MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2866 Mensagem por marcelo l. » Qui Jul 05, 2012 1:09 pm

Ipea vê estouro em prazo de obra em aeroportos
Autor(es): GLAUBER GONÇALVES
O Estado de S. Paulo - 05/07/2012



Lentidão do governo no cumprimento dos trâmites de concessão coloca em risco conclusão a tempo para a Copa do Mundo, diz diretor do instituto


Depois de leiloar os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília num processo a toque de caixa, o governo agora coloca em risco a conclusão das obras a tempo para a Copa do Mundo de 2014 por causa da lentidão do cumprimento dos trâmites da concessão.

Depois de uma demora de cerca de 20 dias na assinatura do contrato, os consórcios vencedores começam a se preocupar com a emissão da ordem de serviços, que ainda não ocorreu, embora o prazo ainda não tenha expirado.

Em palestra ontem à tarde no Senado, o coordenador de Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos Neto, disse ver "grande chance" de as obras mais expressivas, como as de terminais de passageiros, não ficarem prontas a tempo, por causa do cronograma apertado. "Pela exiguidade dos prazos, é real a possibilidade de que os terminais de passageiros previstos para os três aeroportos não fiquem prontos a tempo de atender ao evento de 2014", avaliou Campos Neto, na apresentação.

Com a demora das etapas do processo de concessão, as concessionárias veem diminuir o tempo para realizar as obras. Embora a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tenha até 30 dias para emitir a ordem de serviços, uma fonte ligada a um dos consórcios reclamou que, por causa da urgência dos trabalhos de construção civil, a autarquia não precisaria levar todo esse tempo.

Esse passo é importante, porque, a partir daí, começam a contar os dez dias para que as concessionárias entreguem à Anac o Plano de Transferência Operacional (PTO) dos aeroportos. Até ontem, a ordem não havia sido emitida, informou a Anac.

Enquanto isso, as concessionárias se adiantam para compensar a perda de tempo. A Invepar ACSA, que arrematou o aeroporto de Guarulhos, já entregou o PTO à Anac, antes mesmo da abertura oficial do prazo para o recebimento do documento, informou a empresa. A concessionária Inframérica, vencedora do leilão de Brasília, diz que está com o plano pronto, só esperando a ordem de serviços.

Na avaliação de Campos Neto, com o estreitamento do cronograma, contratempos podem atrapalhar o andamento das obras. "Qualquer coisa que aconteça nesse ínterim, os prazos não serão cumpridos", diz, citando, como exemplo de imprevisto, uma eventual greve dos funcionários.

Ele alerta, ainda, para o risco de as concessionárias entregarem o projeto básico das obras às pressas e "de qualquer jeito" para cumprir os prazos. "Pode-se aprovar um projeto básico malfeito e ir ajustando ao longo do tempo", comentou.

Oficialmente, Invepar ACSA e Inframérica dizem que o andamento do processo de concessão está de acordo com o previsto. No entanto, as duas concessionárias e a Aeroportos Brasil, que levou o aeroporto de Campinas, afirmaram, na época da assinatura dos contratos, que iriam começar a "trabalhar imediatamente" alegando a necessidade de realização de obras emergenciais./ COLABORARAM CÉLIA FROUFE E ANNE WARTH

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2867 Mensagem por Clermont » Sex Jul 06, 2012 8:14 am

Custo Lula (2)

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo - 6.07.12.

Uma das broncas do então presidente Lula com a Vale estava no assunto siderúrgicas. A companhia brasileira deveria progredir da condição de mero fornecedor de minério de ferro para produtor de aço, tal era o desejo de Lula.

Quando lhe argumentavam que havia um problema de custo para investir no Brasil — e não apenas em siderúrgicas — o ex-presidente apelava para o patriotismo. As empresas privadas nacionais teriam a obrigação de fabricar no Brasil.

Por causa da bronca presidencial ou por erros próprios, o fato é que a Vale está envolvida em três grandes siderúrgicas — ou três imensos problemas — conforme mostra em detalhes uma reportagem de Ivo Ribeiro e Vera Saavedra Durão, no “Valor” de ontem.

Em Marabá, no Pará, o projeto da planta Alpa está parado, à espera da construção de um porto e de uma via fluvial, obrigação dos governos federal e estadual, e que está longe de começar.

No Espírito Santo, o projeto Ubu também fica no papel enquanto a Vale espera um cada vez mais improvável sócio estrangeiro.

Finalmente, o projeto de Pecém, no Ceará, está quase saindo do papel, mas ao dobro do custo original.

E quer saber? Seria melhor mesmo que não saísse. Acontece que há um excesso de oferta de aço no mundo e, mais importante, os custos brasileiros de instalação das usinas e de produção são os mais altos do mundo.

Não, a culpa não é só do dólar nem dos chineses. Estes fazem o aço mais barato do planeta, com seus métodos tradicionais. Mas o aço brasileiro sai mais caro do que nos EUA, Alemanha, Rússia e Turquia, conforme um estudo da consultoria Booz.

A culpa nossa é velha: carga e sistema tributário (paga-se imposto caro até durante a construção da usina, antes de faturar o primeiro centavo), burocracia infernal e custosa, inclusive na disputa judicial de questões tributárias e trabalhistas, e custo da mão de obra.

Dados do economista Alexandre Schwartsman mostram que os salários estão subindo no Brasil na faixa de 11 a 12% anuais. A produtividade, estimado 1,5%. Ou seja, aumenta o custo efetivo do trabalho, e mais ainda pela baixa qualificação da mão de obra.

Jorge Gerdau Johanpeter, eterno batalhador dessas questões, mostra que a unidade de trabalho por tonelada de aço é mais cara no Brasil do que nos EUA.

Não há patriotismo que resolva. Mas uma boa ação governamental ajudaria. Reparem: todos os problemas dependem de ação política e, especialmente, da liderança do presidente da República. Trata-se de reformas tributária e trabalhista, medidas legais para arejar o ambiente de negócios, simplificar o sistema de licenças ambientais, reforma do Judiciário e por aí vai, sem contar com um impulso na educação.

Se isso não anda, é falha de governo, não do mercado. A crise global é a mesma para todo mundo, mas afeta os países diferentemente, conforme suas condições locais.

O Brasil precisaria turbinar os investimentos, mas não há como fazer isso num ambiente tão desfavorável e tão custoso. O governo cai então no estímulo ao consumo e no protecionismo para barrar e/ou encarecer os produtos estrangeiros. De novo, não conseguindo reduzir o custo Brasil, aumenta o custo mundo.

A situação é ainda mais grave no lado dos investimentos públicos. Uma das obras de propaganda de Lula era a Ferrovia Norte-Sul, tocada pela estatal Valec. Pois o Tribunal de Contas da União verificou que o dormente ali saía por R$ 300, enquanto na Transnordestina, negócio privado, ficava por R$ 220.

O atual presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, nomeado há um ano, depois das demissões por denúncias de corrupção, conta ainda que vai comprar a tonelada de trilho por R$ 2 mil, contra o preço absurdo de R$ 3 mil da gestão anterior, que vinha lá do governo Lula.

Claro que um presidente da República não pode saber quanto custa uma tonelada de trilho, muito menos o preço de um dormente. Nem pode acompanhar as licitações. Mas o ritmo “vamo-que-vamo” imposto pelo ex-presidente, junto com o loteamento político das estatais, criou o ambiente para os malfeitos e, mais importante, porque mais caro, para os enormes equívocos na gestão dos projetos.

O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, general Jorge Fraxe, também nomeado por Dilma para colocar ordem na casa, conta que encontrou contratos de obras no valor de R$ 15 bilhões — ou “15 bilhões de problemas”.

Quando o mundo vai bem, todos crescendo, ninguém repara. Quando a coisa aperta, aí se vê o quanto não foi feito ou foi feito errado.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2868 Mensagem por Marechal-do-ar » Sex Jul 06, 2012 8:36 am

Clermont escreveu:A culpa nossa é velha: carga e sistema tributário (paga-se imposto caro até durante a construção da usina, antes de faturar o primeiro centavo), burocracia infernal e custosa, inclusive na disputa judicial de questões tributárias e trabalhistas, e custo da mão de obra.
Resolver tudo parece tão simples...

Não, não é só impostos e mão de obra cara, a siderurgia enfrenta uma montanha de interesses em que é impossível deixar todo mundo feliz, para realmente fazer a siderurgia andar o governo teria que brigar com muita gente, inclusive alguns beneficiados por governos anteriores que não vão querer largar o osso.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2869 Mensagem por Mathias » Sex Jul 06, 2012 11:17 pm

Está ficando difícil falar mal do BC

06/07/12

por Thais Herédia

Mais uma surpresa. A inflação de junho veio baixa, baixinha, menor do que o mercado esperava. O IPCA do mês passado, calculado e divulgado pelo IBGE, foi de 0,08%; a média das expectativas era de 0,15%.

A responsabilidade pelo resultado está dividida entre quatro atores principais: as ações do BC, as medidas do governo, via Ministério da Fazenda, o preço das commodities no mercado internacional e a crise externa.

Assim, em cima do acontecimento, fica difícil medir o peso exato de cada um deles no comportamento da inflação. Mas é possível tentar. O banco Credit Suisse, num estudo divulgado a clientes, coloca a redução dos preços dos produtos que exportamos, as commodities, em primeiro da lista.

Para o banco suíço, a crise externa, que está levando o mundo para um crescimento mais baixo nos quatro cantos do planeta, também tem contribuição mais importante que a política de juros e os estimulos do governo brasileiro. Crescendo menos, consome-se menos, produz-se menos, os preços caem, lógica básica da economia.

O próprio BC reconheceu, no último relatório trimestral de inflação, que o peso das políticas adotadas em casa pode ser menor no curto prazo. A justificativa é uma defasagem natural no efeito das medidas na economia real. Quando reduz um imposto, como fez com o IPI pelos carros – apontado como motor da queda da inflação em junho – até que o imposto menor gere queda nos preços dos produtos, pode levar tempo. No caso específico dos carros, o efeito foi mais rápido porque as fábricas estavam com pátios lotados, era preciso desovar os estoques.

A mesma coisa com os juros, que podem levar de 6 a 9 meses para chegar na “vida real”. O BC vem baixando os juros desde agosto do ano passado. E vai continuar fazendo isso, já que a economia não reage e pode crescer menos de 2% esse ano. Ao ver a inflação se comportando como quer, o BC corre menos riscos para cumprir a meta deste ano e reafirma seus diagnósticos sobre o que está acontecendo no quartel de Abrantes, que já não está como antes.

Depois da chuvarada de críticas e questionamentos, o BC tem ouvido menos ruído e reclamações. Aos poucos o mercado anda convergindo com a visão de Alexandre Tombini, presidente do BC. Podem até continuar não gostando dele ou discordando de sua estratégia. Mas vai ficar mais difícil falar mal do BC de Dilma Rousseff se ele terminar 2012 com a inflação controlada e os juros mais baixos da história do Brasil.

http://g1.globo.com/platb/thaisheredia/ ... mal-do-bc/




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2870 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 07, 2012 4:10 am

E no final mesmo que o PIB venha baixo, juros baixos e inflação controlada terão valido a pena.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2871 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jul 07, 2012 4:43 am

O problema Sterrius, é que os "juros baixo e inflação controlada" são efeitos do PIB baixo...

EDIT: A propósito, a frase na minha assinatura foi produzida durante o governo do FHC por um desconhecido e se aplica perfeitamente a atual situação.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2872 Mensagem por Grifon » Sáb Jul 07, 2012 10:04 am

Governo costura plano para baixar conta de luz

O governo federal deve enviar ao Congresso duas novas medidas para reduzir o custo da energia elétrica no país.

Uma delas terá efeito no curto prazo: retirar encargos da tarifa. A outra, de médio prazo, visa exigir preço mais baixo na renovação das concessões das distribuidoras, transmissoras e geradoras, que vencem até 2015.

A avaliação do governo é que o custo da energia é um dos principais entraves à competitividade da indústria e desestimula investimentos.

Setores que usam muita energia, como o de alumínio, têm cogitado transferir a produção para o Paraguai, o que o governo quer evitar.

Em reunião recente com empresários, Dilma disse, diante de ministros da área econômica, que tinha pressa e orientou sua equipe a formatar uma proposta o mais rápido possível.

A parte técnica está praticamente fechada e deve ser submetida à presidente na próxima semana.

A indústria esperava que as mudanças chegassem ao Congresso antes do dia 17, início do recesso, mas o prazo pode ser estendido.

Imagem

CORTANDO ENCARGOS

Um problema é que o governo não tem poder sobre o tributo que mais onera a conta de luz, o ICMS, de competência estadual e responsável por cerca de 20% do custo.

A arma que resta no momento à presidente é alterar os encargos, uma de suas promessas de campanha.

Hoje, os 11 encargos representam mais de 8% dos R$ 100 bilhões arrecadados anualmente pelo setor elétrico.

O governo quer mexer em pelo menos dois: a Conta de Consumo de Combustível, que subsidia a geração de energia em regiões isoladas do país, e a Conta de Desenvolvimento Energético, usada para bancar projetos estratégicos e de eletrificação rural. Juntos, os dois representam 5% da tarifa.

CONCESSÕES

Nas últimas semanas, o governo tem trabalhado no modelo de renovação das concessões. Pela lei em vigor, ao fim do contrato, as atuais concessionárias têm de vencer um novo leilão ou devolver os ativos à União.

O argumento do governo para propor a mudança e permitir a renovação, sob a condição de redução na tarifa, é que os investimentos já foram pagos, e a nova tarifa não precisa mais embutir a amortização desses custos.

Até 2015, 9 transmissoras, 47 distribuidoras e 67 geradoras terão os contratos expirados. A expectativa dos grandes consumidores industriais é que os projetos reduzam o preço da energia em até 12%.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/11 ... -luz.shtml




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2873 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jul 07, 2012 12:31 pm

Marechal-do-ar escreveu:O problema Sterrius, é que os "juros baixo e inflação controlada" são efeitos do PIB baixo...

EDIT: A propósito, a frase na minha assinatura foi produzida durante o governo do FHC por um desconhecido e se aplica perfeitamente a atual situação.
A frase da assinatura era verdadeira na época, mas a mim me parece que a situação agora não é exatamente a mesma.

Durante o governo FHC havia a crença declarada de que o combate à inflação valia todo e qualquer esforço, inclusive a manutenção da economia brasileira em condições de estagnação ad-eternum. Isto porque a derrubada da hiperinflação era praticamente a única coisa positiva de quer aquele governo podia se apropriar como realização sua (embora não o fosse) e ele não podia abrir mão do cacife político que advinha daí pela lembrança ainda forte do que se passava nos anos anteriores. Pior ainda, a ferramenta escolhida para frear o crescimento da economia foi a elevação dos juros básicos às mesmas alturas da época da hiperinflação, mesmo com a inflação em níveis bem mais moderados. Nossos netos ainda vão estar pagando o custo desta estupidez muito depois de termos todos partido desta para uma melhor.

Mas hoje a situação é diferente. Em termos gerais a economia brasileira não está fora dos trilhos, não existe o perigo de bolhas importantes, o setor bancário é sólido, as contas do governo não são tão boas como poderiam ser mas não estão descontroladas (ainda temos um superavit positivo razoável), o emprego segue em patamares adequados e as vendas no comércio ainda sobem. O que está realmente amarrando nossa economia é o fraco desempenho da indústria, e finalmente após décadass de caos econômico e mentiras deslavadas está claro para todo mundo, dentro e fora do governo, que a causa da "anemia" deste setor é o muito conhecido "custo-Brasil".

Então agora o foco da discursão finalmente está voltado para o que realmente precisamos fazer, as reformas que necessitamos desde o regime militar e que até agora ninguém teve a iniciativa de levar adiante. Aos poucos (ainda muito lentamente por enquanto) o governo está começando a tomar ações no sentido de minimizar nossas agora reconhecidas deficiências, e isso me dá um pouco de esperança com relação ao futuro, pelo menos no médio prazo.


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2874 Mensagem por Bourne » Sáb Jul 07, 2012 1:20 pm

Esse ano com juros menores do BC e mercado, câmbio começando a se tornar favorável, maiores recursos do BNDES e políticas de estimulo de curto prazo o país não deve ultrapassar a casa de 2% de crescimento. Sendo otimista. Vi gente falando na casa de 1%. Sem as reformas estruturais é isso aí.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2875 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jul 07, 2012 1:29 pm

Bourne escreveu:Esse ano com juros menores do BC e mercado, câmbio começando a se tornar favorável, maiores recursos do BNDES e políticas de estimulo de curto prazo o país não deve ultrapassar a casa de 2% de crescimento. Sendo otimista. Vi gente falando na casa de 1%. Sem as reformas estruturais é isso aí.
Embora eu até acredite em alguma melhoria no segundo semestre também acho que este ano vamos crescer até menos do que no ano passado.

Ou seja, agora a questão é focar nas reformas (o que já deveria ter sido feito há muito tempo), ou ficar cada vez mais para trás até mesmo dos nossos próprios vizinhos na AL. Não existem mais receitas milagrosas possíveis, e nem mesmo nosso enorme tamanho e imensos recursos naturais vão mais nos ajudar, ou viramos um país sério ou pagaremos o preço da nossa própria lerdeza e estupidez. Mas veja pelo lado bom, a solução dos nossos problemas está nas nossas próprias mãos, e isso é mais do que a grande maioria dos países do mundo pode dizer 8-] .


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2876 Mensagem por Marechal-do-ar » Sáb Jul 07, 2012 7:27 pm

Grifon escreveu:Até 2015, 9 transmissoras, 47 distribuidoras e 67 geradoras terão os contratos expirados. A expectativa dos grandes consumidores industriais é que os projetos reduzam o preço da energia em até 12%.
A energia está ao menos 3 vezes mais cara do que deveria e tudo o que o governo consegue é 12%?
LeandroGCard escreveu:A frase da assinatura era verdadeira na época, mas a mim me parece que a situação agora não é exatamente a mesma.
Nos últimos 10 anos o PIB cresceu menos do que a força de trabalho, do que outros países ou do que qualquer métrica relevante, a indústria não expande sua capacidade, tudo o que é sólido aqui (bancos) é sólido porque o governo garante a eles lucros astronômicos, futuro? Engenheiros brasileiros desempregados e empresas brasileiras buscando engenheiros no exterior devido ao baixo nível de algumas universidades.

Pra mim o nome disso é estagnação.

O governo está tentando mudar? Sim, de forma tímida como na medida do primeiro quote mas nesse rítimo o PIB vai continuar crescendo pouco, sem as reformas que o Bourne fala o "estagnação" continua la.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2877 Mensagem por marcelo l. » Sáb Jul 07, 2012 10:15 pm

Marechal-do-ar escreveu:
Grifon escreveu:Até 2015, 9 transmissoras, 47 distribuidoras e 67 geradoras terão os contratos expirados. A expectativa dos grandes consumidores industriais é que os projetos reduzam o preço da energia em até 12%.
A energia está ao menos 3 vezes mais cara do que deveria e tudo o que o governo consegue é 12%?
LeandroGCard escreveu:A frase da assinatura era verdadeira na época, mas a mim me parece que a situação agora não é exatamente a mesma.
Nos últimos 10 anos o PIB cresceu menos do que a força de trabalho, do que outros países ou do que qualquer métrica relevante, a indústria não expande sua capacidade, tudo o que é sólido aqui (bancos) é sólido porque o governo garante a eles lucros astronômicos, futuro? Engenheiros brasileiros desempregados e empresas brasileiras buscando engenheiros no exterior devido ao baixo nível de algumas universidades.

Pra mim o nome disso é estagnação.

O governo está tentando mudar? Sim, de forma tímida como na medida do primeiro quote mas nesse rítimo o PIB vai continuar crescendo pouco, sem as reformas que o Bourne fala o "estagnação" continua la.
Se der apenas 12%, o governo vai ter que explicar muito bem, por que os ativos já foram amortizados e a taxa de retorno na época dos leilões foram altas por causa dos riscos.

Mas, no Brasil ainda vai ter gente agradecendo.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2878 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jul 08, 2012 11:03 am

Não precisa ser nenhum gênio para perceber alguns dos motívos que impedem o país de atingir o seu verdadeiro potencial de crescimento:
Governo tem R$ 59 bilhões para investir, mas não consegue gastar
Recursos foram 'empenhados', mas não 'liquidados' e 'pagos' porque o investimento não foi realizado; montante triplicou desde 2007

08 de julho de 2012
RAQUEL LANDIM - O Estado de S.Paulo


O governo federal já acumula em caixa R$ 59 bilhões para investimentos públicos, que não conseguiu gastar. Esse valor é referente a obras previstas nos orçamentos anuais da União que não saíram do papel. Os recursos foram "empenhados", mas não "liquidados" e "pagos" porque o investimento ainda não foi realizado. No jargão técnico, são os chamados restos a pagar.


O montante triplicou desde 2007, quando foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Naquele ano, estava em R$ 19 bilhões, conforme levantamento do economista Mansueto de Almeida com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Esses valores são só restos a pagar comprometidos com investimentos, e não incluem os de custeio das despesas do Estado.

Boa parte desse dinheiro fica no caixa do governo por vários anos seguidos. Em janeiro, o volume de recursos "reinscritos" - que já vinha de anos anteriores a 2011 - somava expressivos R$ 20,7 bilhões.

Em 2007, eram apenas R$ 1,84 bilhão - ou seja, multiplicaram por dez em seis anos. "Os valores sugerem que as previsões de investimento são infladas e não se transformam em obras efetivas. Estão acima da capacidade de execução do governo", disse Almeida.

Falta de eficiência. A falta de eficiência da máquina pública e a complexidade do processo são as principais razões da incapacidade de realizar obras. Os problemas começam nas licitações, que muitas vezes são questionadas na Justiça, passam pela dificuldade de obter licenças ambientais, autorizações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), e chegam até a paralisações de obras pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades.

De acordo com Francisco Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, um relatório do Banco Mundial apontou que, entre o governo brasileiro tomar a decisão de realizar um grande investimento e a obra efetivamente começar, demora, em média, três anos e dois meses. "O Brasil não tem o hábito de investir há muito tempo."

Os restos a pagar começaram a crescer nos anos 2000 por conta do contingenciamento que o País era obrigado a fazer para cumprir as metas fiscais acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O ajuste era feito na "boca do caixa", cortando investimentos para cobrir despesas de custeio. Na época, não havia espaço fiscal para mais investimentos.

Com o "boom" das commodities e o crescimento do mercado interno, a economia brasileira cresceu, elevando a arrecadação. O problema agora não é falta de dinheiro - embora, mesmo que conseguisse, o governo não poderia gastar os R$ 59 bilhões acumulados ao longo dos anos ao mesmo tempo, porque comprometeria a meta de superávit primário. Mas poderia elevar os investimentos em R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões no ano sem problemas. Também não falta foco, já que a equipe econômica identificou que elevar os investimentos é o caminho para o crescimento sustentável. Segundo os analistas, a questão é a capacidade gerencial.

"A partir do PAC, houve um esforço estruturado para investir mais, mas a máquina não consegue dar conta", diz Claudio Frischtak, sócio da consultoria InterB. Após o fim do ajuste na "boca do caixa", a execução do investimento público melhorou, mas ainda está longe do ideal. Em 2004, o governo executou apenas 26,3% dos investimentos previstos. Em 2011, esse porcentual estava em 43,3%.

Faxina. Na administração Dilma, outra questão aumentou ainda mais a dificuldade de investir. A "faxina" promovida pela presidente para combater a corrupção em alguns ministérios teve o efeito colateral negativo de desorganizar a administração pública e travar os investimentos. No ano passado, esse efeito ajudou a conter a inflação e era discretamente comemorado no governo. Hoje a paralisia dos investimentos atrapalha a recuperação da economia.

No primeiro semestre do ano, o governo desembolsou R$ 18,9 bilhões para investimentos, apenas 2,1% acima dos R$ 18,5 bilhões do mesmo período de 2011, mas ainda inferior ao primeiro semestre de 2010, conforme o Contas Abertas. Dilma tem feito um esforço para reduzir os restos a pagar, que responderam por 74% do total investido. O problema é que isso acaba comprometendo o orçamento e cria uma "bola de neve". Procurado, o Tesouro não deu entrevista.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2879 Mensagem por NettoBR » Dom Jul 08, 2012 11:33 am

LeandroGCard escreveu:Não precisa ser nenhum gênio para perceber alguns dos motívos que impedem o país de atingir o seu verdadeiro potencial de crescimento:
Governo tem R$ 59 bilhões para investir, mas não consegue gastar
Recursos foram 'empenhados', mas não 'liquidados' e 'pagos' porque o investimento não foi realizado; montante triplicou desde 2007
Quando não é falta de recursos, cai na burocracia e no jogo de mamatas. :evil:

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"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#2880 Mensagem por marcelo l. » Dom Jul 08, 2012 12:37 pm

restos a pagar é uma conta enganosa, tem que abrir a conta e ver o que está discriminado nem sempre a culpa é da burocracia.

http://mansueto.wordpress.com/2012/01/1 ... agar-2012/




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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