MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Moderador: Conselho de Moderação
- Sterrius
- Sênior
- Mensagens: 5140
- Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
- Agradeceu: 115 vezes
- Agradeceram: 323 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
basta +algumas noticias boas e a fortuna dele decola de novo.
- Luiz Bastos
- Sênior
- Mensagens: 1842
- Registrado em: Qui Out 06, 2005 12:40 pm
- Localização: Rio de Janeiro
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 25 vezes
- Contato:
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Ridículo é a turna do gargarejo ficar se baseando em revista de fofoca americana para qualificar o que é certo ou não na vida das pessoas.
Gosto muito do american way of life, mas tem algumas coisas que são ridículas. Já repararam que tem algumas coisas que eles adoram e que aparece em todos os filmes que são: aplaudir e vomitar? E tem ocasiões em que eles conseguem fazer os dois ao mesmo tempo? Povinho mediócre. Outra imbecilidade que estão trazendo para o sub-povo brasileiro é a paixão por marcas caras. Os barriga de lama daqui não tem dinheiro nem pra almoçar e jantar no mesmo dia (eu incluso) e querem gastar o que não tem em boutiques e lojas de grife porque viram no seriado tal da Fox. É uma vergonha. Fui
Gosto muito do american way of life, mas tem algumas coisas que são ridículas. Já repararam que tem algumas coisas que eles adoram e que aparece em todos os filmes que são: aplaudir e vomitar? E tem ocasiões em que eles conseguem fazer os dois ao mesmo tempo? Povinho mediócre. Outra imbecilidade que estão trazendo para o sub-povo brasileiro é a paixão por marcas caras. Os barriga de lama daqui não tem dinheiro nem pra almoçar e jantar no mesmo dia (eu incluso) e querem gastar o que não tem em boutiques e lojas de grife porque viram no seriado tal da Fox. É uma vergonha. Fui
- Pedro Gilberto
- Sênior
- Mensagens: 1366
- Registrado em: Ter Nov 01, 2005 6:19 pm
- Localização: Salvador / BA
- Agradeceu: 116 vezes
- Agradeceram: 17 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Pois então, chamemos isso de CUSTO FHC e faremos um reflexão: qual destes custos foi mais pernicioso ao desenvolvimento da nação ?LeandroGCard escreveu:Pois é, durante um bom tempo também pensei que fosse muita incompetência, causada por cegueira doutrinária na ânsia em ficar de bem com "a comunidade internacional" seguindo o Consenso de Washington. Mas depois, quando vi o próprio pessoal que elaborou o Consenso abjurando suas teses e até pedindo desculpas pelos prejuízos causados, mas as autoridades daqui insistindo na mesma receita, concluí que o problema era mais grave do que simples incompetência... .Marechal-do-ar escreveu:Resumo, gastamos para vender.
Pra mim isso é atestado de incompetência, mas há quem elogie...
ps: Não comprei nenhum estatal.
Leandro G. Card
Em tempo:
[]´sDívida pública atinge menor nível
Enviado por luisnassif, sex, 29/06/2012 - 13:38
De Correio Braziliense
Dívida pública atinge em maio menor nível da série histórica do BC
Agência Brasil
A dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,492 trilhão, em maio, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira (29/6). Esse saldo corresponde a 35% de tudo o que o país produz - Produto Interno Bruto (PIB), o menor nível da série do BC iniciada em 2001. Em relação ao mês anterior, houve redução de 0,7 ponto percentual. Esse resultado ficou pouco acima da previsão do BC para o mês, que era 34,8% do PIB.
Essa queda na dívida líquida é explicada, principalmente, pela alta do dólar. Isso ocorre porque o país é credor em dólar, ou seja, as reservas internacionais e outros ativos são maiores do que a dívida externa.
Outro indicador fiscal divulgado pelo BC é a dívida bruta do Governo Geral (governos federal, estaduais e municipais), muito utilizado para fazer comparações com outros países. No caso da dívida bruta, em que não são considerados esses ativos em moeda estrangeira, mas apenas os passivos, a relação com o PIB é maior: em maio ficou em 56,9%, um pouco acima da projeção do BC (56,7%). No período, a dívida bruta chegou a R$ 2,425 trilhões.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... enor-nivel
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
-
- Sênior
- Mensagens: 8789
- Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
- Agradeceu: 1 vez
- Agradeceram: 419 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Quando a discussão chega no ponto de quem fez menos burrada ai a situação ta feia*...
Não dou esse ponto ao Lula porque ele assumiu em uma época diferente com quase todas as burradas já feitas, não sobrou muito, mas ele continuou o que o FHC estava fazendo, se ele tivesse assumido no lugar do FHC será que não teria feito as mesmas coisas?
*Quando será que poderemos discutir qual dos candidatos acertou mais?
Não dou esse ponto ao Lula porque ele assumiu em uma época diferente com quase todas as burradas já feitas, não sobrou muito, mas ele continuou o que o FHC estava fazendo, se ele tivesse assumido no lugar do FHC será que não teria feito as mesmas coisas?
*Quando será que poderemos discutir qual dos candidatos acertou mais?
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
- Pedro Gilberto
- Sênior
- Mensagens: 1366
- Registrado em: Ter Nov 01, 2005 6:19 pm
- Localização: Salvador / BA
- Agradeceu: 116 vezes
- Agradeceram: 17 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não é difícil entender o que se passou com as ações da OGX:
WTI Petróleo Bruto
$84.87 -0.09 -0.11%
9:34 AM EDT - 2012.06.30
Brent Petróleo Bruto
$97.91 +0.11 +0.11%
9:42 AM EDT - 2012.06.30
Por mais que alguns se regojizem, notademente nossos arautos jornalisticos, foram apenas as leis de mercado agindo.
Fonte: http://oil-price.net/index.php?lang=pt
[]´s
WTI Petróleo Bruto
$84.87 -0.09 -0.11%
9:34 AM EDT - 2012.06.30
Brent Petróleo Bruto
$97.91 +0.11 +0.11%
9:42 AM EDT - 2012.06.30
Por mais que alguns se regojizem, notademente nossos arautos jornalisticos, foram apenas as leis de mercado agindo.
Fonte: http://oil-price.net/index.php?lang=pt
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
- Sterrius
- Sênior
- Mensagens: 5140
- Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
- Agradeceu: 115 vezes
- Agradeceram: 323 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
E por mim os EUA que são o principal motor dessa redução do preço não tem como manter isso por anos a fio.
Podem ter muito petróleo de areia pra extrair, mas não a um preço baixo como a maioria ta esperando.
Podem ter muito petróleo de areia pra extrair, mas não a um preço baixo como a maioria ta esperando.
- LeandroGCard
- Sênior
- Mensagens: 8754
- Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
- Localização: S.B. do Campo
- Agradeceu: 69 vezes
- Agradeceram: 812 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Verdade, o Lula assumiu já sabendo que a orientação do governo FHC estava errada, mas não mudou praticamente nada no gerenciamento da política econômica. Então ele foi no mínimo tão errado quanto o FHC. Na verdade o FHC no início ainda tinha a deculpa de não saber o que estava fazendo, pois havia uma doutrina econômica que dizia que a receita em uso era a correta. Já o Lula sabia perfeitamente desde o início que esta doutrina estava errada, mas não moveu uma palha para mudar a orientação da política econômica.Marechal-do-ar escreveu:Quando a discussão chega no ponto de quem fez menos burrada ai a situação ta feia*...
Não dou esse ponto ao Lula porque ele assumiu em uma época diferente com quase todas as burradas já feitas, não sobrou muito, mas ele continuou o que o FHC estava fazendo, se ele tivesse assumido no lugar do FHC será que não teria feito as mesmas coisas?
Bom, a Dilma finalmente está mudando esta orientação, ao que tudo indica a época de justificar os juros absurdos como sendo uma ferramenta de combate à inflação acabou. Mas agora a dívida pública já é elevadíssima (como nosso amigo Pedro Gilberto postou, mas de 56% do PIB, já que na prática não se pode considerar as reservas internacionais para abatê-la ou ficaríamos extremamente vulneráveis em termos de balanço de pagamentos). E o pior é que praticamente nada dela foi usado para investimentos úteis que permitissem ao país crescer, foi simplesmente dinheiro jogado fora por causa de uma estratégia imbecil de pretenso combate à inflação. Estes 2,425 trilhões de dívida deixados pelo FHC e pelo Lula serão uma "herança maldita" que estaremos pagando ainda por algumas gerações .*Quando será que poderemos discutir qual dos candidatos acertou mais?
Leandro G. Card
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21087
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não foi a Dilma que disse "se faça a luz e boom-chaca-laka". A mudança de orientação foi durante a crise de 2008/2009 que fortaleceu emergiu novas visões e práticas. Mesmo assim não foi uma revolução e acompanha o movimento mundial. A fase anterior foi entre a crise cambial de 1998/1999 e 2006/2007. Lula ou FHC a política foi a mesma. E de 1994 a crise cambial foi outra.
E a entrevista que dá nome ao tópico é de quem não entende porra nenhuma. Não por acaso é uma analista de consultoria que fala aberrações. Como é comum por que eles precisam vencer o peixe deles e não tem noção do que tratam.
E a entrevista que dá nome ao tópico é de quem não entende porra nenhuma. Não por acaso é uma analista de consultoria que fala aberrações. Como é comum por que eles precisam vencer o peixe deles e não tem noção do que tratam.
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6097
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
http://economia.estadao.com.br/noticias ... 8068,0.htm
GENEBRA - O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58.ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.
aíses como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.
O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.
Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58.ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127.ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115.º lugar), condições de crédito e comércio (108.º lugar)", alertou o estudo.
levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.
Exportação. Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Casaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.
GENEBRA - O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58.ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.
aíses como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.
O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.
Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58.ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127.ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115.º lugar), condições de crédito e comércio (108.º lugar)", alertou o estudo.
levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.
Exportação. Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Casaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- Paisano
- Sênior
- Mensagens: 16163
- Registrado em: Dom Mai 25, 2003 2:34 pm
- Localização: Volta Redonda, RJ - Brasil
- Agradeceu: 649 vezes
- Agradeceram: 285 vezes
- Contato:
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
O endividamento das famílias, por Delfim Netto
Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... lfim-netto
Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... lfim-netto
Enviado por luisnassif, qua, 04/07/2012 - 08:17
Da Folha
O Zé e o BIS
ANTONIO DELFIM NETTO
Meu compadre Zé, sujeito arretado, trabalhador honesto e temente a Deus, ganha com seu trabalho duro cerca de R$ 1.200 por mês. Pagava R$ 200 de aluguel. Cuidadoso, não tinha qualquer dívida. Não constava nas estatísticas dos bancos e muito menos na de devedores duvidosos.
Foi tentado pelo Diabo. Comprou uma residência no programa Minha Casa, Minha Vida e hoje paga R$ 200 de prestação. De acordo com a mistificação estatística a que todos somos sujeitos, o Zé está agora altamente endividado! Num fechar de olhos, passou de virtuoso não devedor a um suspeito inadimplente potencial que deve 20% da sua renda! Pobre do Zé. Quem mandou ser ambicioso!
Isso não é uma parábola. Há milhares de Zés "exagerando" no crédito porque essa é a sua "riqueza"! Isso impressionou alguns economistas locais e acabou sendo ouvido em Basileia. Foi expresso no relatório anual do Bank of International Settlements, o famoso BIS.
O assunto causou comoção. Os economistas do BIS contam-se entre os mais bem apetrechados do mundo. E justamente. Sempre mantiveram distância da vertigem cientificista. De fato, em 2005/2006, seus trabalhos deixavam claro que a aparente calmaria que o Fed atribuía às virtudes da sua política monetária escondia perigos insuspeitados.
Eles e mais meia dúzia de bons profissionais alertaram para a crise que se construía num sistema financeiro cuidadosamente desregulado em nome de uma suposta "ciência". É preciso, portanto, ouvi-los quando falam.
O aumento do endividamento das famílias no Brasil é mencionado ligeiramente nas págs. 26 a 30 do relatório, sempre com muito cuidado. Não há qualquer observação com conotação negativa. Aliás, a comparação das taxas de crescimento da relação crédito/PIB é tratada corretamente: "O rápido crescimento do crédito não é necessariamente ruim. Os sistemas financeiros de alguns países emergentes ainda são relativamente subdesenvolvidos e muitas famílias e empresas estão fora deles. Assim, o rápido crescimento do crédito pode refletir tanto um desenvolvimento financeiro quanto um excesso" (pág. 28).
Como deveria ser óbvio, o aumento da relação crédito/PIB de 25% para 50% em poucos anos no Brasil não pode e não deve ser considerado um "excesso", porque ainda temos uma das menores bancarizações do mundo. E como aumentá-la senão fazendo o crédito crescer mais do que o PIB?
Houve, seguramente, algum excesso no setor de automóveis que foi agravado pela imbecilidade que atingiu o sistema de leasing. O que ninguém falou é que na pág. 30 do relatório (gráfico III.7) o BIS mostra a higidez do sistema bancário brasileiro.
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6097
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Autor(es): Por Mariana Caetano, Fernanda Pressinott, Fernando Lopes e Gerson Freitas Jr. | De São Paulo
Valor Econômico - 01/06/2012
Os preços da maior parte das commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no exterior acusaram os reflexos da crise na zona do euro e da valorização do dólar e recuaram em maio. Segundo levantamento do Valor Data, com base nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) dos produtos referenciados nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, algodão, cacau, café e suco de laranja), apenas cacau e trigo escaparam da tendência no mês passado. Mesmo assim, por pouco.
Se as turbulências financeiras turvam o horizonte para o comportamento da demanda global, num contexto em que se destacam os calafrios em relação à desaceleração da economia chinesa, do lado da oferta o quadro é positivo para a maior parte dessas commodities - e, por conseguinte, baixista para as cotações.
Particularmente no mercado de grãos, onde a China ainda se destaca pelo apetite importador, a mudança de polo do "fator oferta" abriu espaço para as quedas da soja e do milho em maio. Após meses sustentados pelas quebras na América do Sul, por conta da seca causada pelo La Niña, os preços já refletiram com mais força, em maio, as até aqui boas perspectivas climáticas para a produção no Hemisfério Norte na safra 2012/13.
É verdade que há regiões dos Estados Unidos com baixa umidade. "A região sul do Meio-Oeste começa a sentir uma queda significativa de umidade do solo, e previsões apontam um clima mais quente do que a média para junho", disse no dia 30 o vice-presidente da mesa de derivativos para América Latina da Jefferies Bache, Stefan Tomkiw. O plantio de milho, que seguiu em ritmo acelerado no país, já foi concluído, o que ajuda a diluir riscos nesse mercado.
No trigo, o nervosismo é maior, tanto por causa dessa baixa umidade nos Estados Unidos quanto pela expectativa de alguma perda na Rússia e na Austrália, também em decorrência de estiagens.
Dos três principais grãos de Chicago, o trigo foi o único a encerrar maio com cotação média superior à de abril. Com a leve alta de 1,3%, a variação positiva ante a média de dezembro de 2011 chegou a 3,9%. Já o milho caiu 9,3% entre abril e maio, e a variação desde dezembro passou a ser negativa (7,3%).
No caso da soja, o resultado do mês passado foi 2,5% inferior, influenciado pelo enxugamento das posições dos fundos. O La Niña na América do Sul manteve a oleaginosa no radar, mesmo depois que os fundos fugiram de outros produtos agrícolas, mas o esvaziamento desse fator após a colheita em países como Argentina e Brasil abriu espaço para ajustes derivados das turbulências financeiras. Em relação à média de dezembro, a valorização ainda alcança 22,1%.
Em Nova York, o grande protagonista foi o suco de laranja. Como uma bigorna, a cotação média caiu 21,6% em maio em relação a abril e ampliou as perdas sobre dezembro para 30,2%. Com o consumo global em baixa, oferta gorda no Brasil e perspectivas de que a temporada de furacões que se inicia na Flórida será amena para os pomares do Estado, não há motivos para drástica mudança de direção.
"A não ser que algum tipo de ameaça climática surja nos EUA, as valorizações serão limitadas", disse Jack Scoville, da Price Futures, em 14 de maio. No Brasil, maior exportador mundial, a cadeia produtiva esteve Brasília na quarta-feira em busca de ajuda do governo, mas até o momento teve que se contentar com uma receita à base de vitamina C, que está sobrando.
Outro produto dependente da saúde da China e com oferta ampla, o algodão encerrou maio com preço médio 12,1% inferior ao de abril. Com isso, a variação sobre dezembro ficou negativa em 11%. John Flanagan, da Flanagan Trading, afirmou no dia 16 que o "mercado" tentava desencorajar o plantio em 2012/13. Na Índia, por exemplo, a "tentativa" foi inútil.
No mercado de açúcar, o avanço da colheita de cana no Brasil colaborou para tirar sustentação dos preços. Na média mensal, os futuros recuaram 8,2% ante o mês anterior e a queda sobre dezembro chegou a 10,3%. No dia 29, o banco Morgan Stanley projetou preços mais baixos para o ciclo 2012/13.
Também negativo ficou o café, que recuou 3% ante a média de abril e 22,5% ante dezembro. Relatório do banco alemão Commerzbank no fim do mês informou que, embora seja esperada uma produção elevada no Brasil, um improvável aumento da produção da Colômbia e os estoques baixos no mundo podem dar suporte às cotações e estancar a hemorragia.
Na contramão, o cacau encerrou maio com preço médio 2% mais alto que em abril e 3% superior ao de dezembro. E o banco holandês Rabobank vê espaço para novas valorizações, a depender dos resultados de uma nova política de vendas da Costa do Marfim, maior exportador mundial, e da crescente demanda de países da Ásia.
Ainda que os exportadores brasileiros das commodities que estão em quedas mais acentuadas tenham sido em parte compensados pela alta do dólar, algumas baixas chamam a atenção. Segundo o Valor Data, em maio a cotação média do suco foi a mais baixa desde outubro de 2009, a do algodão foi a menor desde junho de 2010, a do café desceu ao nível de julho de 2010, a do açúcar ao patamar de agosto de 2010 e a do milho caiu ao degrau de novembro de 2010.
Valor Econômico - 01/06/2012
Os preços da maior parte das commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no exterior acusaram os reflexos da crise na zona do euro e da valorização do dólar e recuaram em maio. Segundo levantamento do Valor Data, com base nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) dos produtos referenciados nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, algodão, cacau, café e suco de laranja), apenas cacau e trigo escaparam da tendência no mês passado. Mesmo assim, por pouco.
Se as turbulências financeiras turvam o horizonte para o comportamento da demanda global, num contexto em que se destacam os calafrios em relação à desaceleração da economia chinesa, do lado da oferta o quadro é positivo para a maior parte dessas commodities - e, por conseguinte, baixista para as cotações.
Particularmente no mercado de grãos, onde a China ainda se destaca pelo apetite importador, a mudança de polo do "fator oferta" abriu espaço para as quedas da soja e do milho em maio. Após meses sustentados pelas quebras na América do Sul, por conta da seca causada pelo La Niña, os preços já refletiram com mais força, em maio, as até aqui boas perspectivas climáticas para a produção no Hemisfério Norte na safra 2012/13.
É verdade que há regiões dos Estados Unidos com baixa umidade. "A região sul do Meio-Oeste começa a sentir uma queda significativa de umidade do solo, e previsões apontam um clima mais quente do que a média para junho", disse no dia 30 o vice-presidente da mesa de derivativos para América Latina da Jefferies Bache, Stefan Tomkiw. O plantio de milho, que seguiu em ritmo acelerado no país, já foi concluído, o que ajuda a diluir riscos nesse mercado.
No trigo, o nervosismo é maior, tanto por causa dessa baixa umidade nos Estados Unidos quanto pela expectativa de alguma perda na Rússia e na Austrália, também em decorrência de estiagens.
Dos três principais grãos de Chicago, o trigo foi o único a encerrar maio com cotação média superior à de abril. Com a leve alta de 1,3%, a variação positiva ante a média de dezembro de 2011 chegou a 3,9%. Já o milho caiu 9,3% entre abril e maio, e a variação desde dezembro passou a ser negativa (7,3%).
No caso da soja, o resultado do mês passado foi 2,5% inferior, influenciado pelo enxugamento das posições dos fundos. O La Niña na América do Sul manteve a oleaginosa no radar, mesmo depois que os fundos fugiram de outros produtos agrícolas, mas o esvaziamento desse fator após a colheita em países como Argentina e Brasil abriu espaço para ajustes derivados das turbulências financeiras. Em relação à média de dezembro, a valorização ainda alcança 22,1%.
Em Nova York, o grande protagonista foi o suco de laranja. Como uma bigorna, a cotação média caiu 21,6% em maio em relação a abril e ampliou as perdas sobre dezembro para 30,2%. Com o consumo global em baixa, oferta gorda no Brasil e perspectivas de que a temporada de furacões que se inicia na Flórida será amena para os pomares do Estado, não há motivos para drástica mudança de direção.
"A não ser que algum tipo de ameaça climática surja nos EUA, as valorizações serão limitadas", disse Jack Scoville, da Price Futures, em 14 de maio. No Brasil, maior exportador mundial, a cadeia produtiva esteve Brasília na quarta-feira em busca de ajuda do governo, mas até o momento teve que se contentar com uma receita à base de vitamina C, que está sobrando.
Outro produto dependente da saúde da China e com oferta ampla, o algodão encerrou maio com preço médio 12,1% inferior ao de abril. Com isso, a variação sobre dezembro ficou negativa em 11%. John Flanagan, da Flanagan Trading, afirmou no dia 16 que o "mercado" tentava desencorajar o plantio em 2012/13. Na Índia, por exemplo, a "tentativa" foi inútil.
No mercado de açúcar, o avanço da colheita de cana no Brasil colaborou para tirar sustentação dos preços. Na média mensal, os futuros recuaram 8,2% ante o mês anterior e a queda sobre dezembro chegou a 10,3%. No dia 29, o banco Morgan Stanley projetou preços mais baixos para o ciclo 2012/13.
Também negativo ficou o café, que recuou 3% ante a média de abril e 22,5% ante dezembro. Relatório do banco alemão Commerzbank no fim do mês informou que, embora seja esperada uma produção elevada no Brasil, um improvável aumento da produção da Colômbia e os estoques baixos no mundo podem dar suporte às cotações e estancar a hemorragia.
Na contramão, o cacau encerrou maio com preço médio 2% mais alto que em abril e 3% superior ao de dezembro. E o banco holandês Rabobank vê espaço para novas valorizações, a depender dos resultados de uma nova política de vendas da Costa do Marfim, maior exportador mundial, e da crescente demanda de países da Ásia.
Ainda que os exportadores brasileiros das commodities que estão em quedas mais acentuadas tenham sido em parte compensados pela alta do dólar, algumas baixas chamam a atenção. Segundo o Valor Data, em maio a cotação média do suco foi a mais baixa desde outubro de 2009, a do algodão foi a menor desde junho de 2010, a do café desceu ao nível de julho de 2010, a do açúcar ao patamar de agosto de 2010 e a do milho caiu ao degrau de novembro de 2010.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6097
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
commodities agrícolas continuam caindo e o governo fala em segurar o dólar.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- marcelo l.
- Sênior
- Mensagens: 6097
- Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
- Agradeceu: 138 vezes
- Agradeceram: 66 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Estratégia deve focar em investimento. Caso contrário, governo "enxuga gelo"
Um modelo de crescimento que passe por estimular o consumo está esgotado. Em vez disso, o governo deveria apostar em investimentos públicos — que, por sua vez, daria novo fôlego à economia brasileira. É o que defende Roberto Messemberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea, que divulgou ontem o Boletim de Conjuntura em Foco da instituição. Para ele, não há mais demanda forte o suficiente para dar conta dos estímulos dados a vários setores.
— Se o governo não considerar essas medidas como parte de um plano maior, o que se faz é apenas enxugar gelo, apagar incêndio ou tapar o sol com a peneira. Ou seja: não faz nada.
Agora, o país precisa que o governo seja o protagonista de investimentos em setores como infraestrutura e energia — disse ele, acrescentando que a crise ajudou a conter a demanda brasileira.
— Houve enfraquecimento de segmentos, como o crédito, que dinamizavam a demanda doméstica.
O consumo perde o fôlego ainda porque as famílias estão com elevados nível de endividamento e inadimplência. Dados do Ipea apontam que o comprometimento de renda mensal das famílias com o serviço das dívidas (com ajuste sazonal) também apresenta tendência de alta no último ano. Em abril do ano passado, o serviço das dívidas representava 19,8% da renda mensal e passou para mais de 22,1% da renda mensal em abril de 2012.
— E os programas de redistribuição de renda, como Bolsa Família e mesmo o aumento do salário mínimo, já implantados. Com isso, os maiores ganhos já foram alcançados.
Redução de juros é essencial, mas insuficiente O esfriamento do varejo se nota no humor dos lojistas. Após três meses de melhora, o Índice de Confiança do Comércio da Fundação Getulio Vargas piorou, apresentando queda de 3,7% de abril a junho, ante o mesmo período do ano anterior. Em relação aos meses seguintes, o clima também é de desconfiança, tendo o indicador recuado 4,3%. Desânino que se explica nas vendas.
Um exemplo recai sobre o setor de vestuário que, com vendas fracas e estoque altos, já deu início à liquidação de peças da estação, no início do inverno.
Com aumento da taxa de investimento, o país elevaria sua capacidade produtiva, sem gerar inflação, acrescentou o economista: — É isso que vai garantir o crescimento sustentado.
Messemberg lembra que o Banco Central tem feito sua parte ao baixar os juros — movimento desde agosto de 2011. Porém, diz, apenas uma Selic menor não cria condições para novos investimentos privados: — A redução de juros é essencial, mas não é suficiente para fazer a taxa de investimento subir — disse Messemberg, para quem o governo, ao não apostar o investimento, está privilegiando o superávit primário. — Não consigo concordar com isso.
Um modelo de crescimento que passe por estimular o consumo está esgotado. Em vez disso, o governo deveria apostar em investimentos públicos — que, por sua vez, daria novo fôlego à economia brasileira. É o que defende Roberto Messemberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea, que divulgou ontem o Boletim de Conjuntura em Foco da instituição. Para ele, não há mais demanda forte o suficiente para dar conta dos estímulos dados a vários setores.
— Se o governo não considerar essas medidas como parte de um plano maior, o que se faz é apenas enxugar gelo, apagar incêndio ou tapar o sol com a peneira. Ou seja: não faz nada.
Agora, o país precisa que o governo seja o protagonista de investimentos em setores como infraestrutura e energia — disse ele, acrescentando que a crise ajudou a conter a demanda brasileira.
— Houve enfraquecimento de segmentos, como o crédito, que dinamizavam a demanda doméstica.
O consumo perde o fôlego ainda porque as famílias estão com elevados nível de endividamento e inadimplência. Dados do Ipea apontam que o comprometimento de renda mensal das famílias com o serviço das dívidas (com ajuste sazonal) também apresenta tendência de alta no último ano. Em abril do ano passado, o serviço das dívidas representava 19,8% da renda mensal e passou para mais de 22,1% da renda mensal em abril de 2012.
— E os programas de redistribuição de renda, como Bolsa Família e mesmo o aumento do salário mínimo, já implantados. Com isso, os maiores ganhos já foram alcançados.
Redução de juros é essencial, mas insuficiente O esfriamento do varejo se nota no humor dos lojistas. Após três meses de melhora, o Índice de Confiança do Comércio da Fundação Getulio Vargas piorou, apresentando queda de 3,7% de abril a junho, ante o mesmo período do ano anterior. Em relação aos meses seguintes, o clima também é de desconfiança, tendo o indicador recuado 4,3%. Desânino que se explica nas vendas.
Um exemplo recai sobre o setor de vestuário que, com vendas fracas e estoque altos, já deu início à liquidação de peças da estação, no início do inverno.
Com aumento da taxa de investimento, o país elevaria sua capacidade produtiva, sem gerar inflação, acrescentou o economista: — É isso que vai garantir o crescimento sustentado.
Messemberg lembra que o Banco Central tem feito sua parte ao baixar os juros — movimento desde agosto de 2011. Porém, diz, apenas uma Selic menor não cria condições para novos investimentos privados: — A redução de juros é essencial, mas não é suficiente para fazer a taxa de investimento subir — disse Messemberg, para quem o governo, ao não apostar o investimento, está privilegiando o superávit primário. — Não consigo concordar com isso.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
- Clermont
- Sênior
- Mensagens: 8842
- Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
- Agradeceu: 632 vezes
- Agradeceram: 644 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Quem comprará biquínis de quem?
Elio Gaspari, O Globo - 04.07.12.
Passando por Buenos Aires, a simpática figura do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao propôs a negociação de uma zona de livre comércio com o Mercosul. Beleza. O Brasil passará a vender biquínis do tipo fio dental para centenas de milhões de mulheres chinesas. Falso. O Império do Meio exporta mais “fios dentais” que Pindorama.
A proposta de Wen Jiabao atende à política chinesa de expandir suas exportações por meio de acordos de livre comércio. Já firmaram nove, do Chile a Singapura e do Peru ao Paquistão.
Atualmente, negociam 28 outros tratados, nos cinco continentes. Para um país que em 2008 perdeu 20 milhões de empregos no setor exportador, nada mais certo. Até que ponto esse movimento será duradouro, não se sabe.
Quando os americanos propuseram uma zona de livre comércio à América Latina, a ideia foi derrubada, com alguma razão, porque nela estaria embutida a destruição da indústria brasileira.
Agora a proposta vem da China, com alavanca argentina e a doutora Dilma diz que “em um quadro de crise de caráter agudo como a atual, que parece estender-se por um período longo, é importante que os países como a China e o Mercosul estreitem relações. Para nós, é indiscutível a prioridade que damos à relação com a China”.
A subordinação de uma parte do comércio exterior brasileiro ao Mercosul é uma política arriscada, talvez suicida. Os companheiros acabam de admitir a Venezuela, aproveitando-se da cassação do Paraguai. Com isso, numa época de crise, o Brasil junta sua economia à dos dois únicos países do mundo com inflação superior a 25%.
Deixando-se de lado a opinião que se tenha de Cristina Kirchner e Hugo Chávez, seus mandarinatos transformaram a Argentina e a Venezuela em encrencas.
O Mercosul já foi uma construção voluntarista. Hoje caminha para ser casa de loucos. Nela, todos desentenderam-se com o Paraguai, e a diplomacia companheira desentendeu-se com o chanceler uruguaio.
A proposta da criação da zona de livre comercio com a China, numa videoconferência a partir de Buenos Aires, logo depois de Wen Jiabao ter deixado o Rio de Janeiro, parece ter sido concebida num manicômio. Uma sugestão desse tamanho demandaria ao menos reuniões técnicas preparatórias e, quando os chefes de Estado tivessem que entrar em cena, isso deveria ocorrer em carne e osso, não na telinha.
No ano passado, 81% do valor das exportações brasileiras para a China vieram de minérios, grãos e petróleo. Em pouco mais de dez anos, as exportações de bens industrializados caíram de 58% para menos de 15%. Graças aos chineses os brasileiros compram têxteis e eletrodomésticos baratos, mas nessa relação há uma instabilidade perigosa.
Quando a doutora Dilma estudava no Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte, estava na moda a “Canção do Subdesenvolvido”, de Carlos Lyra. O Grande Satã da época eram os Estados Unidos, e sua letra dizia assim:
“E começaram a nos vender e a nos comprar
Comprar borracha — vender pneu
Comprar madeira — vender navio
Pra nossa vela — vender pavio”
Pequim e Brasília sabem que precisam conversar. Enquanto forem os dois, todo mundo terá a ganhar. Se o Mercosul entrar nessa negociação com seu multilateralismo chavecado, vale repetir Luís Eduardo Magalhães: “Não há a menor chance de dar certo.”
Elio Gaspari, O Globo - 04.07.12.
Passando por Buenos Aires, a simpática figura do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao propôs a negociação de uma zona de livre comércio com o Mercosul. Beleza. O Brasil passará a vender biquínis do tipo fio dental para centenas de milhões de mulheres chinesas. Falso. O Império do Meio exporta mais “fios dentais” que Pindorama.
A proposta de Wen Jiabao atende à política chinesa de expandir suas exportações por meio de acordos de livre comércio. Já firmaram nove, do Chile a Singapura e do Peru ao Paquistão.
Atualmente, negociam 28 outros tratados, nos cinco continentes. Para um país que em 2008 perdeu 20 milhões de empregos no setor exportador, nada mais certo. Até que ponto esse movimento será duradouro, não se sabe.
Quando os americanos propuseram uma zona de livre comércio à América Latina, a ideia foi derrubada, com alguma razão, porque nela estaria embutida a destruição da indústria brasileira.
Agora a proposta vem da China, com alavanca argentina e a doutora Dilma diz que “em um quadro de crise de caráter agudo como a atual, que parece estender-se por um período longo, é importante que os países como a China e o Mercosul estreitem relações. Para nós, é indiscutível a prioridade que damos à relação com a China”.
A subordinação de uma parte do comércio exterior brasileiro ao Mercosul é uma política arriscada, talvez suicida. Os companheiros acabam de admitir a Venezuela, aproveitando-se da cassação do Paraguai. Com isso, numa época de crise, o Brasil junta sua economia à dos dois únicos países do mundo com inflação superior a 25%.
Deixando-se de lado a opinião que se tenha de Cristina Kirchner e Hugo Chávez, seus mandarinatos transformaram a Argentina e a Venezuela em encrencas.
O Mercosul já foi uma construção voluntarista. Hoje caminha para ser casa de loucos. Nela, todos desentenderam-se com o Paraguai, e a diplomacia companheira desentendeu-se com o chanceler uruguaio.
A proposta da criação da zona de livre comercio com a China, numa videoconferência a partir de Buenos Aires, logo depois de Wen Jiabao ter deixado o Rio de Janeiro, parece ter sido concebida num manicômio. Uma sugestão desse tamanho demandaria ao menos reuniões técnicas preparatórias e, quando os chefes de Estado tivessem que entrar em cena, isso deveria ocorrer em carne e osso, não na telinha.
No ano passado, 81% do valor das exportações brasileiras para a China vieram de minérios, grãos e petróleo. Em pouco mais de dez anos, as exportações de bens industrializados caíram de 58% para menos de 15%. Graças aos chineses os brasileiros compram têxteis e eletrodomésticos baratos, mas nessa relação há uma instabilidade perigosa.
Quando a doutora Dilma estudava no Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte, estava na moda a “Canção do Subdesenvolvido”, de Carlos Lyra. O Grande Satã da época eram os Estados Unidos, e sua letra dizia assim:
“E começaram a nos vender e a nos comprar
Comprar borracha — vender pneu
Comprar madeira — vender navio
Pra nossa vela — vender pavio”
Pequim e Brasília sabem que precisam conversar. Enquanto forem os dois, todo mundo terá a ganhar. Se o Mercosul entrar nessa negociação com seu multilateralismo chavecado, vale repetir Luís Eduardo Magalhães: “Não há a menor chance de dar certo.”
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21087
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Sabendo negociar com a china é interessante. Existem importações que interessam e explorar novos mercados são importantes. Liberar tudo pode não se tão ruim para Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela por eles não tem o que destruir. Para Brasil é destruir a indústria que compete diretamente com as chinesas. Assim consolidando a posição de grane exportador de minério e soja.