de engenharia, design, informatização, sistemas. Depois, vêm os serviços pós, desde os de assistência até os de marketing, que só se cria quando você tem uma indústria."
Eu achava que o argumento pró-indústria era baseado nas leis de Kaldor, rendimentos crescentes, learning by doing, essas coisas. Agora o presidente do BNDES diz que os ganhos de produtividade na indústria não são importantes, mas sim a demanda por empregos qualificados nos "serviços pré e pós manufatura".
Ora, e os "serviços pré e pós agricultura"? Não contam? A agricultura também exige empregos muito qualificados na pesquisa e a comercialização também não é a coisa mais simples. E por que os os "serviços pré e pós serviços" não valem?
Ele admite que os empregos na indústria já não são mais essenciais. OK. Mas agora se volta para os empregos de serviços associados à indústria. Eu não entendo. Por que mesmo o vendedor de sapatos é melhor do que o de seguros? Outra pergunta: por que eu uso tantas interrogações em um mesmo post? Não consigo parar? Será?
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Frase distorcida e fora do contexto.
O presidente do BNDES ressalta que a indústria demanda profissionais de alta qualificação. Essenciais para sustentar a competitividade e produtividade. Se o Coutinho não entende de política industrial, competitividade e desenvolvimento tecnológico. Ninguém entende nada. Tudo bem. Não está mais no auge e a juventude tomou conta. O que não se pode jogar o trabalho dele fora ou esqueceu os fundamentos dos estudos que fez e ainda são válidos.
O presidente do BNDES ressalta que a indústria demanda profissionais de alta qualificação. Essenciais para sustentar a competitividade e produtividade. Se o Coutinho não entende de política industrial, competitividade e desenvolvimento tecnológico. Ninguém entende nada. Tudo bem. Não está mais no auge e a juventude tomou conta. O que não se pode jogar o trabalho dele fora ou esqueceu os fundamentos dos estudos que fez e ainda são válidos.
Pessimismo empresarial trava retomada, diz presidente do BNDES
PUBLICIDADE
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/11 ... ndes.shtml
VALDO CRUZ
EM SÃO PAULO
ANA ESTELA DE SOUSA PINTO
EDITORA DE MERCADO
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, comemora o fato de não estar mais "solitário" dentro do governo na defesa de uma taxa cambial mais competitiva e insinua que o real poderia estar ainda mais desvalorizado.
Declara-se motivado com o fato de que o desafio de "salvar, revigorar, reindustrializar cadeias que perdemos" ter se tornado consenso no governo. "Fui solitário neste processo", disse em entrevista à Folha.
Ele atribui boa parte da estagnação da indústria ao fato de a moeda brasileira ter passado por "longos períodos" de valorização.
Cita especificamente os "últimos dois anos", período no qual o dólar chegou a ameaçar cair abaixo de R$ 1,50, quando diz ter vivido um "período de grande angústia". Conselheiro da presidente Dilma, Coutinho diz que o empresariado brasileiro é ciclotímico e está numa posição "muito mais pessimista" do que o potencial brasileiro justifica no momento.
Para ele, esse é um dos fatores para a demora na recuperação do crescimento. O empresariado "travou um pouco o investimento".
Ele evita fazer previsões sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), mas diz que indústria começa a dar sinais de recuperação.
Classificando a era dos juros altos como uma "página virada" e nosso "último ato" a recuperação da "solidez cambial", Luciano Coutinho diz que o país tem, agora, dois desafios principais: a redução da carga tributária e a melhoria da competitividade e da produtividade.
Coutinho reconhece, porém, que a redução da carga tributária, "complexa e imperfeita", é difícil de ser implementada, por envolver disputas federativas.
No curto prazo, o governo vai atacar os "custos sistêmicos" do país, entre eles o de energia, afirma.
Responsável pelas ações do governo no financiamento de grandes projetos da economia, o presidente do BNDES aponta o setor de bens de capital como o que mais "sofreu" na indústria brasileira e anuncia que vai adotar medidas para revigorá-lo. Ressalva, porém, que serão estímulos progressivos. "É fácil, muito mais fácil destruir do que construir."
Rebatendo as críticas de que o governo Dilma está se limitando a medidas pontuais para combater a crise, Coutinho diz que são elas que permitem uma "transição" para a indústria "sobreviver" durante o período de turbulências. Reconhece, porém, que, apesar de serem "necessárias", não são "suficientes".
Segundo ele, o que o governo tem feito é dar "oxigênio" para "manter vivo" o setor de bens de capital durante o desaquecimento da economia brasileira. Diz, porém, que apesar de "um ou outro pequenininho" estar na UTI, não há problemas mais graves. "Problema eu tive em 2008 para 2009, aqui foi problema", quando a economia nacional entrou em recessão.
Leia trechos da entrevista.
Joel Silva/Folhapress
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, no escritório do banco de fomento em São Paulo, no Itaim
*
Folha - No momento em que o BNDES completa 60 anos, a indústria brasileira passa por um momento delicado, num quadro em que nossa economia não dá sinais de recuperação. Qual o papel do banco hoje?
LUCIANO COUTINHO - Não sei se é um momento delicado, acho que é rico em desafios positivos para o país. Tivemos mudanças qualitativas importantes na combinação câmbio e juros, uma redução real da taxa de juros, considerada alta demais diante dos bons fundamentos macroeconômicos.
Ficamos com uma herança de juros muito altos, mas isso está sendo corrigido, tirando proveito de uma janela de oportunidade que é a crise internacional.
Estamos caminhando firmemente para ter um patamar de juros condizente com nossa condição macroeconômica.
O que é isso?
O Brasil é um dos poucos países que está reduzindo sua dívida líquida sobre o PIB, tem um superávit primário, caminhando para um déficit nominal muito baixinho. Um déficit nominal de 1%.
Todos os países desenvolvidos estão com deficit de 6%, 7%, 8% do PIB. Os europeus vão suar sangue para chegar a 5%, 6%.
Temos uma condição macroeconômica privilegiada, e isso vai se refletir numa taxa de juros mais baixa. O que abre caminho para uma grande mudança qualitativa em termos de desenvolvimento do sistema financeiro privado do país e do mercado de capitais.
Então, nós precisamos ter em perspectiva que temos, e repito sempre isso, uma fronteira de investimentos de alta rentabilidade, que será um fator de propulsão do crescimento brasileiro.
A combinação dessas duas grandes condições é que nos permitirá crescer, aumentar os investimentos em relação ao PIB, e crescer a taxas mais altas do que das taxas recentes. E essas taxas poderão ser tanto mais altas quanto mais capazes sejamos de enfrentar os dois grandes desafios que restam, que são estruturais.
Quais? O desafio da competitividade e da produtividade. E o da estrutura tributária. São os dois desafios de longo prazo.
Por que ainda não enfrentamos de frente esses dois desafios? A taxa de câmbio passou dos R$ 2, os juros estão mais baixos, mas a confiança do empresário segue também muito baixa.
É verdade. Estamos falando de uma circunstância de curto prazo. Precisamos lembrar aqui duas coisas. Primeiro, o empresariado é muito ciclotímico. O mercado é ciclotímico em geral.
Ele vai para a euforia quando, em 2010, tínhamos um estado de euforia que ia além da realidade. Quando as coisas, especialmente com a crise internacional, são mais difíceis, o empresariado também cai numa posição muitas vezes mais pessimista do que o potencial brasileiro.
Ele está mais pessimista do que deveria estar?
Acho que sim. Está muito afetado pela conjuntura de curto prazo de um lado. De outro, aí é uma questão específica da indústria, tivemos muitos períodos de apreciação cambial.
Primeiro, foi o Plano Real, um período de cinco anos, até que ele se desfez da forma como foi concebido e foi para o sistema flutuante. Aí tivemos um período relativamente curto de câmbio mais favorável. Depois, veio um outro período, também longo, de contínua apreciação cambial, que vem de 2004 até a crise de 2008.
Houve uma breve interrupção e o sucesso brasileiro em vencer a crise levou de novo a um ciclo de apreciação. Esse mais recente.
Até 2010 e 2011.
Esse mais recente, até o ano passado, quando a política de redução de juros e a intervenção regulatória, de regulação do mercado cambial, via impostos, via IOF, mitigou a situação.
E a crise internacional também mudou de mão. Aí você conseguiu escapar de uma trajetória de apreciação cambial.
Agora, ao longo desses períodos, a indústria veio perdendo substância. Foi perdendo lentamente mercado no exterior, porque vários concorrentes se aparelharam, tomaram market share.
O México capturou nosso market share de manufaturados no mercado americano. Houve a tremenda expansão chinesa para todos os mercados de manufaturados. Esse movimento começou a induzir a um esvaziamento das nossas cadeias produtivas, com ampliação da importação de partes, de peças.
Esse processo tornou-se mais claramente percebido por todos nos últimos dois anos.
Eu pessoalmente vivi um período de grande angústia com isso. Em muitos momentos eu fui solitário neste processo.
Foi um momento de críticas à política cambial do governo por parte do empresariado.
Eu fui solitário neste processo e acho que, depois, hoje, isso virou.
Aquele sentimento meu, que era solitário, virou um sentimento de todos. O que me deixa muito feliz, porque finalmente acho que sociedade brasileira e o empresariado brasileiro começam a compreender porque é tão relevante ter uma indústria forte e competitiva.
Porque a indústria é essencial hoje em nossa sociedade, não tanto para gerar empregos, porque a indústria cada vez mais eficiente vai para padrões de automação mais profundos, mas porque, nos serviços pré e pós-manufatura, ela cria empregos de alta qualificação.
Na pré-manufatura são serviços de engenharia, design, informatização, sistemas.
Depois, vêm os serviços pós, desde os de assistência até os de marketing, que só se cria quando você tem uma indústria.
O que o país ainda está devendo, ainda não está sendo resolvido, ficou para trás?
Ficou por conta de um conjunto de fatores. O câmbio apreciado.
Quais são os fatores?
Primeiro, a subida de uma série de custos sistêmicos, como o de energia na margem. Combinada com o aumento de carga tributária sobre os insumos em geral e sobre a energia também.
O Brasil passou de uma economia onde os custos sistêmicos eram competitivos, nos anos 70 e parte dos anos 80, para uma economia em que eles se tornaram altos.
De outro lado, tivemos um saudável processo, mais recente, do governo do presidente Lula, de aumento da taxa de crescimento do país.
Esse processo, embora aquém do que todos gostaríamos que fosse, combinado com a transição demográfica brasileira, que fez reduzir o crescimento da população economicamente ativa, produziu um aumento muito saudável do emprego formal.
Num contexto em que a economia cresce e a taxa de desemprego cai, os salários reais sobem. O que é saudável, porque melhora a distribuição de renda no país.
O que ajuda a segurar a popularidade da presidente Dilma.
Por mérito do governo. Mas não quero discutir política. O fato é que isso afeta o custo da competitividade, há uma pressão sobre os custos sistêmicos e um aumento de custo de salário unitário.
Combinados com a apreciação da taxa de câmbio, provocaram uma pinça de esmagamento da rentabilidade da indústria, da taxa de retorno na atividade industrial, reduzindo sua competitividade.
Temos também um problema de produtividade, sim, especialmente do trabalho. O Brasil precisa subir rapidamente a produtividade do trabalho, ter uma agenda de reforço da automação para preservar a capacidade competitiva da indústria.
Temos um tremendo desafio, que é salvar, revigorar, reindustrializar cadeias que perdemos, de tal maneira que a indústria brasileira volte a ter um papel relevante na dinamização da economia brasileira. Eu me sinto muito motivado no momento em que a compreensão desse desafio começa a se tornar consensual.
Dentro do governo?
Na sociedade. Que é mais importante, porque agora há uma compreensão disso.
Por que estou motivado? Porque temos até uma cobrança, que até certo ponto é injusta, de que o governo só está atuando num plano tático, de medidas, quando na verdade a grande angústia é a compreensão de que os problemas são mais estruturais e precisamos de estratégias de longo prazo.
O que posso assegurar é que o governo está plenamente consciente desses grandes desafios.
Eu não mencionei, quando falei dos custos, um outro fator, que é a subida da carga tributária, que não é um fator de um governo, vem desde os anos 70.
À medida que foi subindo, tornou-se tecnicamente mais cumulativa, complexa e imperfeita. Foi ficando qualitativamente pior, não só maior como pior. O governo tem plena consciência de todos esses problemas e desafios estruturais, quais sejam, de ganhar competitividade, produtividade, reduzir a carga tributária, os custos sistêmicos, inclusive os de energia. Porém, a complexidade desses problemas é muito maior do que o manejo diário. Obviamente é uma questão complexa.
O sr. vê possibilidades de a reforma tributária avançar no curto prazo, já está em estudo no governo?
Há uma reflexão que está sendo feita a respeito de como começar. Não quero adiantar, mas há uma reflexão permanente sobre o melhor caminho.
Agora, um pouco para responder à percepção de que nada está sendo feito, o que não é verdade, chamo a atenção primeiro para o fato de um dos grandes desafios brasileiros, que era o primeiro que o empresariado sempre colocava, os juros muito altos, esta é uma página que está sendo virada. Vamos fazer pouco disso? Não.
Segundo, a questão da chamada guerra dos portos. Uma batalha difícil foi enfrentada, outra página que está sendo virada, e que é fundamental para a questão da indústria. E a melhoria relativa da taxa de câmbio real.
Relativa, ainda?
Sim.
Ela deveria ser mais alta ainda?
Acho que a gente deve continuar com o sistema de câmbio flutuante, mas... Eu não quero dar um número, mas eu acho...
Poderia ser maior e seria melhor?
Enfim, se fosse, melhor. Isso é uma coisa que nós temos que pensar em faixa, e não em números.
Seguinte, como os problemas estruturais são difíceis, gera uma ansiedade.
Temos de transformar essa ansiedade em uma consciência e uma criação de condições para enfrentar as questões estruturais. Porque as questões estruturais não podem ser enfrentadas só por governos.
São questões que demandam uma ampla consciência da sociedade, do Congresso Nacional, para poder enfrentar reformas mais profundas.
O sr. diria que as duas mudanças essenciais são o custo da energia e a reforma tributária?
Não só o custo da energia, mas o de vários insumos importantes, incluindo energia. A questão tributária e a da produtividade do trabalho.
E o desenvolvimento do mercado de capitais?
O desenvolvimento de mercado de capitais. O BNDES tem um papel importante em, primeiro, cumprir o papel clássico de suprir créditos, de longo prazo enquanto o mercado não se estrutura. Segundo, o BNDES tem de se preparar para esses novos grandes desafios do futuro.
Quando o sr. pensa na cadeia produtiva da indústria, qual foi a etapa que mais sofreu com essa crise recente, houve em algum setor um problema grave de desindustrialização?
Se olharmos com visão de prazo mais longo, quem sofreu mais? Foram os setores de bens de capital. O Brasil chegou a ter, no início dos anos 80, uma indústria de bens de capital muito mais importante. Ela veio perdendo substância. Perdemos empresas de setores importantes na área de equipamentos de telecomunicações, de eletrônica em geral, um pouco de indústria de informática, na área de farmacêutico e química. Aí, sim, tivemos um renascimento mais recente por causa do mercado de genéricos, mas perdemos muita substância. E permitimos um esvaziamento de valor agregado dentro da cadeia automotiva, que era muito integrada e começou a ficar uma indústria só de montagem final. Num período mais recente, algumas destas tendências se agravaram.
Um dos fatores que vamos preparar, num contexto de recuperação da nossa capacidade e da nossa densidade industrial, é um processo de revisão da política do BNDES da Finame, do financiamento de máquinas e equipamentos. Queremos induzir o fabricante a ganhar mais capacidade de agregar valor no país. Sabemos que, para reverter esse processo, no que toca a equipamentos e bens de capital, teremos de criar estímulos e fazer isso de uma maneira progressiva. É fácil, muito mais fácil destruir do que construir.
Leva quanto tempo?
Não sei exatamente, depende muito do setor. Em algum setor pode levar cinco, em outro, dois.
Por que o setor de bens de capital foi o que mais sofreu na indústria?
Temos uma agenda muito difícil de reforço da estrutura de capital das empresas. Precisamos recuperar primeiro o oxigênio. Esse período de desaquecimento da economia, num período mais recente, inspira que nós nos preocupemos em manter vivo o setor para que ele possa retomar o oxigênio para enfrentar o desafio. Temos uma agenda, de médio e longo prazos, de ganhar capacidade. Na agenda de curtíssimo prazo temos que assegurar a capacidade de sobrevivência da indústria. Daí porque o governo tomou uma série de medidas, que falaram que eram "medidas pontuais, determinou compras de equipamentos". O que quero dizer é que as medidas táticas têm seu valor e seu lugar, sua necessidade, não podemos descartá-las, essas medidas táticas é que permitem uma transição para sobreviver. Elas são necessárias, o que não são é suficientes.
A principal crítica não é nem sobre as medidas de curto prazo, mas a falta das de longo prazo.
Mas elas estão sendo gestadas.
Na área tributária?
Não, a área tributária é a mais difícil. Porque qualquer mexida em sistema tributário tem impacto sobre a distribuição entre esferas de governo e regiões do país. Mudanças tributárias primeiro têm um certo grau de risco. Precisaríamos estar num grau de solidez macroeconômica tal, estamos chegando perto disso, porque qualquer mudança no sistema tributário pode produzir perdas maiores do que as previstas. Um sistema mais perfeito tem de combinar uma redução paulatina da carga tributária, porque não é realista imaginar uma redução radical da carga tributária, como muitos querem. Esse é o desafio mais difícil, precisa ser amadurecido, não é apenas uma coisa de um governo, são propostas que precisam ser amplamente costuradas. Começa na sociedade e com o sistema político, porque caso contrário a chance de sucesso é pequena.
Pensando nos gargalos industriais que o sr. citou, que são a questão tributária, a da energia, eficiência, da automação, a questão de desenvolvimento de um mercado de capitais de financiamento de longo prazo. Qual deles tem mais chance de progresso?
O que tem mais chance de andar mais rápido, com a redução da taxa de juros, é o desenvolvimento financeiro, porque o nosso é sofisticado e temos estoque de poupança preexistente, em grande parte ancorado em papéis públicos que podem migrar para papéis privados. Esta é uma reforma muito relevante e pode acontecer. O outro, que está em processo de reflexão, tem a ver com os custos de energia, mas eu não posso adiantar, mas há uma reflexão a respeito e pode resultar em algum avanço importante.
No caso do custo de energia, a presidente quer uma decisão até o final do ano, é isso?
É, existe uma reflexão em nível de governo deste tema. O tema do aumento da produtividade e da competitividade é de médio e de longo prazo, mas que precisa começar e temos de impulsioná-lo. Acredito que aqui não se constrói da noite para o dia, mas temos de começar a caminhar. Temos condições de avançar em muitas cadeias importantes. Na área de óleo e gás, continuar avançando no agronegócio e na sua base industrial. Temos capacidade de revigorar a nossa indústria automotiva e agregar valor dentro dela.
Temos condição de sustentar e avançar na capacidade competitiva de vários sistemas, nos quais o Brasil ainda tem competitividade, mas tem de preservar. Falo de celulose e papel, da siderurgia. Temos que retomar nossa reflexão a respeito do nosso complexo intensivo de informação, cadeia de fornecimento em telecomunicações, em eletrônico de consumo, nós estamos trabalhando intensamente para trazer a indústria de display, que é fundamental.
Temos condições de avançar na indústria farmacêutica, que tem hoje uma nova geração de produtos de base biotecnológica. Temos que capturar essa oportunidade. Temos que avançar em toda a indústria tanto de equipamento como de consumo para construção. É uma cadeia poderosa. Temos uma oportunidade nova, com a Vale, com a obtenção do licenciamento do projeto Serra Sul, no Pará, vai agregar mais R$ 40 bi de investimentos nos próximos anos, um outro Carajás.
Então, o Brasil tem muita oportunidade e precisamos enxergá-las. Precisamos voltar a pensar a longo prazo. Se tivesse de sintetizar tudo o que estou falando, é o seguinte: o Brasil desorganizou seu modelo de crescimento, nos anos 70, porque tinha um calcanhar de aquiles, que dependia na margem intensamente de poupança externa. Esse modelo foi desarmado pela crise da dívida no início dos anos 80, jogou o ônus da dívida em cima do setor público, desorganizou as finanças públicas, deu quase hiperinflação, tivemos de suar sangue para vencer e fizemos um longo caminho de recuperar a saúde fiscal do Estado, o último ato foi recuperar solidez cambial. E, milagrosamente, conseguimos recuperar um volume de reservas internacionais, que é um colchão superimportante.
Por que o Brasil está demorando tanto a se recuperar neste ano?
Tem uma combinação de vários fatores pontuais e outros conjunturais. Primeiro, você tem a digestão do ciclo de endividamento das famílias, que não é feito da noite para o dia. Segundo, os estoques altos em vários setores. Terceiro, o setor privado é ciclotímico, ele travou um pouco o investimento. E aqui há fatores pontuais. Um pouco de perspectivas, uma visão de mais de curto prazo do setor empresarial. E, no plano do investimento público, a reorganização do Dnit, caiu um pouquinho o investimento.
Pouquinho?
Transportes está sendo recuperado. Esses fatores pontuais vão ser recuperados. Meus dados mais recentes do Finame já apontam uma recuperação na ponta.
Para quando?
Preciso ver ainda qual o ritmo disso, mas parou de cair e está embicando para cima, a venda de bens de capital na Finame. Vamos superar isso, as medidas estão tomadas.
Quando o sr. falou em dar oxigênio para a indústria, eu imaginei logo em hospital. O sr. colocaria a indústria na UTI ou numa unidade semiintensiva?
Esse negócio de hospital já não existe mais.
Mas o sr. falou que ela precisava de oxigênio para se manter viva.
Olha, o oxigênio você obtém tornando o ar mais puro e fazendo as pessoas aprenderem a respirar bem. Com aeróbica.
Então está na fase de reabilitação, fisioterapia?
Está longe [disso], tem um ou outro pequenininho na UTI ou querendo entrar, mas não estamos tendo nenhum problema. Problema eu tive em 2008 para 2009, aquilo que foi problema.
O sr. acha que tem de reduzir superávit primário para impulsionar investimento público?
Não, precisamos manter o superávit para garantir que o BC possa seguir reduzindo juros.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Thanks, bourne, sim a frase foi tirada do contexto.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
O problema específico da agricultura é que a pesquisa é feita em apenas uns poucos centros (a Embrapa e algumas empresas de sementes e coisas assim), e isso já é suficiente para atender a todas as unidades produtivas (as plantações), nas quais não se pesquisa praticamente nada. Então a quantidade de empregos altamente especializados criada é mínima, o que se usa mesmo são peões dirigindo tratores e bóias-frias, todos com salários baixíssimos.marcelo l. escreveu:Ora, e os "serviços pré e pós agricultura"? Não contam? A agricultura também exige empregos muito qualificados na pesquisa e a comercialização também não é a coisa mais simples. E por que os os "serviços pré e pós serviços" não valem?
Já na indústria a pesquisa, o desenvolvimento de novos produtos, o marketing e etc. é tudo feito em cada empresa, gerando uma quantidade muitíssimo maior de vagas para pessoal especializado. E os serviços providos por este pessoal são de altíssima produtividade, um único projeto de produto, campanha de promoção ou novo desenho de embalagem pode gerar dezenas ou centenas de milhões a mais em vendas.
E antes que alguém fale nos "agregados" da agricultura, como implementos agrícolas, adubos/defensivos e processamento de alimentos, estes estão incluídos nas categorias industriais (mecânica, química e alimentícia respectivamente), e não na agricultura em si, que envolve apenas o que acontece "da porteira para dentro".
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Deflação e recessão????
C
C
opom corta Selic em 0,5 ponto, para 8% ao ano
Por Moniza Izaguirre e Murilo Alves | Valor
Atualizada às 21h02 BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco central (BC), cortou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 8% ao ano. A decisão foi tomada nesta-quarta-feira, em meio a uma expectativa do mercado quase unânime quanto ao tamanho do corte.
Comunicado divulgado após a reunião diz que "o Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária".
Leia também:
Com Selic a 8%, poupança rende 0,4551% ao mês mais TR
A decisão foi unânime. Votaram pela redução da taxa Selic para 8% os seguintes membros do Copom: Alexandre Antonio Tombini, Presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
A inflação em queda, a pioria de indicadores da indústria e do comércio e o incerto cenário mundial, que também é de desaceleração econômica, explicam por que o mercado já esperava um novo corte.
A expectativa pelo corte de 0,5 ponto percentual estava ancorada na ata da reunião anterior do Copom e no último relatório trimestral de inflação, em que a autoridade monetária defendeu que o processo de flexibilização monetária deveria ser conduzido com parcimônia, porque cortes anteriores na taxa básica de juros ainda não produziram todo o seu efeito potencial sobre a economia.
A última edição da pesquisa Focus, feita pelo BC junto a uma centena de empresas e bancos, indica que o mercado acredita em mais um corte de meio ponto percentual em agosto. Esse seria o último do atual ciclo de afrouxamento. Portanto, a Selic se estabilizaria em 7,5% ao ano.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Dani Rodrik sempre é polêmico...
http://www.project-syndicate.org/commen ... e--winners
CAMBRIDGE - A economia mundial enfrenta uma considerável incerteza a curto prazo. Será que a zona do euro conseguem resolver seus problemas e evitar uma separação? Será que os Estados Unidos projetar um caminho para a retomada do crescimento? Será que a China encontrar uma maneira de reverter a sua desaceleração econômica?
As respostas a estas perguntas vai determinar como a economia mundial evolui ao longo dos próximos anos. Mas, independentemente da forma como esses desafios imediatos sejam resolvidos, é claro que a economia mundial está entrando em uma fase difícil a longo prazo novo, bem - que será substancialmente menos hospitaleiro para o crescimento económico do que qualquer outro período, possivelmente, desde o final do Mundial War II.
Comentários Independentemente de como eles lidam com suas dificuldades atuais, Europa e América vão surgir com a dívida elevada, baixas taxas de crescimento, e contenciosas política interna. Mesmo no melhor cenário, em que o euro permanece intacta, a Europa vai ter esbarrado com a árdua tarefa de reconstruir a sua união desgastado. E, os EUA, a polarização ideológica entre democratas e republicanos continuarão a paralisar a política econômica.
Comentários De fato, em praticamente todas as economias avançadas, altos níveis de desigualdade, tensões sobre a classe média, eo envelhecimento da população vai alimentar conflitos políticos em um contexto de desemprego e escassez de recursos fiscais. Como estas velhas democracias cada vez mais se voltar para dentro, eles se tornarão parceiros menos úteis internacionalmente - menos dispostos a sustentar o sistema de comércio multilateral e mais pronto para responder unilateralmente as políticas econômicas em outro lugar que eles percebem como prejudicial aos seus interesses.
Comentários Enquanto isso, os grandes mercados emergentes, como China, Índia e Brasil não são susceptíveis de preencher o vazio, como eles permanecerão empenhados em proteger sua soberania nacional e espaço de manobra. Como resultado, as possibilidades de cooperação global sobre questões económicas e outra vai recuar ainda mais.
Comentários Este é o tipo de ambiente global, que diminui o potencial de crescimento de cada país. A aposta segura é que não veremos um retorno ao tipo de crescimento que o mundo - especialmente no mundo em desenvolvimento - com experiência nas duas décadas anteriores à crise financeira. É um ambiente que irá produzir profundas disparidades no desempenho econômico em todo o mundo. Alguns países serão muito mais prejudicados do que outros.
Comentários Aqueles que fazem relativamente melhor que partilharão três características. Primeiro, eles não serão sobrecarregados por elevados níveis de dívida pública. Segundo, eles não vão ser excessivamente dependente da economia mundial, e seu motor de crescimento econômico será interna, em vez de externo. Finalmente, eles serão democracias robustas.
Comentários com baixa a níveis moderados de dívida pública é importante, porque os níveis de dívida que atingem 80-90% do PIB se tornar um empecilho grave no crescimento econômico. Eles imobilizar a política fiscal, levar a graves distorções no sistema financeiro, desencadear lutas políticas sobre tributação, e incitar caros conflitos distributivos. Governos preocupados com a redução da dívida não são susceptíveis de realizar os investimentos necessários para a mudança a longo prazo estrutural. Com poucas exceções (como a Austrália e Nova Zelândia), a grande maioria das economias avançadas do mundo estão ou estarão em breve nesta categoria.
Comentários Muitas economias emergentes, como Brasil e Turquia, conseguiram conter o crescimento da dívida pública, desta vez. Mas eles não impediram uma farra de empréstimos em seus setores privados. Uma vez que as dívidas privadas têm uma maneira de se transformar em passivos públicos, um fardo da dívida pública de baixa não pode, de fato, proporcionar a estes países com a almofada que eles pensam que têm.
Comentários Os países que dependem excessivamente nos mercados mundiais e finanças mundial para alimentar seu crescimento econômico também vai ficar em desvantagem. A economia mundial frágil não ser hospitaleiro para grandes devedores líquidos estrangeiros (ou grandes credores líquidos estrangeiros). Os países com grandes déficits em conta corrente (como a Turquia) permanecerá refém de sentimento do mercado arisco. Aqueles com grandes superávits (como a China) vai estar sob pressão crescente - incluindo a ameaça de retaliação - a conterem os seus mercantilistas políticas.
Comentários crescimento pela procura interna será uma estratégia mais confiável do crescimento liderado pelas exportações. Isso significa que os países com um grande mercado interno e uma classe média próspera terá uma vantagem importante.
Comentários Finalmente, as democracias vai fazer melhor, porque eles têm os mecanismos institucionalizados de gestão de conflitos que os regimes autoritários não têm. As democracias, como a Índia pode parecer, às vezes, se move muito lentamente e ser propenso a paralisia. Mas eles fornecem as arenas de consulta, cooperação e dar e receber entre opostos grupos sociais que são cruciais em momentos de turbulência e choques.
Comentários Na ausência de tais instituições, conflito distributivo pode facilmente se espalhar para os protestos, motins e desordem civil. Este é o lugar onde a democrática Índia e África do Sul tem a vantagem sobre a China ou a Rússia. Países que têm caído nas garras de líderes autocráticos - por exemplo, Argentina e Turquia - estão também cada vez mais em desvantagem.
Comentários Um importante indicador da magnitude dos desafios da nova economia global é que tão poucos países satisfazer os três requisitos. De fato, alguns dos mais espetaculares histórias de sucesso econômico do nosso tempo - da China em particular - não cumprir mais de um. Será um momento difícil para todos. Mas alguns - acho que o Brasil, Índia e Coréia do Sul - será em uma posição melhor do que o resto.
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CAMBRIDGE - A economia mundial enfrenta uma considerável incerteza a curto prazo. Será que a zona do euro conseguem resolver seus problemas e evitar uma separação? Será que os Estados Unidos projetar um caminho para a retomada do crescimento? Será que a China encontrar uma maneira de reverter a sua desaceleração econômica?
As respostas a estas perguntas vai determinar como a economia mundial evolui ao longo dos próximos anos. Mas, independentemente da forma como esses desafios imediatos sejam resolvidos, é claro que a economia mundial está entrando em uma fase difícil a longo prazo novo, bem - que será substancialmente menos hospitaleiro para o crescimento económico do que qualquer outro período, possivelmente, desde o final do Mundial War II.
Comentários Independentemente de como eles lidam com suas dificuldades atuais, Europa e América vão surgir com a dívida elevada, baixas taxas de crescimento, e contenciosas política interna. Mesmo no melhor cenário, em que o euro permanece intacta, a Europa vai ter esbarrado com a árdua tarefa de reconstruir a sua união desgastado. E, os EUA, a polarização ideológica entre democratas e republicanos continuarão a paralisar a política econômica.
Comentários De fato, em praticamente todas as economias avançadas, altos níveis de desigualdade, tensões sobre a classe média, eo envelhecimento da população vai alimentar conflitos políticos em um contexto de desemprego e escassez de recursos fiscais. Como estas velhas democracias cada vez mais se voltar para dentro, eles se tornarão parceiros menos úteis internacionalmente - menos dispostos a sustentar o sistema de comércio multilateral e mais pronto para responder unilateralmente as políticas econômicas em outro lugar que eles percebem como prejudicial aos seus interesses.
Comentários Enquanto isso, os grandes mercados emergentes, como China, Índia e Brasil não são susceptíveis de preencher o vazio, como eles permanecerão empenhados em proteger sua soberania nacional e espaço de manobra. Como resultado, as possibilidades de cooperação global sobre questões económicas e outra vai recuar ainda mais.
Comentários Este é o tipo de ambiente global, que diminui o potencial de crescimento de cada país. A aposta segura é que não veremos um retorno ao tipo de crescimento que o mundo - especialmente no mundo em desenvolvimento - com experiência nas duas décadas anteriores à crise financeira. É um ambiente que irá produzir profundas disparidades no desempenho econômico em todo o mundo. Alguns países serão muito mais prejudicados do que outros.
Comentários Aqueles que fazem relativamente melhor que partilharão três características. Primeiro, eles não serão sobrecarregados por elevados níveis de dívida pública. Segundo, eles não vão ser excessivamente dependente da economia mundial, e seu motor de crescimento econômico será interna, em vez de externo. Finalmente, eles serão democracias robustas.
Comentários com baixa a níveis moderados de dívida pública é importante, porque os níveis de dívida que atingem 80-90% do PIB se tornar um empecilho grave no crescimento econômico. Eles imobilizar a política fiscal, levar a graves distorções no sistema financeiro, desencadear lutas políticas sobre tributação, e incitar caros conflitos distributivos. Governos preocupados com a redução da dívida não são susceptíveis de realizar os investimentos necessários para a mudança a longo prazo estrutural. Com poucas exceções (como a Austrália e Nova Zelândia), a grande maioria das economias avançadas do mundo estão ou estarão em breve nesta categoria.
Comentários Muitas economias emergentes, como Brasil e Turquia, conseguiram conter o crescimento da dívida pública, desta vez. Mas eles não impediram uma farra de empréstimos em seus setores privados. Uma vez que as dívidas privadas têm uma maneira de se transformar em passivos públicos, um fardo da dívida pública de baixa não pode, de fato, proporcionar a estes países com a almofada que eles pensam que têm.
Comentários Os países que dependem excessivamente nos mercados mundiais e finanças mundial para alimentar seu crescimento econômico também vai ficar em desvantagem. A economia mundial frágil não ser hospitaleiro para grandes devedores líquidos estrangeiros (ou grandes credores líquidos estrangeiros). Os países com grandes déficits em conta corrente (como a Turquia) permanecerá refém de sentimento do mercado arisco. Aqueles com grandes superávits (como a China) vai estar sob pressão crescente - incluindo a ameaça de retaliação - a conterem os seus mercantilistas políticas.
Comentários crescimento pela procura interna será uma estratégia mais confiável do crescimento liderado pelas exportações. Isso significa que os países com um grande mercado interno e uma classe média próspera terá uma vantagem importante.
Comentários Finalmente, as democracias vai fazer melhor, porque eles têm os mecanismos institucionalizados de gestão de conflitos que os regimes autoritários não têm. As democracias, como a Índia pode parecer, às vezes, se move muito lentamente e ser propenso a paralisia. Mas eles fornecem as arenas de consulta, cooperação e dar e receber entre opostos grupos sociais que são cruciais em momentos de turbulência e choques.
Comentários Na ausência de tais instituições, conflito distributivo pode facilmente se espalhar para os protestos, motins e desordem civil. Este é o lugar onde a democrática Índia e África do Sul tem a vantagem sobre a China ou a Rússia. Países que têm caído nas garras de líderes autocráticos - por exemplo, Argentina e Turquia - estão também cada vez mais em desvantagem.
Comentários Um importante indicador da magnitude dos desafios da nova economia global é que tão poucos países satisfazer os três requisitos. De fato, alguns dos mais espetaculares histórias de sucesso econômico do nosso tempo - da China em particular - não cumprir mais de um. Será um momento difícil para todos. Mas alguns - acho que o Brasil, Índia e Coréia do Sul - será em uma posição melhor do que o resto.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Sem empregos de qualidade que paguem salários condizentes vai ser complicado...o governo mira nos empregos agora, mas se esquece da qualidade, parece ser Karma vide educação, saúde etcLeandroGCard escreveu:O problema específico da agricultura é que a pesquisa é feita em apenas uns poucos centros (a Embrapa e algumas empresas de sementes e coisas assim), e isso já é suficiente para atender a todas as unidades produtivas (as plantações), nas quais não se pesquisa praticamente nada. Então a quantidade de empregos altamente especializados criada é mínima, o que se usa mesmo são peões dirigindo tratores e bóias-frias, todos com salários baixíssimos.marcelo l. escreveu:Ora, e os "serviços pré e pós agricultura"? Não contam? A agricultura também exige empregos muito qualificados na pesquisa e a comercialização também não é a coisa mais simples. E por que os os "serviços pré e pós serviços" não valem?
Já na indústria a pesquisa, o desenvolvimento de novos produtos, o marketing e etc. é tudo feito em cada empresa, gerando uma quantidade muitíssimo maior de vagas para pessoal especializado. E os serviços providos por este pessoal são de altíssima produtividade, um único projeto de produto, campanha de promoção ou novo desenho de embalagem pode gerar dezenas ou centenas de milhões a mais em vendas.
E antes que alguém fale nos "agregados" da agricultura, como implementos agrícolas, adubos/defensivos e processamento de alimentos, estes estão incluídos nas categorias industriais (mecânica, química e alimentícia respectivamente), e não na agricultura em si, que envolve apenas o que acontece "da porteira para dentro".
Leandro G. Card
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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