EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Ricardo Rosa
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2791 Mensagem por Ricardo Rosa » Qui Jul 05, 2012 3:13 pm

henriquejr escreveu:Acho que o que deveria estar sendo discutido seria uma comparação entre as torres CT-CV e a Cockeril MK8, que vão equipar as nossas VBTP-MR, e não se o termo correto é torre ou torreta, pra mim isso é irrelevante!
Boa tarde a todos,

Bem, acho que essa discussão também faz parte do contexto.

Abraços.




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2792 Mensagem por Clermont » Qui Jul 05, 2012 5:18 pm

henriquejr escreveu: (...) e não se o termo correto é torre ou torreta (...)
Torre, torreta, ou torrinha!

Não esqueça a "torrinha", ela também está no páreo.

8-]




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2793 Mensagem por Clermont » Qui Jul 05, 2012 5:29 pm

Mas, terminologias à parte, alguém sabe se o Corpo de Fuzileiros Navais já publicou alguma análise comparativa entre o desempenho qualquer-terreno entre o Piranha IIIC e o Kûrassier?

Talvez fosse interessante ler uma análise assim, já que é a única força que utiliza blindados de classes semelhantes, sendo um 8x8 e outro sobre lagartas.




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2794 Mensagem por Túlio » Qui Jul 05, 2012 7:47 pm

Bueno, editei e ampliei DE NOVO o projeto de artigo para possibilitar a comparação mais direta entre as duas torres. Aliás, decidi qual nome usar (torre ao invés de torreta) simplesmente consultando o Site do C I Bld, pois o termo que usam é este, torre. Assim como atualmente uso o termo CC ao invés de MBT, tento seguir as nomenclaturas militares Brasileiras. Só não sei ainda que sigla terá a VTR de reconhecimento com torre, será VBR-SR? Bem, vamos ao super trunf...errr...debate.




TORRES PARA A VERSÃO DE RECONHECIMENTO DO BLINDADO GUARANI


Por Túlio Ricardo Moreira


Muito se tem falado sobre as possíveis torres e peças principais que seriam aplicadas a uma possível versão de reconhecimento do blindado Iveco Guarani. As duas mais citadas têm sido a LCTS 90 e a CT-CV 105, ambas da Cockerill Maintenance & Ingénierie (CMI) belga e parece interessante analisá-las, tendo em mente que o Exército Brasileiro aparentemente está mais inclinado a manter a configuração 6 x 6 em todas as versões e na VBR-SR(1) uma torre com arma de 90 mm. Mas, de qualquer modo, e para fins instrutivos, vamos a elas:


1 - TORRE CT-CV 105


Imagem

A torre biplace em si é totalmente estabilizada, permitindo fogo preciso em movimento, sendo sua peça principal o CT Gun 105, arma de raiamento progressivo (novidade para peças 105 montadas em veículos de combate e que aumenta a velocidade inicial do projétil sem perda de precisão) e apta a disparar qualquer munição padrão OTAN no calibre, embora seu melhor desempenho seja com munição especificamente desenvolvida, como a APFSDS-T MECAR M1060CV, cujo desempenho com a arma é inegavelmente impressionante, atingindo o penetrador de 3,31 kg a velocidade inicial de 1620 m/s (para comparação, o penetrador da munição DM-53 do Leopard 2A6/7, com peça 120 L/55, é de cerca de 5 kg para cerca de 1.750 m/s, na prática entregando uma energia cinética de pouco mais de 7,65 MJ(2)), ou seja, impacto inicial de 4,34 MJ, mais poderoso que o maior possível de ser produzido pelas peças L7/M68 dos nossos M-60A3TTS e Leopard 1A5. O interessante é que, dada a baixa taxa de desaceleração desse tipo de projétil, na prática um alvo a 2000 m (distância na qual se alega capacidade de penetração de aproximadamente 560 mm de RHAe(3) a 60°. Apenas para demonstração, citamos que o CC mais poderoso da América do Sul é o Leopard 2A4 do Exército do Chile, cuja blindagem frontal na torre é descrita como equivalente a 690 mm de RHAe mas cuja inclinação é bem menos aguda que 60º o que, em tese, o tornaria vulnerável a esse conjunto arma/munição e isso a 2 km) seria atingido pouco mais de um segundo após o disparo, ou seja, quase sem ou mesmo sem chance de reação.

Imagem

A torre pesa, em condição leve (sem munição nem blindagens adicionais, as quais está apta a receber), principalmente para transporte aéreo na viatura sobre a qual estiver instalada, cerca de 4 toneladas. A munição consiste em até 16 tiros prontos (a capacidade de munição adicional dependerá do espaço disponível no veículo onde será instalada), alimentados por carregador automático à peça principal, capaz de cadência de seis a oito disparos por minuto. Tanto o giro da torre quanto o rebaixamento (-10º) e elevação da peça principal (impressionantes + 42º, mais que o dobro da maioria das peças deste calibre, o que proporciona funcionalidades adicionais, como tiro indireto e muito melhores capacidades para combate em regiões montanhosas e ambientes urbanos). Outra característica é a possibilidade de emprego do míssil anticarro Gun Launched Anti-Tank Guided Missile (GLATGM) Falarick 105, desenvolvido em conjunto com a estatal Kyiv Design Bureau “Luch”, da Ucrânia. É um projétil guiado a laser e com duas ogivas HEAT(4) em tandem, alegadamente capaz de penetrar aproximadamente 800 mm de RHAe (após ultrapassar a ERA(5) ou blindagem equivalente) a até 5.000 m, com velocidade de cerca de 300 m/s (alto subsônico). Aliás, o uso deste míssil, transportado no depósito normal de tiros prontos e carregado normalmente pelo mesmo alimentador automático, quando associado à grande capacidade de elevação do tubo da peça principal permite mesmo atirar contra aeronaves (como helicópteros) com alta possibilidade de êxito.

Imagem

Os sistemas de pontaria tanto do comandante quando do atirador são dois displays idênticos para cada um, sendo um para visão diurna e outro para visão noturna. Um visor panorâmico proporciona ao comandante uma grande capacidade de detectar-atirar primeiro. A mira do atirador também é totalmente estabilizada e dotada de computador balístico e telêmetro laser para permitir fogo em movimento tanto diurno quanto noturno e inclusive contra alvos também em movimento. Aliás, a eletrônica é toda digital de última geração. O equipamento ainda pode ser acrescido de alerta-laser (para quando o veículo for "iluminado" por algum atirador inimigo), além de metralhadora coaxial e superior.

Foi dada uma especial atenção à segurança e conforto dos tripulantes, que ficam sentados em uma posição bem baixa na torre, obtendo a vantagem da proteção extra oferecida pelo casco blindado do carro. Ademais, a tripulação é separada da munição por uma parede blindada, havendo ainda um dispositivo que ejeta por detonação a parte superior do depósito de munições, minimizando os riscos em caso de impacto por ação inimiga.

A peça principal de 105 mm conta com cano de 53 calibres de comprimento (5.586 mm) com uma distância máxima de recuo de 580 mm, sendo a força máxima do mesmo inferior a 15 toneladas, graças à ajuda do compensador/freio de boca. A pressão interna suportada pela arma excede em cerca de 20% a dos tradicionais L7/M68 (notar que uma versão anterior da munição M1060, a Mk3, é usada pelo Striker 105 em sua peça M68-L/51, o que sugere que futuramente se possa desenvolver um cartucho ainda mais potente para o CT-CV, talvez com um penetrador mais pesado capaz de manter a mesma velocidade ou com o mesmo peso e mais veloz).

Imagem

Sobre a torre CT-CV 105 é singelamente informado pelo fabricante que é "indicada para veículos blindados leves e médios sobre rodas ou lagartas" sem menção a peso. É sintomático, no entanto, que todos os veículos sobre rodas que a empregam são 8 x 8, como o Piranha III e IV e Pandur II. O emprego desta torre em um possível carro Guarani 8 X 8 criaria uma situação algo inusitada em nosso Exército, já que ele teria um poder de fogo muito superior ao dos próprios Carros de Combate (CCs) sobre lagartas em uso (Leopard 1A5 e M-60TTS, ambos dotados de peça principal L7/M68). A ampla gama de munições usadas (além do Falarick 105):

Imagem




2 - TORRE LCTS 90


Imagem


Muitas das apresentações desta torre são similares ou mesmo iguais às da CT-CV, como ser biplace, estabilizada, modular, ter peça principal com carregamento automático (no caso da LCTS 90, este é um opcional, o que nos leva a especular sobre como seria se o carregamento automático não fosse selecionado, quem alimentaria a peça? Na torre original não parece haver espaço para um terceiro tripulante mas, como o automatismo no carregamento/recarregamento é opcional e a peça principal é menor, é possível que isso tenha sido providenciado), eletrônica digital com sensores de última geração, atuação eletromecânica tanto no giro quanto na elevação (ou seja, sem os perigosos sistemas hidráulicos usados em torres mais antigas) e rebaixamento do armamento, além da capacidade de proteção (integral contra munição perfurante calibre 7,62 mm; com blindagens modulares adicionais, ambas podem atingir o nível 5 das especificações da OTAN STANAG 4569 (como resistir a um impacto direto de munição 25mm APDS-T (M791) com velocidade de 1258 m/s disparada a 500 metros de distância ou a uma explosão de granada de artilharia de 155 mm a 25 m). Tendo sido desenvolvidas pela mesma empresa, sendo praticamente da mesma geração e para propósitos semelhantes, isso é bastante natural. Assim, nos concentremos nas diferenças, que residem principalmente na peça principal e munição disponível, além de a torre, principalmente por seu armamento, ser mais leve e, logicamente, mais barata.

Imagem

O comprimento da peça é de 4,365 mm, ou seja, 48,5 calibres, alma raiada. Atinge seu melhor desempenho anticarro com munição APFSDS M603 MECAR Kenerga 90/46, que dispara um penetrador de 1,73 kg com velocidade inicial de 1430 m/s, entregando assim uma energia cinética (KE) de aproximadamente 1,77 MJ sendo, de acordo com a empresa fabricante, capaz de penetrar cerca de 150 mm de RHAe a 2.000 m em ângulo de 60º. Os valores de elevação e rebaixamento da peça são outra grande diferença em relação à torre CT-CV, sendo de -9º a + 20º o que, mesmo assim, são muito bons para peças embarcadas em veículos blindados de reconhecimento e combate.

Imagem

Ainda segundo o fabricante, esta torre e sua arma são particularmente adequados ao emprego por viaturas com peso entre 10 e 20 toneladas, sendo vista tanto sobre veículos 6 x 6 como o Pandur quanto 8 x 8 como o Piranha IIIC. Outra característica que a diferencia é que não há míssil anticarro disponível para emprego diretamente na peça principal. Por outro lado, a LCTS 90 conduz um total de 37 cartuchos em seu interior, sendo 20 no compartimento blindado para emprego imediato e outras 17 estocadas em um compartimento inferior, dentro da própria torre, com a finalidade de agilizar a recarga.

Imagem




CONCLUSÃO


Ao nosso ver, a escolha da torre depende principalmente da decisão final do Exército Brasileiro em relação ao Programa Guarani: se for manter a configuração 6 x 6 mesmo em uma versão mais "brava", orientada ao reconhecimento e portanto mais exposta à possibilidade de engajar alvos "duros", é bastante provável que leve à adoção da LCST 90 ou alguma versão similar feita no Brasil com apoio belga; se partir para uma versão 8 x 8, a CT-CV 105 seria uma escolha excelente (embora mesmo na 8 x 8 possa ser usada a LCST 90) pelo seu poderio, sofisticação e mais amplo leque de opções, em que se destacam a muito maior capacidade de elevação da peça principal e a capacidade adicional (flexibilidade) proporcionada pelo míssil Falarick 105 (e possivelmente o LAHAT israelense que, mesmo não sendo biogival, tem cerca de 8.000 m de alcance).

Acrescentamos, não obstante, que ambas ao opções são moderníssimas e certamente cumprirão perfeitamente seu papel. A modularidade permite a escolha de outros sensores, comunicações e eletrônicos em geral, o que poderia aumentar a padronização da frota. Ainda sobre as torres, sua capacidade de giro fica em torno de 60º/s (para comparação, a do M-60A3TTS fica em cerca de 22,5ºs). Isso, combinado aos excelentes sistemas a bordo, proporciona uma rapidíssima capacidade de adquirir-priorizar-mirar-atirar-acertar, capacidade fundamental num TO(6) moderno e atual.

Nota: segundo a CMI, já estão avançadas as tratativas para repassar à IMBEL a tecnologia para a produção das munições da peça de 90 mm, ou seja, ao menos a princípio deverá ser esta a torre/peça a a ser usada na versão VBR-SR do Exército Brasileiro.

Imagem

(1) VBR-SR - Viatura Blindada de Reconhecimento - Sobre Rodas
(2) MJ - Megajoules
(3) RHAe - Rolled Homogeneous Armor equivalent - material metálico uniforme usado como medida para determinar a resistência de uma blindagem composta e a capacidade de penetração de um projétil.
(4) HEAT - High Explosive Anti Tank - Também conhecida como carga oca ou carga moldada, é uma munição que, quando detonada, dispara um plasma metálico incandescente contra o alvo.
(5) ERA - Explosive Reactive Armour ou "blindagem explosiva reativa", age explodindo ao ser atingida por munição e visa principalmente a HEAT, contrapondo uma chapa metálica de alta velocidade ao disparo da carga oca/moldada.
(6) TO - Teatro de Operações - Área onde se desenvolvem ações militares de combate.




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2795 Mensagem por papagaio » Qui Jul 05, 2012 8:41 pm

Atualização sobre assunto de Blindados:
Fonte - http://www.segurancaedefesa.com/Armoure ... zilRJ.html
4 de julho de 2012

Armoured Vehicles Brazil no Rio

Entre 27 e 29 de julho de 2012, o Rio de Janeiro sediou a edição 2002 da conhecida conferência internacional Armoured Vehicles, organizada pela empresa britânica IQPC.

• Mário Roberto Vaz Carneiro

O primeiro dia do evento (Focus Day) constou da Pré-Copnferência de MRO e Logística, e teve lugar no Palácio Marina Hotel, no bairro do Leblon. Os outros dois dias constaram de uma série de conferências realizadas no Hotal Sheraton, em São Conrado.

No dia 28 foram feitas as seguintes exposições: Armoured Vechicles in the Brazilian Army; Projects in Course and Perspectives” (General Eduardo Segundo Liberali Wizniewsky, Exército Brasileiro), “Land Equipment Projects of the Brazilian Army” (General Adalmir Manoel Domingues, EB), “Future Prospects and Development for Chilean Armoured Vehicles (General Mario Arteaga Velazquez, Ejército de Chile), “Armoured Vehicles for Latin America (General Dynamics European land Systems), “Industry Showcase: Iveco Defence Systems” (Iveco), Painel de Discussão sobre a Indústria Brasileira de Defesa na Área de Blindados, “British Armoured Vehicle Priorities for the Next Decade after the Withdrawal from Afghanistan” (General Justin Maciejewski, British Army) e “A Critical View of the Real Prospects for Increased Budget in 2012” (Nelson During).

No dia 29, os temas e conferencistas foram: “The Search for Further Blast Protection Vehicles for Use in Internal Operations” (General Ruben Alzate, Exército colombiano), “Industry Showcase: Iveco” (Iveco), “Establishing Superior Survivability – Ground Combat Vehicle Modernization in the US Army” (Comandante da Army Armour School, U. S. Army), “Electronic Architectures: Evolution, not Revolution” (Tom White), “Responding to Operational Needs and the Development of Malaysia’s Armoured Vehicle Fleet” (Dr. Yazin Ahmad), “The Rise of ST Kinetics’ Armoured Vechiles in Future Battlespaces (ST Kinetics), “The Korean Ministry of National Defence’s Development of Land Forces Capabilities” (Coronel Kim Lee), “A Growing Trend? Replacing the existing tracked AMX-10Ps with the 8x8 Véhicule Blindé de Combat d’1Infanterie (VBCI) and the 6x6 Scorpion Digitalization Programme” (Coronel Michel de Mesmay, Exército francês) e “Predicting the Future Shape of Chile’s Land Forces Development” (Prof. Roberto Duran).

As conferências foram todas de alto nível, e o destaque do primeiro dia foram as apresentações dos dois Generais brasileiros, que permitiram vislumbrar uma série de interessantes observações a respeito dos blindados brasileiros:

- dos 136 Leopard 1A1 existentes, 45 serão mantidos operacionais (três esquadrões de 13 mais seis em reserva). O processo de licitação está em andamento;

- Os M113 serão modernizados em dois padrões. Um lote de 208 VBTP M113B sofrerá manutenção de 4º escalão, com recompletamento dos componentes, sendo os serviços executados pela Brasília Motors Ltda. Trezentos e setenta e seis serão modernizados para o padrão M113A2 Mk.1, e serão conhecidos no Brasil com M113BR. Os serviços serão executados com mão de obra brasileira acompanhada por técnicos da BAE Systems, e o contrato é através do programa FMS (Foreign Military Sales);

- 14 viaturas de socorro VBE SOC M578 estão passando por manutenção geral, sem modernização;

- o EB está negociando com os EUA a aquisição de 36 obuseiros autopropulsados VBC OAP M109A5, de 155mm. Atualmente, o material está sendo selecionado, e a intenção é que sejam elevados ao padrão M109A5+ antes de serem incorporados;

- 28 exemplares do VBC CC M60A3 TTS serão mantidos operacionais, passando por desmontagem e aproveitamento de peças de parte da frota. Os serviços serão realizados por empresa civil, e o processo licitatório será implementado em breve;

- 60 exemplares das séries antigas do EE-11 Urutu sofrerão manutenção de 3º escalão, sem alteração no projeto original; os serviços já estão em andamento. Outras 275 unidades serão padronizadas para a versão M6; a licitação será lançada em breve;

- 409 EE-9 Cascavel serão padronizados até 2016;

- Quanto ao Guarani, foi dito que a produção anual será em torno de 100 unidades, com a fábrica tendo uma capacidade nominal de produzir até 114 por ano. Até o final de 2012 quinze exemplares ficarão prontos. O aço balístico por enquanto está sendo importado, mas uma empresa nacional já está desenvolvendo um produto semelhante, que se aprovado nos testes será então adotado.

Além das apresentações dos dois Generais do EB, foram também dignas de nota outras apresentações, como por exemplo a do General chileno Mario A. Velazquez e a do General Alzate, da Colômbia. Para ilustrar a capacidade de destruição que podem atingir os Artefatos Explosivos Improvisados, o segundo mostrou uma série de imagens de um EE-9 Cascavel que foi literalmente partido ao meio quando se deslocava a 50-60km/h numa estrada. Partes substanciais do veículo foram lançadas a 50m para trás e até 200m para a frente de sua posição original!

Ao longo das conferências, vários aspectos ficaram claros, entre eles o elevado grau de incerteza do Exército Britânico quanto ao seu futuro blindado de infantaria, bem como a preocupação — pode-se dizer que a nível mundial — em aumentar o grau de sobrevivência dos blindados (e, consequentemente, de seus ocupantes), principalmente em situações de combate assimétrico. Tudo leva a crer que o tema “blindados” necessita ser bem repensado, para que se definam com menos incerteza as linhas mestras do longo das quais o desenvolvimento de futuros veículos deve seguir.




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2796 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Qui Jul 05, 2012 10:49 pm

Túlio escreveu:
Bueno, editei e ampliei o projeto de artigo para possibilitar a comparação mais direta entre as duas torres. Aliás, decidi qual nome usar (torre ao invés de torreta) simplesmente consultando o Site do C I Bld, pois o termo que usam é este, torre. Assim como atualmente uso o termo CC ao invés de MBT, tento seguir as nomenclaturas militares Brasileiras. Só não sei ainda que sigla terá a VTR de reconhecimento com torre, será VBR-SR? Bem, vamos ao super trunf...errr...debate.




TORRES PARA A VERSÃO DE RECONHECIMENTO DO BLINDADO GUARANI


Por Túlio Ricardo Moreira


Muito se tem falado sobre as possíveis torres e peças principais que seriam aplicadas a uma possível versão de reconhecimento do Guarani. As duas mais citadas têm sido a LCTS 90 e a CT-CV 105, ambas belgas, e parece interessante analisá-las, tendo em mente que o Exército Brasileiro parece estar mais inclinado a manter a configuração 6 x 6 em todas as versões e na VBR-SR uma torre com arma de 90 mm. Mas vamos a elas:


1 - TORRE CT-CV 105


[ Imagem ]

A torre biplace em si é totalmente estabilizada, permitindo fogo preciso em movimento, sendo sua peça principal o CT Gun 105, arma de alma raiada e apta a disparar qualquer munição padrão OTAN no calibre, embora seu melhor desempenho seja com munição especificamente desenvolvida, como a APFSDS-T MECAR M1060CV, cujo desempenho com a arma é inegavelmente impressionante, atingindo o penetrador de 3,31 kg a velocidade inicial de 1620 m/s, ou seja, impacto inicial de 4,34 MJ, mais poderoso que o maior possível de ser produzido pelas peças L7/M68 dos nossos M-60A3TTS e Leopard 1A5. O interessante é que, dada a baixa taxa de desaceleração desse tipo de projétil, na prática um alvo a 2000 m (distância na qual se alega capacidade de penetração de aprox. 560 mm de RHAs a 60°. Apenas para demonstração, citamos que o CC mais poderoso da América do Sul é o Leopard 2A4 do Exército do Chile, cuja blindagem frontal na torre é equivalente a 690 mm de RHAs mas cuja inclinação é bem menos aguda que 60º o que, em tese, o tornaria vulnerável a esse conjunto arma/munição e isso a 2 km) seria atingido pouco mais de um segundo após o disparo, ou seja, quase sem ou mesmo sem chance de reação.

[ Imagem ]

A torre pesa, em condição leve (sem munição nem blindagens adicionais, as quais está apta a receber), principalmente para transporte aéreo na VTR na qual estiver instalada, cerca de 4 ton. A munição consiste em até 16 tiros prontos (a capacidade de munição adicional dependerá do espaço disponível na VTR onde será instalada), alimentados por carregador automático à peça principal, capaz de cadência de seis a oito RPM. Tanto o giro da torre quanto o rebaixamento (-10º) e elevação da peça principal (impressionantes + 42º, mais que o dobro da maioria das peças deste calibre, o que proporciona funcionalidades adicionais, como tiro indireto e muito melhores capacidades para combate em regiões montanhosas e ambientes urbanos). Outra característica é a possibilidade de emprego do míssil AC Falarick 105, desenvolvido em conjunto com a estatal Kyiv Design Bureau “Luch”, da Ucrânia. É um projétil guiado a laser e com duas ogivas HEAT em tandem, alegadamente capaz de penetrar aprox. 550 mm de RHAs (após ultrapassar a ERA ou blindagem equivalente) a até 5.000 m. Aliás, o uso deste míssil, transportado no depósito normal de tiros prontos e carregado normalmente pelo mesmo alimentador automático, quando associado à grande capacidade de elevação do tubo da peça principal permite mesmo atirar contra aeronaves (como helicópteros) com alta possibilidade de êxito.

[ Imagem ]

Os sistemas de pontaria tanto do comandante quando do atirador são dois displays idênticos para cada um, sendo um para visão diurna e outro para visão noturna. Um visor panorâmico proporciona ao comandante uma grande capacidade de detectar-atirar primeiro. A mira do atirador também é totalmente estabilizada e dotada de computador balístico e telêmetro laser para permitir fogo em movimento tanto diurno quanto noturno e contra alvos também em movimento. Aliás, a eletrônica é toda digital de última geração. O equipamento ainda pode ser acrescido de alerta-laser (para quando o veículo for "iluminado" por algum atirador inimigo), além de metralhadora coaxial e superior.

Foi dada uma especial atenção à segurança e conforto dos tripulantes, que ficam sentados em uma posição bem baixa na torre, obtendo a vantagem da proteção extra oferecida pelo casco blindado do carro. Ademais, a tripulação é separada da munição por uma parede blindada, havendo ainda um dispositivo que ejeta por detonação a parte superior do depósito de munições, minimizando os riscos em caso de impacto por ação inimiga.

A peça principal de 105 mm conta com cano de 53 calibres de comprimento (5.586 mm) com uma distância máxima de recuo de 580 mm, sendo a força máxima do mesmo inferior a 15 ton, graças à ajuda do compensador/freio de boca. A pressão interna suportada pela arma excede em cerca de 20% a dos tradicionais L7/M68.

[ Imagem ]

Sobre a torre CT-CV 105 é singelamente informado pelo fabricante que é "indicada para veículos blindados leves e médios sobre rodas ou lagartas" sem menção a peso. É sintomático, no entanto, que todos os veículos sobre rodas que a empregam são 8 x 8, como o Piranha III e IV e Pandur II.




2 - TORRE LCTS 90


[ Imagem ]


Muitas das apresentações desta torre são similares ou mesmo iguais às da CT-CV, como ser biplace, estabilizada, modular, ter peça principal com carregamento automático (no caso da LCTS 90, este é um opcional), eletrônica digital com sensores de última geração, atuação eletromecânica tanto no giro quanto na elevação e rebaixamento do armamento, além da capacidade de proteção (integral contra munição perfurante calibre 7,62 mm; com blindagens modulares adicionais, ambas podem atingir o nível 5 das especificações da OTAN STANAG 4569 (como resistir a um impacto direto de munição 25mm APDS-T (M791) com velocidade de 1258 m/s disparada a 500 metros de distância ou a uma explosão de granada de artilharia de 155 mm a 25 m). Tendo sido desenvolvidas pela mesma empresa, sendo praticamente da mesma geração e para propósitos semelhantes, isso é bastante natural. Assim, nos concentremos nas diferenças, que residem principalmente na peça principal e munição disponível, além de a torre, principalmente por seu armamento, ser mais leve.

[ Imagem ]

O comprimento da peça é de 4,365 mm, ou seja, 48,5 calibres, alma raiada. Atinge seu melhor desempenho AC com munição APFSDS M603 MECAR Kenerga 90/46, que dispara um penetrador de 1,73 kg com velocidade inicial de 1430 m/s, entregando assim uma energia cinética (KE) de aproximadamente 1,77 MJ sendo, de acordo com a empresa fabricante, capaz de penetrar cerca de 150 mm de RHAs a 2.000 m em ângulo de 60º. Os valores de elevação e rebaixamento da peça são outra grande diferença em relação à torre CT-CV, sendo de -9º a + 20º o que, mesmo assim, são muito bons para peças embarcadas em veículos blindados de combate.

[ Imagem ]

Ainda segundo o fabricante, esta torre e sua arma são particularmente adequados ao emprego por VTRs com peso entre 10 e 20 toneladas, sendo vista tanto sobre VTRs 6 x 6 como o Pandur quanto 8 x 8 como o Piranha IIIC. Outra característica que a diferencia é que não há míssil AC disponível para emprego na peça principal. Por outro lado, a LCTS 90 conduz um total de 37 cartuchos em seu interior, sendo 20 no compartimento blindado para emprego imediato e outras 17 estocadas em um compartimento inferior, dentro da própria torre, com a finalidade de agilizar a recarga.

[ Imagem ]




CONCLUSÃO


Ao nosso ver, a escolha da torre depende principalmente da decisão final do Exército Brasileiro em relação ao Programa Guarani: se for manter a configuração 6 x 6 mesmo em uma versão mais "brava", orientada ao reconhecimento e portanto mais exposta à possibilidade de engajar alvos "duros", é bastante provável que leve à adoção da LCST 90 ou alguma similar; se partir para uma versão 8 x 8, a CT-CV 105 seria uma escolha excelente (embora mesmo na 8 x 8 possa ser usada a LCST) pelo seu poderio, sofisticação e mais amplo leque de opções, em que se destacam a muito maior capacidade de elevação da peça principal e a capacidade adicional (flexibilidade) proporcionada pelo míssil Falarick 105.

Acrescentamos, não obstante, que ambas ao opções são moderníssimas e certamente cumprirão perfeitamente seu papel. A modularidade permite a escolha de outros sensores, comunicações e eletrônicos em geral, o que poderia aumentar a padronização da frota. Ainda sobre as torres, sua capacidade de giro fica em torno de 60º/s (para comparação, a do M-60A3TTS fica em cerca de 22,5ºs). Isso, combinado aos excelentes sistemas a bordo, proporciona uma rapidíssima capacidade de adquirir-priorizar-mirar-atirar-acertar, capacidade fundamental num TO moderno e atual.
Tulio, parabens.

Excelente trabalho e mais excelente conclusão. Um exemplo do bom senso.

Bacchi




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2797 Mensagem por Túlio » Qui Jul 05, 2012 10:52 pm

Obrigado, Mestre Bacchi!!!

E viste que corrigi: segundo o EB, é TORRE!!! :wink: 8-]




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2798 Mensagem por gribel » Qui Jul 05, 2012 11:05 pm

Túlio escreveu:
Bueno, editei e ampliei o projeto de artigo para possibilitar a comparação mais direta entre as duas torres. Aliás, decidi qual nome usar (torre ao invés de torreta) simplesmente consultando o Site do C I Bld, pois o termo que usam é este, torre. Assim como atualmente uso o termo CC ao invés de MBT, tento seguir as nomenclaturas militares Brasileiras. Só não sei ainda que sigla terá a VTR de reconhecimento com torre, será VBR-SR? Bem, vamos ao super trunf...errr...debate.




TORRES PARA A VERSÃO DE RECONHECIMENTO DO BLINDADO GUARANI


Por Túlio Ricardo Moreira


Muito se tem falado sobre as possíveis torres e peças principais que seriam aplicadas a uma possível versão de reconhecimento do Guarani. As duas mais citadas têm sido a LCTS 90 e a CT-CV 105, ambas belgas, e parece interessante analisá-las, tendo em mente que o Exército Brasileiro parece estar mais inclinado a manter a configuração 6 x 6 em todas as versões e na VBR-SR uma torre com arma de 90 mm. Mas vamos a elas:


1 - TORRE CT-CV 105


[ Imagem ]

A torre biplace em si é totalmente estabilizada, permitindo fogo preciso em movimento, sendo sua peça principal o CT Gun 105, arma de alma raiada e apta a disparar qualquer munição padrão OTAN no calibre, embora seu melhor desempenho seja com munição especificamente desenvolvida, como a APFSDS-T MECAR M1060CV, cujo desempenho com a arma é inegavelmente impressionante, atingindo o penetrador de 3,31 kg a velocidade inicial de 1620 m/s, ou seja, impacto inicial de 4,34 MJ, mais poderoso que o maior possível de ser produzido pelas peças L7/M68 dos nossos M-60A3TTS e Leopard 1A5. O interessante é que, dada a baixa taxa de desaceleração desse tipo de projétil, na prática um alvo a 2000 m (distância na qual se alega capacidade de penetração de aprox. 560 mm de RHAs a 60°. Apenas para demonstração, citamos que o CC mais poderoso da América do Sul é o Leopard 2A4 do Exército do Chile, cuja blindagem frontal na torre é equivalente a 690 mm de RHAs mas cuja inclinação é bem menos aguda que 60º o que, em tese, o tornaria vulnerável a esse conjunto arma/munição e isso a 2 km) seria atingido pouco mais de um segundo após o disparo, ou seja, quase sem ou mesmo sem chance de reação.

[ Imagem ]

A torre pesa, em condição leve (sem munição nem blindagens adicionais, as quais está apta a receber), principalmente para transporte aéreo na VTR na qual estiver instalada, cerca de 4 ton. A munição consiste em até 16 tiros prontos (a capacidade de munição adicional dependerá do espaço disponível na VTR onde será instalada), alimentados por carregador automático à peça principal, capaz de cadência de seis a oito RPM. Tanto o giro da torre quanto o rebaixamento (-10º) e elevação da peça principal (impressionantes + 42º, mais que o dobro da maioria das peças deste calibre, o que proporciona funcionalidades adicionais, como tiro indireto e muito melhores capacidades para combate em regiões montanhosas e ambientes urbanos). Outra característica é a possibilidade de emprego do míssil AC Falarick 105, desenvolvido em conjunto com a estatal Kyiv Design Bureau “Luch”, da Ucrânia. É um projétil guiado a laser e com duas ogivas HEAT em tandem, alegadamente capaz de penetrar aprox. 550 mm de RHAs (após ultrapassar a ERA ou blindagem equivalente) a até 5.000 m. Aliás, o uso deste míssil, transportado no depósito normal de tiros prontos e carregado normalmente pelo mesmo alimentador automático, quando associado à grande capacidade de elevação do tubo da peça principal permite mesmo atirar contra aeronaves (como helicópteros) com alta possibilidade de êxito.

[ Imagem ]

Os sistemas de pontaria tanto do comandante quando do atirador são dois displays idênticos para cada um, sendo um para visão diurna e outro para visão noturna. Um visor panorâmico proporciona ao comandante uma grande capacidade de detectar-atirar primeiro. A mira do atirador também é totalmente estabilizada e dotada de computador balístico e telêmetro laser para permitir fogo em movimento tanto diurno quanto noturno e contra alvos também em movimento. Aliás, a eletrônica é toda digital de última geração. O equipamento ainda pode ser acrescido de alerta-laser (para quando o veículo for "iluminado" por algum atirador inimigo), além de metralhadora coaxial e superior.

Foi dada uma especial atenção à segurança e conforto dos tripulantes, que ficam sentados em uma posição bem baixa na torre, obtendo a vantagem da proteção extra oferecida pelo casco blindado do carro. Ademais, a tripulação é separada da munição por uma parede blindada, havendo ainda um dispositivo que ejeta por detonação a parte superior do depósito de munições, minimizando os riscos em caso de impacto por ação inimiga.

A peça principal de 105 mm conta com cano de 53 calibres de comprimento (5.586 mm) com uma distância máxima de recuo de 580 mm, sendo a força máxima do mesmo inferior a 15 ton, graças à ajuda do compensador/freio de boca. A pressão interna suportada pela arma excede em cerca de 20% a dos tradicionais L7/M68.

[ Imagem ]

Sobre a torre CT-CV 105 é singelamente informado pelo fabricante que é "indicada para veículos blindados leves e médios sobre rodas ou lagartas" sem menção a peso. É sintomático, no entanto, que todos os veículos sobre rodas que a empregam são 8 x 8, como o Piranha III e IV e Pandur II.




2 - TORRE LCTS 90


[ Imagem ]


Muitas das apresentações desta torre são similares ou mesmo iguais às da CT-CV, como ser biplace, estabilizada, modular, ter peça principal com carregamento automático (no caso da LCTS 90, este é um opcional), eletrônica digital com sensores de última geração, atuação eletromecânica tanto no giro quanto na elevação e rebaixamento do armamento, além da capacidade de proteção (integral contra munição perfurante calibre 7,62 mm; com blindagens modulares adicionais, ambas podem atingir o nível 5 das especificações da OTAN STANAG 4569 (como resistir a um impacto direto de munição 25mm APDS-T (M791) com velocidade de 1258 m/s disparada a 500 metros de distância ou a uma explosão de granada de artilharia de 155 mm a 25 m). Tendo sido desenvolvidas pela mesma empresa, sendo praticamente da mesma geração e para propósitos semelhantes, isso é bastante natural. Assim, nos concentremos nas diferenças, que residem principalmente na peça principal e munição disponível, além de a torre, principalmente por seu armamento, ser mais leve.

[ Imagem ]

O comprimento da peça é de 4,365 mm, ou seja, 48,5 calibres, alma raiada. Atinge seu melhor desempenho AC com munição APFSDS M603 MECAR Kenerga 90/46, que dispara um penetrador de 1,73 kg com velocidade inicial de 1430 m/s, entregando assim uma energia cinética (KE) de aproximadamente 1,77 MJ sendo, de acordo com a empresa fabricante, capaz de penetrar cerca de 150 mm de RHAs a 2.000 m em ângulo de 60º. Os valores de elevação e rebaixamento da peça são outra grande diferença em relação à torre CT-CV, sendo de -9º a + 20º o que, mesmo assim, são muito bons para peças embarcadas em veículos blindados de combate.

[ Imagem ]

Ainda segundo o fabricante, esta torre e sua arma são particularmente adequados ao emprego por VTRs com peso entre 10 e 20 toneladas, sendo vista tanto sobre VTRs 6 x 6 como o Pandur quanto 8 x 8 como o Piranha IIIC. Outra característica que a diferencia é que não há míssil AC disponível para emprego na peça principal. Por outro lado, a LCTS 90 conduz um total de 37 cartuchos em seu interior, sendo 20 no compartimento blindado para emprego imediato e outras 17 estocadas em um compartimento inferior, dentro da própria torre, com a finalidade de agilizar a recarga.

[ Imagem ]




CONCLUSÃO


Ao nosso ver, a escolha da torre depende principalmente da decisão final do Exército Brasileiro em relação ao Programa Guarani: se for manter a configuração 6 x 6 mesmo em uma versão mais "brava", orientada ao reconhecimento e portanto mais exposta à possibilidade de engajar alvos "duros", é bastante provável que leve à adoção da LCST 90 ou alguma similar; se partir para uma versão 8 x 8, a CT-CV 105 seria uma escolha excelente (embora mesmo na 8 x 8 possa ser usada a LCST) pelo seu poderio, sofisticação e mais amplo leque de opções, em que se destacam a muito maior capacidade de elevação da peça principal e a capacidade adicional (flexibilidade) proporcionada pelo míssil Falarick 105.

Acrescentamos, não obstante, que ambas ao opções são moderníssimas e certamente cumprirão perfeitamente seu papel. A modularidade permite a escolha de outros sensores, comunicações e eletrônicos em geral, o que poderia aumentar a padronização da frota. Ainda sobre as torres, sua capacidade de giro fica em torno de 60º/s (para comparação, a do M-60A3TTS fica em cerca de 22,5ºs). Isso, combinado aos excelentes sistemas a bordo, proporciona uma rapidíssima capacidade de adquirir-priorizar-mirar-atirar-acertar, capacidade fundamental num TO moderno e atual.
No traquejo, guitarrêro combatente ; )




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2799 Mensagem por gribel » Qui Jul 05, 2012 11:09 pm

Clermont escreveu:
henriquejr escreveu: (...) e não se o termo correto é torre ou torreta (...)
Torre, torreta, ou torrinha!

Não esqueça a "torrinha", ela também está no páreo.

8-]
Torre, torreta, rebuça....

ah..a etmologia.....




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2800 Mensagem por Túlio » Qui Jul 05, 2012 11:14 pm

Repito outra vez: para o EB é TORRE! Isso, no que me diz respeito, encerra a charla. Claro, isso, como falei, diz respeito apenas a mim, se preferirem manter um debate sobre nomenclaturas, por mim... :wink: 8-]




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2801 Mensagem por binfa » Sex Jul 06, 2012 10:48 am

Da página Tecnodefesa escreveu:O EB tem 272 Urutus. 175 destes deverão ser repotencializados com motor MB-366 e caixa de transmissão automática Alison 3000SP. Deverão ser completados até 2016.
Paulo / Hélio / Bacchi bom dia!

Uma pergunta de leigo, se a cadência de produção do Guarani será de ± 100 veículos/ano porque dar um up nestes EE-11 Urutu??

Não é jogar $$ fora, em três/quatro anos substituimos esse total de EE-11 por VBTP Guarani.

Vai entender!




att, binfa
DOE VIDA, DOE MEDULA!
REgistro Nacional de DOadores de MEdula nº 1.256.762
UMA VIDA SEM DESAFIOS NÃO VALE A PENA SER VIVIDA. Sócrates
Depoimento ABRALE :arrow: http://www.abrale.org.br/apoio_paciente ... php?id=771
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2802 Mensagem por Clermont » Sex Jul 06, 2012 12:12 pm

binfa escreveu:Uma pergunta de leigo, se a cadência de produção do Guarani será de ± 100 veículos/ano porque dar um up nestes EE-11 Urutu??

Não é jogar $$ fora, em três/quatro anos substituimos esse total de EE-11 por VBTP Guarani.

Vai entender!
Suposição de leigo que não se chama nem "Paulo", nem "Helio" e nem "Bachi":

Seria um "plano B" do Exército? Afinal, quem pode saber se, em três ou quatro anos, vão estar mesmo saindo ± 100 veículos/ano do forno?

Um "Urutu" modernizado não mão ainda será melhor do que um "Guarani" no papel.




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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2803 Mensagem por joao fernando » Sex Jul 06, 2012 1:15 pm

Fora que os Urutus podem dar um belo caldo...e estão na mão do EB já...uma segunda linha, quem tinha nenhum vai ter um, quem tinha pouco vai receber mais, e na linha de frente os Uruvecos...




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2804 Mensagem por Paulo Bastos » Sex Jul 06, 2012 1:41 pm

Senhores, existem duas coisas em relação a essa recuperação dos Urutu:

1º. Programa Guarani foi criado visando, principalmente, modificar a doutrina do EB, ou seja, transformando sua infantaria Motorizada (caminhões) em Infantaria mecanizada (VBTP) e, somente depois, padroniza-los com as OM's de Cavalaria Mecanizada;

2º. Os Urutus pertencem a Cavalaria Mecanizada e alguns deles ja apresentam um nivel de desgastes que dificulta o nivel operacional das unidades.

Com isso, de acordo com o planejamento do EB, os Urutu do CavMec iriam parar antes da chegada dos Guarani a essas unidades, por isso faz necessário a recuperação destes.

# ADENDO: Esqueci de mencionar, essa é a minha opinião.


Abraços,
Paulo




Editado pela última vez por Paulo Bastos em Sex Jul 06, 2012 3:39 pm, em um total de 1 vez.
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani

#2805 Mensagem por FABIO » Sex Jul 06, 2012 3:18 pm

Não sabia que o EB tinha tantas urutus.




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